Você sabe quem são os Doutores da Igreja? Descubra como se reconhece um Doutor da Igreja e o que os diferencia dos Padres da Igreja.
Você sabe quem são os Doutores da Igreja? Descubra como se reconhece um Doutor da Igreja e o que os diferencia dos Padres da Igreja.
Você sabe quem são os Doutores da Igreja? Descubra como se reconhece um Doutor da Igreja e o que os diferencia dos Padres da Igreja.
São Francisco de Sales, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santo Agostinho, Santo João Crisóstomo, Santa Teresa de Jesus e muitos outros estão entre os Doutores da Igreja. Sem dúvida, a vida dos santos é para nós inspiração e modelo. As suas obras e o seu testemunho são para a Igreja um grande tesouro. Muitos escritos deixados por grandes santos formaram a base da doutrina da Igreja e muitas de suas obras difundiram novos conhecimentos que foram importantes no entendimento da fé.
Neste texto, você vai saber quem são os Doutores e os Padres da Igreja, que com a sua vida e obra contribuíram para a edificação, a formação e o desenvolvimento da Igreja ao longo dos séculos — e ainda hoje. Além disso, vamos entender o que os levou a receber esses títulos da Igreja.
Conheça mais sobre a Hierarquia da Igreja Católica
Os Doutores da Igreja foram, em primeiro lugar, aqueles cristãos que, além de se distinguirem pela santidade de vida e pela convicção de fé, se destacaram por um ilustre saber teológico comprovado em seus diversos escritos. O testemunho de vida cristã desses homens e mulheres marcaram a sua época. De maneira notável, contribuíram para o esclarecimento de vários pontos da doutrina da Igreja, bem como para a sua vivência.
São, portanto, cristãos que, de forma intensa, viveram e difundiram a fé, em gestos concretos e em profundos escritos. Sendo assim, deixaram não só para a Igreja, mas também para o mundo um patrimônio espiritual. Muitas de suas obras são lidas dentro e fora da Igreja, como é o caso de Confissões, de Santo Agostinho.
Os doutores da Igreja personificam os ensinamentos de Cristo, dessa forma fica claro o motivo pelo qual recebem o emitente título. Tais personagens ajudaram — e ainda ajudam — os cristão a compreenderem Deus e a Sua ação no mundo, bem como a própria Igreja e a missão dos fiéis na vida terrena. É evidente por que a biografia, os estudos e o exemplo de vida desses grandes santos são estudados, apreciados e cultuados até hoje.
Para que um santo seja considerado Doutor da Igreja é preciso que se reconheça na sua vida um elevado grau de santidade. Logo, percebe-se que além do estudo, tais santos rezavam muito e, sem dúvida, faziam da sua atividade intelectual uma oração a Deus. As Confissões de Santo Agostinho, por exemplo — Doutor e também um dos grandes Padres da Igreja — são um hino de louvor a Deus, pois ele rememora toda a sua vida à luz da misericórdia de Deus e O agradece porque nos ama, aceita, transforma e eleva. 1.
Além disso, o título de doutor da Igreja exige um saber distinto, notável, uma doutrina importante reconhecida nas suas produções escritas, que são uma fonte rica de conhecimento para a teologia. Basta lembrar de todo estudo deixado por um Santo Tomás de Aquino, por exemplo, que se destaca não somente no ambiente eclesial como também no acadêmico. Por fim, é preciso a proclamação da Igreja para o título.
1. São Gregório Magno
3. Santo Ambrósio
4. São Jerônimo
6. Santo Atanásio
7. São Basílio Magno
8. São Gregório Nazianzeno
10. São Boaventura
11. Santo Anselmo
12. Santo Isidoro de Sevilha
13. São Pedro Crisólogo
14. São Leão Magno
15. São Pedro Damião
16. São Bernardo de Claraval
17. Santo Hilário de Poitiers
18. Santo Afonso Maria de Ligório
19. São Francisco de Sales
20. São Cirilo de Alexandria
22. São João Damasceno
23. São Beda, o venerável
24. Santo Efrém, o sírio
25. São Pedro Canísio
26. São João da Cruz
27. São Roberto Belarmino
28. Santo Alberto Magno
29. Santo Antônio
30. São Lourenço de Brindisi
31. Santa Teresa de Jesus (Ávila)
33. Santa Teresa do Menino Jesus (Lisieux)
34. São João de Ávila
35. Santa Hildegarda de Bingen
36. São Gregório de Narek
37. Santo Irineu de Lião
Os chamados Padres da Igreja são grandes cristão dos primeiros séculos que se destacaram pela santidade de vida, bem como pela riqueza e excelência de seus ensinamentos, que foram fundamentais para a edificação e o desenvolvimento da Igreja.
