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A morte de São João Paulo II: um caminho direto para o céu

Sua vida impactou milhões de pessoas, e é claro que sua morte não seria diferente. Neste artigo, saiba foi a morte de São João Paulo II.

A morte de São João Paulo II: um caminho direto para o céu
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A morte de São João Paulo II: um caminho direto para o céu

Sua vida impactou milhões de pessoas, e é claro que sua morte não seria diferente. Neste artigo, saiba foi a morte de São João Paulo II.

Data da Publicação: 10/01/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica
Data da Publicação: 10/01/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica

Era uma noite silenciosa de 2005, quando o mundo soube que um grande homem partia para a casa do Pai. Os jornais já noticiavam, no dia 2 de abril de 2005, a morte de São João Paulo II. Sua vida impactou milhões de pessoas, e é claro que sua morte não seria diferente. O mundo todo reuniu-se para chorar a perda deste grande papa, que deixou sua marca para sempre na história.

A verdade, porém, é que essa morte até tardou em chegar. Foram três as vezes que João Paulo II esteve frente a frente com a morte, mas, em todas elas, recuperou-se e estava pronto para continuar pregando o Evangelho ao mundo. Quis Nosso Senhor que tivéssemos a graça de passar 84 anos com a presença única deste querido papa na Terra, mesmo que as circunstâncias, por vezes, tenham querido levá-lo mais cedo. Mas o Senhor, que sabe de todas as coisas, tinha outros planos para seu amado filho polonês.

Os atentados contra a vida de São João Paulo II 

Podemos contar como sendo três os atentados contra a vida de São João Paulo II, embora, em sua juventude, o santo tenha passado por mais situações que o colocaram em risco de prisão e de morte. Ainda quando era mais jovem, ele precisou se esconder em um porão para não ser encontrado pelos nazistas. Depois, frequentou um seminário clandestino e ordenou-se padre em uma Polônia aprisionada pelo regime comunista que assolava o país.

Porém, ainda antes de se tornar um dos corajosos seminaristas da Polônia perseguida, nosso querido Papa passou por uma experiência de quase morte: foi atropelado por um caminhão nazista quando voltava para casa de seu trabalho em uma pedreira. O atropelamento foi tão violento que uma mulher, passando na rua, correu-lhe ao encontro e pensou que já estivesse morto. Deus, porém, tinha outros planos. Logo se viu que Karol Wojtyła estava, na verdade, inconsciente e com muitos ferimentos. Foram duas semanas de internação hospitalar para recuperá-lo de um traumatismo craniano grave, uma lesão no ombro que lhe daria um alpendre permanente, e numerosos cortes. Segundo seus biógrafos, ter sobrevivido a esse atropelamento foi um dos maiores sinais, para São João Paulo II, que confirmavam sua vocação sacerdotal.

Depois de muitos anos, já Papa, São João Paulo II viveu o maior atentado contra sua vida: no dia 13 de maio de 1981, quando entrava na Praça de São Pedro, em Roma, foi atingido por tiros disparados pelo turco Mehmet Ali Ağca, um atirador membro do grupo fascista Lobos Cinzentos. Os tiros acertaram-lhe o estômago, o braço e a mão esquerda, fazendo-o perder rapidamente a consciência. Perante de uma multidão de fiéis perplexos, o Papa foi levado com urgência para Policlínica Gemelli, onde recebeu atendimento imediato.

Entenda porque São João Paulo II levou um tiro

As próximas cinco horas foram angustiantes, aguardando que o Papa passasse por uma delicada cirurgia para a retirada das balas e recuperação dos órgãos atingidos. Foram, de fato, momentos de muita tensão, até São João Paulo II estar fora de perigo. Conta-se que, em um rápido momento consciente, o papa pediu para que não tirassem seu escapulário durante a cirurgia.

