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Papa Leão: a tradição por trás do nome escolhido por Leão XIV

Conheça todos os papas que levaram o nome Leão e descubra o significado espiritual e histórico por trás do nome escolhido pelo Papa Leão XIV.

Papa Leão: a tradição por trás do nome escolhido por Leão XIV
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Papa Leão: a tradição por trás do nome escolhido por Leão XIV

Conheça todos os papas que levaram o nome Leão e descubra o significado espiritual e histórico por trás do nome escolhido pelo Papa Leão XIV.

Data da Publicação: 08/05/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 08/05/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

O novo papa, eleito em 2025, escolheu se chamar Leão XIV. Isso o insere em uma linhagem histórica de pontífices que, ao longo de séculos, adotaram esse nome carregado de simbolismo espiritual, teológico e político. Neste artigo, conheça o significado do nome “Leão” e um breve perfil de cada um dos 13 papas que o precederam com esse nome.

Leão: força, vigilância e fé

Na forma latina — Leo —, o nome significa literalmente “leão”, o animal. Na tradição bíblica e cristã, o leão é símbolo de força, vigilância, realeza, coragem e nobreza. Na Primeira Carta de Pedro, encontramos a advertência: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o diabo, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar” (1Pd 5,8). Aqui, o leão aparece como ameaça — mas, no imaginário cristão, o leão também representa Cristo ressuscitado, o “Leão da tribo de Judá” (Ap 5,5), forte e vitorioso.

Além disso, o leão é o símbolo tradicional de São Marcos Evangelista, e representa firmeza na fé. Não por acaso, papas que adotaram esse nome desejaram demonstrar autoridade, coragem diante de tempos difíceis e firmeza doutrinal. Leão é um nome de tradição imperial e papal — um dos mais antigos e repetidos da história da Igreja.

Saiba mais sobre quem é o novo Papa, Leão XIV.

Papas que se chamaram Leão

Antes de Leão XIV, houve 13 papas com o nome Leão. A seguir, uma linha do tempo com um resumo da vida e do legado de cada um deles.

São Leão I (440–461) – “Leão Magno”

Foi um dos maiores papas da Antiguidade e é um dos poucos a receber o título de “Magno” (Grande). Defensor da ortodoxia cristã, combateu heresias como o monofisismo e reforçou o primado do Bispo de Roma. Sua “Tome de Leão” teve papel fundamental no Concílio de Calcedônia. Em 452, enfrentou Átila, o Huno, e o convenceu a não invadir Roma. Doutor da Igreja, Leão I é padroeiro dos pregadores.

Papa Leão II (682–683)

De origem siciliana, Leão II foi papa por apenas onze meses. Confirmou os decretos do Terceiro Concílio de Constantinopla, que condenou a heresia do monotelismo. Era fluente em grego, o que facilitou sua comunicação com o Oriente. Defendeu a clareza doutrinal e buscou reconciliação entre cristãos.

Papa Leão III (795–816)

Ficou famoso por ter coroado Carlos Magno como Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, no Natal do ano 800. Esse gesto marcou a união entre o papado e o poder político do Ocidente medieval. Leão III também reforçou a autoridade espiritual do papa como aquele que reconhece e consagra os imperadores.

Papa Leão IV (847–855)

Durante seu pontificado, enfrentou a ameaça dos sarracenos. Mandou construir os Muros Leoninos, que fortificaram o Vaticano. Também promoveu a reconstrução de igrejas danificadas e incentivou a oração e penitência como armas espirituais diante dos ataques.

Papa Leão V (903)

Seu pontificado durou poucas semanas. Foi deposto por Cristóvão, um antipapa, e passou o resto da vida preso. É lembrado mais por seu martírio silencioso do que por qualquer ação pontifícia.

Leão VI (928–929)

Pouco se sabe sobre ele. Seu breve papado aconteceu em um período conhecido como “século de ferro”, em que a autoridade papal era extremamente influenciada por famílias romanas e turbulência política.

Leão VII (936–939)

Tentou promover a reforma moral do clero e aproximou-se do imperador Oto I da Germânia. Valorizava a vida monástica e convocou sínodos para discutir abusos e promover a disciplina eclesiástica.

Leão VIII (963–965)

Sua eleição é marcada por controvérsias. Foi imposto pelo imperador Oto I, enquanto o papa legítimo, João XII, ainda vivia. Embora por muito tempo considerado antipapa, hoje Leão VIII é reconhecido como legítimo, ao menos em parte de seu pontificado. Representa um momento em que o poder imperial interferiu diretamente na Igreja.

Leão IX (1049–1054)

É um dos mais importantes papas pré-Reforma Gregoriana. Combateu com firmeza a simonia (venda de cargos eclesiásticos) e o casamento de clérigos. Foi protagonista do Cisma do Oriente, em 1054, quando excomungou o patriarca de Constantinopla. É considerado um reformador corajoso.

