Liturgia diária

Liturgia Diária 18/04/25

Acompanhe a liturgia do dia 18 de abril de 2025, com texto e comentários patrísticos da Bíblia da Minha Biblioteca Católica.

Liturgia Diária 18/04/25
Liturgia diária

Liturgia Diária 18/04/25

Acompanhe a liturgia do dia 18 de abril de 2025, com texto e comentários patrísticos da Bíblia da Minha Biblioteca Católica.

Data da Publicação: 17/04/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica
Data da Publicação: 17/04/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica

Sexta-feira da Semana Santa, Ano C

Oração da manhã

“Inspirai, Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em Vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.” 1

Aproximando-nos do fim da semana, que a fé de Maria ilumine nosso caminho de unidade com a Igreja.

“Tomamos e queremos que se tome por advogada a bem-aventurada Virgem Maria […] para que ela nos obtenha […] o advento deste dia tão desejado, no qual todos os homens ouvirão a voz de seu Filho.” (Maria na Doutrina, p. 184)​

Primeira leitura

Isaías 52,13-53,12

13 Eis que o meu servo procederá com inteligência, será exaltado e elevado, e chegará ao cúmulo da glória.

14 Assim como pasmaram muitos à vista de ti, assim será sem glória o seu aspecto entre os homens, a sua figura entre os filhos dos homens.

15 Ele aspergirá sobre muitas nações, diante dele os reis taparão a boca; porque o viram aqueles a quem nada tinha sido anunciado a seu respeito; e os que não tinham ouvido falar dele o contemplaram.

53,1 Quem deu crédito ao que nos ouviu? A quem foi revelado o braço do Senhor?

2 Subirá como o arbusto diante dele, como raiz que sai de uma terra sequiosa; ele não tem beleza nem formosura; nós o vimos, e não tinha um aspecto agradável, para que o desejássemos.

3 Era desprezado, o último dos homens, um homem de dores e experimentado nos sofrimentos; o seu rosto estava encoberto, era desprezado, e por isso nenhum caso fizeram dele.

4 Verdadeiramente foi ele quem tomou sobre si as nossas fraquezas, e ele mesmo carregou as nossas dores; e nós o reputamos como um leproso e como um homem ferido por Deus e humilhado.

5 Mas foi ferido por causa das nossas iniquidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e nós fomos sarados com os seus ferimentos.

6 Todos nós andamos desgarrados como ovelhas, cada um se extraviou por seu caminho; e o Senhor carregou sobre ele a iniquidade de todos nós.

7 Foi oferecido porque ele mesmo quis, e não abriu a sua boca; como uma ovelha será levado ao matadouro, e como um cordeiro diante do que o tosquia emudece-rá, e não abrirá a sua boca.

8 Ele foi tirado pela angústia e pelo juízo. Quem poderá contar a sua geração? Porque ele foi cortado da terra dos viventes; eu o feri por causa da maldade do meu povo.

9 E lhe dará os ímpios em recompensa da sua sepultura, e o rico em recompensa da sua morte; porque ele não cometeu iniquidade, nem nunca se achou dolo na sua boca.

10 O Senhor quis consumi-lo com sofrimentos, mas, quando tiver oferecido a sua vida pelo pecado, verá uma descendência perdurável, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.

11 Verá o fruto do que a sua alma trabalhou e ficará satisfeito. Este mesmo justo, meu servo, justificará muitos com a sua ciência e tomará sobre si as suas iniquidades.

12 Por isso eu lhe atribuirei uma grande multidão, e ele distribuirá os despojos dos fortes, porque entregou a sua vida à morte e foi posto no número dos malfeitores, tomando sobre si os pecados de muitos e orando pelos pecadores.

Salmo

Sl 30(31),2.6.12-13.15-16.17.25 (R. Lc 23,46)

R. Pai, nas tuas mãos encomendo o meu espírito.

2 Em ti, Senhor, esperei.
Não seja eu jamais confundido,
livra-me, segundo a tua justiça.
6 Nas tuas mãos encomendo o meu espírito;
tu me remiste, Senhor Deus da verdade. R.

12 Mais que todos os meus inimigos, tornei-me um objeto de opróbrio,
sobretudo para os meus vizinhos,
e o horror dos meus conhecidos.
Os que me viam, fugiam para longe de mim.
13 Fui esquecido pelos corações como um morto.
Fiquei sendo como um vaso quebrado. R.

