Devoção, Formação

São Thomas More, o padroeiro dos políticos

Conheça São Thomas More: leigo, pai de família e mártir. Modelo de consciência cristã, deu a vida por fidelidade à Igreja.

São Thomas More, o padroeiro dos políticos
Devoção, Formação

São Thomas More, o padroeiro dos políticos

Conheça São Thomas More: leigo, pai de família e mártir. Modelo de consciência cristã, deu a vida por fidelidade à Igreja.

Data da Publicação: 22/05/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 22/05/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

São Thomas More é um dos maiores exemplos de santidade leiga na história da Igreja. Nascido na Inglaterra do século XV, destacou-se como advogado, escritor, pai de família e chanceler do reino. Foi também um homem profundamente piedoso, cuja fidelidade à consciência cristã o levou ao martírio. Em tempos de severas pressões políticas e religiosas, manteve-se firme em sua fé, recusando-se a trair a verdade. Canonizado em 1935, é hoje padroeiro dos estadistas e políticos. Neste artigo, conheceremos os principais episódios de sua vida e as razões pelas quais seu testemunho continua tão atual.

Quem foi São Thomas More?

Tomás More foi um leigo católico que viveu entre os anos de 1478 e 1535, na Inglaterra. Advogado brilhante, escritor renomado e político de destaque, alcançou o cargo de Lord Chancellor (Chanceler do Reino), a posição mais alta do governo inglês depois do rei. Era também um homem profundamente religioso, com uma intensa vida de oração e prática sacramental.

Casado, pai de quatro filhos e educador dedicado, Tomás viveu sua vocação cristã no mundo, com integridade e alegria. Seu martírio ocorreu em meio à crise provocada pelo divórcio de Henrique VIII e à ruptura da Inglaterra com a Igreja de Roma. Por se recusar a jurar fidelidade ao rei como chefe da nova igreja anglicana, foi preso, julgado e executado. Até o fim, permaneceu firme na verdade, dizendo: “Morro como bom servo do rei, mas primeiro de Deus.”

Quando nasceu São Thomas More?

Tomás nasceu em 7 de fevereiro de 1478, em Londres, na Inglaterra. Era filho de John More, um juiz respeitado, e desde cedo demonstrou grande inteligência e interesse pelos estudos e pela fé.

Quando e como morreu São Thomas More?

Foi executado no dia 6 de julho de 1535, na Torre de Londres. Acusado de traição por não apoiar o novo matrimônio do rei e não reconhecer a autoridade religiosa de Henrique VIII, foi condenado à morte. Subiu ao cadafalso com serenidade, perdoando seus algozes e afirmando sua fidelidade a Deus acima de tudo.

Quando é o dia de São Thomas More?

A Igreja celebra sua memória no dia 22 de junho, em união com São João Fisher, outro mártir da mesma perseguição. Ambos representam a fidelidade da consciência cristã diante das pressões do poder.

A vida de São Thomas More

Infância e formação

Desde jovem, Tomás foi educado no espírito do humanismo cristão. Estudou na Universidade de Oxford, onde aprendeu grego e latim, e teve contato com os escritos dos Padres da Igreja. Por um tempo, viveu junto aos monges cartuxos, considerando a vocação religiosa. No entanto, após discernimento, compreendeu que seu chamado era para a vida no mundo, como leigo.

Vida familiar e profissional

Casou-se com Jane Colt, com quem teve quatro filhos. Após a morte dela, casou-se novamente com Alice Middleton, viúva e mãe. Sua casa era um ambiente de fé, cultura e educação. Como advogado, destacou-se pela honestidade e habilidade. Sua fama o levou ao Parlamento, e, mais tarde, foi nomeado Chanceler da Inglaterra por Henrique VIII. Exerceu o cargo com retidão e senso de justiça, mas renunciou quando percebeu o conflito com sua fé.

Conflito com Henrique VIII

O rei Henrique VIII desejava anular seu casamento com Catarina de Aragão, o que foi negado pelo Papa. Em resposta, o rei rompeu com Roma e criou a Igreja Anglicana, da qual se declarou chefe. Tomás More, homem de consciência reta, recusou-se a jurar fidelidade ao Ato de Supremacia. Sabia que esse gesto significaria submeter a Igreja ao poder do Estado, contrariando a verdade revelada.

Foi então preso na Torre de Londres, onde passou mais de um ano. Durante o tempo de prisão, enfrentou o isolamento, as pressões e o sofrimento com fé e serenidade. Escreveu diversas cartas comoventes, demonstrando sua fortaleza espiritual.

