Conheça a vida, o chamado e os ensinamentos de Madre Teresa de Calcutá, a santa dos pobres e do amor radical a Cristo.
Conheça a vida, o chamado e os ensinamentos de Madre Teresa de Calcutá, a santa dos pobres e do amor radical a Cristo.
Entre os maiores exemplos de amor cristão no século XX, brilha a figura de Madre Teresa de Calcutá — pequena de estatura, mas gigante no testemunho. Conhecida por seu serviço incansável aos mais pobres entre os pobres, ela se tornou símbolo mundial de caridade, fé e humildade. Seu rosto sereno e suas mãos marcadas pelo cuidado dos doentes revelam uma mulher que viveu o Evangelho até as últimas consequências. Mais do que filantropia, sua vida foi uma resposta radical ao chamado de Cristo: “O que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 25,40).
Madre Teresa é uma prova viva de que a santidade não é privilégio de poucos, mas vocação universal. Sua entrega total à missão entre os marginalizados, sua espiritualidade profunda e sua fidelidade em meio às provações revelam o que significa amar com o amor de Deus. Neste artigo, vamos conhecer sua biografia, sua missão, sua espiritualidade e seu legado, com o desejo de nos deixarmos também provocar por seu exemplo.
1910 – Nasce Anjezë Gonxhe Bojaxhiu em Skopje, atual Macedônia do Norte.
1916 – Recebe a Primeira Comunhão e o Crisma.
1918 – Perde o pai, Nikola Bojaxhiu.
1922 – Sente o chamado à vida consagrada diante da imagem de Nossa Senhora em Letniça.
1926 – Entra na confraria da Bem-Aventurada Virgem Maria.
1928 – Viaja para ingressar no noviciado das Irmãs de Loreto na Irlanda.
1929 – Chega à Índia e inicia o noviciado em Darjeeling.
1931 – Faz os primeiros votos e passa a ser chamada Irmã Teresa.
1937 – Professa os votos perpétuos e recebe o título de Madre Teresa.
1946 – Ouve o “chamado dentro do chamado” para servir os mais pobres.
1948 – Deixa as Irmãs de Loreto e começa a missão nas ruas de Calcutá.
1949 – Ganha sua primeira discípula e aluga casa para as primeiras atividades.
1950 – Funda oficialmente as Missionárias da Caridade.
1952 – Abre a casa para moribundos, Nirmal Hriday, em Kalighat.
1953 – As irmãs mudam-se para a futura casa-mãe da Congregação.
1955 – Inaugura a casa Shishu Bhavan para crianças abandonadas.
1959 – Funda o centro para leprosos Prem Nivas.
1960 – Viaja pela primeira vez ao exterior para pedir reconhecimento pontifício.
1965 – As Missionárias da Caridade recebem aprovação pontifícia de Paulo VI.
1979 – Recebe o Prêmio Nobel da Paz.
1985 – Funda casas nos Estados Unidos e fala na ONU.
1997 – Morre em Calcutá, no dia 5 de setembro.
2003 – É beatificada por São João Paulo II.
2016 – É canonizada por Papa Francisco.
Madre Teresa nasceu em 26 de agosto de 1910, na cidade de Skopje, que hoje pertence à Macedônia. Ela era filha de pais albaneses católicos, profundamente devotos e comprometidos com a fé e a caridade, valores que marcaram sua formação desde a infância.
Aos 18 anos, sentindo-se profundamente tocada pela missão de servir a Deus, ingressou na Congregação das Irmãs de Loreto, na Irlanda. Foi então que escolheu o nome religioso Teresa, em homenagem a Santa Teresinha do Menino Jesus, a padroeira das missões e exemplo de humildade e amor.
Logo após seu ingresso na vida religiosa, Madre Teresa foi enviada à Índia, onde passou vários anos como professora em Calcutá, dedicada à educação de meninas pobres. Foi durante esse tempo que, em meio ao sofrimento que presenciava nas ruas, viveu o que chamou de “um chamado dentro do chamado”, que a levou a fundar uma nova missão entre os mais pobres dos pobres.
Em 1946, durante uma viagem de trem de Calcutá a Darjeeling, onde faria seu retiro anual, Madre Teresa viveu uma experiência decisiva. No silêncio da viagem e da oração, sentiu um apelo interior profundo: Jesus a chamava para deixar o convento das Irmãs de Loreto e viver entre os mais pobres dos pobres. Ela descreveu esse momento como um “chamado dentro do chamado”, uma certeza interior de que Deus queria algo mais: que ela fosse Sua luz nas favelas, cuidando dos doentes, dos abandonados e dos que ninguém queria amar.
