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A felicidade sempre foi um tema recorrente para a filosofia. Neste artigo, apresentamos como as diversas escolas filosóficas a enxergam.
A felicidade sempre foi um tema recorrente para a filosofia. Neste artigo, apresentamos como as diversas escolas filosóficas a enxergam.
O que é a felicidade? Para o homem ser feliz, o que deve fazer? Essas perguntas foram feitas há séculos atrás já no surgimento da filosofia, e são feitas até hoje por toda escola de pensamento. Confira o que é a felicidade para a filosofia, para as diversas escolas filosóficas, dos mais variados séculos, para entender um pouco mais da importância deste tema axial para a busca do homem por se realizar.
A filosofia, que surgiu na Grécia por volta do século VI a.C, tem por finalidade buscar entender quem é o homem, para onde ele vai, o que é o mundo, enfim, explicar, de modo racional, os princípios da vida humana num geral. A palavra filosofia significa “amigo da sabedoria”.
Muitos são os temas que permearam todas as culturas, das mais variadas épocas, no que se refere a buscar entender sistematicamente alguns princípios. Um deles, que sempre está presente, é a questão da felicidade: o que significa, para o homem, ser feliz, e como alcançar uma felicidade que seja plena? A questão sobre a felicidade permanece uma questão perene, pois todo homem a busca durante toda a vida.
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) é um dos maiores pensadores da filosofia grega e (não é ousadia afirmar) da filosofia até hoje, pois ele é o responsável, com Platão, de lançar as bases do que conhecemos hoje por filosofia. O método aristotélico baseia-se na observação da natureza, do homem em si a fim de alcançar a compreensão daquilo que uniforme a todos os particulares.
Para Aristóteles, após análise da situação ética e moral do homem, ele constata que a felicidade é a finalidade, o telos, da vida de todo homem. Isso é justificado pelo fato de que em todas as ações humanas, a busca sempre está no alcançar a felicidade. Mas essa busca não ocorre de qualquer modo: deve ser ordenada para a felicidade dos outros, o bem comum da polis (sociedade), em ações pautadas pelas virtudes. A palavra Eudaimonia, traduzida por felicidade, em grego, significa “bom gênio”, saber deixar-se guiar por um “espírito bom”.
Epicuro, filósofo ateniense do século IV, cunha o termo ataraxia como meio pelo qual o homem atingirá a felicidade plena. A ataraxia pode ser traduzida e entendida como uma certa imperturbabilidade da alma. Diante das situações de dor e sofrimento, o homem busca viver uma vida tranquila e livre das perturbações.
Essa ataraxia para atingir a liberdade e a felicidade plenas se dá através da busca dos prazeres de um modo que sejam mais moderados. Não se trata tanto de negar, mas de moderar, mesmo ante as dificuldades.
Santo Agostinho (354 d.C – 430 d.C), grande teólogo e filósofo, é um dos maiores pensadores que o Ocidente conheceu. Em sua obra Confissões, onde ele narra sua história de conversão, Agostinho constata que o sumo bem do homem é a felicidade, e que esta consiste no repouso absoluto em Deus. Buscar a felicidade é buscar a Deus. Essa busca por Deus já é permeada de felicidade, mas o homem só a atingirá plenamente em sua união definitiva com o eterno.
Em suma, o homem somente realizará sua natureza e será plenamente feliz caso se converta e se reconcilie com Deus. É de Agostinho a célebre frase: “Porque nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso.” 1.
Não deixe de conferir nosso artigo Santo Agostinho: vida, conversão, influência e obra.
Orígenes viveu entre 185 d.C e 254 d.C. Teólogo e estudioso da Bíblia, ele lança as bases para uma aproximação da filosofia grega e do cristianismo.
A felicidade, para Orígenes, consiste no buscar, conhecer e amar a Deus. Esse conhecimento de Deus reside no aprimoramento intelectual e espiritual. Por isso, o cristão não deve medir esforços por estudar e lever uma vida de piedade, pois estas é que conduzirão à felicidade plena.
