A devoção a São José é muito especial em todo o mundo, especialmente durante os meses de março e maio, nos quais celebramos o dia de São José (19 de março e 1° de maio).
Um dos maiores motivos dessa devoção é o grande carinho que a Igreja sempre teve por aquele que foi escolhido, pelo próprio Deus, para ser o pai putativo do Menino Jesus e esposo de Nossa Senhora.
Porém, uma das coisas que podemos estranhar é, justamente, a paternidade de São José. Como ele pode ser pai de Jesus, se Nossa Senhora concebeu virgem, por ação do Espírito Santo? E o que significa chamá-lo de pai putativo?
Neste breve artigo, entenderemos melhor esse grande mistério que é a paternidade de nosso querido pai São José.
A primeira resposta para as perguntas que postulamos está, justamente, em um dos dogmas marianos: Nossa Senhora concebeu Jesus sendo virgem, e assim permaneceu durante toda a sua vida, inclusive depois do parto. Trata-se de um dogma de grande valor para a doutrina católica, que reconhece a pureza de Nossa Mãe desde sempre – daquela que também sabemos ser Imaculada, sem a mancha do pecado original. Assim também nos confirma o Catecismo da Santa Igreja: “o nascimento de Cristo ‘não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal’ da sua Mãe.”1
Conheça as sete dores e sete alegrias de São José
Reze a novena da Sagrada Família
Em relação à segunda pergunta, é comum escutarmos que São José é o pai adotivo de Nosso Senhor. No entanto, esse termo não é o mais adequado, porque a adoção prevê algumas prerrogativas que não se encaixam à realidade da paternidade josefina.
Primeiro, sabemos que uma das condições da adoção é de que os pais escolham o filho que será adotado, algo que não ocorre com São José, pois sabemos, pela Sagrada Escritura, que ele foi escolhido por Deus para exercer a paternidade na Sagrada Família, zelar pelo Menino Jesus e preservar a pureza de sua santa esposa. Assim também nos ensina São João Paulo II:
“Dirigindo-se a José com as palavras do anjo, Deus dirige-se a ele como sendo esposo da Virgem de Nazaré. Aquilo que nela se realizou por obra do Espírito Santo exprime ao mesmo tempo uma confirmação especial do vínculo esponsal, que já existia antes entre José e Maria. O mensageiro diz claramente a José: «Não temas receber contigo, Maria, tua esposa». Por conseguinte, aquilo que tinha acontecido anteriormente — os seus esponsais com Maria — tinha acontecido por vontade de Deus e, portanto, devia ser conservado. Na sua maternidade divina, Maria deve continuar a viver como «uma virgem, esposa de um esposo» (cf. Lc 1, 27).”2
Outro aspecto é de que a adoção normalmente ocorre em razão da ausência do pai biológico, algo que não ocorre com Nosso Senhor. Sabemos, pela fé, que Jesus é o Filho de Deus Pai, e a função de São José não é de uma paternidade completa, mas de um exercício terreno da própria paternidade divina.
Por isso, o uso do termo “adotivo” não é o mais adequado. O que devemos utilizar, em seu lugar, é “pai putativo”, que significa essa condição de pai que não é legítimo, do ponto de vista biológico, mas sim “legítimo por boa fé”, aquele pai que desempenha, perante os homens, as funções necessárias em uma família. Assim, sabemos que durante a vida de Jesus na Terra, São José responde legalmente a todas as responsabilidades paternas exigidas.
Desse modo, era necessário que um homem assumisse o cuidado e a tutela da Sagrada Família, correspondendo ao zelo e à proteção que Nossa Senhora e o Menino Jesus precisariam. Ele, como homem justo, é peça fundamental para a realização do plano divino de salvação, junto à Sagrada Família.
Já sabemos que São José foi escolhido para ser pai de Nosso Senhor aqui neste mundo e, por isso, também esposo da Virgem Maria. Para isso, foi preparado em virtudes e em justiça, para que pudesse desempenhar uma função tão importante para a salvação do mundo inteiro.
