Conheça o sacramento do Crisma, quem pode receber e ministrar, como ele é celebrado e quais os seus efeitos na vida dos que o recebem.
Conheça o sacramento do Crisma, quem pode receber e ministrar, como ele é celebrado e quais os seus efeitos na vida dos que o recebem.
Conheça o sacramento do Crisma, quem pode receber e ministrar, como ele é celebrado e quais os seus efeitos na vida dos que o recebem.
Dentro de cada um de nós habita o Espírito de Deus. Ele nos conduz para realizarmos o chamado de Deus: a santidade. Somente pelo Espírito Santo, que nos capacita, podemos corresponder a Cristo e fazer o que Ele pede. E é no Sacramento da Confirmação que recebemos uma força do Espírito semelhante à que foi derramada em Pentecostes.
Se permitirmos que a força do Espírito aja em nós como deseja, seremos como os primeiros cristãos: ávidos por conversão e ansiosos pela volta de Cristo. Assim, para compreender a ação do Espírito em nós, neste artigo, vamos abordar o que é o sacramento da Confirmação, como ele era prefigurado no Antigo Testamento, bem como sua presença no Novo, além de quais são os seus efeitos na nossa vida.
Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e ações) — acessíveis à nós — que realizam de forma eficaz a graça que significam, pois é o próprio Deus quem os opera pelo Espírito Santo. Eles são canais divinos da graça de Deus que marcam as diferentes fases da vida espiritual de um cristão; estão presentes desde o seu nascimento, como no Batismo, e o acompanham por toda a vida, com a graça do sacramento da Penitência da Eucaristia, por exemplo. Através deles, recebemos o Espírito Santo, que transforma, perdoa e nos capacita para uma vida de fé. Instituídos por Jesus Cristo para nos fazer participar da vida divina, os sacramentos têm a sua origem na vida e no ministério de Jesus, além disso conta com raízes na Sagrada Escritura e nas tradições apostólicas.
Os sete sacramentos não apenas antecipam o mistério pascal de Cristo, mas também o tornam presente em ritos sagrados. São canais ativos das forças do Espírito Santo, que fluem da Igreja, o corpo vivo de Cristo, a fim de nos salvar e santificar. Os sacramentos são necessários para a nossa salvação, pois nos ligam à graça redentora de Cristo e nos capacitam a viver de acordo com a vontade de Deus. Cada sacramento desempenha um papel específico na nossa vida de fé e na construção da comunidade da Igreja, revelando o profundo mistério do amor trinitário de Deus e nos convidando a uma vida de resposta ativa à graça de Cristo.
Confira aqui um texto completo sobre o que são os sacramentos.
O sacramento da Confirmação é um dos sete sacramentos da Igreja Católica que, juntamente com o Batismo e a Eucaristia, constitui o conjunto dos sacramentos da iniciação cristã. É uma etapa fundamental na vida cristã, uma vez que por meio dele os batizados “são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos com uma força especial do Espírito Santo e deste modo ficam mais estritamente obrigados a difundir e a defender a fé por palavras e obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo.” 1
“Confirmação porque confirma o Batismo e reforça a sua graça; assim também “Crisma” porque recebemos o Espírito mediante a unção com o “crisma” – óleo consagrado pelo Bispo – termo que remete a “Cristo”, o Ungido pelo Espírito.” 2 Sendo assim, a Confirmação é uma continuação da graça iniciada no Batismo. 3.
De acordo com Santo Tomás de Aquino, “o efeito do sacramento é dar o Espírito Santo como fonte de fortaleza, como foi dado aos apóstolos no dia de Pentecostes, para que o cristão confesse corajosamente o nome de Cristo.” 4
Todo aquele que foi batizado, mas ainda não recebeu a Confirmação, pode e deve recebê-la, pois o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia formam uma unidade fundamental na iniciação cristã. 5
Vale ressaltar a importância dos sacramentos para a nossa salvação, especialmente quando a Igreja permite que eles sejam administrados “antes do tempo” em casos de perigo de morte. No costume latino, a “idade da discrição” — período em que uma criança alcança a capacidade de discernir entre o certo e o errado, por exemplo — é considerada como referência para receber a Confirmação. No entanto, em situações de perigo de morte, as crianças podem receber este sacramento, mesmo que não tenham atingido tal idade. 6
A preparação para a Confirmação visa aprofundar a união do fiel com Cristo e conduzir a uma maior familiaridade com o Espírito Santo, a fim de que possa assumir verdadeira e conscientemente as responsabilidades cristãs. Sendo assim, a catequese deve despertar o senso de pertencimento à Igreja de Cristo, como um todo, bem como à comunidade paroquial.