São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, entre os séculos IV e V, tem esse nome por sua conhecida capacidade em proferir sermões eloquentes. Crisóstomo significa “boca de ouro”.
Para ele, a felicidade é alcançada através da virtude, em especial, a da caridade. Essa felicidade não segue riquezas, nem saúde do corpo, nem glórias, mas provém do próprio Deus, que é amor. E por ser uma felicidade que tem origem no próprio Deus, nada pode a tirar do homem. As alegrias deste mundo passam, mas as alegrias eternas operam pela permanência.
Tomás de Aquino (1225 d.C – 1274 d.C) é o expoente da teologia que até hoje é considerado por sua genialidade e abrangência. Dominicano, é chamado de Doutor Angélico pela teologia que parece vir diretamente dos anjos.
A felicidade consiste, para Tomás, na visão beatífica de Deus que é a visão direta de Deus. Somente pela união plena da alma com Deus é que se alcança a felicidade. Na observação das coisas criadas, todas elas participam do bem perfeito, mas somente Deus é perfeito em si, e só Ele é que pode satisfazer o apetite humano de modo definitivo. Só em Deus que está a felicidade. 2
Confira: Oração para antes dos estudos de Santo Tomás de Aquino.
Boécio (480 d. C – 524 d.C) tem por obra mais distinta a chamada “A Consolação da Filosofia”. Nesta obra, num diálogo com a filosofia mesma, é feita uma constatação de que a filosofia terrena é transitória, como o são todas as coisas terrenas. Para Boécio, a verdadeira felicidade, a consolação plena, só poderá ser atingida por algo perene e eterno, que é a nossa conformidade para com a vontade de Deus. Para isso, o homem não pode incorrer nas meras aparências.
Na filosofia moderna, na época iluminista, temos, em John Locke (1632 – 1704), um conceito de felicidade pautado por uma filosofia empirista (pautada pelos sentidos e experiência). Para Locke, a felicidade está na busca dos interesses pessoais e na liberdade individual.
Para ele, a felicidade também é o motivador do homem, mas como desejo e como prazer máximo do homem. A visão dele, pautada pela política, vê que as regras e as medidas das ações humanas que conduzem a essa felicidade são objetos da ética.
Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) é considerado um dos principais filósofos da época do iluminismo, mas crítico deste. Ele possuía uma visão política e comunitária da felicidade. O homem só seria plenamente feliz se houvesse harmonia entre natureza e sociedade. A sociedade, por sua vez, como ele a via organizada na época, havia pervertido o homem e não o deixando feliz.
Schopenhauer (1799 – 1860) possuía uma visão mais pessimista em toda sua filosofia. Para ele, o homem só atingiria a felicidade se negasse absolutamente os seus desejos, o que nunca poderia acontecer definitivamente, sendo a felicidade sempre uma busca insatisfatória. A felicidade seria somente algo momentâneo, e o homem logo se perceberia no tédio e no sofrimento.
Para Friedrich Nietzsche (1844 – 1900), a felicidade também é algo fundamental da vida humana, mas sua crítica estava na sociedade: se ela era capaz de criar indivíduos felizes, sendo a felicidade algo frágil e volátil. Além disso, para ele, mais que a felicidade, a vontade de poder é uma das forças impulsionadoras do homem.
Você pode se interessar por este artigo: Santo Afonso de Ligório e a revolução científica
O budismo vê a felicidade numa ótica de uma libertação do sofrimento, pela superação do desejo, através de um treinamento mental. O homem deve ir se libertando do ciclo do sofrimento para atingir a felicidade. É chamado de nirvana, estado de paz e tranquilidade alcançado com a sabedoria. Nada há de fixo, nem de permanente, estando o homem em constante transformação.
A principal finalidade do taoísmo é a busca do equilíbrio e a aceitação do fluxo natural da vida humana. A felicidade do homem está na harmonia com o Tao. Tao significa caminho, via, princípio. Enquanto o budismo leva à iluminação, o taoísmo leva à busca da imortalidade.
Em 59 capítulos breves e com linguagem simples, Fulton Sheen traz lições e reflexões que nos movem a voltar nosso coração ao que realmente importa – a felicidade eterna – e, a partir disso, encontrar a verdadeira felicidade no cotidiano.