Depois, falando sobre o caso, o papa sempre insistiu muito de que foi Nossa Senhora quem o livrou da morte e desviou as balas. De fato, não por mera coincidência, o atentado se deu exatamente no dia do início das aparições de Nossa Senhora em Fátima, aos três pastorinhos. João Paulo II já tinha uma grande devoção por Nossa Mãe mas, depois do acontecido, ficou ainda mais apegado à devoção mariana. Por isso, depois de recuperado, o papa ofereceu uma das balas do atentado à Nossa Senhora de Fátima, que se encontra na coroa da imagem do santuário até hoje.

Leia mais: 4 meios para aumentar sua devoção à Nossa Senhora

O assassino havia sido condenado à prisão perpétua na Itália. Cinco dias após o atentado, no hospital, São João Paulo II rezava o Angelus e colocava, como intenção, a vida de seu agressor: “Rezo pelo irmão que me feriu, a quem perdoei sinceramente”.

Apenas 2 anos depois, no dia 27 de dezembro de 1983, João Paulo II foi até o presídio de Rebibbia, em Roma, para se encontrar com Mehmet Ali Ağca. Ali, em uma conversa privada entre os dois, o Papa perdoou pessoalmente seu quase-assassino, em uma cena comovente de perdão e misericórdia.

O fato de São João Paulo II ter sobrevivido ao atentado foi, verdadeiramente, um milagre. O estado grave no qual se encontrava e a cirurgia delicada apenas comprovam que o Papa não morreu por muito pouco. Depois, comentando sobre o fato, ele reafirmou sua confiança em Nossa Senhora: “Uma mão disparou. Mas outra mão guiou a bala”.

Essa devoção especial levou-o a peregrinar a Fátima no ano seguinte, dia 13 de maio de 1892, para agradecer pessoalmente à Virgem Maria pela graça alcançada. Foi nesta ocasião, também, que o Papa ofereceu uma das balas ao Santuário. Porém, o que não se imaginava era que um gesto de agradecimento colocaria sua vida em risco pela terceira vez.

Em meio à multidão, um padre espanhol, fora de si, tentou atingir São João Paulo II com uma baioneta, mas os seguranças se deram conta a tempo, conseguiram evitar a tragédia, e o papa saiu ileso. Pela terceira vez, São João Paulo II escapou da morte pelas mãos de Maria. Era necessário que nosso querido papa permanecesse na Terra ainda muitos anos – havia muito a ser feito.

Doença de Parkinson: a cruz que carregou nos seus últimos anos

Sua força e superação diante dos atentados não significam que São João Paulo II teve uma vida fácil e sem desafios de saúde. Embora com vida esportiva e muita vitalidade, o papa foi acometido por uma doença silenciosa e que, ano após ano, lhe causava muito sofrimento: o mal de Parkinson.

Por decisão dele e do Vaticano, a doença do papa permaneceu em segredo por muito tempo, visto que São João Paulo II insistia em não alterar sua agenda de viagens pelo mundo. Frequentemente sofrendo com os males da doença, dores e indisposições, o papa preferia adiar seus tratamentos médicos o quanto podia, para não deixar de visitar seu rebanho nos diversos países do mundo.

Em meio à idade já avançada, São João Paulo II também sofreu com uma quebra no fêmur esquerdo, causada por uma queda, e também um apêndice inflamado que demorou muito para ser retirado — e isso a pedido do papa, porque a cirurgia atrasaria seus compromissos pontifícios.

Para ele, a prioridade sempre foi seu trabalho pastoral e sua missão como papa, a ponto de deixar sua saúde de lado para não desmarcar suas visitas a diferentes países. Por isso, suportou os incômodos das limitações de saúde por anos a fio, até que o corpo já não foi mais capaz de acompanhar a grande jovialidade e vitalidade que permanecia na alma.

Morte e sepultamento: uma despedida que abalou o mundo

Em 2 de abril de 2005, o mundo silenciava ante a morte de um dos maiores papas da modernidade. Já era noite quando São João Paulo II nos deixou, a exatas 21h37min da véspera do Domingo da Misericórdia, festa instituída por ele mesmo. Pode-se dizer que este foi mais um dos sinais carinhosos de Deus, que lhe deixou partir nessa data tão especial para o santo polonês, conterrâneo de Santa Faustina Kowalska, a apóstola da misericórdia.