Leão X (1513–1521)

Pertencente à poderosa família Médici, foi papa durante o início da Reforma Protestante. Excomungou Martinho Lutero em 1521. Era amante das artes e das letras, e o papado viveu uma fase de grande esplendor renascentista. Foi criticado por seu estilo de governo e gastos excessivos. É atribuída a ele a frase irônica: “Deus nos deu o papado, agora vamos aproveitá-lo”.

Leão XI (1605)

Conhecido como o “Papa dos 27 dias”, morreu menos de um mês após sua eleição. Era sobrinho de Leão X. Sua morte precoce impediu que deixasse qualquer marca substancial no papado.

Leão XII (1823–1829)

Governou em tempos de agitação política e cultural na Europa pós-napoleônica. Adotou uma linha conservadora, tentando conter os avanços liberais e manter a influência da Igreja. Criou medidas disciplinares e reforçou o papel do Index de livros proibidos.

Leão XIII (1878–1903)

Foi um dos maiores papas da era moderna. Em 1891, publicou a encíclica Rerum Novarum, que inaugurou a Doutrina Social da Igreja. Encorajou o estudo de São Tomás de Aquino e buscou um diálogo entre fé e razão, Igreja e mundo moderno. Promoveu o Rosário, a devoção mariana e a dignidade do trabalho. Seu longo pontificado (25 anos) deixou um vasto legado doutrinário.

Leão XIV (2025–)

Eleito em 2025, o Papa Leão XIV (nascido Robert Francis Prevost) é o 14º papa com este nome. Agostiniano norte-americano, foi missionário no Peru, bispo e prefeito do Dicastério para os Bispos. Sua escolha do nome remete à tradição de coragem, reforma e doutrina. Se inspirará em qual de seus antecessores? A história está apenas começando.

A herança espiritual do nome Leão

A escolha do nome Leão para o papado sempre sinalizou, em algum grau, um desejo de firmeza doutrinal, autoridade espiritual e, não raro, reforma moral e institucional. Alguns papas Leão foram grandes teólogos, outros grandes reformadores. Alguns tiveram papados curtos e turbulentos, outros longos e estáveis. Mas todos deixaram a marca de um nome poderoso, que evoca vigilância, coragem e fidelidade à missão de guiar o rebanho de Cristo.

Com a eleição do Papa Leão XIV, a Igreja retoma essa tradição milenar e se abre a uma nova etapa, em continuidade com o legado, mas aberta aos desafios de nosso tempo.

Cardeal Robert Francis Prevost, o Papa Leão XIV.

Redação MBC

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O novo papa, eleito em 2025, escolheu se chamar Leão XIV. Isso o insere em uma linhagem histórica de pontífices que, ao longo de séculos, adotaram esse nome carregado de simbolismo espiritual, teológico e político. Neste artigo, conheça o significado do nome “Leão” e um breve perfil de cada um dos 13 papas que o precederam com esse nome.

Leão: força, vigilância e fé

Na forma latina — Leo —, o nome significa literalmente “leão”, o animal. Na tradição bíblica e cristã, o leão é símbolo de força, vigilância, realeza, coragem e nobreza. Na Primeira Carta de Pedro, encontramos a advertência: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o diabo, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar” (1Pd 5,8). Aqui, o leão aparece como ameaça — mas, no imaginário cristão, o leão também representa Cristo ressuscitado, o “Leão da tribo de Judá” (Ap 5,5), forte e vitorioso.

Além disso, o leão é o símbolo tradicional de São Marcos Evangelista, e representa firmeza na fé. Não por acaso, papas que adotaram esse nome desejaram demonstrar autoridade, coragem diante de tempos difíceis e firmeza doutrinal. Leão é um nome de tradição imperial e papal — um dos mais antigos e repetidos da história da Igreja.

Saiba mais sobre quem é o novo Papa, Leão XIV.

Papas que se chamaram Leão

Antes de Leão XIV, houve 13 papas com o nome Leão. A seguir, uma linha do tempo com um resumo da vida e do legado de cada um deles.

São Leão I (440–461) – “Leão Magno”

Foi um dos maiores papas da Antiguidade e é um dos poucos a receber o título de “Magno” (Grande). Defensor da ortodoxia cristã, combateu heresias como o monofisismo e reforçou o primado do Bispo de Roma. Sua “Tome de Leão” teve papel fundamental no Concílio de Calcedônia. Em 452, enfrentou Átila, o Huno, e o convenceu a não invadir Roma. Doutor da Igreja, Leão I é padroeiro dos pregadores.

