Formação

Finados: a celebração dos fiéis defuntos

Você conhece a origem da celebração de Finados? Entenda por que a Igreja reza pelos fiéis defuntos e saiba como receber indulgência neste dia.

Finados: a celebração dos fiéis defuntos
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Finados: a celebração dos fiéis defuntos

Você conhece a origem da celebração de Finados? Entenda por que a Igreja reza pelos fiéis defuntos e saiba como receber indulgência neste dia.

Data da Publicação: 01/11/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 01/11/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

A morte não apenas encerra nossa vida terrena, mas também sela o destino da graça divina que aceitamos ou rejeitamos. 1 Por isso, celebrar finados é lembrar com devoção daqueles que morreram na graça de Deus, mas ainda não estão preparados para entrar no Céu, e rezar por eles. Esta solenidade de finados ou dos fiéis defuntos faz com que nos deparemos com a eternidade: uma vez que somos dotados de alma, jamais deixaremos de existir.

Neste artigo, você vai conhecer a origem da celebração de Finados e compreender como pode contribuir com a salvação das almas através de indulgências. A morte é um evento inevitável, mas não é natural; é uma consequência do pecado, não um desejo de Deus. No entanto, Aquele que triunfou sobre a morte convida a nos unirmos em oração, por meio da comunhão dos santos, na esperança de que todos nos encontremos na glória celestial um dia.

O que é a celebração dos fiéis defuntos?

A Celebração dos Fiéis Defuntos é uma solenidade de profundo valor teológico. Pois ela nos faz refletir sobre o mistério de toda a existência humana, desde o início até o seu fim terreno e, depois, a eternidade. Por isso, a esperança é uma grande virtude na fé católica, além de crermos em um Deus que é Criador e também Juiz. 2

Após a morte, as almas enfrentam o juízo particular, que determina seu destino eterno: para o inferno, para o céu ou o para Purgatório. Sendo assim, no Dia de Finados, não rezamos pela salvação das almas dos fiéis defuntos — pois seus destinos já estão estabelecidos de forma definitiva. Em vez disso, oferecemos sufrágios pelas almas do purgatório, que já estão salvas, mas ainda se encontram em um estágio de purificação. 3

Apesar de as almas do Purgatório já não poderem fazer mais nada em relação ao seu destino, nós podemos ajudá-las a aliviar o tempo dessa pena. Por meio de nossas orações, missas, esmolas, jejuns e indulgências. 4 Embora não saibamos com certeza o destino de uma alma após a morte, a esperança de que Deus oferece auxílio à salvação nos motiva a rezar por todos os fiéis defuntos.

flores sobre o túmulo, dia de finados

Portanto, a Igreja nos convida, não somente no dia de finados, mas especialmente nesta data, a dedicar orações, jejuns e esmolas em benefício das almas que estão no Purgatório, aguardando a purificação necessária antes de entrarem no Reino celeste. Através deste gesto, manifestamos a nossa fé ao zelar pelas almas daqueles que partiram desta vida na graça de Deus, mas que ainda precisam se purificar de seus pecados.

Quando é o dia de Finados?

A celebração dos fiéis defuntos acontece a 2 de novembro. Neste dia, a Igreja exorta os católicos a cumprir um dever de caridade para com seus irmãos fiéis já falecidos. Por isso, este é um dia em que devemos, de modo especial, oferecer a eles nossas orações, missas, esmolas, jejuns e indulgências.

Que tal rezar uma novena pelas almas do purgatório?

Origem da celebração

A celebração dos fiéis defuntos, conhecida como Dia de Finados, tem raízes antigas na história da piedade humana para com os falecidos. No entanto, seu caráter teológico se consolidou com o advento do cristianismo. Registros das catacumbas mostram que os primeiros cristãos esculpiam a figura de Lázaro nos túmulos, expressando a esperança de que seus entes queridos pudessem ressuscitar por meio de Cristo. 2

No século IX, a celebração litúrgica de um falecido começou a tomar forma, inspirada pelo costume monástico de dedicar um dia inteiro de orações pelos falecidos nos mosteiros — no século VII. Essa tradição já existia no rito bizantino. Celebrava-se os mortos no sábado anterior à Sexagésima, um período entre o fim de janeiro e o mês de fevereiro. E, em 809, o Bispo de Trier, Dom Amalário Fortunato de Metz, introduziu a memória litúrgica dos falecidos no dia seguinte à Festa de Todos os Santos, aqueles que já se encontram no Céu. 2

Você já ouvir falar da novena de todos os santos? Confira aqui.