“São estrutura estável da Igreja, e, em favor da Igreja de todos os séculos, exercem uma função perene.” — diz São João Paulo II — “De maneira que todo o anúncio e magistério seguinte, se quer ser autêntico, deve pôr-se em confronto com o anúncio e o magistério deles; todo o carisma e todo o ministério deve beber na fonte vital da paternidade deles” 2
Eles são verdadeiros “Pais da Igreja”, uma vez que têm grande importância na consolidação da fé e no desenvolvimento das doutrinas. Além disso, combateram — fervorosos — inúmeras heresias deixando profundos escritos de natureza teológica e filosófica — dos quais se beneficiou a Igreja ao longo dos séculos. Sem dúvida, mereceram ser agraciados com esse nobre e significativo título.
Entre os Padres da Igreja, destacam-se quatro no Ocidente e quatro no Oriente.
Santo Ambrósio também é considerado Doutor da Igreja. Nasceu em Tréveris, era de família nobre e cristã. Por volta dos 30 anos passou a governar as províncias de Emília e Ligúria, em Milão. Tendo-se logo destacado por sua autoridade, ainda catecúmeno foi eleito Bispo de Milão. 3 A partir disso, dedicou-se a conhecer e a comentar a Bíblia de tal maneira que suas pregações — centro de sua obra literária — partem da leitura dos Livros Sagrados. Foram as belas homilias do bispo de Milão que esclareceram muitas questões do Antigo Testamento à Santo Agostinho, que ao ouvi-las foi cada vez mais estimulado a converter-se, de fato. 3
“Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo“, é uma frase deste grande padre da Igreja, que tinha no centro de sua vida as Sagradas Escrituras. 4 Nasceu em Dalmácia, em uma família cristã que lhe proporcionou zelosa formação, enviando-o também para Roma para estudar. Conhecedor do grego, do latim e do hebraico, foi o responsável pela tradução da versão latina da Bíblia, a Vulgata — texto oficial da Igreja. 4 Comentava, vivia e pregava, com grande amor, a Palavra de Deus e defendia a fé, combatendo heresias e opondo-se aos maus costumes. Além disso, ensinava o ideal de santidade às mulheres da nobreza romana, exortava os monges à perfeição e os pais a respeito da missão de educar os seus filhos na fé, bem como de levá-los a amar e viver as Sagradas Escrituras.
Bispo e Doutor da Igreja, Nasceu em Tagaste, na Tunísia. É filho de Santa Mônica, cujas orações e lágrimas foram fundamentais na conversão desse grande santo — juntamente com as pregações de Santo Ambrósio, por quem foi batizado. 5 Santo Agostinho era apaixonado pela retórica, estudou também gramática e foi professor de ambas. Por muito tempo, viveu de forma desregrada e luxuriosa; no entanto, estudava muito e incessantemente buscava a verdade. Depois de passar por diversas filosofias, deixou-se definitivamente encontrar com o Cristo e, com tamanho fervor, combateu fortes heresias de seu tempo, como o maniqueísmo. 5 A vida do também conhecido como “Doutor da Graça” é um exemplo de como a graça de Deus pode transformar radicalmente a vida do homem. Os milhares de escritos deixados por Santo Agostinho são, ainda hoje, um grande tesouro para a Igreja e para a cultura Ocidental.
