Liturgia diária

Liturgia Diária 22/07/25

Acompanhe a liturgia do dia 22 de julho de 2025, com texto e comentários patrísticos da Bíblia da Minha Biblioteca Católica.

Santa Maria Madalena, Festa, Ano C

Oração da manhã

“Inspirai, Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em Vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.” (Devocionário a São José, página 33.)

Na cena do Evangelho, Maria Madalena chora junto ao túmulo até ser chamada pelo nome. É o encontro com o Ressuscitado, que transforma o pranto em missão. No Carmelo, Maria Santíssima nos forma nesse mesmo movimento: da dor silenciosa ao envio fecundo. Ambas nos mostram que quem ama, permanece. E quem permanece, escuta o nome pronunciado pelo Senhor.

“Maria vive da presença. Ela não precisa ver, não precisa entender, não precisa controlar. Basta-Lhe saber: Ele está.” (Nossa Senhora do Carmo, p. 50)

Primeira leitura

Cântico dos Cânticos 3,1-4a

1 Durante a noite no meu leito busquei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei.

2 Levantar-me-ei e percorrerei a cidade; buscarei pelas ruas e praças públicas aquele a quem ama a minha alma. Busquei-o, e não o achei.

3 Os guardas que rondam a cidade encontraram-me, e eu disse-lhes: “Vistes porventura aquele a quem ama a minha alma?”

4 Tendo-os ultrapassado um pouco, encontrei aquele a quem ama a minha alma.

Salmo

Sl 62(63),2.3-4.5-6.8-9 (R. 2b)

R. A minha alma tem sede de vós, como a terra sedenta, ó meu Deus!

2 Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso vos busco!
A minh’alma tem sede de vós,
minha carne também vos deseja,
como terra sedenta e sem água! R.

3 Venho, assim, contemplar-vos no templo,
para ver vossa glória e poder.
4 Vosso amor vale mais do que a vida:
e por isso meus lábios vos louvam. R.

5 Quero, pois, vos louvar pela vida,
e elevar para vós minhas mãos!
6 A minh’alma será saciada
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios. R.

8 Para vós meu anseio e meu leito,
em vigílias vos lembro e suspiro.
9 Para mim fostes sempre um socorro;
de vossas asas à sombra eu exulto! R.

Evangelho

Jo 20,1-2.11-18

1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de manhã cedo, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.

2 Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram!”

11 Maria, porém, ficou do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do túmulo.

12 Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus: um à cabeceira e outro aos pés.

13 Os anjos lhe perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram.”

14 Tendo dito isso, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, mas não sabia que era Jesus.

15 Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, ela lhe disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste e eu o irei buscar.”

16 Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni!” – que quer dizer: Mestre.

17 Jesus lhe disse: “Não me segures, pois ainda não subi ao Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.”

18 Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

Comentários Patrísticos

20,18. Beda: Em sentido místico, “Maria”, que se interpreta “senhora”, “iluminada”, “iluminadora”, ou “estrela-do-mar”, representa a Igreja, e é dita “Madalena”, que significa “elevada como a torre”, por causa do Salmo 60, versículo 4: “Porque te fizeste a minha esperança, uma torre sólida contra o inimigo”. Que esta mulher anuncie aos discípulos a ressurreição de Cristo, serve de advertência a todos, sobretudo os incumbidos do ofício da pregação, de que, caso recebam uma revelação dos céus, a ofereçam amorosamente aos próximos.

Santo do dia

Santa Maria Madalena (séc. I)

20 de julho

Sobre a vida pregressa de Maria Madalena, sabemos apenas que se tratava de “uma mulher pecadora” (Lc 7,37). Do fundo de sua degradação, ela ergueu os olhos para Jesus, cheia de tristeza, esperança e amor. Toda coberta de vergonha, adentrou onde Jesus estava à mesa e ajoelhou-se por detrás d’Ele. Não disse uma única palavra, mas banhou os pés do Senhor com suas lágrimas, limpou-os com os cabelos da cabeça, beijou-os humildemente, e ao mero toque se apagaram seus pecados e sua mancha. Então derramou sobre aqueles pés o rico unguento destinado a muitos outros usos, e os lábios divinos de Jesus retiraram-lhe a censura, pronunciaram sua absolvição e disseram que fosse em paz. Desde então Madalena serviu a Jesus, sentou-se aos Seus pés e ouviu Suas palavras. Era parte da família “a quem Jesus amava tanto” (Jo 13,23) – com tão grande amor que reergueu dos próprios mortos o irmão dela, Lázaro. Novamente, na véspera da Paixão, Madalena Lhe trouxe o precioso unguento, e agora, purificada e digna de amor, derramou-o sobre Sua cabeça, e a casa inteira de Deus ainda se vê preenchida pela fragrância dessa unção. Madalena permaneceu com Nossa Senhora e S. João aos pés da Cruz, representando todos aqueles a quem muito se perdoou. Madalena foi a primeira, após a santa Mãe do Senhor, a quem Nosso Senhor transmitiu a certeza de Sua ressurreição – e por meio dela aos apóstolos; e foi a primeira a quem Ele se fez conhecido, chamando-a pelo nome, pois Madalena a Ele pertencia. Quando os fiéis se espalharam devido às perseguições, a família da Betânia encontrou refúgio na Provença francesa. A gruta na qual Santa Maria Madalena viveu por trinta anos ainda é visitada, bem como a capela no topo da montanha, onde era arrebatada diariamente, como São Paulo, a “visões e revelações do Senhor” (II Cor 12,1). Quando seu fim se aproximava, a santa foi carregada a um local ainda marcado por um “pilar sagrado”, onde o santo bispo Maximino a aguardava; e quando recebeu o Senhor, adormeceu pacificamente na morte. (Butler, Alban. Vida dos Santos, 2021, p. 319-320.)  

Outros santos do dia: São José da Palestina, São Felipe Evans, São Platão de Ancira e São Meneleu.