Destaque, Formação

Cardeal: um guia para católicos sobre os príncipes da Igreja

Descubra quem é o cardeal na Igreja Católica: sua origem, missão, funções, nomeação e papel essencial na escolha do Papa.

Cardeal: um guia para católicos sobre os príncipes da Igreja
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Cardeal: um guia para católicos sobre os príncipes da Igreja

Descubra quem é o cardeal na Igreja Católica: sua origem, missão, funções, nomeação e papel essencial na escolha do Papa.

Data da Publicação: 29/04/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 29/04/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

Um cardeal ocupa um lugar de destaque na vida da Igreja Católica. São figuras centrais que, além de auxiliarem o Papa no governo da Igreja, têm a altíssima responsabilidade de escolher o novo Sucessor de Pedro no caso da Sé Vacante. São homens chamados a carregar no peito o peso da Igreja universal, como pastores e guardiães da fé, ungidos para proteger a barca de Pedro contra os ventos da apostasia e da confusão.

Este guia se propõe a apresentar, de forma clara e profundamente espiritual, quem são os cardeais, sua origem histórica, funções, processo de nomeação, ligação com o conclave, além de destacar algumas figuras importantes e curiosidades dessa sublime vocação e missão na Igreja.

O que é um cardeal?

O cardeal é um membro do Colégio Cardinalício, corpo que aconselha o Papa e, em tempos de vacância, elege seu sucessor. A palavra “cardeal” vem do latim cardo, que significa “dobradiça” ou “ponto de apoio”, indicando que sobre eles gira a estabilidade da Igreja. Os cardeais são considerados “Príncipes da Igreja”, mas sua dignidade está, acima de tudo, no serviço a Cristo e à Sua Esposa, a Igreja. Como recordava São Carlos Borromeu, ser cardeal é “aceitar a responsabilidade de dar conta não apenas de si, mas de toda a Igreja”. É carregar sobre os ombros a missão de guardar a fé apostólica.

Saiba mais sobre como funciona a hierarquia da Igreja Católica.

Origem histórica do colégio cardinalício

A formação do Colégio Cardinalício remonta aos primeiros séculos da Igreja em Roma, quando padres das paróquias romanas e diáconos das regiões administrativas foram chamados a assessorar o bispo de Roma. Esses clérigos de confiança começaram a formar um corpo mais definido, sobretudo entre os séculos V e VIII, adquirindo papel cada vez mais relevante na administração eclesiástica. Como ensina o Cardeal Robert Sarah, “o governo da Igreja é serviço e sacrifício, e nasceu com a oração e o sangue dos mártires”.

A reforma de Nicolau II e a eleição dos papas

Um ponto de inflexão se deu com a bula In Nomine Domini, promulgada pelo Papa Nicolau II em 1059. Este documento estabeleceu que a eleição do Papa seria feita exclusivamente pelos cardeais-bispos, afastando a influência direta dos poderes laicos, um marco decisivo na afirmação da liberdade da Igreja em relação ao poder secular. Essa reforma visava proteger a Igreja da ingerência política e reafirmar sua submissão exclusiva a Cristo, o verdadeiro Pastor Supremo.

O desenvolvimento do título ao longo da história

Com o tempo, o título de cardeal foi se expandindo para além das fronteiras de Roma. Inicialmente restrito ao clero da Cidade Eterna, passou a ser conferido a bispos e padres de outras regiões, reconhecendo seu serviço e ampliando o alcance e a representatividade do Colégio Cardinalício. Dessa forma, a unidade da fé se manifestava também na pluralidade dos povos, como profetizado no Salmo 87: “Todos ali nasceram, e o Altíssimo mesmo a consolidará”.

Como um cardeal é nomeado?

Atualmente, os cardeais são nomeados diretamente pelo Papa em consistórios públicos. Embora qualquer padre possa ser nomeado cardeal, na prática, são escolhidos geralmente bispos ou arcebispos que desempenham funções relevantes para a Igreja.

Critérios de escolha

O Papa considera aspectos pastorais, doutrinais, espirituais e geográficos. Procura-se um equilíbrio que reflita a catolicidade da Igreja, contemplando representantes de diversas culturas e nações, além da competência teológica e fidelidade à Sé Apostólica. Como sublinhava Bento XVI, “a Igreja não é nossa, mas de Cristo; e é a Ele que devemos absoluta fidelidade”.