No entanto, a solenidade de Finados foi estabelecida por ordem de Santo Odilo de Mercoeur, abade de Cluny, em 998, que rezava incansavelmente pelas almas do purgatório. Ele instituiu a prática de dedicar um dia inteiro de orações aos falecidos em sua abadia, Cluny, e nos mosteiros associados a ela. Isso incluía a recitação de Vésperas, Matinas e Laudes, bem como a celebração de uma Missa especial pelo repouso eterno das almas.

Esse costume foi, portanto, ampliado para toda a Igreja, sendo o dia 2 de novembro escolhido para esta celebração. A caridade deste santo para com as almas do purgatório evidencia para nós a importância da caridade e da oração em benefício das almas após a morte. Não à toa, é uma data importante no calendário litúrgico da Igreja Católica.

Indulgências de finados

cemitério finados flores

Uma vez que a Igreja nos convida a auxiliar os fiéis defuntos, ela nos disponibiliza os meios mais eficazes para esse propósito. As indulgências representam um valioso tesouro tanto para os fiéis vivos quanto para aqueles que já partiram desta vida. No entanto, como os fiéis defuntos já não podem mais contribuir para a própria salvação, cabe a nós praticar a caridade e a misericórdia para com eles.

Para receber a indulgência de finados é necessário

  • Visitar um cemitério, no Dia de Finados, ou nos oito primeiros dias de novembro. Não é necessário que a pessoa pela qual você deseja rezar esteja sepultada no lá;
  • Rezar pelos fiéis defuntos enquanto estiver no cemitério. Reze pelas almas dos fiéis defuntos, especialmente pela alma que você deseja ajudar; e
  • Observar as condições de costume para obter indulgências: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Santo Padre, o Papa.

Você pode realizar tais obras dentro do período de uma semana, do dia 1º ao dia 8 de novembro. A oração pelo Papa, pode ser feita imediatamente. Além disso, é importante realizar a confissão, mesmo que você não esteja em pecado mortal. Nesse caso, ela tem um caráter devocional e está direcionada à obtenção da indulgência plenária. A comunhão pode ser recebida no mesmo dia, antes ou depois da confissão.

Portanto, você pode receber uma Indulgência Plenária, exclusiva às almas dos fiéis defuntos, se, dentro desses 8 dias, rezar pelos falecidos e visitar um cemitério, seguindo as condições habituais. Além disso, é possível obter a Indulgência Plenária para os fiéis defuntos ao visitar uma igreja de maneira piedosa no Dia de Finados e lá recitar um Pai Nosso e um Credo. Contudo, é preciso também cumprir o costume: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice.

Entenda como as indulgências ajudam as almas do purgatório.

Conclusão: finados, a morte e a eternidade


O Dia de Finados é uma ocasião que nos lembra da importância da oração e da caridade em relação aos fiéis defuntos. A devoção aos mortos é uma prática antiga, enraizada na piedade cristã, que nos leva a refletir sobre a eternidade e a salvação das almas — inclusive da nossa própria alma.

As Sagradas Escrituras também nos instruem a rezar pelos fiéis defuntos. No Segundo livro de Macabeus, lemos: Pois, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma belíssima recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento. Eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas. 5

Além disso, o Catecismo da Igreja nos ensina que “ao morrer, cada homem recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre.” 6 Sendo assim, a devoção aos fiéis defuntos nos recorda que a vida não termina com a morte, mas continua na eternidade.

Se hoje nós rezamos pelos fiéis defuntos, esperamos também que um dia alguém reze pela nossa alma. À medida que intercedemos pelos falecidos e visitamos cemitérios, lembramos da importância da caridade e da esperança na misericórdia de Deus. Portanto, no dia de finados, assim como durante toda a nossa vida terrena, somos chamados a nutrir nossa esperança na eternidade e a praticar a caridade em favor das almas que anseiam pelo descanso eterno na presença de Deus.