Esse chamado transformou sua vida. Após dois anos de discernimento e espera, recebeu a permissão da Igreja para iniciar uma nova missão. Assim, em 1950, fundou a Congregação das Missionárias da Caridade, com um carisma próprio de amor radical e serviço incondicional aos pobres, vivendo entre eles, partilhando suas dores e oferecendo dignidade aos esquecidos do mundo.
Em 7 de outubro de 1950, com a aprovação do Papa Pio XII, Madre Teresa fundou oficialmente a Congregação das Missionárias da Caridade, em Calcutá. A nova ordem nasceu com o propósito singular de “saciar a sede de Jesus na cruz” por meio do serviço aos mais pobres entre os pobres — aqueles que vivem nas ruas, sem teto, doentes, morrendo sozinhos, rejeitados pela sociedade.
O carisma da congregação é marcado pela entrega total a Cristo na pessoa dos pobres, com votos adicionais além dos tradicionais (pobreza, castidade e obediência): as irmãs também professam um quarto voto de serviço gratuito e alegre aos mais necessitados.
O hábito branco com três listras azuis, simples e distintivo, tornou-se símbolo universal da caridade vivida com radicalidade. As três listras representam os votos religiosos e a devoção à Virgem Maria, Rainha da Paz. Madre Teresa escolheu esse traje em sinal de identificação com os pobres, inspirada pelas vestes das mulheres indianas mais humildes.
A missão cresceu rapidamente. A partir da Índia, as Missionárias da Caridade se expandiram para todos os continentes, abrindo casas em favelas, zonas de guerra, áreas devastadas por doenças e catástrofes. O amor de Cristo encarnado no serviço atravessou fronteiras, levando consolo aos que o mundo havia esquecido.
Madre Teresa não via os pobres apenas como necessitados de ajuda, mas como a própria presença de Cristo sofredor. “Para mim, cada pessoa representa Cristo e, visto que há apenas um Jesus, aquela pessoa, naquele momento, é a única no mundo”, é o que ela dizia, segundo uma de suas biografias. Seu serviço era uma forma de adoração e reparação, pois acreditava que Jesus ainda sofre nos mais desprezados e tem sede de amor. Foi com esse espírito que fundou a Casa dos Moribundos, onde cuidava com ternura dos que morriam abandonados, dando-lhes dignidade e consolo.
Um dos episódios mais comoventes narra o momento em que recolheu um homem coberto de vermes das ruas de Calcutá. Conta numa de suas biografias que depois de lavá-lo com carinho, ele disse à Madre: “Vivi como um animal nas ruas, mas estou morrendo como um anjo, amado e cuidado.” Para Madre Teresa, amar era ir até os limites do sofrimento humano e fazer-se oferta escondida entre os pobres. E, com humildade, afirmava que “O que fazemos é apenas uma gota no oceano, mas o oceano seria menor sem essa gota.”
Conheça outros santos recentes que, como Madre Teresa, nos mostram que a santidade é possível em qualquer época.
Por trás de tanta ação, havia um coração profundamente contemplativo. Madre Teresa fazia questão de reservar tempo diário para a adoração eucarística, a oração silenciosa e a recitação do Rosário. Seu amor à Virgem Maria era terno e constante, inspirando toda sua confiança.
No entanto, sua vida espiritual também passou por uma provação intensa: durante décadas, ela experimentou o que os místicos chamam de “noite escura da alma” — uma profunda sensação de ausência de Deus. Ainda assim, permaneceu fiel, oferecendo essa aridez como sacrifício de amor.
Sua fidelidade heroica, mesmo sem consolações espirituais, é um dos aspectos mais impressionantes de sua santidade.
Hoje, as Missionárias da Caridade estão presentes em mais de 130 países, com milhares de religiosas e voluntários. São mais de 600 casas de missão, que atendem doentes, crianças, refugiados, famílias em situação de rua, idosos abandonados, entre outros. Além da obra institucional, o legado de Madre Teresa se perpetua nos corações transformados por sua simplicidade, pela radicalidade do seu amor e pela alegria com que enfrentava a pobreza. Seu testemunho continua sendo luz para os que desejam servir a Deus servindo aos irmãos.
Saiba mais sobre a virtude teologal da caridade.