Além disso, para receber a Confirmação, é importante estar em estado de graça, portanto, recomenda-se buscar o sacramento da Penitência para se purificar em preparação para receber o Espírito Santo. Ademais, a oração desempenha um papel fundamental na disposição e docilidade para receber a força e as graças do Espírito Santo. 7
Por fim, assim como para o Batismo, é aconselhável que os candidatos tenham um padrinho ou madrinha como apoio espiritual. Idealmente, o mesmo padrinho ou madrinha do Batismo deve ser escolhido para a Confirmação, enfatizando a unidade entre os dois sacramentos. 8.
“O ministro originário da Confirmação é o bispo.” 9 O sacramento do Crisma é administrado pelo bispo na Igreja Latina. No entanto, em algumas circunstâncias excepcionais e com a devida autorização do bispo diocesano, um presbítero (sacerdote) também pode administrar a Crisma.
Já no Oriente, é frequentemente um sacerdote que administra a Crisma imediatamente após o Batismo, como parte dos sacramentos de iniciação cristã. Contudo, o santo crisma utilizado é consagrado pelo bispo, o que indica a unidade apostólica da Igreja. 9
Mais uma vez, vale evidenciar a vontade da Igreja de que nenhum de seus filhos se perca, por isso “se um cristão estiver em perigo de morte, qualquer sacerdote pode conferir-lhe a Confirmação” 10, a fim de que nenhum fiel “parta deste mundo sem ter sido levado à perfeição pelo Espírito Santo com o dom da plenitude de Cristo.” 10
No Antigo Testamento, os profetas anunciavam que o Espírito do Senhor repousaria sobre o Messias, sinalizando sua missão redentora. Quando o Espírito Santo desceu sobre Jesus durante seu batismo por João, tornou-se ainda mais evidente que Ele era o Messias, o Filho de Deus. Na verdade, toda a vida e missão de Jesus foram permeadas por uma comunhão total com o Espírito Santo, que lhe foi dado pelo Pai sem medidas. 11
Essa plenitude do Espírito, porém, não estava restrita apenas a Jesus, mas era destinada a ser compartilhada com todo o povo messiânico. Cristo prometeu esta efusão do Espírito, a qual ocorreu primeiro no dia da Ressurreição e de maneira mais notável no dia de Pentecostes. Os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, começaram a proclamar as maravilhas de Deus, marcando o início dos tempos messiânicos. Aqueles que acreditaram na pregação apostólica e foram batizados receberam o dom do Espírito Santo. 12.
Em seguida, os Apóstolos, a fim de cumprir a vontade de Deus, transmitiram aos neófitos — os recém-convertidos, que tinham sido batizados há pouco tempo, mas já atuavam na comunidade cristã — o dom do Espírito por meio da imposição das mãos. Essa prática, mencionada na Epístola aos Hebreus 13, entre os elementos da primeira instrução cristã, é reconhecida pela Tradição católica como a origem do sacramento da Confirmação. 14
E, logo, a unção com óleo perfumado, o crisma, foi acrescentada à imposição das mãos para simbolizar o dom do Espírito Santo. Essa unção reflete o nome “cristão”, que significa “ungido”, derivado do próprio nome de Cristo, que foi ungido com o Espírito Santo. O rito da unção permanece até hoje, tanto no Oriente, com o nome de crismação (unção do crisma); quanto no Ocidente, chamado aqui de Confirmação, uma vez que confirma e consolida a graça do Batismo.
Já ouviu falar da ladainha do Espírito Santo?
