Formação

Quando fazer a genuflexão?

Conheça a função da linguagem corporal no cristianismo, o que é a genuflexão e quando se deve fazê-la dentro e fora da Missa.

Quando fazer a genuflexão?
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Quando fazer a genuflexão?

Conheça a função da linguagem corporal no cristianismo, o que é a genuflexão e quando se deve fazê-la dentro e fora da Missa.

Data da Publicação: 29/06/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 29/06/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

Conheça a função da linguagem corporal no cristianismo, o que é a genuflexão e quando se deve fazê-la dentro e fora da Missa.

Em primeiro lugar, a linguagem corporal desempenha um papel significativo no cristianismo. Por meio de gestos e posições, os fiéis expressam sua devoção, adoração e reverência a Deus. Um gesto em particular que carrega profundo significado é a genuflexão.

A genuflexão é um ato que expressa adoração ao Santíssimo Sacramento. Durante a liturgia cristã, a genuflexão é realizada em momentos específicos para reconhecer a presença sagrada de Cristo na Eucaristia e manifestar humildade diante de Sua grandeza. Neste artigo, vamos entender como e quando este gesto deve ser feito dentro e fora da Missa.

O cristianismo e a linguagem corporal


Antes de mais nada, a linguagem corporal desempenha um papel significativo na expressão da fé cristã. Sendo assim, quando os fiéis se aproximam de Deus em oração, suas posturas orantes revelam muito sobre sua relação com Deus. Desde os gestos simples até as genuflexões solenes, cada movimento carrega um significado profundo e demonstra respeito diante da presença de Deus.

Um gesto bastante conhecido na prática cristã é juntar as mãos para rezar. Juntar as mãos em oração ou abri-las para o alto são gestos que revelam intimidade e comunhão. Unindo as mãos, os fiéis unem também seus corações e mentes a Deus, concentrando-se na Sua presença. Esse é o gesto tradicional de súplica.

Além disso, dobrar o joelho ou ajoelhar-se diante do Santíssimo Sacramento é um gesto de profundo respeito e adoração. Por meio desse gesto o cristão reconhece a sua pequenez diante da grandeza de Deus.

Outro gesto é estender-se diante de Deus. Ao prostrar-se na presença de Deus, o fiel se coloca em posição de adoração. Ademais, esse gesto também é sinal de entrega. A prostração durante a ordenação sacerdotal, por exemplo, representa a humildade, a submissão e a entrega total do sacerdote a Deus e ao seu serviço.

A linguagem corporal cristã também se manifesta durante a leitura e a meditação da Palavra de Deus. Os fiéis ouvem o Evangelho em pé, não só como um sinal de respeito pela mensagem divina que está sendo proclamada, mas também como um ato de prontidão e disponibilidade. A meditação sentada, por sua vez, revela uma postura de reflexão e contemplação da Palavra, permitindo que ela penetre profundamente no coração, para depois refletir na vida.

A prostração é parte do rito da ordenação de novos sacerdotes, como sinal de sua entrega total à Deus, assim como a genuflexão mostra a importância da linguagem corporal para o Cristianismo.
A prostração é parte do rito da ordenação de novos sacerdotes, como sinal de sua entrega total à Deus.

O que é genuflexão?


A genuflexão é um gesto de adoração que consiste em dobrar o joelho direito até o chão, mantendo o esquerdo dobrado e o tronco ereto. Esse gesto é reservado especialmente para Cristo na Eucaristia, quando o Santíssimo Sacramento está exposto ou guardado no Sacrário. Além disso, também é feito em reverência à Santa Cruz, mas somente durante a solene adoração realizada na Sexta-feira Santa, até o início da Vigília Pascal.

Ao entrar e sair do Presbitério, onde está o Tabernáculo, também se faz a genuflexão. No entanto, durante a Missa, a genuflexão não é feita. Ou seja, ao se aproximar do Presbitério no início da Missa e ao deixá-lo no final, faz-se a genuflexão, mas não durante a Missa em si.