Madre Teresa tornou-se uma das personalidades mais admiradas do século XX. Recebeu diversos prêmios internacionais, sendo o mais importante o Prêmio Nobel da Paz em 1979. Em seu discurso, surpreendeu o mundo ao recusar o tradicional banquete, pedindo que o valor fosse usado para alimentar os pobres. Ela influenciou líderes políticos, religiosos e culturais com sua simplicidade e autoridade moral. Sempre discreta e humilde, nunca buscou fama, mas acabou se tornando ícone mundial de solidariedade.
Madre Teresa faleceu em 5 de setembro de 1997, em Calcutá, onde viveu por décadas servindo aos pobres e moribundos. Sua morte gerou uma comoção mundial: líderes de diversas religiões, chefes de Estado e milhões de fiéis prestaram homenagens à mulher que se tornou símbolo universal da caridade cristã. O governo indiano lhe concedeu um funeral de Estado, testemunho do impacto profundo de sua vida entre os mais necessitados.
Seis anos após sua morte, em 19 de outubro de 2003, Madre Teresa foi beatificada por São João Paulo II, que a chamou de “missionária da caridade”. O reconhecimento oficial de sua santidade se concretizou em 4 de setembro de 2016, quando foi canonizada pelo Papa Francisco durante o Jubileu da Misericórdia. A Igreja proclamou Santa Teresa de Calcutá, modelo de amor concreto e serviço radical aos mais pobres entre os pobres.
A Igreja reconheceu dois milagres que ocorreram por intercessão de Madre Teresa. O primeiro aconteceu em 1998, na Índia: Monica Besra, uma mulher pobre e doente, sofria de um tumor abdominal gravíssimo. Após rezar com fé e aplicar sobre o ventre uma medalha que havia tocado o corpo da madre, ela foi completamente curada — fato que os médicos não conseguiram explicar. O segundo milagre foi no Brasil, em 2008. Um engenheiro, casado e pai de família, estava em coma com múltiplos tumores cerebrais. Sua esposa e sua comunidade rezaram pedindo a intercessão de Madre Teresa. Pouco depois, ele acordou e foi curado de forma inexplicável.
O processo de reconhecimento de um milagre na Igreja é rigoroso. Envolve uma análise detalhada feita por médicos, especialistas e teólogos. Primeiro, deve-se comprovar que a cura foi instantânea, completa e duradoura, sem qualquer explicação científica. Depois, a Igreja analisa se houve uma invocação direta à intercessão do candidato à canonização. Só após essa investigação minuciosa é que o milagre pode ser oficialmente reconhecido. Esses milagres abriram o caminho para a beatificação em 2003 e, mais tarde, para a canonização de Madre Teresa em 2016.
Saiba mais sobre como funciona o processo de canonização na Igreja Católica.
Madre Teresa deixou frases que se tornaram muito conhecidas. Veja algumas delas a seguir.
Sobre o amor:
Sobre a santidade:
Sobre o serviço:
Os ensinamentos de Madre Teresa de Calcutá não pertencem ao passado, mas são um convite urgente para o presente. Em um mundo marcado pela pressa, pelo egoísmo e pela indiferença, seu testemunho nos provoca a redescobrir o essencial: amar a Deus na carne sofredora dos irmãos. Viver como ela viveu pode parecer um ideal distante, mas começa com passos simples, concretos, possíveis. A seguir, algumas formas práticas de seguir seu exemplo hoje:
Madre Teresa nos ensinou que sempre há alguém ao nosso redor que precisa de amor. Pode ser um vizinho solitário, um enfermo, uma criança carente. Visitar, escutar, cuidar, doar o nosso tempo — esses gestos refletem a caridade concreta que ela viveu.
A santa de Calcutá era radicalmente pobre, por opção, para se unir aos pobres. Podemos imitá-la ao cultivar o desprendimento material, valorizando o essencial e confiando na providência.
Mesmo na correria, Madre Teresa nunca deixava de estar com Jesus na Eucaristia. Podemos começar participando da Missa, ao menos aos domingos, e passando alguns minutos diários em silêncio diante do Santíssimo, pedindo um coração como o dela.
Ela dizia que “a alegria é oração, um sinal da nossa generosidade, de nosso desprendimento e de nossa união interior com Deus.” Os cristãos têm o “poder” transformar o ambiente ao seu redor com um sorriso sincero, um olhar atento, uma palavra de esperança.