Papa Leão II (682–683)

De origem siciliana, Leão II foi papa por apenas onze meses. Confirmou os decretos do Terceiro Concílio de Constantinopla, que condenou a heresia do monotelismo. Era fluente em grego, o que facilitou sua comunicação com o Oriente. Defendeu a clareza doutrinal e buscou reconciliação entre cristãos.

Papa Leão III (795–816)

Ficou famoso por ter coroado Carlos Magno como Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, no Natal do ano 800. Esse gesto marcou a união entre o papado e o poder político do Ocidente medieval. Leão III também reforçou a autoridade espiritual do papa como aquele que reconhece e consagra os imperadores.

Papa Leão IV (847–855)

Durante seu pontificado, enfrentou a ameaça dos sarracenos. Mandou construir os Muros Leoninos, que fortificaram o Vaticano. Também promoveu a reconstrução de igrejas danificadas e incentivou a oração e penitência como armas espirituais diante dos ataques.

Papa Leão V (903)

Seu pontificado durou poucas semanas. Foi deposto por Cristóvão, um antipapa, e passou o resto da vida preso. É lembrado mais por seu martírio silencioso do que por qualquer ação pontifícia.

Leão VI (928–929)

Pouco se sabe sobre ele. Seu breve papado aconteceu em um período conhecido como “século de ferro”, em que a autoridade papal era extremamente influenciada por famílias romanas e turbulência política.

Leão VII (936–939)

Tentou promover a reforma moral do clero e aproximou-se do imperador Oto I da Germânia. Valorizava a vida monástica e convocou sínodos para discutir abusos e promover a disciplina eclesiástica.

Leão VIII (963–965)

Sua eleição é marcada por controvérsias. Foi imposto pelo imperador Oto I, enquanto o papa legítimo, João XII, ainda vivia. Embora por muito tempo considerado antipapa, hoje Leão VIII é reconhecido como legítimo, ao menos em parte de seu pontificado. Representa um momento em que o poder imperial interferiu diretamente na Igreja.

Leão IX (1049–1054)

É um dos mais importantes papas pré-Reforma Gregoriana. Combateu com firmeza a simonia (venda de cargos eclesiásticos) e o casamento de clérigos. Foi protagonista do Cisma do Oriente, em 1054, quando excomungou o patriarca de Constantinopla. É considerado um reformador corajoso.

Leão X (1513–1521)

Pertencente à poderosa família Médici, foi papa durante o início da Reforma Protestante. Excomungou Martinho Lutero em 1521. Era amante das artes e das letras, e o papado viveu uma fase de grande esplendor renascentista. Foi criticado por seu estilo de governo e gastos excessivos. É atribuída a ele a frase irônica: “Deus nos deu o papado, agora vamos aproveitá-lo”.

Leão XI (1605)

Conhecido como o “Papa dos 27 dias”, morreu menos de um mês após sua eleição. Era sobrinho de Leão X. Sua morte precoce impediu que deixasse qualquer marca substancial no papado.

Leão XII (1823–1829)

Governou em tempos de agitação política e cultural na Europa pós-napoleônica. Adotou uma linha conservadora, tentando conter os avanços liberais e manter a influência da Igreja. Criou medidas disciplinares e reforçou o papel do Index de livros proibidos.

Leão XIII (1878–1903)

Foi um dos maiores papas da era moderna. Em 1891, publicou a encíclica Rerum Novarum, que inaugurou a Doutrina Social da Igreja. Encorajou o estudo de São Tomás de Aquino e buscou um diálogo entre fé e razão, Igreja e mundo moderno. Promoveu o Rosário, a devoção mariana e a dignidade do trabalho. Seu longo pontificado (25 anos) deixou um vasto legado doutrinário.

Leão XIV (2025–)

Eleito em 2025, o Papa Leão XIV (nascido Robert Francis Prevost) é o 14º papa com este nome. Agostiniano norte-americano, foi missionário no Peru, bispo e prefeito do Dicastério para os Bispos. Sua escolha do nome remete à tradição de coragem, reforma e doutrina. Se inspirará em qual de seus antecessores? A história está apenas começando.

A herança espiritual do nome Leão

A escolha do nome Leão para o papado sempre sinalizou, em algum grau, um desejo de firmeza doutrinal, autoridade espiritual e, não raro, reforma moral e institucional. Alguns papas Leão foram grandes teólogos, outros grandes reformadores. Alguns tiveram papados curtos e turbulentos, outros longos e estáveis. Mas todos deixaram a marca de um nome poderoso, que evoca vigilância, coragem e fidelidade à missão de guiar o rebanho de Cristo.

Com a eleição do Papa Leão XIV, a Igreja retoma essa tradição milenar e se abre a uma nova etapa, em continuidade com o legado, mas aberta aos desafios de nosso tempo.

Cardeal Robert Francis Prevost, o Papa Leão XIV.

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