Por exemplo, se alguém se aproxima do Presbitério para proclamar uma Leitura, fará apenas uma reverência ao Altar, como é devido. E, se estivermos passando em procissão em frente a um Tabernáculo, também não fazemos a genuflexão.

Quando fazer a genuflexão?


A Instrução do Missal Romano enfatiza que os gestos e posturas corporais durante a celebração da Missa desempenham um papel significativo. Tanto o sacerdote, o diácono e os ministros quanto o povo são chamados a agir de forma a tornar a celebração reverente, nobre e simples. A fim de que todos compreendam plenamente o significado de cada parte da liturgia e possam participar ativamente. 1

A posição comum do corpo, que é observada por todos os participantes, é um sinal da unidade da comunidade cristã. Ela representa o fato de que todos estão reunidos como membros de uma mesma comunidade de fé para participar da Sagrada Liturgia. Sendo assim, essa postura comum expressa e estimula os pensamentos e sentimentos dos fiéis 1, o que contribui para um maior envolvimento com o mistério celebrado. 

Na liturgia


Todos os que passam diante do Santíssimo Sacramento fazem uma genuflexão, a menos que estejam caminhando em procissão. Os ministros que carregam a cruz processional e as velas, por exemplo, em vez de fazerem uma genuflexão, inclinam a cabeça.

Durante a Missa, o padre celebrante realiza três genuflexões em momentos específicos: 2

  1. após a apresentação da hóstia;
  2. após a apresentação do cálice; e
  3. antes da Comunhão.

Nos dois primeiros momentos a assembleia encontra-se ajoelhada. No terceiro, antes da comunhão o sacerdote pega a hóstia e a parte sobre a patena, deixando cair uma pequena partícula no cálice. No momento em que isso acontece, o coral e o povo cantam ou dizem o “Cordeiro de Deus”

Em seguida, o sacerdote junta as mãos em silêncio e, com as mãos juntas, faz a oração da Comunhão: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo” ou “Senhor Jesus Cristo, o vosso Corpo”.  3

Terminada a oração, o sacerdote faz uma genuflexão, pega a hóstia consagrada da mesma Missa e a segura um pouco elevada sobre a patena ou o cálice. Nesse momento, se houver concelebrantes, eles também se aproximam do centro do altar, fazendo genuflexão, e tomam do altar, com reverência, o Corpo de Cristo. 4 Então, o celebrante principal se volta para o povo e diz: “Felizes os convidados […]. 5

Além disso, a Instrução do Missal apresenta as orientações sobre como pode ser realizada a comunhão do sacerdote principal, dos concelebrantes, bem como dos ministros e diáconos, levando em conta os gestos específicos de cada um, incluindo a genuflexão, e em que momento eles devem ocorrer.

Para os fiéis, na hora de receber a comunhão, não se faz genuflexão ao deixar o banco. Apenas se caminha com reverência até o altar, mantendo as mãos unidas em oração.

Fora da Missa


Ao chegarem à Igreja — antes de se dirigirem ao banco — os fiéis devem fazer uma genuflexão em direção ao sacrário que contém o Santíssimo Sacramento, reconhecendo que é Cristo ali presente na Hóstia Consagrada. Se não houver um sacrário visível, inclina-se profundamente ao altar, a partir da cintura.

Nos ritos finais, ao sair do banco e deixar a parte principal da Igreja em silêncio, faz-se também uma genuflexão ao Santíssimo Sacramento.

Além disso, ao passar diante do Santíssimo Sacramento no Sacrário — caso esteja andando pela Igreja — também se faz uma genuflexão. Isso é válido tanto para os padres, como para os leigos.

Por fim, aprender corretamente os gestos e as posições na liturgia, e fora dela, é fundamental para adorarmos a Deus verdadeiramente e também para enriquecer a nossa relação com Ele. Ao compreender a importância desses ritos, podemos nos aproximar de Deus com reverência e humildade, permitindo que nossa adoração seja mais autêntica e nobre.

Veja também: Milagres Eucarísticos — o que são e por que acontecem?