Desde lavar uma louça até cuidar de um idoso, tudo pode se tornar um ato de amor quando oferecido a Deus. Esse é o caminho ordinário para uma santidade extraordinária.
Conheça também a vida de santos leigos.
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
Entre os maiores exemplos de amor cristão no século XX, brilha a figura de Madre Teresa de Calcutá — pequena de estatura, mas gigante no testemunho. Conhecida por seu serviço incansável aos mais pobres entre os pobres, ela se tornou símbolo mundial de caridade, fé e humildade. Seu rosto sereno e suas mãos marcadas pelo cuidado dos doentes revelam uma mulher que viveu o Evangelho até as últimas consequências. Mais do que filantropia, sua vida foi uma resposta radical ao chamado de Cristo: “O que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 25,40).
Madre Teresa é uma prova viva de que a santidade não é privilégio de poucos, mas vocação universal. Sua entrega total à missão entre os marginalizados, sua espiritualidade profunda e sua fidelidade em meio às provações revelam o que significa amar com o amor de Deus. Neste artigo, vamos conhecer sua biografia, sua missão, sua espiritualidade e seu legado, com o desejo de nos deixarmos também provocar por seu exemplo.
1910 – Nasce Anjezë Gonxhe Bojaxhiu em Skopje, atual Macedônia do Norte.
1916 – Recebe a Primeira Comunhão e o Crisma.
1918 – Perde o pai, Nikola Bojaxhiu.
1922 – Sente o chamado à vida consagrada diante da imagem de Nossa Senhora em Letniça.
1926 – Entra na confraria da Bem-Aventurada Virgem Maria.
1928 – Viaja para ingressar no noviciado das Irmãs de Loreto na Irlanda.
1929 – Chega à Índia e inicia o noviciado em Darjeeling.
1931 – Faz os primeiros votos e passa a ser chamada Irmã Teresa.
1937 – Professa os votos perpétuos e recebe o título de Madre Teresa.
1946 – Ouve o “chamado dentro do chamado” para servir os mais pobres.
1948 – Deixa as Irmãs de Loreto e começa a missão nas ruas de Calcutá.
1949 – Ganha sua primeira discípula e aluga casa para as primeiras atividades.
1950 – Funda oficialmente as Missionárias da Caridade.
1952 – Abre a casa para moribundos, Nirmal Hriday, em Kalighat.
1953 – As irmãs mudam-se para a futura casa-mãe da Congregação.
1955 – Inaugura a casa Shishu Bhavan para crianças abandonadas.
1959 – Funda o centro para leprosos Prem Nivas.
1960 – Viaja pela primeira vez ao exterior para pedir reconhecimento pontifício.
1965 – As Missionárias da Caridade recebem aprovação pontifícia de Paulo VI.
1979 – Recebe o Prêmio Nobel da Paz.
1985 – Funda casas nos Estados Unidos e fala na ONU.
1997 – Morre em Calcutá, no dia 5 de setembro.
2003 – É beatificada por São João Paulo II.
2016 – É canonizada por Papa Francisco.
Madre Teresa nasceu em 26 de agosto de 1910, na cidade de Skopje, que hoje pertence à Macedônia. Ela era filha de pais albaneses católicos, profundamente devotos e comprometidos com a fé e a caridade, valores que marcaram sua formação desde a infância.
Aos 18 anos, sentindo-se profundamente tocada pela missão de servir a Deus, ingressou na Congregação das Irmãs de Loreto, na Irlanda. Foi então que escolheu o nome religioso Teresa, em homenagem a Santa Teresinha do Menino Jesus, a padroeira das missões e exemplo de humildade e amor.
Logo após seu ingresso na vida religiosa, Madre Teresa foi enviada à Índia, onde passou vários anos como professora em Calcutá, dedicada à educação de meninas pobres. Foi durante esse tempo que, em meio ao sofrimento que presenciava nas ruas, viveu o que chamou de “um chamado dentro do chamado”, que a levou a fundar uma nova missão entre os mais pobres dos pobres.
Em 1946, durante uma viagem de trem de Calcutá a Darjeeling, onde faria seu retiro anual, Madre Teresa viveu uma experiência decisiva. No silêncio da viagem e da oração, sentiu um apelo interior profundo: Jesus a chamava para deixar o convento das Irmãs de Loreto e viver entre os mais pobres dos pobres. Ela descreveu esse momento como um “chamado dentro do chamado”, uma certeza interior de que Deus queria algo mais: que ela fosse Sua luz nas favelas, cuidando dos doentes, dos abandonados e dos que ninguém queria amar.