Referências

  1. CIC, 1021[]
  2. VATICAN NEWS, Comemoração de todos os fiéis defuntos[][][]
  3. CIC, 1054[]
  4. CIC, 1032[]
  5. II Mc 12, 44-46[]
  6. CIC, 1022[]

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    Redação MBC

    O que você vai encontrar neste artigo?

    A morte não apenas encerra nossa vida terrena, mas também sela o destino da graça divina que aceitamos ou rejeitamos. 1 Por isso, celebrar finados é lembrar com devoção daqueles que morreram na graça de Deus, mas ainda não estão preparados para entrar no Céu, e rezar por eles. Esta solenidade de finados ou dos fiéis defuntos faz com que nos deparemos com a eternidade: uma vez que somos dotados de alma, jamais deixaremos de existir.

    Neste artigo, você vai conhecer a origem da celebração de Finados e compreender como pode contribuir com a salvação das almas através de indulgências. A morte é um evento inevitável, mas não é natural; é uma consequência do pecado, não um desejo de Deus. No entanto, Aquele que triunfou sobre a morte convida a nos unirmos em oração, por meio da comunhão dos santos, na esperança de que todos nos encontremos na glória celestial um dia.

    O que é a celebração dos fiéis defuntos?

    A Celebração dos Fiéis Defuntos é uma solenidade de profundo valor teológico. Pois ela nos faz refletir sobre o mistério de toda a existência humana, desde o início até o seu fim terreno e, depois, a eternidade. Por isso, a esperança é uma grande virtude na fé católica, além de crermos em um Deus que é Criador e também Juiz. 2

    Após a morte, as almas enfrentam o juízo particular, que determina seu destino eterno: para o inferno, para o céu ou o para Purgatório. Sendo assim, no Dia de Finados, não rezamos pela salvação das almas dos fiéis defuntos — pois seus destinos já estão estabelecidos de forma definitiva. Em vez disso, oferecemos sufrágios pelas almas do purgatório, que já estão salvas, mas ainda se encontram em um estágio de purificação. 3

    Apesar de as almas do Purgatório já não poderem fazer mais nada em relação ao seu destino, nós podemos ajudá-las a aliviar o tempo dessa pena. Por meio de nossas orações, missas, esmolas, jejuns e indulgências. 4 Embora não saibamos com certeza o destino de uma alma após a morte, a esperança de que Deus oferece auxílio à salvação nos motiva a rezar por todos os fiéis defuntos.

    flores sobre o túmulo, dia de finados

    Portanto, a Igreja nos convida, não somente no dia de finados, mas especialmente nesta data, a dedicar orações, jejuns e esmolas em benefício das almas que estão no Purgatório, aguardando a purificação necessária antes de entrarem no Reino celeste. Através deste gesto, manifestamos a nossa fé ao zelar pelas almas daqueles que partiram desta vida na graça de Deus, mas que ainda precisam se purificar de seus pecados.

    Quando é o dia de Finados?

    A celebração dos fiéis defuntos acontece a 2 de novembro. Neste dia, a Igreja exorta os católicos a cumprir um dever de caridade para com seus irmãos fiéis já falecidos. Por isso, este é um dia em que devemos, de modo especial, oferecer a eles nossas orações, missas, esmolas, jejuns e indulgências.

    Que tal rezar uma novena pelas almas do purgatório?

    Origem da celebração

    A celebração dos fiéis defuntos, conhecida como Dia de Finados, tem raízes antigas na história da piedade humana para com os falecidos. No entanto, seu caráter teológico se consolidou com o advento do cristianismo. Registros das catacumbas mostram que os primeiros cristãos esculpiam a figura de Lázaro nos túmulos, expressando a esperança de que seus entes queridos pudessem ressuscitar por meio de Cristo. 2

    No século IX, a celebração litúrgica de um falecido começou a tomar forma, inspirada pelo costume monástico de dedicar um dia inteiro de orações pelos falecidos nos mosteiros — no século VII. Essa tradição já existia no rito bizantino. Celebrava-se os mortos no sábado anterior à Sexagésima, um período entre o fim de janeiro e o mês de fevereiro. E, em 809, o Bispo de Trier, Dom Amalário Fortunato de Metz, introduziu a memória litúrgica dos falecidos no dia seguinte à Festa de Todos os Santos, aqueles que já se encontram no Céu. 2

    Você já ouvir falar da novena de todos os santos? Confira aqui.