O sinal da unção com óleo é central neste sacramento, uma vez que o óleo sagrado chamado Santo Crisma é a matéria do sacramento da Confirmação. Tal unção é rica de significados, o óleo é símbolo de abundância, alegria, purificação, agilidade, cura e beleza. Além disso, na vida sacramental, essa unção tem diferentes propósitos: antes do Batismo, com o óleo dos catecúmenos, simboliza purificação e fortalecimento; na unção dos enfermos exprime cura e conforto. Já a unção com o santo crisma, que ocorre na Confirmação, é sinal de consagração.
Nessa celebração, o confirmando recebe “a marca” ou o selo do Espírito Santo, que simboliza a pertença total a Cristo e a dedicação contínua ao Seu serviço. Assim como um selo autentica um documento ou objeto, esse selo espiritual autentica a relação do cristão com Deus e promete a proteção divina na grande provação escatológica, no fim dos tempos. 15
A celebração da Confirmação é precedida por um momento importante, a consagração do santo crisma, que ocorre durante a missa crismal, normalmente na Quinta-Feira Santa. Nesse rito, o bispo consagra o santo crisma para toda a diocese. A liturgia neste momento expressa a invocação do Espírito Santo sobre o óleo, que se tornará um meio especial de graça e santificação para todos aqueles que serão ungidos e marcados por ele. 16
Na tradição latina, a celebração da Confirmação, é separada do Batismo e geralmente ocorre quando se atinge a idade da razão. Isso simboliza a continuidade e o aprofundamento do compromisso cristão. O rito começa com a renovação das promessas do Batismo e a profissão de fé dos confirmandos 17, destacando que a Confirmação é uma etapa subsequente ao Batismo. Em seguida, o bispo estende as mãos sobre eles, invocando a efusão do Espírito Santo por meio de uma oração solene, pedindo Seus dons sobre o grupo de confirmandos. 18.
O rito essencial do sacramento, na tradição latina, ocorre através da unção do santo crisma na testa do confirmando, com a imposição das mãos do bispo, “gesto que, desde o tempo dos Apóstolos, é sinal do dom do Espírito.” 18 As palavras proferidas nesse momento — ou seja, a forma do sacramento — ressoam a doação do Espírito Santo: “Recebe por este sinal o Espírito Santo, o Dom de Deus.” 19. Nas Igrejas orientais de rito bizantino, a unção é realizada sobre a fronte, os olhos, o nariz, os ouvidos, os lábios, o peito, as costas, as mãos e os pés, seguida da fórmula: “Selo do dom que é o Espírito Santo” 20.
Santo Tomás de Aquino afirma que “o confirmado é ungido na testa sede da vergonha, para que ele não tenha vergonha de confessar o nome de Cristo, e especialmente a sua cruz, que é escândalo para judeus e loucura para gentios. Por isso também são marcados com o sinal da cruz.” 4
Assim como o Batismo, a Confirmação também é conferida apenas uma vez. Esse sacramento imprime em nossa alma um selo que não pode ser apagado, o “caráter”, que indica que somos marcados por Cristo e revestidos de Sua força para sermos Suas testemunhas. 21
O “caráter” aperfeiçoa o sacerdócio comum dos fiéis, recebido no Batismo, e nos capacita a confessar a fé de Cristo publicamente, quase como um encargo oficial, fortalecendo-nos para enfrentar os desafios da vida cristã com coragem e valentia. 22.
Além disso, por meio deste sacramento, experimentamos uma efusão especial do Espírito Santo, semelhante àquela concedida aos Apóstolos no dia de Pentecostes. Por isso, a Confirmação nos une de forma mais sólida a Cristo, aumenta os dons do Espírito Santo em nós e aperfeiçoa o nosso vínculo com a Igreja. Ademais, este sacramento nos concede uma força especial do Espírito Santo a qual nos capacita a propagar e defender a fé, bem como a testemunhar corajosamente Cristo e a confessar o nome de Cristo sem hesitação, mesmo diante da cruz. 23
“Sem a força do Espírito Santo não podemos fazer nada. Assim como toda a vida de Jesus foi animada pelo Espírito, assim também a vida da Igreja e de cada membro seu está sob a guia do mesmo Espírito.” 24
Papa: com o Sacramento do Crisma ser sal e luz do mundo[↩]
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Conheça o sacramento do Crisma, quem pode receber e ministrar, como ele é celebrado e quais os seus efeitos na vida dos que o recebem.