15 Mas eu esperei em ti, Senhor.
Eu disse: “Tu és meu Deus;
16 nas tuas mãos está o meu destino.” R.

17 Resplandeça o teu rosto sobre o teu servo,
salva-me pela tua misericórdia.
25 Portai-vos varonilmente, e fortaleça-se o vosso coração,
vós todos que esperais no Senhor. R.

Segunda leitura

Hebreus 4,14-16;5,7-9

14 Tendo nós, pois, um grande sumo sacerdote, que penetrou os céus, Jesus, Filho de Deus, sejamos firmes na profissão da nossa fé.

15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas enfermidades, mas que foi tentado em tudo à nossa semelhança, exceto no pecado.

16 Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e de encontrar graça, para sermos socorridos em tempo oportuno.

7 Nos dias da sua carne, oferecendo, com grande brado e com lágrimas, preces e súplicas àquele que o podia salvar da morte, Jesus foi atendido pela sua reverência.

8 E, embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu.

9 Então, uma vez consumado, tornou-se a causa da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.

Evangelho

João 18,1-19,42

1 Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron, onde havia um jardim, no qual entraram ele e os seus discípulos.

2 Ora, Judas, que o entregava, sabia também deste lugar, porque Jesus tinha ido lá muitas vezes com seus discípulos.

3 Tomou então Judas a coorte e guardas fornecidos pelos chefes dos sacerdotes e fariseus, foi lá com lanternas, archotes e armas.

4 Mas Jesus, que sabia tudo o que estava para lhe acontecer, adiantou-se e disse-lhes: “A quem buscais?”.

5 Responderam-lhe: “A Jesus Nazareno”. Disse-lhes Jesus: “Sou eu”. (Judas, que o entregava, estava também com eles.)

6 Então, assim que Jesus lhes disse: “Sou eu”, recuaram e caíram por terra.

7 Perguntou-lhes, pois, novamente: “A quem buscais?”. E eles disseram: “A Jesus Nazareno”.

8 Respondeu Jesus: “Já vos disse que sou eu; se é, pois, a mim que buscais, deixai ir estes” –

9 para se cumprir assim a palavra que ele dissera: “Dos que me deste, não perdi nenhum”.

10 Mas Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Este servo chamava-se Malco.

11 Porém, Jesus disse a Pedro: “Mete a tua espada na bainha. Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?”.

12 Então, a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o manietaram.

13 Primeiramente levaram-no à casa de Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano.

14 Caifás era aquele que tinha dado aos judeus o conselho de que convinha que um homem morresse pelo povo.

15 Ora, Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote.

16 Mas Pedro ficou fora, à porta. Saiu então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, falou à porteira e fez entrar Pedro.

17 Então a criada porteira disse a Pedro: “Não és tu também um dos discípulos desse homem?”. Ele respondeu: “Não sou”.

18 Ora os servos e os guardas estavam junto a uma fogueira, porque fazia frio, e aqueciam-se, e Pedro estava também com eles, de pé, se aquecendo.

19 Enquanto isso, o sumo sacerdote interrogava Jesus sobre os seus discípulos e sobre a sua doutrina.

20 Jesus respondeu-lhe: “Eu falei publicamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde concorrem todos os judeus, e nada disse em segredo.

21 Por que me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que eu lhes disse; eles sabem o que eu tenho dito”.

22 Ao dizer isso, um dos guardas que se achavam presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: “Assim respondes ao sumo sacerdote?”.

23 Respondeu-lhe Jesus: “Se falei mal, mostra o que eu disse de mal; mas, se falei bem, por que me feres?”.

24 E Anás enviou-o maniatado ao sumo sacerdote Caifás.

25 Ainda estava lá Simão Pedro, aquecendo-se. Eles disseram-lhe: “Não és tu também um dos seus discípulos?”. Ele negou, dizendo: “Não sou”.

26 Disse-lhe um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: “Não te vi com ele no jardim?”.

27 Então Pedro negou-o outra vez. E imediatamente cantou o galo.

28 Levaram, pois, Jesus da casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã cedo. Eles não entraram no Pretório, para não se contaminarem, a fim de comerem a Páscoa.

29 Pilatos então saiu para lhes falar, e disse: “Que acusação apresentais contra este homem?”.

30 Responderam-lhe: “Se este não fosse um malfeitor, não o entregaríamos nas tuas mãos”.

31 Pilatos disse-lhes então: “Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei”. Mas os judeus responderam-lhe: “A nós não nos é permitido matar ninguém”.