Conheça mais sobre esse doutor em Santo Agostinho: vida, conversão, influência e obra
Este Papa e Doutor da Igreja mereceu ainda o título de Magnus, isto é, Grande. Nasceu em uma família nobre e muito cristã. Seus pais e outros parentes foram para ele grandes exemplos de fé. Em sua vida monástica, dedicou-se ao trato íntimo com Deus e à imersão no estudo da Sagrada Escritura. 6 Foi nomeado núncio apostólico (representante do Papa) em Constantinopla e não demorou para que o clero, o povo e o senado o quisessem Papa. Foi, então, um grande Papa em uma época desoladora, uma vez que teve de lidar com a invasão dos longobardos e a peste, que atingia a muitos. 6 No entanto dedicou-se de forma extrema a ajudar os necessitados, a “promover entendimentos a nível diplomático-político […]” e a “difundir o anúncio da verdadeira fé entre as populações.” 6
Bispo e Doutor da Igreja, também conhecido como Basílio Magno, nasceu por volta de 330, na Capadócia, em uma família que era uma “verdadeira igreja doméstica”. 7 Estudou com os melhores mestres de Atenas e se destacou nas suas pregações; seus escritos são sobretudo de natureza teológica e literária. O grande padre, mesmo preocupado em realizar a caridade — foi fervoroso na ajuda aos pobres —, não deixou de lado o zelo pela liturgia, chegando a reformulá-la. Também opôs-se firmemente aos hereges e foi um dos padres que desenvolveram a doutrina sobre a Trindade. 7 Além disso, aos jovens, dedicou um Discurso sobre como tirar proveito da cultura pagã: “Com muito equilíbrio e abertura, ele reconhece que na literatura clássica, grega e latina, se encontram exemplos de virtude.” — afirma papa Bento XVI — e acrescenta que se formos sábios, tiraremos proveito do que em tais obras for útil e conforme a verdade.
Santo Atanásio foi considerado por Gregório Nazianzeno, Bispo de Constantinopla, uma “coluna da Igreja.” 8 Nasceu em Alexandria — cidade da qual foi Bispo mais tarde —, no Egito, provavelmente no ano 300. Ele foi o mais importante combatente da heresia ariana — que negava a divindade de Cristo — e isso lhe rendeu 17 anos de exílio. Conheceu Santo Antão quando viveu o monaquismo nos desertos e sobre ele escreveu uma biografia. Deixou também meditações escritas sobre os Salmos; contudo a sua obra doutrinal mais famosa é o tratado Sobre a encarnação do Verbo, pois era o teólogo apaixonado pela encarnação do Verbo de Deus. 8
Também doutor da Igreja, nasceu em Nazianzo, na Capadócia, e sua mãe o consagrou a Deus desde o nascimento, por volta de 330. “Teólogo ilustre, orador e defensor da fé cristã no século IV, foi célebre pela sua eloquência, e teve também, como poeta, uma alma requintada e sensível.” 9 Logo após o Batismo quis seguir uma vida monástica, mas depois, obediente a Deus, tornou-se presbítero e assumiu o ministério pastoral. Ainda que preferisse uma vida monástica, serviu à Igreja não somente com riquíssimas produções literárias, mas também combatendo heresias e proclamando as verdades da fé. Além disso, Gregório de Nazianzo desejava e ensinava, antes de tudo, a oração; falava sempre sobre a necessidade que temos de nos encontrarmos com o Senhor.
São João Crisóstomo, o “boca de ouro”, possui também o título de Doutor e é o mais conhecido dos Padres da Igreja. Nasceu por volta de 349, em Antioquia, onde foi presbítero por onze anos até tornar-se Bispo de Constantinopla. Decidiu viver entre os eremitas por quatro anos, período no qual se dedicou a meditar os Evangelhos, sobretudo as Cartas de Paulo. E voltou, depois, ao que se sentia atraído: o serviço pastoral. “Crisóstomo coloca-se entre os Padres mais fecundos: dele chegaram até nós 17 tratados, mais de 700 homilias autênticas […] e 241 cartas”, escreve Papa Bento XVI 10 Além disso, criou instituições caritativas, combateu heresias — como o arianismo — falou ainda sobre o matrimônio e a família e preparou catecúmenos, enfatizando sempre a coerência entre a palavra e o testemunho.
Quando se fala em “Padres da Igreja” remete-se àqueles cristão que viveram na antiguidade, obrigatoriamente, e com a fortaleza de sua fé e a riqueza de seus escritos geraram e formaram à Igreja 2 até o século VIII — no que diz respeito à formulação das verdade de fé. A antiguidade é a característica primordial de um “Padre da Igreja”. Uma época de muitos debates e heresias, as quais os Grandes Padres souberam combater incessantemente e, assim, esclarecer os artigos de fé.
Já o título de “Doutor da Igreja” não depende da época em que o santo viveu. O que o caracteriza como tal é sobretudo o seu saber notável. E esse elevado e profundo conhecimento manifesta-se nos seus escritos. Tais produções geralmente são tratados, obras literárias contra heresias, cartas, autobiografias — e outros — que muito contribuíram para os estudos teológicos. Sendo assim, os Padres da Igreja também podem ser Doutores, como é o caso de Santo Agostinho, São Jerônimo, São João Crisóstomo, São Basílio e muitos outros.