As funções e responsabilidades de um cardeal

O cardeal tem a função de aconselhar o Papa, integrar Congregações e Dicastérios da Cúria Romana, presidir celebrações litúrgicas importantes, além, é claro, de participar do conclave. Cada função é um serviço prestado à unidade da Igreja e ao bem das almas. Os cardeais são como sentinelas no alto da torre, atentos aos perigos e chamados a defender a fé, como bem exemplificaram tantos santos cardeais ao longo da história.

Diferentes ordens de cardeais

O Colégio Cardinalício é composto por três ordens:

Cardeais-bispos: ocupam as igrejas suburbicárias e alguns cargos elevados na Cúria.

Cardeais-presbíteros: geralmente são arcebispos de importantes dioceses pelo mundo.

Cardeais-diáconos: muitas vezes ligados à administração curial ou designados a funções específicas.

Cardeais e o conclave

A função mais solene do Colégio Cardinalício é a eleição do Papa. Apenas os cardeais com menos de 80 anos participam do conclave.

Como funciona o conclave?

O conclave ocorre na Capela Sistina, em Roma. Após a morte ou renúncia de um Papa, os cardeais eleitores se reúnem em estrito isolamento até que, por maioria qualificada (dois terços dos votos), escolham o novo Pontífice. O processo é revestido de intensa oração, jejum e invocação do Espírito Santo. É um momento em que, como dizia o Papa Emérito Bento XVI, “o verdadeiro protagonista do conclave é o Espírito Santo”.

Limite de idade para votação

A partir da constituição Romano Pontifici Eligendo (1975), foi estabelecido que apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a votar no conclave, preservando a agilidade e a vitalidade do Colégio Eleitoral.

Quantos cardeais existem hoje?

Atualmente, existem aproximadamente 240 cardeais vivos, sendo cerca de 130 eleitores. Esse número pode variar conforme novas nomeações ou mortes.

Neste outro artigo, confira mais detalhes sobre o conclave.

Cardeais brasileiros de destaque

O Brasil, terra de vibrante fé católica, já ofereceu ao Colégio Cardinalício nomes de grande importância, como:

Dom Paulo Evaristo Arns: conhecido como “o cardeal dos pobres”, defensor incansável dos direitos humanos.

Dom Eugênio Sales: grande promotor da ação evangelizadora no Brasil, com forte zelo pastoral.

Dom Cláudio Hummes: cardeal franciscano, amigo pessoal do Papa Francisco, notável por sua simplicidade.

Dom Odilo Pedro Scherer: atual arcebispo de São Paulo, teólogo respeitado e figura de equilíbrio e fé.

Dom Orani João Tempesta: arcebispo do Rio de Janeiro, pastor atento às necessidades espirituais em grandes centros urbanos.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo: ex-arcebispo de Salvador, destacado promotor da liturgia e do culto eucarístico.

Cada um deles soube testemunhar, em tempos muitas vezes difíceis, a luz do Evangelho no coração do nosso povo.

Cardeais santos

Entre os cardeais canonizados, encontramos exemplos luminosos de fidelidade e coragem:

São Carlos Borromeu: reformador incansável no Concílio de Trento, modelo de caridade pastoral.

São Roberto Belarmino: grande teólogo da Contra-Reforma, defensor da fé contra heresias.

São João Fisher: bispo inglês e mártir, preferiu a morte a trair sua fidelidade ao Papa.

São Pedro Damião: monge camaldulense e reformador da vida eclesiástica.

São John Henry Newman: brilhante converso do anglicanismo, mestre da consciência cristã.

São Gregório Barbarigo: cardeal veneziano, exemplo de amor pastoral e renovação clerical.

São Francisco de Sales: embora não tenha sido cardeal em vida, foi nomeado postumamente, célebre pela sua doçura e profundidade espiritual.

Neles vemos que a dignidade cardinalícia é chamada a culminar na santidade e no martírio espiritual.