Martírio

Levado a julgamento, manteve-se firme em seu silêncio e em sua recusa ao juramento. Sua condenação já estava decidida, mas ele enfrentou o processo com dignidade. Na manhã de sua execução, vestiu-se com sobriedade e rezou. Ao chegar ao local do suplício, pediu perdão e ofereceu sua vida a Deus. Sua última frase é uma das mais célebres do cristianismo: “Morro como bom servo do rei, mas primeiro de Deus.”

O testemunho da consciência cristã

A consciência reta, bem formada pela fé e pela razão, é uma das colunas da doutrina moral da Igreja. Tomás More viveu isso de maneira heroica. Diante da ameaça de perder cargos, bens e a própria vida, permaneceu fiel ao que sua consciência lhe dizia: que só Deus é o Senhor da Igreja e do matrimônio.

Seu exemplo nos recorda que os cristãos devem agir segundo a verdade, mesmo quando isso traz sofrimento. A consciência não é uma licença para fazer o que se quer, mas uma exigência para fazer o que é certo, à luz da fé. Para os fiéis que atuam na política, no direito e nas funções públicas, Tomás More é modelo de integridade e coragem.

A devoção de São Josemaria Escrivá e do Opus Dei a São Tomás More

A santidade leiga de São Thomas More marcou profundamente o fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá, que via no mártir inglês um modelo ideal para os cristãos que vivem sua fé nas realidades do mundo. Em 1954, São Josemaria declarou Tomás More intercessor do Opus Dei nas suas relações com autoridades civis. A escolha não foi apenas simbólica: ela refletia uma profunda afinidade espiritual.

Durante visitas à Inglaterra entre 1958 e 1962, São Josemaria fez questão de rezar junto aos restos mortais de Tomás More, expressando sua devoção pessoal e admiração por sua coragem e integridade. Ambos partilhavam a convicção de que todos os batizados são chamados à santidade, independentemente de sua posição ou profissão.

O reconhecimento de Tomás More como padroeiro dos governantes e políticos — título oficializado por São João Paulo II em 2000 — tem também as marcas dessa influência espiritual. A escolha destaca que a fidelidade à consciência e à verdade não é exclusiva dos clérigos ou religiosos, mas é plenamente vivida por leigos em suas funções públicas e familiares.

O Opus Dei continua a cultivar esta devoção, invocando São Tomás More especialmente nas questões ligadas à presença cristã no mundo, ao testemunho público da fé e à santificação do trabalho e das estruturas civis.

O legado de São Thomas More

Em 1935, o Papa Pio XI o canonizou como mártir da verdade. Em 2000, São João Paulo II o declarou padroeiro dos estadistas e políticos, destacando seu exemplo de leigo que soube unir fé e vida pública. É também inspiração para todos os leigos que enfrentam desafios para viver sua fé em ambientes hostis.

Tomás More nos mostra que a santidade é possível em qualquer estado de vida. Ele santificou-se no matrimônio, no trabalho e na política, permanecendo fiel à oração, aos sacramentos e à verdade da fé.

Milagres e canonização

Embora sua canonização tenha sido motivada principalmente por seu testemunho de vida e morte, há relatos de graças alcançadas por sua intercessão. O verdadeiro milagre, porém, foi sua coragem sobrenatural de se manter fiel a Deus em meio às pressões do mundo.

Como conhecer melhor São Thomas More

O filme “O homem que não vendeu sua alma”

O clássico A Man for All Seasons (1966) retrata com grande fidelidade histórica os últimos anos de Tomás More. Vencedor do Oscar de Melhor Filme, o longa mostra a nobreza de seu caráter, sua fé firme e a serenidade com que enfrentou o martírio. É uma obra fundamental para quem deseja conhecê-lo melhor de forma acessível e impactante.

A obra “Utopia”

Escrita em 1516, Utopia é uma das obras mais conhecidas de Tomás More. Nela, ele apresenta uma sociedade fictícia ideal, refletindo sobre política, justiça, propriedade e religião. Embora o título sugira um ideal inatingível, a obra revela muito do pensamento cristão e ético do autor. É leitura recomendada para entender sua visão de mundo.

Os escritos da prisão (publicados pela MBC)

Durante seu tempo na prisão, Tomás escreveu cartas profundas, endereçadas à sua família e amigos. Esses escritos revelam seu interior: um coração fiel, sereno e unido a Deus. A edição publicada pela Minha Biblioteca Católica reúne essas cartas em português, proporcionando ao leitor moderno o contato direto com sua espiritualidade. São textos de grande valor devocional e teológico, especialmente para quem deseja compreender como a graça atua em tempos de provação.