32 Para se cumprir a palavra que Jesus dissera, significando de que morte havia de morrer.

33 Tornou, pois, Pilatos a entrar no Pretório, e chamou Jesus, dizendo-lhe: “Tu és o rei dos judeus?”.

34 Respondeu Jesus: “Tu dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que te disseram de mim?”.

35 Replicou Pilatos: “Porventura sou judeu? A tua nação e os chefes dos sacerdotes são os que te entregaram nas minhas mãos. Que fizeste?”.

36 Respondeu Jesus: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certamente os meus ministros haviam de se esforçar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas o meu reino não é daqui”.

37 Disse-lhe então Pilatos: “Logo, tu és rei?”. Respondeu Jesus: “Tu o dizes; sou rei. Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.

38 Disse-lhe Pilatos: “O que é a verdade?”. E, dito isto, tornou a sair, para ir ter com os judeus, dizendo-lhes: “Não encontro nele crime algum.

39 Ora, é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro. Quereis, pois, que eu vos solte o rei dos judeus?”.

40 Então gritaram todos novamente, dizendo: “Não este, mas Barrabás!”. Ora, Barrabás era um ladrão.

19,1 Pilatos tomou então Jesus e mandou-o flagelar.

2 E os soldados, trançando uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça e revestiram-no com um manto de púrpura.

3 Depois, aproximavam-se dele e diziam-lhe: “Salve, rei dos judeus!”, e davam-lhe bofetadas.

4 Saiu Pilatos ainda outra vez e disse-lhes: “Eis que o trago à vossa presença, para que saibais que não encontro nele crime algum”.

5 Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E Pilatos disse-lhes: “Eis o homem”.

6 Então os príncipes dos sacerdotes e os ministros, tendo-o visto, gritaram: “Crucifica-o, crucifica-o!”. Disse-lhes Pilatos: “Tomai-o e crucificai-o vós, porque eu não encontro nele crime algum”.

7 Responderam-lhe os judeus: “Nós temos uma lei, e segundo a lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.

8 Pilatos, ao ouvir estas palavras, temeu ainda mais.

9 Então entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: “Donde és tu?”. Mas Jesus não lhe deu resposta.

10 Então disse-lhe Pilatos: “Não me falas? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e que tenho poder para te soltar?”.

11 Respondeu Jesus: “Tu não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, o que me entregou a ti tem maior pecado”.

12 E, deste momento em diante, procurava Pilatos soltá-lo. Porém os judeus gritavam, dizendo: “Se soltas este, não és amigo de César, porque todo o que se faz rei é contra César”.

13 Pilatos, pois, tendo ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no seu tribunal, no lugar que se chama Lithóstrôtos, e em hebraico Gabbatha.

14 Era a Parasceve da Páscoa, cerca da hora sexta, quando disse aos judeus: “Eis o vosso rei”.

15 Mas eles gritaram: “Fora! Fora! Crucifica-o!”. Disse-lhes Pilatos: “Hei de crucificar o vosso rei?”. Responderam os chefes dos sacerdotes: “Não temos rei, senão César”.

16 Então entregou-o para que fosse crucificado. Eles tomaram Jesus e conduziram-no para fora.

17 E, levando a sua cruz, saiu para o lugar que se chama Calvário, e em hebraico Gólgota,

18 onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de um lado, outro do outro lado, e Jesus no meio.

19 Pilatos escreveu também um título e o pôs sobre a cruz; e nele estava escrito: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.

20 Ora, muitos dos judeus leram esse título, porque o lugar onde Jesus foi crucificado estava perto da cidade. E estava escrito em hebraico, em grego e em latim.

21 Diziam, porém, a Pilatos os chefes dos sacerdotes dos judeus: “Não escrevas ‘Rei dos Judeus’, mas o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”.

22 Respondeu Pilatos: “O que escrevi, escrevi”.

23 Os soldados, então, depois de terem crucificado Jesus, tomaram as suas vestes (e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado) e a túnica. A túnica, porém, não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo.

24 Então disseram uns para os outros: “Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver com quem ficará”. Cumpriu-se deste modo a Escritura, que diz: Repartiram as minhas vestes entre si, e lançaram sortes sobre a minha túnica. E os soldados assim fizeram.