Esse chamado transformou sua vida. Após dois anos de discernimento e espera, recebeu a permissão da Igreja para iniciar uma nova missão. Assim, em 1950, fundou a Congregação das Missionárias da Caridade, com um carisma próprio de amor radical e serviço incondicional aos pobres, vivendo entre eles, partilhando suas dores e oferecendo dignidade aos esquecidos do mundo.
Em 7 de outubro de 1950, com a aprovação do Papa Pio XII, Madre Teresa fundou oficialmente a Congregação das Missionárias da Caridade, em Calcutá. A nova ordem nasceu com o propósito singular de “saciar a sede de Jesus na cruz” por meio do serviço aos mais pobres entre os pobres — aqueles que vivem nas ruas, sem teto, doentes, morrendo sozinhos, rejeitados pela sociedade.
O carisma da congregação é marcado pela entrega total a Cristo na pessoa dos pobres, com votos adicionais além dos tradicionais (pobreza, castidade e obediência): as irmãs também professam um quarto voto de serviço gratuito e alegre aos mais necessitados.
O hábito branco com três listras azuis, simples e distintivo, tornou-se símbolo universal da caridade vivida com radicalidade. As três listras representam os votos religiosos e a devoção à Virgem Maria, Rainha da Paz. Madre Teresa escolheu esse traje em sinal de identificação com os pobres, inspirada pelas vestes das mulheres indianas mais humildes.
A missão cresceu rapidamente. A partir da Índia, as Missionárias da Caridade se expandiram para todos os continentes, abrindo casas em favelas, zonas de guerra, áreas devastadas por doenças e catástrofes. O amor de Cristo encarnado no serviço atravessou fronteiras, levando consolo aos que o mundo havia esquecido.
Madre Teresa não via os pobres apenas como necessitados de ajuda, mas como a própria presença de Cristo sofredor. “Para mim, cada pessoa representa Cristo e, visto que há apenas um Jesus, aquela pessoa, naquele momento, é a única no mundo”, é o que ela dizia, segundo uma de suas biografias. Seu serviço era uma forma de adoração e reparação, pois acreditava que Jesus ainda sofre nos mais desprezados e tem sede de amor. Foi com esse espírito que fundou a Casa dos Moribundos, onde cuidava com ternura dos que morriam abandonados, dando-lhes dignidade e consolo.
Um dos episódios mais comoventes narra o momento em que recolheu um homem coberto de vermes das ruas de Calcutá. Conta numa de suas biografias que depois de lavá-lo com carinho, ele disse à Madre: “Vivi como um animal nas ruas, mas estou morrendo como um anjo, amado e cuidado.” Para Madre Teresa, amar era ir até os limites do sofrimento humano e fazer-se oferta escondida entre os pobres. E, com humildade, afirmava que “O que fazemos é apenas uma gota no oceano, mas o oceano seria menor sem essa gota.”
Conheça outros santos recentes que, como Madre Teresa, nos mostram que a santidade é possível em qualquer época.
Por trás de tanta ação, havia um coração profundamente contemplativo. Madre Teresa fazia questão de reservar tempo diário para a adoração eucarística, a oração silenciosa e a recitação do Rosário. Seu amor à Virgem Maria era terno e constante, inspirando toda sua confiança.
No entanto, sua vida espiritual também passou por uma provação intensa: durante décadas, ela experimentou o que os místicos chamam de “noite escura da alma” — uma profunda sensação de ausência de Deus. Ainda assim, permaneceu fiel, oferecendo essa aridez como sacrifício de amor.
Sua fidelidade heroica, mesmo sem consolações espirituais, é um dos aspectos mais impressionantes de sua santidade.
Hoje, as Missionárias da Caridade estão presentes em mais de 130 países, com milhares de religiosas e voluntários. São mais de 600 casas de missão, que atendem doentes, crianças, refugiados, famílias em situação de rua, idosos abandonados, entre outros. Além da obra institucional, o legado de Madre Teresa se perpetua nos corações transformados por sua simplicidade, pela radicalidade do seu amor e pela alegria com que enfrentava a pobreza. Seu testemunho continua sendo luz para os que desejam servir a Deus servindo aos irmãos.
Saiba mais sobre a virtude teologal da caridade.
