Essa subida ao topo do Monte Carmelo é o caminho até o céu. Justamente por isso, é um percurso que todo cristão é chamado a trilhar!
São João da Cruz soube, conduzido pelo Espírito Santo, subir ao topo desse Monte e lá viver a profunda união com o Senhor. O santo subiu ao topo, purificando os seus instintos e lutando constantemente. Com a intercessão e o auxílio do próprio caminho deixado por São João, podemos também percorrer esse caminho.
A isso respondo, em primeiro lugar, que, ainda que todos os apetites não sejam igualmente prejudiciais nem entorpeçam por igual à alma, todos devem ser mortificados da mesma maneira. Refiro-me aos apetites voluntários, pois os apetites naturais, quando não são consentidos, pouco ou nada impedem a união da alma com Deus.
Daí que, para a alma, essa luz excessiva que ela recebe da fé seja obscura treva, pois o maior sobrepuja e vence o menor, assim como a luz do sol ofusca o brilho de qualquer outra luz, de maneira que, quando ela brilha e vence nossa potência visual, as demais não parecem luzes. Em vez de nos dar a vista, a luz do sol nos cega, já que é desproporcional e excessiva para nossa potência visual. Assim, a luz da fé, pelo seu grande excesso, submete e vence a luz do entendimento, que, por si mesma, só alcança a ciência natural, ainda que para as coisas sobrenaturais ela tenha uma potencialidade que Nosso Senhor pode atualizar quando assim o quer.
Do mesmo modo, quanto mais a alma possui, menos capacidade e habilidade têm para esperar e, por conseguinte, menor é sua esperança. De acordo com isso, portanto, quanto mais a alma despoja a memória de formas e coisas de que possa conservar lembrança e que não são Deus, tanto mais voltará essa potência para Deus e a terá mais vazia para esperar que ele a preencha por completo.
O homem espiritual deve fazer, e tudo o que tenho a ensinar- -lhe para que chegue verdadeiramente a Deus pela união da vontade mediante a caridade. Segundo esse mandamento, deve o homem empregar em Deus todas as potências, apetites, operações e afetos de sua alma, de maneira que toda a habilidade e força da alma sejam postas exclusivamente a serviço do Senhor, de acordo com o pensamento de Davi (Sl 58,10): Guardarei minha força para Vós.
Essa subida ao topo do Monte Carmelo é o caminho até o céu. Justamente por isso, é um percurso que todo cristão é chamado a trilhar!
São João da Cruz soube, conduzido pelo Espírito Santo, subir ao topo desse Monte e lá viver a profunda união com o Senhor. O santo subiu ao topo, purificando os seus instintos e lutando constantemente. Com a intercessão e o auxílio do próprio caminho deixado por São João, podemos também percorrer esse caminho.
A isso respondo, em primeiro lugar, que, ainda que todos os apetites não sejam igualmente prejudiciais nem entorpeçam por igual à alma, todos devem ser mortificados da mesma maneira. Refiro-me aos apetites voluntários, pois os apetites naturais, quando não são consentidos, pouco ou nada impedem a união da alma com Deus.
Daí que, para a alma, essa luz excessiva que ela recebe da fé seja obscura treva, pois o maior sobrepuja e vence o menor, assim como a luz do sol ofusca o brilho de qualquer outra luz, de maneira que, quando ela brilha e vence nossa potência visual, as demais não parecem luzes. Em vez de nos dar a vista, a luz do sol nos cega, já que é desproporcional e excessiva para nossa potência visual. Assim, a luz da fé, pelo seu grande excesso, submete e vence a luz do entendimento, que, por si mesma, só alcança a ciência natural, ainda que para as coisas sobrenaturais ela tenha uma potencialidade que Nosso Senhor pode atualizar quando assim o quer.
Do mesmo modo, quanto mais a alma possui, menos capacidade e habilidade têm para esperar e, por conseguinte, menor é sua esperança. De acordo com isso, portanto, quanto mais a alma despoja a memória de formas e coisas de que possa conservar lembrança e que não são Deus, tanto mais voltará essa potência para Deus e a terá mais vazia para esperar que ele a preencha por completo.
O homem espiritual deve fazer, e tudo o que tenho a ensinar- -lhe para que chegue verdadeiramente a Deus pela união da vontade mediante a caridade. Segundo esse mandamento, deve o homem empregar em Deus todas as potências, apetites, operações e afetos de sua alma, de maneira que toda a habilidade e força da alma sejam postas exclusivamente a serviço do Senhor, de acordo com o pensamento de Davi (Sl 58,10): Guardarei minha força para Vós.