25 Entretanto estavam de pé junto à cruz de Jesus sua Mãe, e a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.

26 Jesus, ao ver sua Mãe e o discípulo que ele amava, o qual estava presente, disse à sua Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”.

27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua Mãe”. E, daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.

28 Depois, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: “Tenho sede”.

29 Tinha sido ali posto um vaso cheio de vinagre, e os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a um hissopo, chegaram-lhe à boca.

30 Então Jesus, depois de tomar o vinagre, disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.

31 Ora, os judeus, visto que era a Parasceve, não admitindo que ficassem os corpos na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.

32 Foram os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem ele fora crucificado.

33 Mas, quando chegaram a Jesus, ao verem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas;

34 no entanto, um dos soldados abriu-lhe um lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água.

35 E aquele que viu, deu testemunho disso, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.

36 Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: Não lhe quebrareis osso algum.

37 E diz outro lugar da Escritura: Lançarão o olhar para aquele a quem traspassaram.

38 Depois disto, José de Arimateia (o qual era discípulo de Jesus, ainda que oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lhe. Foi então e tomou o corpo de Jesus.

39 Nicodemos, o que tinha ido anteriormente de noite ter com Jesus, foi também, levando uma composição de quase cem libras de mirra e de aloés.

40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus e envolveram-no em lençóis com aromas, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus.

41 Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda tinha sido sepultado.

42 Portanto, por ser o dia da Parasceve dos judeus, visto que o sepulcro estava perto, depositaram aí Jesus.

Que tal meditar sobre a liturgia da Sexta-feira Santa?

Comentário patrístico

18,1–2. Teofilacto: Judas sabia também que nos dias de festa o Senhor tinha o costume de transmitir aos discípulos algum ensinamento sublime, e que costumava tratar desses assuntos místicos em lugares como aquele. Pois bem, como fosse um dia de solenidade, pensou que ele estaria ali, ensinando aos discípulos algo a ver com a celebração.

19,25–27. Ambrósio: Maria, Mãe do Senhor, estava diante da cruz do Filho; quem me ensinou isto foi São João, o Evangelista, e mais ninguém — os outros escreveram como o mundo foi sacudido na paixão do Senhor, como o céu se cobriu de trevas, como o sol recuou entre as sombras, como o ladrão, não sem antes confessar-se piamente, foi recebido no Paraíso —, mas João ensina o que os outros não ensinam: com que palavras o Senhor, colocado na cruz, se dirigiu à Mãe, tendo em mais alta conta a piedade filial que Jesus, triunfante dos suplícios, exibiu à Mãe do que a dádiva do reino e da vida eterna que fez ao ladrão, pois se foi piedoso dar a vida ao ladrão, muito mais rico em piedade foi o Filho honrar a Mãe com tamanho afeto: “Eis aí”, diz ele, “o teu filho”; “eis aí a tua Mãe”, e assim, do alto da cruz, Cristo deixava em testamento e repartia entre a Mãe e o discípulo a sua piedade.

Santo do dia

Santo Apolônio († c. 185)

18 de abril

Marco Aurélio havia perseguido os cristãos, mas seu filho Cômodo, sucedendo-o no trono em 180, mostrou-se-lhes favorável por consideração à Imperatriz Márcia, que admirava a fé. Durante esses tempos de paz, o número de fiéis aumentou em abundância, e muitas pessoas da alta classe, entre elas Apolônio, senador romano, se alistaram no exército da Cruz. Possuía ele grande conhecimento, tanto de filosofia quanto das Sagradas Escrituras. 

Em meio à paz de que desfrutava a Igreja, Apolônio foi publicamente acusado por um de seus escravos de seguir o cristianismo. O escravo foi imediatamente condenado a ter as pernas quebradas e recebeu a pena de morte, em consequência de um édito de Marco Aurélio que, sem repelir as leis anteriores contra cristãos convictos, ordenava que seus acusadores fossem mortos. Com a execução do escravo, o mesmo juiz enviou uma ordem a Santo Apolônio para que renunciasse sua religião, pois dava valor à sua vida e fortuna. Destemido, o santo rejeitou esses ignominiosos termos de segurança, e por isso Perenis o encaminhou a julgamento no senado romano, a fim de explicar sua fé. Persistindo em sua recusa das condições impostas, o santo foi condenado por um decreto do senado, e decapitado por volta do ano 185. 2

Outros santos do dia: São Ruadano de Lothra, Santa Huna e São Vitoriano.