Por isso, o vemos como um dos maiores santos, a ponto de ter sido proclamado como patrono da Igreja universal:
“As razões pelas quais o Bem-aventurado José deve ser considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar muitíssimo da sua protecção e do seu patrocínio, provêm principalmente do facto de ele ser esposo de Maria e pai putativo de Jesus (…). José foi a seu tempo legítimo e natural guardião, chefe e defensor da divina Família (…). É algo conveniente e sumamente digno para o Bem-aventurado José, portanto, que, de modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo”3
Além disso, o Papa Leão XIII explica porque devemos considerar São José também como nosso pai:
“Pois bem: a Sagrada Família, que José governou com autoridade de pai, era o berço da Igreja nascente. A Virgem Santíssima, de fato, enquanto Mãe de Jesus, é também mãe de todos os cristãos, por Ela gerados em meio às dores do Redentor no Calvário. E Jesus é, de alguma maneira, como o primogênito dos cristãos, que por adoção e pela redenção lhe são irmãos. Disto deriva que São José considera como confiada a Ele próprio a multidão dos cristãos que formam a Igreja, ou seja, a inumerável família dispersa pelo mundo, sobre a qual Ele, como esposo de Maria e pai putativo de Jesus, tem uma autoridade semelhante a de um pai. É, portanto, justo e digno de São José, que assim como ele guardou no seu tempo a família de Nazaré, também agora guarde e defenda com seu patrocínio a Igreja de Deus.”4
Em São José, vemos o quanto Deus foi generoso conosco, ao ponto de nos dar até mesmo um pai espiritual tão exemplar. Nele, encontramos o modelo de pai, esposo, trabalhador, e tantas outras virtudes que podemos aprender com o doce e castíssimo esposo da Virgem Maria.
Para saber mais sobre a devoção e a paternidade de São José, você também pode assistir ao nosso vídeo no YouTube.
Que São José nos inspire no cumprimento de nosso trabalho e nossa vocação!
São José, rogai por nós!
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
A devoção a São José é muito especial em todo o mundo, especialmente durante os meses de março e maio, nos quais celebramos o dia de São José (19 de março e 1° de maio).
Um dos maiores motivos dessa devoção é o grande carinho que a Igreja sempre teve por aquele que foi escolhido, pelo próprio Deus, para ser o pai putativo do Menino Jesus e esposo de Nossa Senhora.
Porém, uma das coisas que podemos estranhar é, justamente, a paternidade de São José. Como ele pode ser pai de Jesus, se Nossa Senhora concebeu virgem, por ação do Espírito Santo? E o que significa chamá-lo de pai putativo?
Neste breve artigo, entenderemos melhor esse grande mistério que é a paternidade de nosso querido pai São José.
A primeira resposta para as perguntas que postulamos está, justamente, em um dos dogmas marianos: Nossa Senhora concebeu Jesus sendo virgem, e assim permaneceu durante toda a sua vida, inclusive depois do parto. Trata-se de um dogma de grande valor para a doutrina católica, que reconhece a pureza de Nossa Mãe desde sempre – daquela que também sabemos ser Imaculada, sem a mancha do pecado original. Assim também nos confirma o Catecismo da Santa Igreja: “o nascimento de Cristo ‘não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal’ da sua Mãe.”1
Conheça as sete dores e sete alegrias de São José
Reze a novena da Sagrada Família
Em relação à segunda pergunta, é comum escutarmos que São José é o pai adotivo de Nosso Senhor. No entanto, esse termo não é o mais adequado, porque a adoção prevê algumas prerrogativas que não se encaixam à realidade da paternidade josefina.