    No entanto, a solenidade de Finados foi estabelecida por ordem de Santo Odilo de Mercoeur, abade de Cluny, em 998, que rezava incansavelmente pelas almas do purgatório. Ele instituiu a prática de dedicar um dia inteiro de orações aos falecidos em sua abadia, Cluny, e nos mosteiros associados a ela. Isso incluía a recitação de Vésperas, Matinas e Laudes, bem como a celebração de uma Missa especial pelo repouso eterno das almas.

    Esse costume foi, portanto, ampliado para toda a Igreja, sendo o dia 2 de novembro escolhido para esta celebração. A caridade deste santo para com as almas do purgatório evidencia para nós a importância da caridade e da oração em benefício das almas após a morte. Não à toa, é uma data importante no calendário litúrgico da Igreja Católica.

    Indulgências de finados

    cemitério finados flores

    Uma vez que a Igreja nos convida a auxiliar os fiéis defuntos, ela nos disponibiliza os meios mais eficazes para esse propósito. As indulgências representam um valioso tesouro tanto para os fiéis vivos quanto para aqueles que já partiram desta vida. No entanto, como os fiéis defuntos já não podem mais contribuir para a própria salvação, cabe a nós praticar a caridade e a misericórdia para com eles.

    Para receber a indulgência de finados é necessário

    • Visitar um cemitério, no Dia de Finados, ou nos oito primeiros dias de novembro. Não é necessário que a pessoa pela qual você deseja rezar esteja sepultada no lá;
    • Rezar pelos fiéis defuntos enquanto estiver no cemitério. Reze pelas almas dos fiéis defuntos, especialmente pela alma que você deseja ajudar; e
    • Observar as condições de costume para obter indulgências: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Santo Padre, o Papa.

    Você pode realizar tais obras dentro do período de uma semana, do dia 1º ao dia 8 de novembro. A oração pelo Papa, pode ser feita imediatamente. Além disso, é importante realizar a confissão, mesmo que você não esteja em pecado mortal. Nesse caso, ela tem um caráter devocional e está direcionada à obtenção da indulgência plenária. A comunhão pode ser recebida no mesmo dia, antes ou depois da confissão.

    Portanto, você pode receber uma Indulgência Plenária, exclusiva às almas dos fiéis defuntos, se, dentro desses 8 dias, rezar pelos falecidos e visitar um cemitério, seguindo as condições habituais. Além disso, é possível obter a Indulgência Plenária para os fiéis defuntos ao visitar uma igreja de maneira piedosa no Dia de Finados e lá recitar um Pai Nosso e um Credo. Contudo, é preciso também cumprir o costume: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice.

    Entenda como as indulgências ajudam as almas do purgatório.

    Conclusão: finados, a morte e a eternidade


    O Dia de Finados é uma ocasião que nos lembra da importância da oração e da caridade em relação aos fiéis defuntos. A devoção aos mortos é uma prática antiga, enraizada na piedade cristã, que nos leva a refletir sobre a eternidade e a salvação das almas — inclusive da nossa própria alma.

    As Sagradas Escrituras também nos instruem a rezar pelos fiéis defuntos. No Segundo livro de Macabeus, lemos: Pois, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma belíssima recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento. Eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas. 5

    Além disso, o Catecismo da Igreja nos ensina que “ao morrer, cada homem recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre.” 6 Sendo assim, a devoção aos fiéis defuntos nos recorda que a vida não termina com a morte, mas continua na eternidade.

    Se hoje nós rezamos pelos fiéis defuntos, esperamos também que um dia alguém reze pela nossa alma. À medida que intercedemos pelos falecidos e visitamos cemitérios, lembramos da importância da caridade e da esperança na misericórdia de Deus. Portanto, no dia de finados, assim como durante toda a nossa vida terrena, somos chamados a nutrir nossa esperança na eternidade e a praticar a caridade em favor das almas que anseiam pelo descanso eterno na presença de Deus.

    Referências

    1. CIC, 1021[]
    2. VATICAN NEWS, Comemoração de todos os fiéis defuntos[][][]
    3. CIC, 1054[]
    4. CIC, 1032[]
    5. II Mc 12, 44-46[]
    6. CIC, 1022[]

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