Referências

  1. Devocionário a São José, página 33.[]
  2. Butler, Alban. Vida dos Santos, 2021, p. 175.[]

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Sexta-feira da Semana Santa, Ano C

Oração da manhã

“Inspirai, Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em Vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.” 1

Aproximando-nos do fim da semana, que a fé de Maria ilumine nosso caminho de unidade com a Igreja.

“Tomamos e queremos que se tome por advogada a bem-aventurada Virgem Maria […] para que ela nos obtenha […] o advento deste dia tão desejado, no qual todos os homens ouvirão a voz de seu Filho.” (Maria na Doutrina, p. 184)​

Primeira leitura

Isaías 52,13-53,12

13 Eis que o meu servo procederá com inteligência, será exaltado e elevado, e chegará ao cúmulo da glória.

14 Assim como pasmaram muitos à vista de ti, assim será sem glória o seu aspecto entre os homens, a sua figura entre os filhos dos homens.

15 Ele aspergirá sobre muitas nações, diante dele os reis taparão a boca; porque o viram aqueles a quem nada tinha sido anunciado a seu respeito; e os que não tinham ouvido falar dele o contemplaram.

53,1 Quem deu crédito ao que nos ouviu? A quem foi revelado o braço do Senhor?

2 Subirá como o arbusto diante dele, como raiz que sai de uma terra sequiosa; ele não tem beleza nem formosura; nós o vimos, e não tinha um aspecto agradável, para que o desejássemos.

3 Era desprezado, o último dos homens, um homem de dores e experimentado nos sofrimentos; o seu rosto estava encoberto, era desprezado, e por isso nenhum caso fizeram dele.

4 Verdadeiramente foi ele quem tomou sobre si as nossas fraquezas, e ele mesmo carregou as nossas dores; e nós o reputamos como um leproso e como um homem ferido por Deus e humilhado.

5 Mas foi ferido por causa das nossas iniquidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e nós fomos sarados com os seus ferimentos.

6 Todos nós andamos desgarrados como ovelhas, cada um se extraviou por seu caminho; e o Senhor carregou sobre ele a iniquidade de todos nós.

7 Foi oferecido porque ele mesmo quis, e não abriu a sua boca; como uma ovelha será levado ao matadouro, e como um cordeiro diante do que o tosquia emudece-rá, e não abrirá a sua boca.

8 Ele foi tirado pela angústia e pelo juízo. Quem poderá contar a sua geração? Porque ele foi cortado da terra dos viventes; eu o feri por causa da maldade do meu povo.

9 E lhe dará os ímpios em recompensa da sua sepultura, e o rico em recompensa da sua morte; porque ele não cometeu iniquidade, nem nunca se achou dolo na sua boca.

10 O Senhor quis consumi-lo com sofrimentos, mas, quando tiver oferecido a sua vida pelo pecado, verá uma descendência perdurável, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.

11 Verá o fruto do que a sua alma trabalhou e ficará satisfeito. Este mesmo justo, meu servo, justificará muitos com a sua ciência e tomará sobre si as suas iniquidades.

12 Por isso eu lhe atribuirei uma grande multidão, e ele distribuirá os despojos dos fortes, porque entregou a sua vida à morte e foi posto no número dos malfeitores, tomando sobre si os pecados de muitos e orando pelos pecadores.

Salmo

Sl 30(31),2.6.12-13.15-16.17.25 (R. Lc 23,46)

R. Pai, nas tuas mãos encomendo o meu espírito.

2 Em ti, Senhor, esperei.
Não seja eu jamais confundido,
livra-me, segundo a tua justiça.
6 Nas tuas mãos encomendo o meu espírito;
tu me remiste, Senhor Deus da verdade. R.

12 Mais que todos os meus inimigos, tornei-me um objeto de opróbrio,
sobretudo para os meus vizinhos,
e o horror dos meus conhecidos.
Os que me viam, fugiam para longe de mim.
13 Fui esquecido pelos corações como um morto.
Fiquei sendo como um vaso quebrado. R.

15 Mas eu esperei em ti, Senhor.
Eu disse: “Tu és meu Deus;
16 nas tuas mãos está o meu destino.” R.

17 Resplandeça o teu rosto sobre o teu servo,
salva-me pela tua misericórdia.
25 Portai-vos varonilmente, e fortaleça-se o vosso coração,
vós todos que esperais no Senhor. R.

