Conheça a amizade entre João Paulo II e Madre Teresa: serviço aos pobres, defesa da vida e um testemunho de santidade para a Igreja.
Conheça a amizade entre João Paulo II e Madre Teresa: serviço aos pobres, defesa da vida e um testemunho de santidade para a Igreja.
João Paulo II e Madre Teresa foram dois dos maiores santos do século XX, unidos por uma profunda amizade e por uma missão comum a serviço da vida e dos mais pobres. A relação entre eles transcendeu os encontros protocolares: foi uma verdadeira aliança espiritual, marcada por humildade, coragem e caridade, que deixou um testemunho luminoso para toda a Igreja e para o mundo.
A principal referência deste artigo é o livro Madre Teresa: Il segreto della santità 1, em diálogo com A vida de São João Paulo II 2.
São João Paulo II (1920-2005), nascido Karol Wojtyła, foi o 264º Papa da Igreja Católica. Seu longo pontificado (1978-2005) foi marcado por um vigoroso anúncio do Evangelho, defesa da dignidade humana e promoção da cultura da vida. Intelectual e místico, peregrino incansável, exerceu um papel central na nova evangelização e foi um incansável defensor dos pobres e dos direitos humanos. Sua vida de oração, ensinamentos e carisma continuam a inspirar milhões de fiéis. Conheça a Novena a São João Paulo II e algumas das suas frases mais belas para os jovens.
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), nascida Agnes Gonxha Bojaxhiu, foi fundadora das Missionárias da Caridade. Consagrou sua vida ao serviço dos “mais pobres entre os pobres” em Calcutá e no mundo. Reconhecida mundialmente pelo seu trabalho de caridade, viveu uma espiritualidade centrada na Eucaristia e no amor silencioso a Jesus presente nos sofredores. Seus ensinamentos continuam a ecoar no coração da Igreja; conheça a Novena de Madre Teresa de Calcutá e algumas de suas frases inesquecíveis.
A amizade entre os dois santos floresceu naturalmente, alicerçada no amor comum a Cristo e na missão de servir os pobres. Para João Paulo II, Madre Teresa era mais que uma colaboradora:
“poder-se-ia dizer que, para ele, a Madre era uma verdadeira ‘embaixadora discreta’, aquela que ia aonde ele próprio não podia ir e que o precedia onde ele ainda tinha dificuldades para entrar” (GAETA, 2024, p. 154).
A comunhão entre João Paulo II e Madre Teresa não se limitava à amizade pessoal. Ambos partilhavam uma visão profundamente evangélica da dignidade da vida humana em todas as suas etapas e condições. Essa visão não era apenas teórica: moldava cada gesto, palavra e decisão de ambos. Tanto na defesa dos mais pobres quanto na firme posição contra o aborto, João Paulo II e Madre Teresa testemunharam, juntos, o valor inegociável da vida humana diante do mundo contemporâneo.
Um dos gestos mais concretos dessa visão foi a criação do abrigo Dono di Maria no Vaticano. Sensibilizado ao ver sem-teto dormindo perto da colunata da Praça de São Pedro, João Paulo II pediu a Madre Teresa que abrisse um abrigo no próprio Vaticano:
“Não só criou o abrigo, mas visitava com frequência os residentes – alguns dos quais eram os ciganos que tantos romanos detestavam – a fim de conversar com eles e compartilhar refeições” (EVERT, 2023, p. 224).
Mais do que iniciativas pontuais, a relação de João Paulo II com os pobres era profundamente pessoal. Ao visitar a casa de Madre Teresa em Calcutá, diante dos mais pobres entre os pobres, o Papa demonstrou não só respeito, mas verdadeira identificação com aquela realidade. Sentia-se em casa entre os pobres e missionários:
“Sentia-se tão à vontade com os pobres que, quando visitou Madre Teresa em Calcutá, perto dele alguém o ouviu sussurrar para ela: ‘Se eu pudesse, faria aqui minha sede como Papa’” (EVERT, 2023, p. 223).
No funeral de Madre Teresa, a mensagem oficial do Papa, transmitida pelo Cardeal Sodano, reafirmou essa espiritualidade:
“no silêncio, na contemplação e na adoração diante do Tabernáculo, aprendeu a ver o autêntico rosto de Deus em cada ser humano que sofre” (GAETA, 2024, p. 182).