Redação MBC

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São Thomas More é um dos maiores exemplos de santidade leiga na história da Igreja. Nascido na Inglaterra do século XV, destacou-se como advogado, escritor, pai de família e chanceler do reino. Foi também um homem profundamente piedoso, cuja fidelidade à consciência cristã o levou ao martírio. Em tempos de severas pressões políticas e religiosas, manteve-se firme em sua fé, recusando-se a trair a verdade. Canonizado em 1935, é hoje padroeiro dos estadistas e políticos. Neste artigo, conheceremos os principais episódios de sua vida e as razões pelas quais seu testemunho continua tão atual.

Quem foi São Thomas More?

Tomás More foi um leigo católico que viveu entre os anos de 1478 e 1535, na Inglaterra. Advogado brilhante, escritor renomado e político de destaque, alcançou o cargo de Lord Chancellor (Chanceler do Reino), a posição mais alta do governo inglês depois do rei. Era também um homem profundamente religioso, com uma intensa vida de oração e prática sacramental.

Casado, pai de quatro filhos e educador dedicado, Tomás viveu sua vocação cristã no mundo, com integridade e alegria. Seu martírio ocorreu em meio à crise provocada pelo divórcio de Henrique VIII e à ruptura da Inglaterra com a Igreja de Roma. Por se recusar a jurar fidelidade ao rei como chefe da nova igreja anglicana, foi preso, julgado e executado. Até o fim, permaneceu firme na verdade, dizendo: “Morro como bom servo do rei, mas primeiro de Deus.”

Quando nasceu São Thomas More?

Tomás nasceu em 7 de fevereiro de 1478, em Londres, na Inglaterra. Era filho de John More, um juiz respeitado, e desde cedo demonstrou grande inteligência e interesse pelos estudos e pela fé.

Quando e como morreu São Thomas More?

Foi executado no dia 6 de julho de 1535, na Torre de Londres. Acusado de traição por não apoiar o novo matrimônio do rei e não reconhecer a autoridade religiosa de Henrique VIII, foi condenado à morte. Subiu ao cadafalso com serenidade, perdoando seus algozes e afirmando sua fidelidade a Deus acima de tudo.

Quando é o dia de São Thomas More?

A Igreja celebra sua memória no dia 22 de junho, em união com São João Fisher, outro mártir da mesma perseguição. Ambos representam a fidelidade da consciência cristã diante das pressões do poder.

A vida de São Thomas More

Infância e formação

Desde jovem, Tomás foi educado no espírito do humanismo cristão. Estudou na Universidade de Oxford, onde aprendeu grego e latim, e teve contato com os escritos dos Padres da Igreja. Por um tempo, viveu junto aos monges cartuxos, considerando a vocação religiosa. No entanto, após discernimento, compreendeu que seu chamado era para a vida no mundo, como leigo.

Vida familiar e profissional

Casou-se com Jane Colt, com quem teve quatro filhos. Após a morte dela, casou-se novamente com Alice Middleton, viúva e mãe. Sua casa era um ambiente de fé, cultura e educação. Como advogado, destacou-se pela honestidade e habilidade. Sua fama o levou ao Parlamento, e, mais tarde, foi nomeado Chanceler da Inglaterra por Henrique VIII. Exerceu o cargo com retidão e senso de justiça, mas renunciou quando percebeu o conflito com sua fé.

Conflito com Henrique VIII

O rei Henrique VIII desejava anular seu casamento com Catarina de Aragão, o que foi negado pelo Papa. Em resposta, o rei rompeu com Roma e criou a Igreja Anglicana, da qual se declarou chefe. Tomás More, homem de consciência reta, recusou-se a jurar fidelidade ao Ato de Supremacia. Sabia que esse gesto significaria submeter a Igreja ao poder do Estado, contrariando a verdade revelada.

Foi então preso na Torre de Londres, onde passou mais de um ano. Durante o tempo de prisão, enfrentou o isolamento, as pressões e o sofrimento com fé e serenidade. Escreveu diversas cartas comoventes, demonstrando sua fortaleza espiritual.