Segunda leitura

Hebreus 4,14-16;5,7-9

14 Tendo nós, pois, um grande sumo sacerdote, que penetrou os céus, Jesus, Filho de Deus, sejamos firmes na profissão da nossa fé.

15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas enfermidades, mas que foi tentado em tudo à nossa semelhança, exceto no pecado.

16 Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e de encontrar graça, para sermos socorridos em tempo oportuno.

7 Nos dias da sua carne, oferecendo, com grande brado e com lágrimas, preces e súplicas àquele que o podia salvar da morte, Jesus foi atendido pela sua reverência.

8 E, embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu.

9 Então, uma vez consumado, tornou-se a causa da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.

Evangelho

João 18,1-19,42

1 Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron, onde havia um jardim, no qual entraram ele e os seus discípulos.

2 Ora, Judas, que o entregava, sabia também deste lugar, porque Jesus tinha ido lá muitas vezes com seus discípulos.

3 Tomou então Judas a coorte e guardas fornecidos pelos chefes dos sacerdotes e fariseus, foi lá com lanternas, archotes e armas.

4 Mas Jesus, que sabia tudo o que estava para lhe acontecer, adiantou-se e disse-lhes: “A quem buscais?”.

5 Responderam-lhe: “A Jesus Nazareno”. Disse-lhes Jesus: “Sou eu”. (Judas, que o entregava, estava também com eles.)

6 Então, assim que Jesus lhes disse: “Sou eu”, recuaram e caíram por terra.

7 Perguntou-lhes, pois, novamente: “A quem buscais?”. E eles disseram: “A Jesus Nazareno”.

8 Respondeu Jesus: “Já vos disse que sou eu; se é, pois, a mim que buscais, deixai ir estes” –

9 para se cumprir assim a palavra que ele dissera: “Dos que me deste, não perdi nenhum”.

10 Mas Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Este servo chamava-se Malco.

11 Porém, Jesus disse a Pedro: “Mete a tua espada na bainha. Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?”.

12 Então, a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o manietaram.

13 Primeiramente levaram-no à casa de Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano.

14 Caifás era aquele que tinha dado aos judeus o conselho de que convinha que um homem morresse pelo povo.

15 Ora, Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote.

16 Mas Pedro ficou fora, à porta. Saiu então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, falou à porteira e fez entrar Pedro.

17 Então a criada porteira disse a Pedro: “Não és tu também um dos discípulos desse homem?”. Ele respondeu: “Não sou”.

18 Ora os servos e os guardas estavam junto a uma fogueira, porque fazia frio, e aqueciam-se, e Pedro estava também com eles, de pé, se aquecendo.

19 Enquanto isso, o sumo sacerdote interrogava Jesus sobre os seus discípulos e sobre a sua doutrina.

20 Jesus respondeu-lhe: “Eu falei publicamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde concorrem todos os judeus, e nada disse em segredo.

21 Por que me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que eu lhes disse; eles sabem o que eu tenho dito”.

22 Ao dizer isso, um dos guardas que se achavam presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: “Assim respondes ao sumo sacerdote?”.

23 Respondeu-lhe Jesus: “Se falei mal, mostra o que eu disse de mal; mas, se falei bem, por que me feres?”.

24 E Anás enviou-o maniatado ao sumo sacerdote Caifás.

25 Ainda estava lá Simão Pedro, aquecendo-se. Eles disseram-lhe: “Não és tu também um dos seus discípulos?”. Ele negou, dizendo: “Não sou”.

26 Disse-lhe um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: “Não te vi com ele no jardim?”.

27 Então Pedro negou-o outra vez. E imediatamente cantou o galo.

28 Levaram, pois, Jesus da casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã cedo. Eles não entraram no Pretório, para não se contaminarem, a fim de comerem a Páscoa.

29 Pilatos então saiu para lhes falar, e disse: “Que acusação apresentais contra este homem?”.

30 Responderam-lhe: “Se este não fosse um malfeitor, não o entregaríamos nas tuas mãos”.

31 Pilatos disse-lhes então: “Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei”. Mas os judeus responderam-lhe: “A nós não nos é permitido matar ninguém”.