A defesa da vida em todas as suas etapas era um dos pontos em que mais se manifestava a profunda comunhão espiritual entre João Paulo II e Madre Teresa. Ambos tinham clareza de que a mentalidade contemporânea que relativiza a vida — a chamada “cultura de morte”, como diagnosticou João Paulo II na encíclica Evangelium Vitae — precisava ser denunciada e combatida com coragem e caridade.
Para Madre Teresa, cada vida humana era sagrada desde a concepção. Por isso, não hesitava em afirmar:
“O maior destruidor da paz hoje é o aborto, pois é uma guerra direta, uma execução direta, um assassinato direto cometido pela própria mãe.”
Sua postura não era movida por ideologia, mas pela caridade cristã levada até o extremo: ela via nos nascituros “os mais pobres entre os pobres” e por isso os defendia incansavelmente. Em 1994, no Café da Manhã de Oração Nacional em Washington, declarou:
“Toda nação que aceita o aborto não está ensinando o próprio povo a amar, mas a fazer uso da violência para obter o que deseja.”
João Paulo II, por sua vez, reafirmava com vigor:
“O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, pois é a morte deliberada de um ser humano inocente.”
(EV, n. 62).
Ambos compreendiam que a verdadeira paz e a verdadeira justiça exigem a defesa incondicional da vida humana em todas as suas fases, sem concessões a modismos ideológicos ou pressões políticas.
Confira este artigo para saber mais sobre a relação entre Madre Teresa e o aborto e este outro sobre a visão da Igreja Católica e o aborto.
Em uma visita memorável ao lar de Madre Teresa em Calcutá, João Paulo II não se limitou a uma presença simbólica. Ao saudar os doentes, afirmou com ternura:
“Vocês não são filhos abandonados de Deus. Muito pelo contrário. Deus encontra alegria em sua fé e coragem” (EVERT, 2023, p. 223).
Sua sensibilidade era tal que, ao entrar na sala dos falecidos, tocou os corpos com um gesto de respeito e caridade:
“Até os cadáveres recebiam dele um toque gentil” (EVERT, 2023, p. 223).
O relacionamento entre os dois santos foi também marcado por um intercâmbio constante de ideias e apoio espiritual. Em uma conversa sobre a iniciativa de oração pelas vocações sacerdotais, Madre Teresa compartilhou seus planos com o Papa. Sua resposta foi fraterna:
“Lembre-se de que eu também sou um sacerdote!” (GAETA, 2024, p. 101).
Outro episódio marcante foi quando Madre Teresa pediu permissão para recusar convites excessivos:
“Mas o Pontífice a incentivou a continuar” (GAETA, 2024, p. 154).
A amizade entre João Paulo II e Madre Teresa era permeada de ternura e respeito recíproco. Em uma celebração, já debilitada, Madre Teresa foi pessoalmente cumprimentada pelo Papa:
“A Madre estava na cadeira de rodas e ficou muito feliz de poder, mais uma vez, apertar as mãos do Pontífice, beijar-lhe o anel e receber sua bênção. Era verdadeiramente como uma menina que se sentia amada e protegida pelo adorado pai” (GAETA, 2024, p. 176).
O Papa Francisco também recordou:
“Admirei sua força, a determinação de suas intervenções, sem deixar-se impressionar pela assembleia dos bispos. Depois, acrescentou o gracejo: ‘Eu teria medo se ela fosse minha Superiora!’” (GAETA, 2024, p. 209).
Após sua morte, João Paulo II desejou ardentemente sua rápida beatificação:
“a fim de oferecer à humanidade do terceiro milênio cristão um farol do amor a Deus e aos homens” (GAETA, 2024, p. 196).
A amizade entre João Paulo II e Madre Teresa permanece um exemplo luminoso para a Igreja e para o mundo. Eles nos recordam que grandes carismas e ministérios, quando enraizados na humildade e no amor a Cristo, não competem, mas se complementam e se fortalecem mutuamente.
Num tempo em que a caridade e a verdade precisam caminhar juntas, sua amizade nos ensina que a missão da Igreja é sempre fruto da comunhão e da oração. Eles estão entre os santos recentes que nos mostram que a santidade é possível em qualquer época.Sua vida e obra são um testemunho vivo da virtude teologal da caridade, que deve inspirar cada cristão a servir com mais amor, coragem e fidelidade.