Dentro de cada um de nós habita o Espírito de Deus. Ele nos conduz para realizarmos o chamado de Deus: a santidade. Somente pelo Espírito Santo, que nos capacita, podemos corresponder a Cristo e fazer o que Ele pede. E é no Sacramento da Confirmação que recebemos uma força do Espírito semelhante à que foi derramada em Pentecostes.
Se permitirmos que a força do Espírito aja em nós como deseja, seremos como os primeiros cristãos: ávidos por conversão e ansiosos pela volta de Cristo. Assim, para compreender a ação do Espírito em nós, neste artigo, vamos abordar o que é o sacramento da Confirmação, como ele era prefigurado no Antigo Testamento, bem como sua presença no Novo, além de quais são os seus efeitos na nossa vida.
Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e ações) — acessíveis à nós — que realizam de forma eficaz a graça que significam, pois é o próprio Deus quem os opera pelo Espírito Santo. Eles são canais divinos da graça de Deus que marcam as diferentes fases da vida espiritual de um cristão; estão presentes desde o seu nascimento, como no Batismo, e o acompanham por toda a vida, com a graça do sacramento da Penitência da Eucaristia, por exemplo. Através deles, recebemos o Espírito Santo, que transforma, perdoa e nos capacita para uma vida de fé. Instituídos por Jesus Cristo para nos fazer participar da vida divina, os sacramentos têm a sua origem na vida e no ministério de Jesus, além disso conta com raízes na Sagrada Escritura e nas tradições apostólicas.
Os sete sacramentos não apenas antecipam o mistério pascal de Cristo, mas também o tornam presente em ritos sagrados. São canais ativos das forças do Espírito Santo, que fluem da Igreja, o corpo vivo de Cristo, a fim de nos salvar e santificar. Os sacramentos são necessários para a nossa salvação, pois nos ligam à graça redentora de Cristo e nos capacitam a viver de acordo com a vontade de Deus. Cada sacramento desempenha um papel específico na nossa vida de fé e na construção da comunidade da Igreja, revelando o profundo mistério do amor trinitário de Deus e nos convidando a uma vida de resposta ativa à graça de Cristo.
Confira aqui um texto completo sobre o que são os sacramentos.
O sacramento da Confirmação é um dos sete sacramentos da Igreja Católica que, juntamente com o Batismo e a Eucaristia, constitui o conjunto dos sacramentos da iniciação cristã. É uma etapa fundamental na vida cristã, uma vez que por meio dele os batizados “são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos com uma força especial do Espírito Santo e deste modo ficam mais estritamente obrigados a difundir e a defender a fé por palavras e obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo.” 1
“Confirmação porque confirma o Batismo e reforça a sua graça; assim também “Crisma” porque recebemos o Espírito mediante a unção com o “crisma” – óleo consagrado pelo Bispo – termo que remete a “Cristo”, o Ungido pelo Espírito.” 2 Sendo assim, a Confirmação é uma continuação da graça iniciada no Batismo. 3.
De acordo com Santo Tomás de Aquino, “o efeito do sacramento é dar o Espírito Santo como fonte de fortaleza, como foi dado aos apóstolos no dia de Pentecostes, para que o cristão confesse corajosamente o nome de Cristo.” 4
Todo aquele que foi batizado, mas ainda não recebeu a Confirmação, pode e deve recebê-la, pois o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia formam uma unidade fundamental na iniciação cristã. 5
Vale ressaltar a importância dos sacramentos para a nossa salvação, especialmente quando a Igreja permite que eles sejam administrados “antes do tempo” em casos de perigo de morte. No costume latino, a “idade da discrição” — período em que uma criança alcança a capacidade de discernir entre o certo e o errado, por exemplo — é considerada como referência para receber a Confirmação. No entanto, em situações de perigo de morte, as crianças podem receber este sacramento, mesmo que não tenham atingido tal idade. 6
A preparação para a Confirmação visa aprofundar a união do fiel com Cristo e conduzir a uma maior familiaridade com o Espírito Santo, a fim de que possa assumir verdadeira e conscientemente as responsabilidades cristãs. Sendo assim, a catequese deve despertar o senso de pertencimento à Igreja de Cristo, como um todo, bem como à comunidade paroquial.