Curiosidades sobre os cardeais

  • O cardeal mais jovem da história foi Dom Fernando Niño de Guevara, nomeado aos 27 anos, demonstrando como, em certas épocas, a Igreja reconheceu precocemente talentos excepcionais para o serviço e a defesa da fé.
  • O tradicional “galero vermelho” — o amplo chapéu de cerimônia — simbolizava não apenas a dignidade do cardeal, mas sua disposição para derramar o sangue pela Igreja. Após a morte de um cardeal, o galero era tradicionalmente suspenso na catedral de sua diocese, onde permanecia até se desfazer, como sinal da vaidade das glórias terrenas diante da eternidade.
  • O decano do Colégio Cardinalício, o mais antigo entre os cardeais-bispos, tem a honra de presidir o conclave e anunciar o “Habemus Papam“, proclamando ao mundo a eleição do novo Vigário de Cristo.
  • Cada cardeal é titular de uma igreja em Roma, mesmo residindo em outra parte do mundo. Esse vínculo simboliza a unidade com a Sé de Pedro e a corresponsabilidade pelo cuidado da Igreja universal.

Em cada uma dessas tradições, vemos como a vida dos cardeais é entrelaçada com os grandes mistérios da fé e com o chamado à eternidade.

Por que os cardeais usam roupas vermelhas?

A veste vermelha dos cardeais simboliza sua disposição de derramar o próprio sangue em defesa da fé e da Igreja. É um sinal visível do martírio espiritual que estão prontos a abraçar, como testemunhas da caridade de Cristo até o fim. Lembrando as palavras de Nosso Senhor: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).

Ser cardeal é ser chamado a um amor sem reservas pela Igreja de Cristo. Mais do que honra humana, é um chamado à humildade, à fidelidade heroica e à vigilância constante. Cada cardeal, à sua maneira, ecoa o gesto do próprio Cristo que, na Última Ceia, se cingiu com a toalha do serviço.

Rezemos pelos cardeais, para que sejam sempre “luzes acesas no coração da Igreja”, como dizia São João Paulo II. Que o Espírito Santo lhes conceda sabedoria para discernir, fortaleza para resistir às tentações do mundo, e amor abrasador para proteger a fé, custodiá-la e transmiti-la intacta. Que sejam verdadeiros filhos de Maria, a Mãe da Igreja, e, como ela, guardem no silêncio orante os mistérios da fé até que Cristo venha em sua glória.

Redação MBC

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Um cardeal ocupa um lugar de destaque na vida da Igreja Católica. São figuras centrais que, além de auxiliarem o Papa no governo da Igreja, têm a altíssima responsabilidade de escolher o novo Sucessor de Pedro no caso da Sé Vacante. São homens chamados a carregar no peito o peso da Igreja universal, como pastores e guardiães da fé, ungidos para proteger a barca de Pedro contra os ventos da apostasia e da confusão.

Este guia se propõe a apresentar, de forma clara e profundamente espiritual, quem são os cardeais, sua origem histórica, funções, processo de nomeação, ligação com o conclave, além de destacar algumas figuras importantes e curiosidades dessa sublime vocação e missão na Igreja.

O que é um cardeal?

O cardeal é um membro do Colégio Cardinalício, corpo que aconselha o Papa e, em tempos de vacância, elege seu sucessor. A palavra “cardeal” vem do latim cardo, que significa “dobradiça” ou “ponto de apoio”, indicando que sobre eles gira a estabilidade da Igreja. Os cardeais são considerados “Príncipes da Igreja”, mas sua dignidade está, acima de tudo, no serviço a Cristo e à Sua Esposa, a Igreja. Como recordava São Carlos Borromeu, ser cardeal é “aceitar a responsabilidade de dar conta não apenas de si, mas de toda a Igreja”. É carregar sobre os ombros a missão de guardar a fé apostólica.

Saiba mais sobre como funciona a hierarquia da Igreja Católica.

Origem histórica do colégio cardinalício

A formação do Colégio Cardinalício remonta aos primeiros séculos da Igreja em Roma, quando padres das paróquias romanas e diáconos das regiões administrativas foram chamados a assessorar o bispo de Roma. Esses clérigos de confiança começaram a formar um corpo mais definido, sobretudo entre os séculos V e VIII, adquirindo papel cada vez mais relevante na administração eclesiástica. Como ensina o Cardeal Robert Sarah, “o governo da Igreja é serviço e sacrifício, e nasceu com a oração e o sangue dos mártires”.