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João Paulo II e Madre Teresa foram dois dos maiores santos do século XX, unidos por uma profunda amizade e por uma missão comum a serviço da vida e dos mais pobres. A relação entre eles transcendeu os encontros protocolares: foi uma verdadeira aliança espiritual, marcada por humildade, coragem e caridade, que deixou um testemunho luminoso para toda a Igreja e para o mundo.
A principal referência deste artigo é o livro Madre Teresa: Il segreto della santità 1, em diálogo com A vida de São João Paulo II 2.
São João Paulo II (1920-2005), nascido Karol Wojtyła, foi o 264º Papa da Igreja Católica. Seu longo pontificado (1978-2005) foi marcado por um vigoroso anúncio do Evangelho, defesa da dignidade humana e promoção da cultura da vida. Intelectual e místico, peregrino incansável, exerceu um papel central na nova evangelização e foi um incansável defensor dos pobres e dos direitos humanos. Sua vida de oração, ensinamentos e carisma continuam a inspirar milhões de fiéis. Conheça a Novena a São João Paulo II e algumas das suas frases mais belas para os jovens.
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), nascida Agnes Gonxha Bojaxhiu, foi fundadora das Missionárias da Caridade. Consagrou sua vida ao serviço dos “mais pobres entre os pobres” em Calcutá e no mundo. Reconhecida mundialmente pelo seu trabalho de caridade, viveu uma espiritualidade centrada na Eucaristia e no amor silencioso a Jesus presente nos sofredores. Seus ensinamentos continuam a ecoar no coração da Igreja; conheça a Novena de Madre Teresa de Calcutá e algumas de suas frases inesquecíveis.
A amizade entre os dois santos floresceu naturalmente, alicerçada no amor comum a Cristo e na missão de servir os pobres. Para João Paulo II, Madre Teresa era mais que uma colaboradora:
“poder-se-ia dizer que, para ele, a Madre era uma verdadeira ‘embaixadora discreta’, aquela que ia aonde ele próprio não podia ir e que o precedia onde ele ainda tinha dificuldades para entrar” (GAETA, 2024, p. 154).
A comunhão entre João Paulo II e Madre Teresa não se limitava à amizade pessoal. Ambos partilhavam uma visão profundamente evangélica da dignidade da vida humana em todas as suas etapas e condições. Essa visão não era apenas teórica: moldava cada gesto, palavra e decisão de ambos. Tanto na defesa dos mais pobres quanto na firme posição contra o aborto, João Paulo II e Madre Teresa testemunharam, juntos, o valor inegociável da vida humana diante do mundo contemporâneo.
Um dos gestos mais concretos dessa visão foi a criação do abrigo Dono di Maria no Vaticano. Sensibilizado ao ver sem-teto dormindo perto da colunata da Praça de São Pedro, João Paulo II pediu a Madre Teresa que abrisse um abrigo no próprio Vaticano:
“Não só criou o abrigo, mas visitava com frequência os residentes – alguns dos quais eram os ciganos que tantos romanos detestavam – a fim de conversar com eles e compartilhar refeições” (EVERT, 2023, p. 224).
Mais do que iniciativas pontuais, a relação de João Paulo II com os pobres era profundamente pessoal. Ao visitar a casa de Madre Teresa em Calcutá, diante dos mais pobres entre os pobres, o Papa demonstrou não só respeito, mas verdadeira identificação com aquela realidade. Sentia-se em casa entre os pobres e missionários:
“Sentia-se tão à vontade com os pobres que, quando visitou Madre Teresa em Calcutá, perto dele alguém o ouviu sussurrar para ela: ‘Se eu pudesse, faria aqui minha sede como Papa’” (EVERT, 2023, p. 223).
No funeral de Madre Teresa, a mensagem oficial do Papa, transmitida pelo Cardeal Sodano, reafirmou essa espiritualidade:
“no silêncio, na contemplação e na adoração diante do Tabernáculo, aprendeu a ver o autêntico rosto de Deus em cada ser humano que sofre” (GAETA, 2024, p. 182).