Além disso, para receber a Confirmação, é importante estar em estado de graça, portanto, recomenda-se buscar o sacramento da Penitência para se purificar em preparação para receber o Espírito Santo. Ademais, a oração desempenha um papel fundamental na disposição e docilidade para receber a força e as graças do Espírito Santo. 7
Por fim, assim como para o Batismo, é aconselhável que os candidatos tenham um padrinho ou madrinha como apoio espiritual. Idealmente, o mesmo padrinho ou madrinha do Batismo deve ser escolhido para a Confirmação, enfatizando a unidade entre os dois sacramentos. 8.
“O ministro originário da Confirmação é o bispo.” 9 O sacramento do Crisma é administrado pelo bispo na Igreja Latina. No entanto, em algumas circunstâncias excepcionais e com a devida autorização do bispo diocesano, um presbítero (sacerdote) também pode administrar a Crisma.
Já no Oriente, é frequentemente um sacerdote que administra a Crisma imediatamente após o Batismo, como parte dos sacramentos de iniciação cristã. Contudo, o santo crisma utilizado é consagrado pelo bispo, o que indica a unidade apostólica da Igreja. 9
Mais uma vez, vale evidenciar a vontade da Igreja de que nenhum de seus filhos se perca, por isso “se um cristão estiver em perigo de morte, qualquer sacerdote pode conferir-lhe a Confirmação” 10, a fim de que nenhum fiel “parta deste mundo sem ter sido levado à perfeição pelo Espírito Santo com o dom da plenitude de Cristo.” 10
No Antigo Testamento, os profetas anunciavam que o Espírito do Senhor repousaria sobre o Messias, sinalizando sua missão redentora. Quando o Espírito Santo desceu sobre Jesus durante seu batismo por João, tornou-se ainda mais evidente que Ele era o Messias, o Filho de Deus. Na verdade, toda a vida e missão de Jesus foram permeadas por uma comunhão total com o Espírito Santo, que lhe foi dado pelo Pai sem medidas. 11
Essa plenitude do Espírito, porém, não estava restrita apenas a Jesus, mas era destinada a ser compartilhada com todo o povo messiânico. Cristo prometeu esta efusão do Espírito, a qual ocorreu primeiro no dia da Ressurreição e de maneira mais notável no dia de Pentecostes. Os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, começaram a proclamar as maravilhas de Deus, marcando o início dos tempos messiânicos. Aqueles que acreditaram na pregação apostólica e foram batizados receberam o dom do Espírito Santo. 12.
Em seguida, os Apóstolos, a fim de cumprir a vontade de Deus, transmitiram aos neófitos — os recém-convertidos, que tinham sido batizados há pouco tempo, mas já atuavam na comunidade cristã — o dom do Espírito por meio da imposição das mãos. Essa prática, mencionada na Epístola aos Hebreus 13, entre os elementos da primeira instrução cristã, é reconhecida pela Tradição católica como a origem do sacramento da Confirmação. 14
E, logo, a unção com óleo perfumado, o crisma, foi acrescentada à imposição das mãos para simbolizar o dom do Espírito Santo. Essa unção reflete o nome “cristão”, que significa “ungido”, derivado do próprio nome de Cristo, que foi ungido com o Espírito Santo. O rito da unção permanece até hoje, tanto no Oriente, com o nome de crismação (unção do crisma); quanto no Ocidente, chamado aqui de Confirmação, uma vez que confirma e consolida a graça do Batismo.
Já ouviu falar da ladainha do Espírito Santo?