Madre Teresa tornou-se uma das personalidades mais admiradas do século XX. Recebeu diversos prêmios internacionais, sendo o mais importante o Prêmio Nobel da Paz em 1979. Em seu discurso, surpreendeu o mundo ao recusar o tradicional banquete, pedindo que o valor fosse usado para alimentar os pobres. Ela influenciou líderes políticos, religiosos e culturais com sua simplicidade e autoridade moral. Sempre discreta e humilde, nunca buscou fama, mas acabou se tornando ícone mundial de solidariedade.
Madre Teresa faleceu em 5 de setembro de 1997, em Calcutá, onde viveu por décadas servindo aos pobres e moribundos. Sua morte gerou uma comoção mundial: líderes de diversas religiões, chefes de Estado e milhões de fiéis prestaram homenagens à mulher que se tornou símbolo universal da caridade cristã. O governo indiano lhe concedeu um funeral de Estado, testemunho do impacto profundo de sua vida entre os mais necessitados.
Seis anos após sua morte, em 19 de outubro de 2003, Madre Teresa foi beatificada por São João Paulo II, que a chamou de “missionária da caridade”. O reconhecimento oficial de sua santidade se concretizou em 4 de setembro de 2016, quando foi canonizada pelo Papa Francisco durante o Jubileu da Misericórdia. A Igreja proclamou Santa Teresa de Calcutá, modelo de amor concreto e serviço radical aos mais pobres entre os pobres.
A Igreja reconheceu dois milagres que ocorreram por intercessão de Madre Teresa. O primeiro aconteceu em 1998, na Índia: Monica Besra, uma mulher pobre e doente, sofria de um tumor abdominal gravíssimo. Após rezar com fé e aplicar sobre o ventre uma medalha que havia tocado o corpo da madre, ela foi completamente curada — fato que os médicos não conseguiram explicar. O segundo milagre foi no Brasil, em 2008. Um engenheiro, casado e pai de família, estava em coma com múltiplos tumores cerebrais. Sua esposa e sua comunidade rezaram pedindo a intercessão de Madre Teresa. Pouco depois, ele acordou e foi curado de forma inexplicável.
O processo de reconhecimento de um milagre na Igreja é rigoroso. Envolve uma análise detalhada feita por médicos, especialistas e teólogos. Primeiro, deve-se comprovar que a cura foi instantânea, completa e duradoura, sem qualquer explicação científica. Depois, a Igreja analisa se houve uma invocação direta à intercessão do candidato à canonização. Só após essa investigação minuciosa é que o milagre pode ser oficialmente reconhecido. Esses milagres abriram o caminho para a beatificação em 2003 e, mais tarde, para a canonização de Madre Teresa em 2016.
Saiba mais sobre como funciona o processo de canonização na Igreja Católica.
Madre Teresa deixou frases que se tornaram muito conhecidas. Veja algumas delas a seguir.
Sobre o amor:
Sobre a santidade:
Sobre o serviço:
Os ensinamentos de Madre Teresa de Calcutá não pertencem ao passado, mas são um convite urgente para o presente. Em um mundo marcado pela pressa, pelo egoísmo e pela indiferença, seu testemunho nos provoca a redescobrir o essencial: amar a Deus na carne sofredora dos irmãos. Viver como ela viveu pode parecer um ideal distante, mas começa com passos simples, concretos, possíveis. A seguir, algumas formas práticas de seguir seu exemplo hoje:
Madre Teresa nos ensinou que sempre há alguém ao nosso redor que precisa de amor. Pode ser um vizinho solitário, um enfermo, uma criança carente. Visitar, escutar, cuidar, doar o nosso tempo — esses gestos refletem a caridade concreta que ela viveu.
A santa de Calcutá era radicalmente pobre, por opção, para se unir aos pobres. Podemos imitá-la ao cultivar o desprendimento material, valorizando o essencial e confiando na providência.
Mesmo na correria, Madre Teresa nunca deixava de estar com Jesus na Eucaristia. Podemos começar participando da Missa, ao menos aos domingos, e passando alguns minutos diários em silêncio diante do Santíssimo, pedindo um coração como o dela.
Ela dizia que “a alegria é oração, um sinal da nossa generosidade, de nosso desprendimento e de nossa união interior com Deus.” Os cristãos têm o “poder” transformar o ambiente ao seu redor com um sorriso sincero, um olhar atento, uma palavra de esperança.
Desde lavar uma louça até cuidar de um idoso, tudo pode se tornar um ato de amor quando oferecido a Deus. Esse é o caminho ordinário para uma santidade extraordinária.
Conheça também a vida de santos leigos.