Segundo o relatório oficial do Vaticano, o papa faleceu vítima de um “choque séptico com colapso cardiocirculatório devido a uma infecção urinária que já havia sido detectada”. O relatório também conta que suas últimas palavras foram em polonês, cerca de seis horas antes da morte, quando disse: “Deixai-me ir à casa do Pai”.

Antes dos últimos momentos, o papa continuava com sua avidez por atender ao povo e fazer com que o corpo acompanhasse o desejo de sua alma. No domingo de Páscoa, havia tentado dar a bênção “Urbi et Orbi”, mas foi impedido pelo agravamento de seu estado de saúde. Mais uma vez, no dia 30 de março, apareceu à janela para tentar dar a bênção costumeira, sendo esta sua última aparição pública.

Os ritos fúnebres antes de seu sepultamento duraram nove dias, e tiveram um alcance impressionante em todo o mundo. Cerca de 9 monarcas, 70 presidentes e primeiros-ministros compareceram pessoalmente, além de mais de 14 líderes religiosos não-católicos. Enquanto isso, 90 países recebiam, em tempo real e quase que ininterruptamente, as imagens da missa de corpo presente que durou mais de 3 horas. Além disso, os arredores do Vaticano e toda a cidade de Roma encheram-se de telões, para que os fiéis que não conseguissem chegar à Praça de São Pedro pudessem acompanhar os ritos fúnebres. 

Diante desses dados impressionantes, não é exagero dizer que a despedida de São João Paulo II abalou o mundo. Estima-se que a transmissão de sua partida atingiu bilhões de pessoas em todo o mundo, batendo todos os recordes de audiência e ultrapassando, inclusive, grandes eventos midiáticos. 

Esses sinais externos demonstram o carinho e admiração que o Papa alcançou com seu trabalho pastoral e seu inconfundível carisma. Um santo que conquistou inúmeros corações de todas as partes do mundo.

A honra dos altares: Papa João Paulo II é declarado santo

Não bastasse os relatos extraordinários de São João Paulo II em vida, sua partida para a cada do Pai também trouxe gratas surpresas. Logo após a morte do polonês, o recém-eleito Papa Bento XVI dispensou a obrigatoriedade de esperar 5 anos após o falecimento para abrir um processo de beatificação. Assim, apenas dois meses depois de seu falecimento, o processo de beatificação de São João Paulo II foi aberto na Basílica de Latrão, em Roma. 

Em 19 de dezembro de 2009, Bento XVI declara João Paulo II como venerável. Logo depois, é reconhecido o milagre que o levaria à beatificação, realizada em 1° de maio de 2011, também por Bento XVI.

A canonização não tardaria em chegar. Apenas 3 anos depois, em 27 de abril de 2014, São João Paulo II e São João XXIII foram canonizados pelo Papa Francisco. São João Paulo II, além disso, também é declarado santo padroeiro da Jornada Mundial da Juventude.

A rapidez do processo de canonização de São João Paulo II foi, de fato, extraordinária. Foram apenas 9 anos desde sua morte para que ele fosse declarado santo! Outro aspecto marcante do processo foi o fato de Bento XVI, seu sucessor imediato, ser aquele que o beatificaria – algo que havia ocorrido pela última vez ainda na Idade Média, quando essa proximidade era mais comum.

Em certa medida, podemos dizer que a presença marcante de São João Paulo II continuou reverberando na eternidade, refletindo-se até mesmo no curto tempo para ser declarado santo. Sua santidade foi notória, arrastando milhares de pessoas com seu testemunho. No entanto, embora muito breve, ainda não foi a mais rápida da história. Se pensarmos em recordes, podemos lembrar de Santo Antônio de Pádua, que foi canonizado com apenas 11 meses após sua morte, ou outros santos ainda.