A defesa da vida em todas as suas etapas era um dos pontos em que mais se manifestava a profunda comunhão espiritual entre João Paulo II e Madre Teresa. Ambos tinham clareza de que a mentalidade contemporânea que relativiza a vida — a chamada “cultura de morte”, como diagnosticou João Paulo II na encíclica Evangelium Vitae — precisava ser denunciada e combatida com coragem e caridade.
Para Madre Teresa, cada vida humana era sagrada desde a concepção. Por isso, não hesitava em afirmar:
“O maior destruidor da paz hoje é o aborto, pois é uma guerra direta, uma execução direta, um assassinato direto cometido pela própria mãe.”
Sua postura não era movida por ideologia, mas pela caridade cristã levada até o extremo: ela via nos nascituros “os mais pobres entre os pobres” e por isso os defendia incansavelmente. Em 1994, no Café da Manhã de Oração Nacional em Washington, declarou:
“Toda nação que aceita o aborto não está ensinando o próprio povo a amar, mas a fazer uso da violência para obter o que deseja.”
João Paulo II, por sua vez, reafirmava com vigor:
“O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, pois é a morte deliberada de um ser humano inocente.”
(EV, n. 62).
Ambos compreendiam que a verdadeira paz e a verdadeira justiça exigem a defesa incondicional da vida humana em todas as suas fases, sem concessões a modismos ideológicos ou pressões políticas.
Confira este artigo para saber mais sobre a relação entre Madre Teresa e o aborto e este outro sobre a visão da Igreja Católica e o aborto.
Em uma visita memorável ao lar de Madre Teresa em Calcutá, João Paulo II não se limitou a uma presença simbólica. Ao saudar os doentes, afirmou com ternura:
“Vocês não são filhos abandonados de Deus. Muito pelo contrário. Deus encontra alegria em sua fé e coragem” (EVERT, 2023, p. 223).
Sua sensibilidade era tal que, ao entrar na sala dos falecidos, tocou os corpos com um gesto de respeito e caridade:
“Até os cadáveres recebiam dele um toque gentil” (EVERT, 2023, p. 223).
O relacionamento entre os dois santos foi também marcado por um intercâmbio constante de ideias e apoio espiritual. Em uma conversa sobre a iniciativa de oração pelas vocações sacerdotais, Madre Teresa compartilhou seus planos com o Papa. Sua resposta foi fraterna:
“Lembre-se de que eu também sou um sacerdote!” (GAETA, 2024, p. 101).
Outro episódio marcante foi quando Madre Teresa pediu permissão para recusar convites excessivos:
“Mas o Pontífice a incentivou a continuar” (GAETA, 2024, p. 154).
A amizade entre João Paulo II e Madre Teresa era permeada de ternura e respeito recíproco. Em uma celebração, já debilitada, Madre Teresa foi pessoalmente cumprimentada pelo Papa:
“A Madre estava na cadeira de rodas e ficou muito feliz de poder, mais uma vez, apertar as mãos do Pontífice, beijar-lhe o anel e receber sua bênção. Era verdadeiramente como uma menina que se sentia amada e protegida pelo adorado pai” (GAETA, 2024, p. 176).
O Papa Francisco também recordou:
“Admirei sua força, a determinação de suas intervenções, sem deixar-se impressionar pela assembleia dos bispos. Depois, acrescentou o gracejo: ‘Eu teria medo se ela fosse minha Superiora!’” (GAETA, 2024, p. 209).
Após sua morte, João Paulo II desejou ardentemente sua rápida beatificação:
“a fim de oferecer à humanidade do terceiro milênio cristão um farol do amor a Deus e aos homens” (GAETA, 2024, p. 196).
A amizade entre João Paulo II e Madre Teresa permanece um exemplo luminoso para a Igreja e para o mundo. Eles nos recordam que grandes carismas e ministérios, quando enraizados na humildade e no amor a Cristo, não competem, mas se complementam e se fortalecem mutuamente.
Num tempo em que a caridade e a verdade precisam caminhar juntas, sua amizade nos ensina que a missão da Igreja é sempre fruto da comunhão e da oração. Eles estão entre os santos recentes que nos mostram que a santidade é possível em qualquer época.Sua vida e obra são um testemunho vivo da virtude teologal da caridade, que deve inspirar cada cristão a servir com mais amor, coragem e fidelidade.