32 Para se cumprir a palavra que Jesus dissera, significando de que morte havia de morrer.

33 Tornou, pois, Pilatos a entrar no Pretório, e chamou Jesus, dizendo-lhe: “Tu és o rei dos judeus?”.

34 Respondeu Jesus: “Tu dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que te disseram de mim?”.

35 Replicou Pilatos: “Porventura sou judeu? A tua nação e os chefes dos sacerdotes são os que te entregaram nas minhas mãos. Que fizeste?”.

36 Respondeu Jesus: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certamente os meus ministros haviam de se esforçar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas o meu reino não é daqui”.

37 Disse-lhe então Pilatos: “Logo, tu és rei?”. Respondeu Jesus: “Tu o dizes; sou rei. Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.

38 Disse-lhe Pilatos: “O que é a verdade?”. E, dito isto, tornou a sair, para ir ter com os judeus, dizendo-lhes: “Não encontro nele crime algum.

39 Ora, é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro. Quereis, pois, que eu vos solte o rei dos judeus?”.

40 Então gritaram todos novamente, dizendo: “Não este, mas Barrabás!”. Ora, Barrabás era um ladrão.

19,1 Pilatos tomou então Jesus e mandou-o flagelar.

2 E os soldados, trançando uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça e revestiram-no com um manto de púrpura.

3 Depois, aproximavam-se dele e diziam-lhe: “Salve, rei dos judeus!”, e davam-lhe bofetadas.

4 Saiu Pilatos ainda outra vez e disse-lhes: “Eis que o trago à vossa presença, para que saibais que não encontro nele crime algum”.

5 Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E Pilatos disse-lhes: “Eis o homem”.

6 Então os príncipes dos sacerdotes e os ministros, tendo-o visto, gritaram: “Crucifica-o, crucifica-o!”. Disse-lhes Pilatos: “Tomai-o e crucificai-o vós, porque eu não encontro nele crime algum”.

7 Responderam-lhe os judeus: “Nós temos uma lei, e segundo a lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.

8 Pilatos, ao ouvir estas palavras, temeu ainda mais.

9 Então entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: “Donde és tu?”. Mas Jesus não lhe deu resposta.

10 Então disse-lhe Pilatos: “Não me falas? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e que tenho poder para te soltar?”.

11 Respondeu Jesus: “Tu não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, o que me entregou a ti tem maior pecado”.

12 E, deste momento em diante, procurava Pilatos soltá-lo. Porém os judeus gritavam, dizendo: “Se soltas este, não és amigo de César, porque todo o que se faz rei é contra César”.

13 Pilatos, pois, tendo ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no seu tribunal, no lugar que se chama Lithóstrôtos, e em hebraico Gabbatha.

14 Era a Parasceve da Páscoa, cerca da hora sexta, quando disse aos judeus: “Eis o vosso rei”.

15 Mas eles gritaram: “Fora! Fora! Crucifica-o!”. Disse-lhes Pilatos: “Hei de crucificar o vosso rei?”. Responderam os chefes dos sacerdotes: “Não temos rei, senão César”.

16 Então entregou-o para que fosse crucificado. Eles tomaram Jesus e conduziram-no para fora.

17 E, levando a sua cruz, saiu para o lugar que se chama Calvário, e em hebraico Gólgota,

18 onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de um lado, outro do outro lado, e Jesus no meio.

19 Pilatos escreveu também um título e o pôs sobre a cruz; e nele estava escrito: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.

20 Ora, muitos dos judeus leram esse título, porque o lugar onde Jesus foi crucificado estava perto da cidade. E estava escrito em hebraico, em grego e em latim.

21 Diziam, porém, a Pilatos os chefes dos sacerdotes dos judeus: “Não escrevas ‘Rei dos Judeus’, mas o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”.

22 Respondeu Pilatos: “O que escrevi, escrevi”.

23 Os soldados, então, depois de terem crucificado Jesus, tomaram as suas vestes (e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado) e a túnica. A túnica, porém, não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo.

24 Então disseram uns para os outros: “Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver com quem ficará”. Cumpriu-se deste modo a Escritura, que diz: Repartiram as minhas vestes entre si, e lançaram sortes sobre a minha túnica. E os soldados assim fizeram.

25 Entretanto estavam de pé junto à cruz de Jesus sua Mãe, e a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.

26 Jesus, ao ver sua Mãe e o discípulo que ele amava, o qual estava presente, disse à sua Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”.