A reforma de Nicolau II e a eleição dos papas

Um ponto de inflexão se deu com a bula In Nomine Domini, promulgada pelo Papa Nicolau II em 1059. Este documento estabeleceu que a eleição do Papa seria feita exclusivamente pelos cardeais-bispos, afastando a influência direta dos poderes laicos, um marco decisivo na afirmação da liberdade da Igreja em relação ao poder secular. Essa reforma visava proteger a Igreja da ingerência política e reafirmar sua submissão exclusiva a Cristo, o verdadeiro Pastor Supremo.

O desenvolvimento do título ao longo da história

Com o tempo, o título de cardeal foi se expandindo para além das fronteiras de Roma. Inicialmente restrito ao clero da Cidade Eterna, passou a ser conferido a bispos e padres de outras regiões, reconhecendo seu serviço e ampliando o alcance e a representatividade do Colégio Cardinalício. Dessa forma, a unidade da fé se manifestava também na pluralidade dos povos, como profetizado no Salmo 87: “Todos ali nasceram, e o Altíssimo mesmo a consolidará”.

Como um cardeal é nomeado?

Atualmente, os cardeais são nomeados diretamente pelo Papa em consistórios públicos. Embora qualquer padre possa ser nomeado cardeal, na prática, são escolhidos geralmente bispos ou arcebispos que desempenham funções relevantes para a Igreja.

Critérios de escolha

O Papa considera aspectos pastorais, doutrinais, espirituais e geográficos. Procura-se um equilíbrio que reflita a catolicidade da Igreja, contemplando representantes de diversas culturas e nações, além da competência teológica e fidelidade à Sé Apostólica. Como sublinhava Bento XVI, “a Igreja não é nossa, mas de Cristo; e é a Ele que devemos absoluta fidelidade”.

As funções e responsabilidades de um cardeal

O cardeal tem a função de aconselhar o Papa, integrar Congregações e Dicastérios da Cúria Romana, presidir celebrações litúrgicas importantes, além, é claro, de participar do conclave. Cada função é um serviço prestado à unidade da Igreja e ao bem das almas. Os cardeais são como sentinelas no alto da torre, atentos aos perigos e chamados a defender a fé, como bem exemplificaram tantos santos cardeais ao longo da história.

Diferentes ordens de cardeais

O Colégio Cardinalício é composto por três ordens:

Cardeais-bispos: ocupam as igrejas suburbicárias e alguns cargos elevados na Cúria.

Cardeais-presbíteros: geralmente são arcebispos de importantes dioceses pelo mundo.

Cardeais-diáconos: muitas vezes ligados à administração curial ou designados a funções específicas.

Cardeais e o conclave

A função mais solene do Colégio Cardinalício é a eleição do Papa. Apenas os cardeais com menos de 80 anos participam do conclave.

Como funciona o conclave?

O conclave ocorre na Capela Sistina, em Roma. Após a morte ou renúncia de um Papa, os cardeais eleitores se reúnem em estrito isolamento até que, por maioria qualificada (dois terços dos votos), escolham o novo Pontífice. O processo é revestido de intensa oração, jejum e invocação do Espírito Santo. É um momento em que, como dizia o Papa Emérito Bento XVI, “o verdadeiro protagonista do conclave é o Espírito Santo”.

Limite de idade para votação

A partir da constituição Romano Pontifici Eligendo (1975), foi estabelecido que apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a votar no conclave, preservando a agilidade e a vitalidade do Colégio Eleitoral.

Quantos cardeais existem hoje?

Atualmente, existem aproximadamente 240 cardeais vivos, sendo cerca de 130 eleitores. Esse número pode variar conforme novas nomeações ou mortes.

Neste outro artigo, confira mais detalhes sobre o conclave.

Cardeais brasileiros de destaque

O Brasil, terra de vibrante fé católica, já ofereceu ao Colégio Cardinalício nomes de grande importância, como:

Dom Paulo Evaristo Arns: conhecido como “o cardeal dos pobres”, defensor incansável dos direitos humanos.