O sinal da unção com óleo é central neste sacramento, uma vez que o óleo sagrado chamado Santo Crisma é a matéria do sacramento da Confirmação. Tal unção é rica de significados, o óleo é símbolo de abundância, alegria, purificação, agilidade, cura e beleza. Além disso, na vida sacramental, essa unção tem diferentes propósitos: antes do Batismo, com o óleo dos catecúmenos, simboliza purificação e fortalecimento; na unção dos enfermos exprime cura e conforto. Já a unção com o santo crisma, que ocorre na Confirmação, é sinal de consagração.
Nessa celebração, o confirmando recebe “a marca” ou o selo do Espírito Santo, que simboliza a pertença total a Cristo e a dedicação contínua ao Seu serviço. Assim como um selo autentica um documento ou objeto, esse selo espiritual autentica a relação do cristão com Deus e promete a proteção divina na grande provação escatológica, no fim dos tempos. 15
A celebração da Confirmação é precedida por um momento importante, a consagração do santo crisma, que ocorre durante a missa crismal, normalmente na Quinta-Feira Santa. Nesse rito, o bispo consagra o santo crisma para toda a diocese. A liturgia neste momento expressa a invocação do Espírito Santo sobre o óleo, que se tornará um meio especial de graça e santificação para todos aqueles que serão ungidos e marcados por ele. 16
Na tradição latina, a celebração da Confirmação, é separada do Batismo e geralmente ocorre quando se atinge a idade da razão. Isso simboliza a continuidade e o aprofundamento do compromisso cristão. O rito começa com a renovação das promessas do Batismo e a profissão de fé dos confirmandos 17, destacando que a Confirmação é uma etapa subsequente ao Batismo. Em seguida, o bispo estende as mãos sobre eles, invocando a efusão do Espírito Santo por meio de uma oração solene, pedindo Seus dons sobre o grupo de confirmandos. 18.
O rito essencial do sacramento, na tradição latina, ocorre através da unção do santo crisma na testa do confirmando, com a imposição das mãos do bispo, “gesto que, desde o tempo dos Apóstolos, é sinal do dom do Espírito.” 18 As palavras proferidas nesse momento — ou seja, a forma do sacramento — ressoam a doação do Espírito Santo: “Recebe por este sinal o Espírito Santo, o Dom de Deus.” 19. Nas Igrejas orientais de rito bizantino, a unção é realizada sobre a fronte, os olhos, o nariz, os ouvidos, os lábios, o peito, as costas, as mãos e os pés, seguida da fórmula: “Selo do dom que é o Espírito Santo” 20.
Santo Tomás de Aquino afirma que “o confirmado é ungido na testa sede da vergonha, para que ele não tenha vergonha de confessar o nome de Cristo, e especialmente a sua cruz, que é escândalo para judeus e loucura para gentios. Por isso também são marcados com o sinal da cruz.” 4
Assim como o Batismo, a Confirmação também é conferida apenas uma vez. Esse sacramento imprime em nossa alma um selo que não pode ser apagado, o “caráter”, que indica que somos marcados por Cristo e revestidos de Sua força para sermos Suas testemunhas. 21
O “caráter” aperfeiçoa o sacerdócio comum dos fiéis, recebido no Batismo, e nos capacita a confessar a fé de Cristo publicamente, quase como um encargo oficial, fortalecendo-nos para enfrentar os desafios da vida cristã com coragem e valentia. 22.
Além disso, por meio deste sacramento, experimentamos uma efusão especial do Espírito Santo, semelhante àquela concedida aos Apóstolos no dia de Pentecostes. Por isso, a Confirmação nos une de forma mais sólida a Cristo, aumenta os dons do Espírito Santo em nós e aperfeiçoa o nosso vínculo com a Igreja. Ademais, este sacramento nos concede uma força especial do Espírito Santo a qual nos capacita a propagar e defender a fé, bem como a testemunhar corajosamente Cristo e a confessar o nome de Cristo sem hesitação, mesmo diante da cruz. 23
“Sem a força do Espírito Santo não podemos fazer nada. Assim como toda a vida de Jesus foi animada pelo Espírito, assim também a vida da Igreja e de cada membro seu está sob a guia do mesmo Espírito.” 24
Papa: com o Sacramento do Crisma ser sal e luz do mundo[↩]