Acesse a página do livro Rumo à Felicidade para conhecer mais sobre a obra.
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O que é a felicidade? Para o homem ser feliz, o que deve fazer? Essas perguntas foram feitas há séculos atrás já no surgimento da filosofia, e são feitas até hoje por toda escola de pensamento. Confira o que é a felicidade para a filosofia, para as diversas escolas filosóficas, dos mais variados séculos, para entender um pouco mais da importância deste tema axial para a busca do homem por se realizar.
A filosofia, que surgiu na Grécia por volta do século VI a.C, tem por finalidade buscar entender quem é o homem, para onde ele vai, o que é o mundo, enfim, explicar, de modo racional, os princípios da vida humana num geral. A palavra filosofia significa “amigo da sabedoria”.
Muitos são os temas que permearam todas as culturas, das mais variadas épocas, no que se refere a buscar entender sistematicamente alguns princípios. Um deles, que sempre está presente, é a questão da felicidade: o que significa, para o homem, ser feliz, e como alcançar uma felicidade que seja plena? A questão sobre a felicidade permanece uma questão perene, pois todo homem a busca durante toda a vida.
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) é um dos maiores pensadores da filosofia grega e (não é ousadia afirmar) da filosofia até hoje, pois ele é o responsável, com Platão, de lançar as bases do que conhecemos hoje por filosofia. O método aristotélico baseia-se na observação da natureza, do homem em si a fim de alcançar a compreensão daquilo que uniforme a todos os particulares.
Para Aristóteles, após análise da situação ética e moral do homem, ele constata que a felicidade é a finalidade, o telos, da vida de todo homem. Isso é justificado pelo fato de que em todas as ações humanas, a busca sempre está no alcançar a felicidade. Mas essa busca não ocorre de qualquer modo: deve ser ordenada para a felicidade dos outros, o bem comum da polis (sociedade), em ações pautadas pelas virtudes. A palavra Eudaimonia, traduzida por felicidade, em grego, significa “bom gênio”, saber deixar-se guiar por um “espírito bom”.
Epicuro, filósofo ateniense do século IV, cunha o termo ataraxia como meio pelo qual o homem atingirá a felicidade plena. A ataraxia pode ser traduzida e entendida como uma certa imperturbabilidade da alma. Diante das situações de dor e sofrimento, o homem busca viver uma vida tranquila e livre das perturbações.
Essa ataraxia para atingir a liberdade e a felicidade plenas se dá através da busca dos prazeres de um modo que sejam mais moderados. Não se trata tanto de negar, mas de moderar, mesmo ante as dificuldades.
Santo Agostinho (354 d.C – 430 d.C), grande teólogo e filósofo, é um dos maiores pensadores que o Ocidente conheceu. Em sua obra Confissões, onde ele narra sua história de conversão, Agostinho constata que o sumo bem do homem é a felicidade, e que esta consiste no repouso absoluto em Deus. Buscar a felicidade é buscar a Deus. Essa busca por Deus já é permeada de felicidade, mas o homem só a atingirá plenamente em sua união definitiva com o eterno.
Em suma, o homem somente realizará sua natureza e será plenamente feliz caso se converta e se reconcilie com Deus. É de Agostinho a célebre frase: “Porque nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso.” 1.
Não deixe de conferir nosso artigo Santo Agostinho: vida, conversão, influência e obra.
Orígenes viveu entre 185 d.C e 254 d.C. Teólogo e estudioso da Bíblia, ele lança as bases para uma aproximação da filosofia grega e do cristianismo.
A felicidade, para Orígenes, consiste no buscar, conhecer e amar a Deus. Esse conhecimento de Deus reside no aprimoramento intelectual e espiritual. Por isso, o cristão não deve medir esforços por estudar e lever uma vida de piedade, pois estas é que conduzirão à felicidade plena.
São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, entre os séculos IV e V, tem esse nome por sua conhecida capacidade em proferir sermões eloquentes. Crisóstomo significa “boca de ouro”.
