Liturgia diária

Liturgia Diária 13/10/24

Acompanhe a liturgia do dia 13 de outubro de 2024, com texto e comentários patrísticos da Bíblia da Minha Biblioteca Católica.

28º Domingo do tempo comum, Ano B.

Oração da manhã

“Inspirai, Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em Vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.” ¹

Durante o mês de Outubro, para enriquecer ainda mais nossa meditação diária, traremos em preparação para a Liturgia, um trecho inspirado nos textos dos mais belos milagres de Santa Teresinha em “Chuva de Rosas”. Que estas palavras sirvam de guia e reflexão no caminho da fé.

“Um subtenente sem fé parte para a guerra, aceitando a contragosto trazer consigo uma relíquia de Teresa, da qual promete nunca se separar. Em um dia de intensa batalha, em 1916, enquanto observa pelo periscópio, ouve uma voz suave que lhe diz: “Afasta-te daí.” Inicialmente, não dá muita atenção, mas o aviso se repete uma segunda e uma terceira vez. Por fim, decide abandonar o local, sem entender bem o motivo. Alguns instantes depois, um obus atinge exatamente o lugar onde ele estava. Ao perceber que aquela voz misteriosa o salvou da morte certa, ele se converte e deseja ser um bom cristão: “Finalmente creio em Deus, e isso devo à irmã Teresa,” escreve à sua família.” ²

Primeira leitura

Sabedoria 7,7-11

7 Por isso desejei a inteligência, e ela me foi dada; invoquei o Senhor, e veio a mim o espírito da sabedoria.
8 Preferi-a aos reinos e aos tronos, e julguei que, comparadas a ela, as riquezas nada valiam.
9 Nem pus em paralelo com ela as pedras preciosas, porque todo o ouro, em comparação a ela, é um pouco de areia, e a prata será considerada como lodo à sua vista.
10 Eu amei-a mais do que a saúde e que a formosura, e resolvi-me a tê-la por luz, porque a sua claridade é inextinguível.
11 Todos os bens me vieram juntamente com ela, e inumeráveis riquezas por suas mãos.

Salmo

89,12-13.14-15.16-17 (R. cf. 14)

R. Fomos cumulados da tua misericórdia, ó Senhor, e exultaremos de alegria e felicidade.

12 Ensina-nos a conhecer a tua destra e instrui o nosso coração na sabedoria.
13 Volta-te, Senhor! Até quando? Sê compassivo para com os teus servos. R.

14 Fomos cumulados da tua misericórdia desde a manhã, e exultamos de alegria e felicidade todos os nossos dias.
15 Alegramo-nos pelos dias em que nos humilhaste, pelos anos em que vimos males. R.

16 Põe os olhos nos teus servos e nas tuas obras, e guia os seus filhos.
17 Brilhe sobre nós a luz do Senhor nosso Deus, dirige em nós [Senhor] as obras de nossas mãos: sim, dirige a obra de nossas mãos. R.

Segunda Leitura

Hebreus 4,12-13

12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e chega até a separação da alma e do espírito, das juntas e das medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.
13 E não há nenhuma criatura invisível na sua presença, mas todas as coisas estão a nu e a descoberto aos olhos daquele de quem falamos.

Evangelho

Marcos 10,17-30

17 E, tendo saído para se pôr a caminho, veio um homem correndo e, ajoelhando-se diante dele, suplicou-lhe: “Bom Mestre, que devo eu fazer para alcançar a vida eterna?”
18 Jesus disse-lhe: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão só Deus.
19 Tu sabes os mandamentos: Não cometas adultério, não mates, não furtes, não digas falso testemunho, não cometas fraudes, honra teu pai e tua mãe”.
20 Ele respondeu: “Mestre, todas estas coisas tenho observado desde a minha juventude”.
21 Jesus, pondo nele os olhos, mostrou-lhe afeto e disse-lhe: “Uma coisa te falta; vai, vende tudo que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me”.
22 Mas ele, entristecido por esta palavra, retirou-se desgostoso, porque tinha muitos bens.
23 Então Jesus, olhando em torno, disse a seus discípulos: “Quanto é difícil que entrem no reino de Deus os que têm riquezas!”
24 E os discípulos assombravam-se das suas palavras. Mas Jesus de novo lhes disse: “Filhinhos, quanto é difícil entrarem no reino de Deus os que confiam nas riquezas!
25 Mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino de Deus”.
26 Eles ficaram ainda mais admirados, dizendo entre si: “Quem pode então se salvar?”
27 E Jesus, olhando para eles, disse: “Para os homens isto é impossível, mas não para Deus, porque a Deus todas as coisas são possíveis”.
28 Então Pedro começou a dizer-lhe: “Eis que deixamos tudo e te seguimos”.
29 Ao que Jesus respondeu: “Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado a casa, ou os irmãos, ou as irmãs, ou o pai, ou a mãe, ou os filhos, ou as terras, por causa de mim e do Evangelho,
30 que não receba o cêntuplo, mesmo nesta vida, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, mesmo no meio das perseguições, e no século futuro, a vida eterna.

Comentário Patrístico

10,26–27. Beda: Uma vez que a multidão de pobres que pode ser salva é incomparavelmente maior que a dos ricos que se perdem, os Apóstolos compreenderam que todos os que amam as riquezas, mesmo se não puderem se apoderar delas, são contados no número dos ricos. Segue-se: Jesus, olhando para eles, disse: “Para os homens isto é impossível, mas não para Deus”. O que não devemos compreender como se os avarentos e soberbos fossem entrar no reino dos céus com a avareza e a soberba; mas é possível a Deus convertê-los da avareza e da soberba para a caridade e a humildade.

Santo do dia

Santo Eduardo, o Confessor

13 de outubro

Eduardo inesperadamente subiu ao trono da Inglaterra aos 40 anos de idade, 27 dos quais passara no exílio. Sobre o trono, todas as virtudes de sua vida pregressa, como a simplicidade, a gentileza, a humildade, mas acima de tudo a pureza angelical, resplandeceram com novo brilho. Por uma rara inspiração de Deus, ainda que tivesse se casado para agradar aos nobres e ao povo, decidiu preservar uma perfeita castidade no matrimônio. Importava-se tão pouco com riquezas, que nas três vezes em que viu um servo roubando seu tesouro deixou-o escapar, dizendo que o pobre sujeito precisava mais do ouro do que ele. Adorava ficar aos portões do seu palácio, conversando gentilmente com os pobres mendigos e leprosos que se lhe acercavam aos montes, e muitos tinham suas enfermidades curadas pelo santo rei. As longas guerras haviam levado o reino a uma deprimente condição, porém o zelo e a santidade de Eduardo logo produziram uma enorme mudança. Seu reinado constituiu-se de 24 anos de uma paz quase plena; o país tornou-se próspero; as igrejas, antes em ruínas, foram erguidas por suas mãos; os vulneráveis viviam em segurança, e ainda por muitos anos depois os homens ainda falariam com afeição das “leis do bom Santo Eduardo”. O santo rei nutria grande devoção pela construção e melhoria das igrejas. A Abadia de Westminster foi sua última e mais nobre obra. Faleceu a 5 de janeiro de 1066. ³

Outros santos do dia: Santa Celidônia, São Geraldo de Aurilac, São Teófilo de Antioquia e São Florêncio de Tessalônica.

Referências

1. Devocionário a São José, página 33.[↩]
2. Chuva de Rosas, p. 48.[↩]
3. Butler, Alban. Vida dos Santos, 2021, p. 442-443.[↩]