O mais importante é pensar o quanto sua canonização nos inspira com o exemplo de um grande santo da modernidade, recordando-nos que dar-se inteiramente a Deus é um convite perene, que ultrapassa qualquer tempo e espaço. Quando escancaramos as portas de nossa vida a Cristo – como bem nos exortava São João Paulo II – vemos o quanto Deus torna nossa vida fecunda e extraordinária, a começar por aquele que proferiu essas inesquecíveis palavras. 

Redação Minha Biblioteca Católica

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Era uma noite silenciosa de 2005, quando o mundo soube que um grande homem partia para a casa do Pai. Os jornais já noticiavam, no dia 2 de abril de 2005, a morte de São João Paulo II. Sua vida impactou milhões de pessoas, e é claro que sua morte não seria diferente. O mundo todo reuniu-se para chorar a perda deste grande papa, que deixou sua marca para sempre na história.

A verdade, porém, é que essa morte até tardou em chegar. Foram três as vezes que João Paulo II esteve frente a frente com a morte, mas, em todas elas, recuperou-se e estava pronto para continuar pregando o Evangelho ao mundo. Quis Nosso Senhor que tivéssemos a graça de passar 84 anos com a presença única deste querido papa na Terra, mesmo que as circunstâncias, por vezes, tenham querido levá-lo mais cedo. Mas o Senhor, que sabe de todas as coisas, tinha outros planos para seu amado filho polonês.

Os atentados contra a vida de São João Paulo II 

Podemos contar como sendo três os atentados contra a vida de São João Paulo II, embora, em sua juventude, o santo tenha passado por mais situações que o colocaram em risco de prisão e de morte. Ainda quando era mais jovem, ele precisou se esconder em um porão para não ser encontrado pelos nazistas. Depois, frequentou um seminário clandestino e ordenou-se padre em uma Polônia aprisionada pelo regime comunista que assolava o país.

Porém, ainda antes de se tornar um dos corajosos seminaristas da Polônia perseguida, nosso querido Papa passou por uma experiência de quase morte: foi atropelado por um caminhão nazista quando voltava para casa de seu trabalho em uma pedreira. O atropelamento foi tão violento que uma mulher, passando na rua, correu-lhe ao encontro e pensou que já estivesse morto. Deus, porém, tinha outros planos. Logo se viu que Karol Wojtyła estava, na verdade, inconsciente e com muitos ferimentos. Foram duas semanas de internação hospitalar para recuperá-lo de um traumatismo craniano grave, uma lesão no ombro que lhe daria um alpendre permanente, e numerosos cortes. Segundo seus biógrafos, ter sobrevivido a esse atropelamento foi um dos maiores sinais, para São João Paulo II, que confirmavam sua vocação sacerdotal.

Depois de muitos anos, já Papa, São João Paulo II viveu o maior atentado contra sua vida: no dia 13 de maio de 1981, quando entrava na Praça de São Pedro, em Roma, foi atingido por tiros disparados pelo turco Mehmet Ali Ağca, um atirador membro do grupo fascista Lobos Cinzentos. Os tiros acertaram-lhe o estômago, o braço e a mão esquerda, fazendo-o perder rapidamente a consciência. Perante de uma multidão de fiéis perplexos, o Papa foi levado com urgência para Policlínica Gemelli, onde recebeu atendimento imediato.

Entenda porque São João Paulo II levou um tiro

As próximas cinco horas foram angustiantes, aguardando que o Papa passasse por uma delicada cirurgia para a retirada das balas e recuperação dos órgãos atingidos. Foram, de fato, momentos de muita tensão, até São João Paulo II estar fora de perigo. Conta-se que, em um rápido momento consciente, o papa pediu para que não tirassem seu escapulário durante a cirurgia.

Depois, falando sobre o caso, o papa sempre insistiu muito de que foi Nossa Senhora quem o livrou da morte e desviou as balas. De fato, não por mera coincidência, o atentado se deu exatamente no dia do início das aparições de Nossa Senhora em Fátima, aos três pastorinhos. João Paulo II já tinha uma grande devoção por Nossa Mãe mas, depois do acontecido, ficou ainda mais apegado à devoção mariana. Por isso, depois de recuperado, o papa ofereceu uma das balas do atentado à Nossa Senhora de Fátima, que se encontra na coroa da imagem do santuário até hoje.