Referências

  1. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.42[][]
  2. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.274[]
  3. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.156[]
  4. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.242[]
  5. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.155-157[]

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    Redação MBC

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    Conheça a função da linguagem corporal no cristianismo, o que é a genuflexão e quando se deve fazê-la dentro e fora da Missa.

    Em primeiro lugar, a linguagem corporal desempenha um papel significativo no cristianismo. Por meio de gestos e posições, os fiéis expressam sua devoção, adoração e reverência a Deus. Um gesto em particular que carrega profundo significado é a genuflexão.

    A genuflexão é um ato que expressa adoração ao Santíssimo Sacramento. Durante a liturgia cristã, a genuflexão é realizada em momentos específicos para reconhecer a presença sagrada de Cristo na Eucaristia e manifestar humildade diante de Sua grandeza. Neste artigo, vamos entender como e quando este gesto deve ser feito dentro e fora da Missa.

    O cristianismo e a linguagem corporal


    Antes de mais nada, a linguagem corporal desempenha um papel significativo na expressão da fé cristã. Sendo assim, quando os fiéis se aproximam de Deus em oração, suas posturas orantes revelam muito sobre sua relação com Deus. Desde os gestos simples até as genuflexões solenes, cada movimento carrega um significado profundo e demonstra respeito diante da presença de Deus.

    Um gesto bastante conhecido na prática cristã é juntar as mãos para rezar. Juntar as mãos em oração ou abri-las para o alto são gestos que revelam intimidade e comunhão. Unindo as mãos, os fiéis unem também seus corações e mentes a Deus, concentrando-se na Sua presença. Esse é o gesto tradicional de súplica.

    Além disso, dobrar o joelho ou ajoelhar-se diante do Santíssimo Sacramento é um gesto de profundo respeito e adoração. Por meio desse gesto o cristão reconhece a sua pequenez diante da grandeza de Deus.

    Outro gesto é estender-se diante de Deus. Ao prostrar-se na presença de Deus, o fiel se coloca em posição de adoração. Ademais, esse gesto também é sinal de entrega. A prostração durante a ordenação sacerdotal, por exemplo, representa a humildade, a submissão e a entrega total do sacerdote a Deus e ao seu serviço.

    A linguagem corporal cristã também se manifesta durante a leitura e a meditação da Palavra de Deus. Os fiéis ouvem o Evangelho em pé, não só como um sinal de respeito pela mensagem divina que está sendo proclamada, mas também como um ato de prontidão e disponibilidade. A meditação sentada, por sua vez, revela uma postura de reflexão e contemplação da Palavra, permitindo que ela penetre profundamente no coração, para depois refletir na vida.

    A prostração é parte do rito da ordenação de novos sacerdotes, como sinal de sua entrega total à Deus, assim como a genuflexão mostra a importância da linguagem corporal para o Cristianismo.
    A prostração é parte do rito da ordenação de novos sacerdotes, como sinal de sua entrega total à Deus.

    O que é genuflexão?


    A genuflexão é um gesto de adoração que consiste em dobrar o joelho direito até o chão, mantendo o esquerdo dobrado e o tronco ereto. Esse gesto é reservado especialmente para Cristo na Eucaristia, quando o Santíssimo Sacramento está exposto ou guardado no Sacrário. Além disso, também é feito em reverência à Santa Cruz, mas somente durante a solene adoração realizada na Sexta-feira Santa, até o início da Vigília Pascal.

    Ao entrar e sair do Presbitério, onde está o Tabernáculo, também se faz a genuflexão. No entanto, durante a Missa, a genuflexão não é feita. Ou seja, ao se aproximar do Presbitério no início da Missa e ao deixá-lo no final, faz-se a genuflexão, mas não durante a Missa em si.

    Por exemplo, se alguém se aproxima do Presbitério para proclamar uma Leitura, fará apenas uma reverência ao Altar, como é devido. E, se estivermos passando em procissão em frente a um Tabernáculo, também não fazemos a genuflexão.

