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Resumo da fé católica em 10 pontos – parte I

O Filho de Deus se fez homem para nos salvar, pois era sumamente conveniente que fosse ao mesmo tempo Deus e homem o Salvador.

Resumo da fé católica em 10 pontos – parte I
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Resumo da fé católica em 10 pontos – parte I

O Filho de Deus se fez homem para nos salvar, pois era sumamente conveniente que fosse ao mesmo tempo Deus e homem o Salvador.

Data da Publicação: 24/08/2024
Tempo de leitura:
Autor: Rafael Brodbeck
Data da Publicação: 24/08/2024
Tempo de leitura:
Autor: Rafael Brodbeck

1. Deus é um espírito perfeitíssimo, eterno, criador do céu e da terra. Espírito porque não tem corpo. Perfeitíssimo porque n’Ele não há sequer sombra de erro nem imperfeição, sendo onipresente, onisciente e onipotente. Eterno, porque sempre existiu, não teve princípio e não terá fim. Criador, porque só ele criou e pode criar todas as coisas, e por ninguém foi criado. Deus criou o mundo com um simples ato de sua vontade, e pode criar muitos outros mundos, e o criou do nada. Há um só Deus e não pode haver mais que um, sob pena, havendo, não serem Deus. Todavia, em um só e único Deus há três pessoas iguais e realmente distintas, que são o Pai, o Filho e o Espírito Santo, chamando-se esse mistério de Santíssima Trindade. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus, e no entanto não são três deuses, mas três pessoas distintas por relação e iguais em natureza divina, poder, glória e sabedoria, de modo que o Pai não existiu antes do Filho, nem antes do Espírito Santo, porque todas essas três pessoas divinas são igualmente eternas. O Pai é em tudo igual ao Filho e ao Espírito Santo, exceto no fato de ser Pai. O Filho é em tudo igual ao Pai e ao Espírito Santo, exceto no fato de ser Filho. O Espírito Santo é em tudo igual ao Pai e ao Filho, exceto no fato de ser Espírito Santo.

2. Deus criou não só os planetas, os astros, a terra, os animais e as plantas, mas também criaturas a Ele semelhantes por serem também espíritos, e por isso são os entes mais perfeitos, que são os anjos e os homens. Os anjos são puros espíritos, que Deus criou para sua glória e seu serviço, feitos em estado de inocência e santidade, sendo que alguns dentre eles perseveraram no bem e outros se revoltaram contra Deus, chamados demônios, punidos com a expulsão do céu e a condenação ao inferno, e que podem fazer-nos mal, atormentando-nos e tentando-nos, enquanto os anjos bons foram recompensados com a posse do céu para sempre. Por sua vez, o homem é uma criatura racional, composta de alma e corpo, portanto, ao contrário dos anjos, não é puro espírito. A alma do homem é um espírito livre e imortal, criado à imagem de Deus, porque é capaz de conhecer, amar e agir livremente. Deus criou o homem com dois sexos: o homem e a mulher, Adão e Eva, colocados em estado de graça e felicidade. O homem foi criado para conhecer, amar e servir a Deus neste mundo, e depois gozá-lo para sempre no outro mundo. Adão e Eva não conservaram o estado de graça e felicidade, mas perderam-no pelo pecado, que foi a soberba e a desobediência a Deus. Dessa desobediência resultou que Adão e Eva foram privados da graça, expulsos do paraíso terrestre, sujeitos à morte e outras misérias. Esse pecado se chama pecado original, porque dele se originam os demais pecados e porque passa a todos os descendentes de Adão e Eva. Todos contraímos esse pecado original, exceto Jesus Cristo, por ser Deus, e a Virgem Maria, por privilégio especial de Deus em vista da salvação que receberia antecipadamente.

Adão e Eva são Expulsos do Paraíso. Gustave Doré.

3. Deus, todavia, não deixou o homem no pecado e na consequência desse pecado, que é principalmente a morte eterna da alma. Poderia deixar, pois é soberano e onipotente. Não deixou por ato de pura misericórdia. Prometeu, então, um Salvador, e preparou, desde Noé, e principalmente em Abraão, um povo no qual haveria de nascer esse Messias prometido que salvaria os homens do pecado. A história desse Povo Eleito é contada no Antigo Testamento, uma das partes da Bíblia, e narra que seus membros, os hebreus, foram ao Egito e lá se tornaram escravos, sendo libertados por Deus mediante Moisés, sendo conduzidos à Terra Prometida e lá firmando-se como nação. Essa nação foi governada primeiramente por juízes, depois por reis. E quando o Povo Eleito se desviava do reto caminho, enquanto Deus o formava para a vinda do Salvador prometido, o Senhor enviava profetas, que exortavam ao cumprimento da Lei que fora dada a Moisés e aos hebreus, e prediziam a vinda do Messias.