Para ele, a felicidade é alcançada através da virtude, em especial, a da caridade. Essa felicidade não segue riquezas, nem saúde do corpo, nem glórias, mas provém do próprio Deus, que é amor. E por ser uma felicidade que tem origem no próprio Deus, nada pode a tirar do homem. As alegrias deste mundo passam, mas as alegrias eternas operam pela permanência.
Tomás de Aquino (1225 d.C – 1274 d.C) é o expoente da teologia que até hoje é considerado por sua genialidade e abrangência. Dominicano, é chamado de Doutor Angélico pela teologia que parece vir diretamente dos anjos.
A felicidade consiste, para Tomás, na visão beatífica de Deus que é a visão direta de Deus. Somente pela união plena da alma com Deus é que se alcança a felicidade. Na observação das coisas criadas, todas elas participam do bem perfeito, mas somente Deus é perfeito em si, e só Ele é que pode satisfazer o apetite humano de modo definitivo. Só em Deus que está a felicidade. 2
Confira: Oração para antes dos estudos de Santo Tomás de Aquino.
Boécio (480 d. C – 524 d.C) tem por obra mais distinta a chamada “A Consolação da Filosofia”. Nesta obra, num diálogo com a filosofia mesma, é feita uma constatação de que a filosofia terrena é transitória, como o são todas as coisas terrenas. Para Boécio, a verdadeira felicidade, a consolação plena, só poderá ser atingida por algo perene e eterno, que é a nossa conformidade para com a vontade de Deus. Para isso, o homem não pode incorrer nas meras aparências.
Na filosofia moderna, na época iluminista, temos, em John Locke (1632 – 1704), um conceito de felicidade pautado por uma filosofia empirista (pautada pelos sentidos e experiência). Para Locke, a felicidade está na busca dos interesses pessoais e na liberdade individual.
Para ele, a felicidade também é o motivador do homem, mas como desejo e como prazer máximo do homem. A visão dele, pautada pela política, vê que as regras e as medidas das ações humanas que conduzem a essa felicidade são objetos da ética.
Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) é considerado um dos principais filósofos da época do iluminismo, mas crítico deste. Ele possuía uma visão política e comunitária da felicidade. O homem só seria plenamente feliz se houvesse harmonia entre natureza e sociedade. A sociedade, por sua vez, como ele a via organizada na época, havia pervertido o homem e não o deixando feliz.
Schopenhauer (1799 – 1860) possuía uma visão mais pessimista em toda sua filosofia. Para ele, o homem só atingiria a felicidade se negasse absolutamente os seus desejos, o que nunca poderia acontecer definitivamente, sendo a felicidade sempre uma busca insatisfatória. A felicidade seria somente algo momentâneo, e o homem logo se perceberia no tédio e no sofrimento.
Para Friedrich Nietzsche (1844 – 1900), a felicidade também é algo fundamental da vida humana, mas sua crítica estava na sociedade: se ela era capaz de criar indivíduos felizes, sendo a felicidade algo frágil e volátil. Além disso, para ele, mais que a felicidade, a vontade de poder é uma das forças impulsionadoras do homem.
Você pode se interessar por este artigo: Santo Afonso de Ligório e a revolução científica
O budismo vê a felicidade numa ótica de uma libertação do sofrimento, pela superação do desejo, através de um treinamento mental. O homem deve ir se libertando do ciclo do sofrimento para atingir a felicidade. É chamado de nirvana, estado de paz e tranquilidade alcançado com a sabedoria. Nada há de fixo, nem de permanente, estando o homem em constante transformação.
A principal finalidade do taoísmo é a busca do equilíbrio e a aceitação do fluxo natural da vida humana. A felicidade do homem está na harmonia com o Tao. Tao significa caminho, via, princípio. Enquanto o budismo leva à iluminação, o taoísmo leva à busca da imortalidade.
Em 59 capítulos breves e com linguagem simples, Fulton Sheen traz lições e reflexões que nos movem a voltar nosso coração ao que realmente importa – a felicidade eterna – e, a partir disso, encontrar a verdadeira felicidade no cotidiano.
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