Leia mais: 4 meios para aumentar sua devoção à Nossa Senhora

O assassino havia sido condenado à prisão perpétua na Itália. Cinco dias após o atentado, no hospital, São João Paulo II rezava o Angelus e colocava, como intenção, a vida de seu agressor: “Rezo pelo irmão que me feriu, a quem perdoei sinceramente”.

Apenas 2 anos depois, no dia 27 de dezembro de 1983, João Paulo II foi até o presídio de Rebibbia, em Roma, para se encontrar com Mehmet Ali Ağca. Ali, em uma conversa privada entre os dois, o Papa perdoou pessoalmente seu quase-assassino, em uma cena comovente de perdão e misericórdia.

O fato de São João Paulo II ter sobrevivido ao atentado foi, verdadeiramente, um milagre. O estado grave no qual se encontrava e a cirurgia delicada apenas comprovam que o Papa não morreu por muito pouco. Depois, comentando sobre o fato, ele reafirmou sua confiança em Nossa Senhora: “Uma mão disparou. Mas outra mão guiou a bala”.

Essa devoção especial levou-o a peregrinar a Fátima no ano seguinte, dia 13 de maio de 1892, para agradecer pessoalmente à Virgem Maria pela graça alcançada. Foi nesta ocasião, também, que o Papa ofereceu uma das balas ao Santuário. Porém, o que não se imaginava era que um gesto de agradecimento colocaria sua vida em risco pela terceira vez.

Em meio à multidão, um padre espanhol, fora de si, tentou atingir São João Paulo II com uma baioneta, mas os seguranças se deram conta a tempo, conseguiram evitar a tragédia, e o papa saiu ileso. Pela terceira vez, São João Paulo II escapou da morte pelas mãos de Maria. Era necessário que nosso querido papa permanecesse na Terra ainda muitos anos – havia muito a ser feito.

Doença de Parkinson: a cruz que carregou nos seus últimos anos

Sua força e superação diante dos atentados não significam que São João Paulo II teve uma vida fácil e sem desafios de saúde. Embora com vida esportiva e muita vitalidade, o papa foi acometido por uma doença silenciosa e que, ano após ano, lhe causava muito sofrimento: o mal de Parkinson.

Por decisão dele e do Vaticano, a doença do papa permaneceu em segredo por muito tempo, visto que São João Paulo II insistia em não alterar sua agenda de viagens pelo mundo. Frequentemente sofrendo com os males da doença, dores e indisposições, o papa preferia adiar seus tratamentos médicos o quanto podia, para não deixar de visitar seu rebanho nos diversos países do mundo.

Em meio à idade já avançada, São João Paulo II também sofreu com uma quebra no fêmur esquerdo, causada por uma queda, e também um apêndice inflamado que demorou muito para ser retirado — e isso a pedido do papa, porque a cirurgia atrasaria seus compromissos pontifícios.

Para ele, a prioridade sempre foi seu trabalho pastoral e sua missão como papa, a ponto de deixar sua saúde de lado para não desmarcar suas visitas a diferentes países. Por isso, suportou os incômodos das limitações de saúde por anos a fio, até que o corpo já não foi mais capaz de acompanhar a grande jovialidade e vitalidade que permanecia na alma.

Morte e sepultamento: uma despedida que abalou o mundo

Em 2 de abril de 2005, o mundo silenciava ante a morte de um dos maiores papas da modernidade. Já era noite quando São João Paulo II nos deixou, a exatas 21h37min da véspera do Domingo da Misericórdia, festa instituída por ele mesmo. Pode-se dizer que este foi mais um dos sinais carinhosos de Deus, que lhe deixou partir nessa data tão especial para o santo polonês, conterrâneo de Santa Faustina Kowalska, a apóstola da misericórdia.

Segundo o relatório oficial do Vaticano, o papa faleceu vítima de um “choque séptico com colapso cardiocirculatório devido a uma infecção urinária que já havia sido detectada”. O relatório também conta que suas últimas palavras foram em polonês, cerca de seis horas antes da morte, quando disse: “Deixai-me ir à casa do Pai”.