Martírio

Levado a julgamento, manteve-se firme em seu silêncio e em sua recusa ao juramento. Sua condenação já estava decidida, mas ele enfrentou o processo com dignidade. Na manhã de sua execução, vestiu-se com sobriedade e rezou. Ao chegar ao local do suplício, pediu perdão e ofereceu sua vida a Deus. Sua última frase é uma das mais célebres do cristianismo: “Morro como bom servo do rei, mas primeiro de Deus.”

O testemunho da consciência cristã

A consciência reta, bem formada pela fé e pela razão, é uma das colunas da doutrina moral da Igreja. Tomás More viveu isso de maneira heroica. Diante da ameaça de perder cargos, bens e a própria vida, permaneceu fiel ao que sua consciência lhe dizia: que só Deus é o Senhor da Igreja e do matrimônio.

Seu exemplo nos recorda que os cristãos devem agir segundo a verdade, mesmo quando isso traz sofrimento. A consciência não é uma licença para fazer o que se quer, mas uma exigência para fazer o que é certo, à luz da fé. Para os fiéis que atuam na política, no direito e nas funções públicas, Tomás More é modelo de integridade e coragem.

A devoção de São Josemaria Escrivá e do Opus Dei a São Tomás More

A santidade leiga de São Thomas More marcou profundamente o fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá, que via no mártir inglês um modelo ideal para os cristãos que vivem sua fé nas realidades do mundo. Em 1954, São Josemaria declarou Tomás More intercessor do Opus Dei nas suas relações com autoridades civis. A escolha não foi apenas simbólica: ela refletia uma profunda afinidade espiritual.

Durante visitas à Inglaterra entre 1958 e 1962, São Josemaria fez questão de rezar junto aos restos mortais de Tomás More, expressando sua devoção pessoal e admiração por sua coragem e integridade. Ambos partilhavam a convicção de que todos os batizados são chamados à santidade, independentemente de sua posição ou profissão.

O reconhecimento de Tomás More como padroeiro dos governantes e políticos — título oficializado por São João Paulo II em 2000 — tem também as marcas dessa influência espiritual. A escolha destaca que a fidelidade à consciência e à verdade não é exclusiva dos clérigos ou religiosos, mas é plenamente vivida por leigos em suas funções públicas e familiares.

O Opus Dei continua a cultivar esta devoção, invocando São Tomás More especialmente nas questões ligadas à presença cristã no mundo, ao testemunho público da fé e à santificação do trabalho e das estruturas civis.

O legado de São Thomas More

Em 1935, o Papa Pio XI o canonizou como mártir da verdade. Em 2000, São João Paulo II o declarou padroeiro dos estadistas e políticos, destacando seu exemplo de leigo que soube unir fé e vida pública. É também inspiração para todos os leigos que enfrentam desafios para viver sua fé em ambientes hostis.

Tomás More nos mostra que a santidade é possível em qualquer estado de vida. Ele santificou-se no matrimônio, no trabalho e na política, permanecendo fiel à oração, aos sacramentos e à verdade da fé.

Milagres e canonização

Embora sua canonização tenha sido motivada principalmente por seu testemunho de vida e morte, há relatos de graças alcançadas por sua intercessão. O verdadeiro milagre, porém, foi sua coragem sobrenatural de se manter fiel a Deus em meio às pressões do mundo.

Como conhecer melhor São Thomas More

O filme “O homem que não vendeu sua alma”

O clássico A Man for All Seasons (1966) retrata com grande fidelidade histórica os últimos anos de Tomás More. Vencedor do Oscar de Melhor Filme, o longa mostra a nobreza de seu caráter, sua fé firme e a serenidade com que enfrentou o martírio. É uma obra fundamental para quem deseja conhecê-lo melhor de forma acessível e impactante.

A obra “Utopia”

Escrita em 1516, Utopia é uma das obras mais conhecidas de Tomás More. Nela, ele apresenta uma sociedade fictícia ideal, refletindo sobre política, justiça, propriedade e religião. Embora o título sugira um ideal inatingível, a obra revela muito do pensamento cristão e ético do autor. É leitura recomendada para entender sua visão de mundo.

Os escritos da prisão (publicados pela MBC)

Durante seu tempo na prisão, Tomás escreveu cartas profundas, endereçadas à sua família e amigos. Esses escritos revelam seu interior: um coração fiel, sereno e unido a Deus. A edição publicada pela Minha Biblioteca Católica reúne essas cartas em português, proporcionando ao leitor moderno o contato direto com sua espiritualidade. São textos de grande valor devocional e teológico, especialmente para quem deseja compreender como a graça atua em tempos de provação.

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