Leia também: Antigo Testamento: origem, divisão e principais temas

4. Chegada a plenitude dos tempos, o Salvador veio ao mundo. Não um mero profeta, não um mero rei, não um mero sacerdote, ainda que fosse tudo isso, mas também e principalmente o próprio Deus feito homem. A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho. Deus, sabendo do pecado do mundo, vai Ele mesmo salvar a humanidade. O Filho de Deus se fez homem, tomando corpo e alma humanos nas puríssimas entranhas da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo, e a esse mistério chamamos de Encarnação. Quando o Filho de Deus, Jesus Cristo, se fez homem, não deixou de ser Deus; permaneceu verdadeiro Deus e começou a ser também verdadeiro homem. Em Jesus Cristo há duas naturezas distintas: a natureza divina e a natureza humana. Todavia, em Jesus Cristo há uma só pessoa, que é a do Filho de Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade. O Filho de Deus se fez homem para nos salvar, pois era sumamente conveniente que fosse ao mesmo tempo Deus e homem o Salvador. Homem porque deveria satisfazer o pecado que o homem, e não Deus, cometeu. Deus porque o homem não poderia, por sua natureza, satisfazer esse pecado que foi cometido contra um Deus.

As duas trindades. Murillo.

5. Jesus Cristo, após nascer em Belém da Virgem Maria, crescer, ter feito seu ministério público de pregar e realizar milagres, padeceu, foi crucificado, morto em uma Cruz e sepultado para nos salvar. Jesus Cristo padeceu e morreu enquanto homem, porque enquanto Deus não podia padecer nem morrer, entretanto como n’Ele as duas naturezas estavam unidas em uma só Pessoa divina, pode-se dizer, por comunicação de idiomas, que Deus mesmo morreu por nós. A esse mistério da Paixão e Morte de Cristo chamamos Redenção. Cristo, Deus Filho, morreu na Cruz para pagar o preço do pecado no mundo. Na Cruz, a graça foi conquistada por Cristo. A graça é a remissão dos pecados e a participação, de modo misterioso, na natureza divina. O que é Cristo é pela natureza, ou seja, Filho de Deus, os homens perdoados são pela graça. Por isso, somos, quando remidos dos pecados, considerados filhos adotivos de Deus. Como pelo pecado entrou a morte no mundo, pela morte sairia o pecado do mundo. E não qualquer morte, pois a morte de um homem, ainda mais pecador, não teria mérito para a salvação. Foi preciso a morte de um homem-Deus, de um Deus-homem. Jesus Cristo, no terceiro dia de sua morte, ressuscitou glorioso e triunfante, para nunca mais morrer, ou seja, a alma de Jesus Cristo se reuniu a seu corpo. Após a Ressurreição, esteve com os seus discípulos e seguidores por quarenta dias, ao fim dos quais procedeu à Ascensão, isto é, subiu aos céus, está sentado à mão direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Rafael Brodbeck

Rafael Brodbeck

Delegado de Polícia, autor de diversos livros, professor e formador católico em temas de doutrina e família. Pai de cinco filhos.

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1. Deus é um espírito perfeitíssimo, eterno, criador do céu e da terra. Espírito porque não tem corpo. Perfeitíssimo porque n’Ele não há sequer sombra de erro nem imperfeição, sendo onipresente, onisciente e onipotente. Eterno, porque sempre existiu, não teve princípio e não terá fim. Criador, porque só ele criou e pode criar todas as coisas, e por ninguém foi criado. Deus criou o mundo com um simples ato de sua vontade, e pode criar muitos outros mundos, e o criou do nada. Há um só Deus e não pode haver mais que um, sob pena, havendo, não serem Deus. Todavia, em um só e único Deus há três pessoas iguais e realmente distintas, que são o Pai, o Filho e o Espírito Santo, chamando-se esse mistério de Santíssima Trindade. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus, e no entanto não são três deuses, mas três pessoas distintas por relação e iguais em natureza divina, poder, glória e sabedoria, de modo que o Pai não existiu antes do Filho, nem antes do Espírito Santo, porque todas essas três pessoas divinas são igualmente eternas. O Pai é em tudo igual ao Filho e ao Espírito Santo, exceto no fato de ser Pai. O Filho é em tudo igual ao Pai e ao Espírito Santo, exceto no fato de ser Filho. O Espírito Santo é em tudo igual ao Pai e ao Filho, exceto no fato de ser Espírito Santo.