Antes dos últimos momentos, o papa continuava com sua avidez por atender ao povo e fazer com que o corpo acompanhasse o desejo de sua alma. No domingo de Páscoa, havia tentado dar a bênção “Urbi et Orbi”, mas foi impedido pelo agravamento de seu estado de saúde. Mais uma vez, no dia 30 de março, apareceu à janela para tentar dar a bênção costumeira, sendo esta sua última aparição pública.

Os ritos fúnebres antes de seu sepultamento duraram nove dias, e tiveram um alcance impressionante em todo o mundo. Cerca de 9 monarcas, 70 presidentes e primeiros-ministros compareceram pessoalmente, além de mais de 14 líderes religiosos não-católicos. Enquanto isso, 90 países recebiam, em tempo real e quase que ininterruptamente, as imagens da missa de corpo presente que durou mais de 3 horas. Além disso, os arredores do Vaticano e toda a cidade de Roma encheram-se de telões, para que os fiéis que não conseguissem chegar à Praça de São Pedro pudessem acompanhar os ritos fúnebres. 

Diante desses dados impressionantes, não é exagero dizer que a despedida de São João Paulo II abalou o mundo. Estima-se que a transmissão de sua partida atingiu bilhões de pessoas em todo o mundo, batendo todos os recordes de audiência e ultrapassando, inclusive, grandes eventos midiáticos. 

Esses sinais externos demonstram o carinho e admiração que o Papa alcançou com seu trabalho pastoral e seu inconfundível carisma. Um santo que conquistou inúmeros corações de todas as partes do mundo.

A honra dos altares: Papa João Paulo II é declarado santo

Não bastasse os relatos extraordinários de São João Paulo II em vida, sua partida para a cada do Pai também trouxe gratas surpresas. Logo após a morte do polonês, o recém-eleito Papa Bento XVI dispensou a obrigatoriedade de esperar 5 anos após o falecimento para abrir um processo de beatificação. Assim, apenas dois meses depois de seu falecimento, o processo de beatificação de São João Paulo II foi aberto na Basílica de Latrão, em Roma. 

Em 19 de dezembro de 2009, Bento XVI declara João Paulo II como venerável. Logo depois, é reconhecido o milagre que o levaria à beatificação, realizada em 1° de maio de 2011, também por Bento XVI.

A canonização não tardaria em chegar. Apenas 3 anos depois, em 27 de abril de 2014, São João Paulo II e São João XXIII foram canonizados pelo Papa Francisco. São João Paulo II, além disso, também é declarado santo padroeiro da Jornada Mundial da Juventude.

A rapidez do processo de canonização de São João Paulo II foi, de fato, extraordinária. Foram apenas 9 anos desde sua morte para que ele fosse declarado santo! Outro aspecto marcante do processo foi o fato de Bento XVI, seu sucessor imediato, ser aquele que o beatificaria – algo que havia ocorrido pela última vez ainda na Idade Média, quando essa proximidade era mais comum.

Em certa medida, podemos dizer que a presença marcante de São João Paulo II continuou reverberando na eternidade, refletindo-se até mesmo no curto tempo para ser declarado santo. Sua santidade foi notória, arrastando milhares de pessoas com seu testemunho. No entanto, embora muito breve, ainda não foi a mais rápida da história. Se pensarmos em recordes, podemos lembrar de Santo Antônio de Pádua, que foi canonizado com apenas 11 meses após sua morte, ou outros santos ainda.

O mais importante é pensar o quanto sua canonização nos inspira com o exemplo de um grande santo da modernidade, recordando-nos que dar-se inteiramente a Deus é um convite perene, que ultrapassa qualquer tempo e espaço. Quando escancaramos as portas de nossa vida a Cristo – como bem nos exortava São João Paulo II – vemos o quanto Deus torna nossa vida fecunda e extraordinária, a começar por aquele que proferiu essas inesquecíveis palavras. 

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