Dom Eugênio Sales: grande promotor da ação evangelizadora no Brasil, com forte zelo pastoral.

Dom Cláudio Hummes: cardeal franciscano, amigo pessoal do Papa Francisco, notável por sua simplicidade.

Dom Odilo Pedro Scherer: atual arcebispo de São Paulo, teólogo respeitado e figura de equilíbrio e fé.

Dom Orani João Tempesta: arcebispo do Rio de Janeiro, pastor atento às necessidades espirituais em grandes centros urbanos.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo: ex-arcebispo de Salvador, destacado promotor da liturgia e do culto eucarístico.

Cada um deles soube testemunhar, em tempos muitas vezes difíceis, a luz do Evangelho no coração do nosso povo.

Cardeais santos

Entre os cardeais canonizados, encontramos exemplos luminosos de fidelidade e coragem:

São Carlos Borromeu: reformador incansável no Concílio de Trento, modelo de caridade pastoral.

São Roberto Belarmino: grande teólogo da Contra-Reforma, defensor da fé contra heresias.

São João Fisher: bispo inglês e mártir, preferiu a morte a trair sua fidelidade ao Papa.

São Pedro Damião: monge camaldulense e reformador da vida eclesiástica.

São John Henry Newman: brilhante converso do anglicanismo, mestre da consciência cristã.

São Gregório Barbarigo: cardeal veneziano, exemplo de amor pastoral e renovação clerical.

São Francisco de Sales: embora não tenha sido cardeal em vida, foi nomeado postumamente, célebre pela sua doçura e profundidade espiritual.

Neles vemos que a dignidade cardinalícia é chamada a culminar na santidade e no martírio espiritual.

Curiosidades sobre os cardeais

  • O cardeal mais jovem da história foi Dom Fernando Niño de Guevara, nomeado aos 27 anos, demonstrando como, em certas épocas, a Igreja reconheceu precocemente talentos excepcionais para o serviço e a defesa da fé.
  • O tradicional “galero vermelho” — o amplo chapéu de cerimônia — simbolizava não apenas a dignidade do cardeal, mas sua disposição para derramar o sangue pela Igreja. Após a morte de um cardeal, o galero era tradicionalmente suspenso na catedral de sua diocese, onde permanecia até se desfazer, como sinal da vaidade das glórias terrenas diante da eternidade.
  • O decano do Colégio Cardinalício, o mais antigo entre os cardeais-bispos, tem a honra de presidir o conclave e anunciar o “Habemus Papam“, proclamando ao mundo a eleição do novo Vigário de Cristo.
  • Cada cardeal é titular de uma igreja em Roma, mesmo residindo em outra parte do mundo. Esse vínculo simboliza a unidade com a Sé de Pedro e a corresponsabilidade pelo cuidado da Igreja universal.

Em cada uma dessas tradições, vemos como a vida dos cardeais é entrelaçada com os grandes mistérios da fé e com o chamado à eternidade.

Por que os cardeais usam roupas vermelhas?

A veste vermelha dos cardeais simboliza sua disposição de derramar o próprio sangue em defesa da fé e da Igreja. É um sinal visível do martírio espiritual que estão prontos a abraçar, como testemunhas da caridade de Cristo até o fim. Lembrando as palavras de Nosso Senhor: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).

Ser cardeal é ser chamado a um amor sem reservas pela Igreja de Cristo. Mais do que honra humana, é um chamado à humildade, à fidelidade heroica e à vigilância constante. Cada cardeal, à sua maneira, ecoa o gesto do próprio Cristo que, na Última Ceia, se cingiu com a toalha do serviço.

Rezemos pelos cardeais, para que sejam sempre “luzes acesas no coração da Igreja”, como dizia São João Paulo II. Que o Espírito Santo lhes conceda sabedoria para discernir, fortaleza para resistir às tentações do mundo, e amor abrasador para proteger a fé, custodiá-la e transmiti-la intacta. Que sejam verdadeiros filhos de Maria, a Mãe da Igreja, e, como ela, guardem no silêncio orante os mistérios da fé até que Cristo venha em sua glória.

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