    Quando fazer a genuflexão?


    A Instrução do Missal Romano enfatiza que os gestos e posturas corporais durante a celebração da Missa desempenham um papel significativo. Tanto o sacerdote, o diácono e os ministros quanto o povo são chamados a agir de forma a tornar a celebração reverente, nobre e simples. A fim de que todos compreendam plenamente o significado de cada parte da liturgia e possam participar ativamente. 1

    A posição comum do corpo, que é observada por todos os participantes, é um sinal da unidade da comunidade cristã. Ela representa o fato de que todos estão reunidos como membros de uma mesma comunidade de fé para participar da Sagrada Liturgia. Sendo assim, essa postura comum expressa e estimula os pensamentos e sentimentos dos fiéis 1, o que contribui para um maior envolvimento com o mistério celebrado. 

    Na liturgia


    Todos os que passam diante do Santíssimo Sacramento fazem uma genuflexão, a menos que estejam caminhando em procissão. Os ministros que carregam a cruz processional e as velas, por exemplo, em vez de fazerem uma genuflexão, inclinam a cabeça.

    Durante a Missa, o padre celebrante realiza três genuflexões em momentos específicos: 2

    1. após a apresentação da hóstia;
    2. após a apresentação do cálice; e
    3. antes da Comunhão.

    Nos dois primeiros momentos a assembleia encontra-se ajoelhada. No terceiro, antes da comunhão o sacerdote pega a hóstia e a parte sobre a patena, deixando cair uma pequena partícula no cálice. No momento em que isso acontece, o coral e o povo cantam ou dizem o “Cordeiro de Deus”

    Em seguida, o sacerdote junta as mãos em silêncio e, com as mãos juntas, faz a oração da Comunhão: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo” ou “Senhor Jesus Cristo, o vosso Corpo”.  3

    Terminada a oração, o sacerdote faz uma genuflexão, pega a hóstia consagrada da mesma Missa e a segura um pouco elevada sobre a patena ou o cálice. Nesse momento, se houver concelebrantes, eles também se aproximam do centro do altar, fazendo genuflexão, e tomam do altar, com reverência, o Corpo de Cristo. 4 Então, o celebrante principal se volta para o povo e diz: “Felizes os convidados […]. 5

    Além disso, a Instrução do Missal apresenta as orientações sobre como pode ser realizada a comunhão do sacerdote principal, dos concelebrantes, bem como dos ministros e diáconos, levando em conta os gestos específicos de cada um, incluindo a genuflexão, e em que momento eles devem ocorrer.

    Para os fiéis, na hora de receber a comunhão, não se faz genuflexão ao deixar o banco. Apenas se caminha com reverência até o altar, mantendo as mãos unidas em oração.

    Fora da Missa


    Ao chegarem à Igreja — antes de se dirigirem ao banco — os fiéis devem fazer uma genuflexão em direção ao sacrário que contém o Santíssimo Sacramento, reconhecendo que é Cristo ali presente na Hóstia Consagrada. Se não houver um sacrário visível, inclina-se profundamente ao altar, a partir da cintura.

    Nos ritos finais, ao sair do banco e deixar a parte principal da Igreja em silêncio, faz-se também uma genuflexão ao Santíssimo Sacramento.

    Além disso, ao passar diante do Santíssimo Sacramento no Sacrário — caso esteja andando pela Igreja — também se faz uma genuflexão. Isso é válido tanto para os padres, como para os leigos.

    Por fim, aprender corretamente os gestos e as posições na liturgia, e fora dela, é fundamental para adorarmos a Deus verdadeiramente e também para enriquecer a nossa relação com Ele. Ao compreender a importância desses ritos, podemos nos aproximar de Deus com reverência e humildade, permitindo que nossa adoração seja mais autêntica e nobre.

    Veja também: Milagres Eucarísticos — o que são e por que acontecem?

    Referências

    1. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.42[][]
    2. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.274[]
    3. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.156[]
    4. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.242[]
    5. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO cf. n.155-157[]

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