27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua Mãe”. E, daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.

28 Depois, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: “Tenho sede”.

29 Tinha sido ali posto um vaso cheio de vinagre, e os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a um hissopo, chegaram-lhe à boca.

30 Então Jesus, depois de tomar o vinagre, disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.

31 Ora, os judeus, visto que era a Parasceve, não admitindo que ficassem os corpos na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.

32 Foram os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem ele fora crucificado.

33 Mas, quando chegaram a Jesus, ao verem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas;

34 no entanto, um dos soldados abriu-lhe um lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água.

35 E aquele que viu, deu testemunho disso, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.

36 Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: Não lhe quebrareis osso algum.

37 E diz outro lugar da Escritura: Lançarão o olhar para aquele a quem traspassaram.

38 Depois disto, José de Arimateia (o qual era discípulo de Jesus, ainda que oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lhe. Foi então e tomou o corpo de Jesus.

39 Nicodemos, o que tinha ido anteriormente de noite ter com Jesus, foi também, levando uma composição de quase cem libras de mirra e de aloés.

40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus e envolveram-no em lençóis com aromas, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus.

41 Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda tinha sido sepultado.

42 Portanto, por ser o dia da Parasceve dos judeus, visto que o sepulcro estava perto, depositaram aí Jesus.

Que tal meditar sobre a liturgia da Sexta-feira Santa?

Comentário patrístico

18,1–2. Teofilacto: Judas sabia também que nos dias de festa o Senhor tinha o costume de transmitir aos discípulos algum ensinamento sublime, e que costumava tratar desses assuntos místicos em lugares como aquele. Pois bem, como fosse um dia de solenidade, pensou que ele estaria ali, ensinando aos discípulos algo a ver com a celebração.

19,25–27. Ambrósio: Maria, Mãe do Senhor, estava diante da cruz do Filho; quem me ensinou isto foi São João, o Evangelista, e mais ninguém — os outros escreveram como o mundo foi sacudido na paixão do Senhor, como o céu se cobriu de trevas, como o sol recuou entre as sombras, como o ladrão, não sem antes confessar-se piamente, foi recebido no Paraíso —, mas João ensina o que os outros não ensinam: com que palavras o Senhor, colocado na cruz, se dirigiu à Mãe, tendo em mais alta conta a piedade filial que Jesus, triunfante dos suplícios, exibiu à Mãe do que a dádiva do reino e da vida eterna que fez ao ladrão, pois se foi piedoso dar a vida ao ladrão, muito mais rico em piedade foi o Filho honrar a Mãe com tamanho afeto: “Eis aí”, diz ele, “o teu filho”; “eis aí a tua Mãe”, e assim, do alto da cruz, Cristo deixava em testamento e repartia entre a Mãe e o discípulo a sua piedade.

Santo do dia

Santo Apolônio († c. 185)

18 de abril

Marco Aurélio havia perseguido os cristãos, mas seu filho Cômodo, sucedendo-o no trono em 180, mostrou-se-lhes favorável por consideração à Imperatriz Márcia, que admirava a fé. Durante esses tempos de paz, o número de fiéis aumentou em abundância, e muitas pessoas da alta classe, entre elas Apolônio, senador romano, se alistaram no exército da Cruz. Possuía ele grande conhecimento, tanto de filosofia quanto das Sagradas Escrituras. 

Em meio à paz de que desfrutava a Igreja, Apolônio foi publicamente acusado por um de seus escravos de seguir o cristianismo. O escravo foi imediatamente condenado a ter as pernas quebradas e recebeu a pena de morte, em consequência de um édito de Marco Aurélio que, sem repelir as leis anteriores contra cristãos convictos, ordenava que seus acusadores fossem mortos. Com a execução do escravo, o mesmo juiz enviou uma ordem a Santo Apolônio para que renunciasse sua religião, pois dava valor à sua vida e fortuna. Destemido, o santo rejeitou esses ignominiosos termos de segurança, e por isso Perenis o encaminhou a julgamento no senado romano, a fim de explicar sua fé. Persistindo em sua recusa das condições impostas, o santo foi condenado por um decreto do senado, e decapitado por volta do ano 185. 2

Outros santos do dia: São Ruadano de Lothra, Santa Huna e São Vitoriano.

Referências

  1. Devocionário a São José, página 33.[]
  2. Butler, Alban. Vida dos Santos, 2021, p. 175.[]

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