Primeiro, sabemos que uma das condições da adoção é de que os pais escolham o filho que será adotado, algo que não ocorre com São José, pois sabemos, pela Sagrada Escritura, que ele foi escolhido por Deus para exercer a paternidade na Sagrada Família, zelar pelo Menino Jesus e preservar a pureza de sua santa esposa. Assim também nos ensina São João Paulo II:
“Dirigindo-se a José com as palavras do anjo, Deus dirige-se a ele como sendo esposo da Virgem de Nazaré. Aquilo que nela se realizou por obra do Espírito Santo exprime ao mesmo tempo uma confirmação especial do vínculo esponsal, que já existia antes entre José e Maria. O mensageiro diz claramente a José: «Não temas receber contigo, Maria, tua esposa». Por conseguinte, aquilo que tinha acontecido anteriormente — os seus esponsais com Maria — tinha acontecido por vontade de Deus e, portanto, devia ser conservado. Na sua maternidade divina, Maria deve continuar a viver como «uma virgem, esposa de um esposo» (cf. Lc 1, 27).”2
Outro aspecto é de que a adoção normalmente ocorre em razão da ausência do pai biológico, algo que não ocorre com Nosso Senhor. Sabemos, pela fé, que Jesus é o Filho de Deus Pai, e a função de São José não é de uma paternidade completa, mas de um exercício terreno da própria paternidade divina.
Por isso, o uso do termo “adotivo” não é o mais adequado. O que devemos utilizar, em seu lugar, é “pai putativo”, que significa essa condição de pai que não é legítimo, do ponto de vista biológico, mas sim “legítimo por boa fé”, aquele pai que desempenha, perante os homens, as funções necessárias em uma família. Assim, sabemos que durante a vida de Jesus na Terra, São José responde legalmente a todas as responsabilidades paternas exigidas.
Desse modo, era necessário que um homem assumisse o cuidado e a tutela da Sagrada Família, correspondendo ao zelo e à proteção que Nossa Senhora e o Menino Jesus precisariam. Ele, como homem justo, é peça fundamental para a realização do plano divino de salvação, junto à Sagrada Família.
Já sabemos que São José foi escolhido para ser pai de Nosso Senhor aqui neste mundo e, por isso, também esposo da Virgem Maria. Para isso, foi preparado em virtudes e em justiça, para que pudesse desempenhar uma função tão importante para a salvação do mundo inteiro.
Por isso, o vemos como um dos maiores santos, a ponto de ter sido proclamado como patrono da Igreja universal:
“As razões pelas quais o Bem-aventurado José deve ser considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar muitíssimo da sua protecção e do seu patrocínio, provêm principalmente do facto de ele ser esposo de Maria e pai putativo de Jesus (…). José foi a seu tempo legítimo e natural guardião, chefe e defensor da divina Família (…). É algo conveniente e sumamente digno para o Bem-aventurado José, portanto, que, de modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo”3
Além disso, o Papa Leão XIII explica porque devemos considerar São José também como nosso pai:
“Pois bem: a Sagrada Família, que José governou com autoridade de pai, era o berço da Igreja nascente. A Virgem Santíssima, de fato, enquanto Mãe de Jesus, é também mãe de todos os cristãos, por Ela gerados em meio às dores do Redentor no Calvário. E Jesus é, de alguma maneira, como o primogênito dos cristãos, que por adoção e pela redenção lhe são irmãos. Disto deriva que São José considera como confiada a Ele próprio a multidão dos cristãos que formam a Igreja, ou seja, a inumerável família dispersa pelo mundo, sobre a qual Ele, como esposo de Maria e pai putativo de Jesus, tem uma autoridade semelhante a de um pai. É, portanto, justo e digno de São José, que assim como ele guardou no seu tempo a família de Nazaré, também agora guarde e defenda com seu patrocínio a Igreja de Deus.”4
Em São José, vemos o quanto Deus foi generoso conosco, ao ponto de nos dar até mesmo um pai espiritual tão exemplar. Nele, encontramos o modelo de pai, esposo, trabalhador, e tantas outras virtudes que podemos aprender com o doce e castíssimo esposo da Virgem Maria.
Para saber mais sobre a devoção e a paternidade de São José, você também pode assistir ao nosso vídeo no YouTube.
Que São José nos inspire no cumprimento de nosso trabalho e nossa vocação!
São José, rogai por nós!