2. Deus criou não só os planetas, os astros, a terra, os animais e as plantas, mas também criaturas a Ele semelhantes por serem também espíritos, e por isso são os entes mais perfeitos, que são os anjos e os homens. Os anjos são puros espíritos, que Deus criou para sua glória e seu serviço, feitos em estado de inocência e santidade, sendo que alguns dentre eles perseveraram no bem e outros se revoltaram contra Deus, chamados demônios, punidos com a expulsão do céu e a condenação ao inferno, e que podem fazer-nos mal, atormentando-nos e tentando-nos, enquanto os anjos bons foram recompensados com a posse do céu para sempre. Por sua vez, o homem é uma criatura racional, composta de alma e corpo, portanto, ao contrário dos anjos, não é puro espírito. A alma do homem é um espírito livre e imortal, criado à imagem de Deus, porque é capaz de conhecer, amar e agir livremente. Deus criou o homem com dois sexos: o homem e a mulher, Adão e Eva, colocados em estado de graça e felicidade. O homem foi criado para conhecer, amar e servir a Deus neste mundo, e depois gozá-lo para sempre no outro mundo. Adão e Eva não conservaram o estado de graça e felicidade, mas perderam-no pelo pecado, que foi a soberba e a desobediência a Deus. Dessa desobediência resultou que Adão e Eva foram privados da graça, expulsos do paraíso terrestre, sujeitos à morte e outras misérias. Esse pecado se chama pecado original, porque dele se originam os demais pecados e porque passa a todos os descendentes de Adão e Eva. Todos contraímos esse pecado original, exceto Jesus Cristo, por ser Deus, e a Virgem Maria, por privilégio especial de Deus em vista da salvação que receberia antecipadamente.

Adão e Eva são Expulsos do Paraíso. Gustave Doré.

3. Deus, todavia, não deixou o homem no pecado e na consequência desse pecado, que é principalmente a morte eterna da alma. Poderia deixar, pois é soberano e onipotente. Não deixou por ato de pura misericórdia. Prometeu, então, um Salvador, e preparou, desde Noé, e principalmente em Abraão, um povo no qual haveria de nascer esse Messias prometido que salvaria os homens do pecado. A história desse Povo Eleito é contada no Antigo Testamento, uma das partes da Bíblia, e narra que seus membros, os hebreus, foram ao Egito e lá se tornaram escravos, sendo libertados por Deus mediante Moisés, sendo conduzidos à Terra Prometida e lá firmando-se como nação. Essa nação foi governada primeiramente por juízes, depois por reis. E quando o Povo Eleito se desviava do reto caminho, enquanto Deus o formava para a vinda do Salvador prometido, o Senhor enviava profetas, que exortavam ao cumprimento da Lei que fora dada a Moisés e aos hebreus, e prediziam a vinda do Messias.

Leia também: Antigo Testamento: origem, divisão e principais temas

4. Chegada a plenitude dos tempos, o Salvador veio ao mundo. Não um mero profeta, não um mero rei, não um mero sacerdote, ainda que fosse tudo isso, mas também e principalmente o próprio Deus feito homem. A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho. Deus, sabendo do pecado do mundo, vai Ele mesmo salvar a humanidade. O Filho de Deus se fez homem, tomando corpo e alma humanos nas puríssimas entranhas da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo, e a esse mistério chamamos de Encarnação. Quando o Filho de Deus, Jesus Cristo, se fez homem, não deixou de ser Deus; permaneceu verdadeiro Deus e começou a ser também verdadeiro homem. Em Jesus Cristo há duas naturezas distintas: a natureza divina e a natureza humana. Todavia, em Jesus Cristo há uma só pessoa, que é a do Filho de Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade. O Filho de Deus se fez homem para nos salvar, pois era sumamente conveniente que fosse ao mesmo tempo Deus e homem o Salvador. Homem porque deveria satisfazer o pecado que o homem, e não Deus, cometeu. Deus porque o homem não poderia, por sua natureza, satisfazer esse pecado que foi cometido contra um Deus.

As duas trindades. Murillo.

5. Jesus Cristo, após nascer em Belém da Virgem Maria, crescer, ter feito seu ministério público de pregar e realizar milagres, padeceu, foi crucificado, morto em uma Cruz e sepultado para nos salvar. Jesus Cristo padeceu e morreu enquanto homem, porque enquanto Deus não podia padecer nem morrer, entretanto como n’Ele as duas naturezas estavam unidas em uma só Pessoa divina, pode-se dizer, por comunicação de idiomas, que Deus mesmo morreu por nós. A esse mistério da Paixão e Morte de Cristo chamamos Redenção. Cristo, Deus Filho, morreu na Cruz para pagar o preço do pecado no mundo. Na Cruz, a graça foi conquistada por Cristo. A graça é a remissão dos pecados e a participação, de modo misterioso, na natureza divina. O que é Cristo é pela natureza, ou seja, Filho de Deus, os homens perdoados são pela graça. Por isso, somos, quando remidos dos pecados, considerados filhos adotivos de Deus. Como pelo pecado entrou a morte no mundo, pela morte sairia o pecado do mundo. E não qualquer morte, pois a morte de um homem, ainda mais pecador, não teria mérito para a salvação. Foi preciso a morte de um homem-Deus, de um Deus-homem. Jesus Cristo, no terceiro dia de sua morte, ressuscitou glorioso e triunfante, para nunca mais morrer, ou seja, a alma de Jesus Cristo se reuniu a seu corpo. Após a Ressurreição, esteve com os seus discípulos e seguidores por quarenta dias, ao fim dos quais procedeu à Ascensão, isto é, subiu aos céus, está sentado à mão direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

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