Em resumo, o que difere um Padre da Igreja de um Doutor da Igreja é que do primeiro exige-se a antiguidade; já do segundo, o saber elevado.
Que os Padres e Doutores da Igreja sejam para nós fonte de inspiração para uma vida santa, bem como nos animem a conhecer cada vez mais a nossa fé.
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
Você sabe quem são os Doutores da Igreja? Descubra como se reconhece um Doutor da Igreja e o que os diferencia dos Padres da Igreja.
São Francisco de Sales, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santo Agostinho, Santo João Crisóstomo, Santa Teresa de Jesus e muitos outros estão entre os Doutores da Igreja. Sem dúvida, a vida dos santos é para nós inspiração e modelo. As suas obras e o seu testemunho são para a Igreja um grande tesouro. Muitos escritos deixados por grandes santos formaram a base da doutrina da Igreja e muitas de suas obras difundiram novos conhecimentos que foram importantes no entendimento da fé.
Neste texto, você vai saber quem são os Doutores e os Padres da Igreja, que com a sua vida e obra contribuíram para a edificação, a formação e o desenvolvimento da Igreja ao longo dos séculos — e ainda hoje. Além disso, vamos entender o que os levou a receber esses títulos da Igreja.
Conheça mais sobre a Hierarquia da Igreja Católica
Os Doutores da Igreja foram, em primeiro lugar, aqueles cristãos que, além de se distinguirem pela santidade de vida e pela convicção de fé, se destacaram por um ilustre saber teológico comprovado em seus diversos escritos. O testemunho de vida cristã desses homens e mulheres marcaram a sua época. De maneira notável, contribuíram para o esclarecimento de vários pontos da doutrina da Igreja, bem como para a sua vivência.
São, portanto, cristãos que, de forma intensa, viveram e difundiram a fé, em gestos concretos e em profundos escritos. Sendo assim, deixaram não só para a Igreja, mas também para o mundo um patrimônio espiritual. Muitas de suas obras são lidas dentro e fora da Igreja, como é o caso de Confissões, de Santo Agostinho.
Os doutores da Igreja personificam os ensinamentos de Cristo, dessa forma fica claro o motivo pelo qual recebem o emitente título. Tais personagens ajudaram — e ainda ajudam — os cristão a compreenderem Deus e a Sua ação no mundo, bem como a própria Igreja e a missão dos fiéis na vida terrena. É evidente por que a biografia, os estudos e o exemplo de vida desses grandes santos são estudados, apreciados e cultuados até hoje.
Para que um santo seja considerado Doutor da Igreja é preciso que se reconheça na sua vida um elevado grau de santidade. Logo, percebe-se que além do estudo, tais santos rezavam muito e, sem dúvida, faziam da sua atividade intelectual uma oração a Deus. As Confissões de Santo Agostinho, por exemplo — Doutor e também um dos grandes Padres da Igreja — são um hino de louvor a Deus, pois ele rememora toda a sua vida à luz da misericórdia de Deus e O agradece porque nos ama, aceita, transforma e eleva. 1.
Além disso, o título de doutor da Igreja exige um saber distinto, notável, uma doutrina importante reconhecida nas suas produções escritas, que são uma fonte rica de conhecimento para a teologia. Basta lembrar de todo estudo deixado por um Santo Tomás de Aquino, por exemplo, que se destaca não somente no ambiente eclesial como também no acadêmico. Por fim, é preciso a proclamação da Igreja para o título.
1. São Gregório Magno
3. Santo Ambrósio
4. São Jerônimo
6. Santo Atanásio
7. São Basílio Magno
8. São Gregório Nazianzeno
10. São Boaventura
11. Santo Anselmo
12. Santo Isidoro de Sevilha
13. São Pedro Crisólogo
14. São Leão Magno
15. São Pedro Damião
16. São Bernardo de Claraval
17. Santo Hilário de Poitiers
18. Santo Afonso Maria de Ligório
19. São Francisco de Sales
20. São Cirilo de Alexandria
22. São João Damasceno
23. São Beda, o venerável
24. Santo Efrém, o sírio
25. São Pedro Canísio
26. São João da Cruz
27. São Roberto Belarmino
28. Santo Alberto Magno
29. Santo Antônio
30. São Lourenço de Brindisi
31. Santa Teresa de Jesus (Ávila)
33. Santa Teresa do Menino Jesus (Lisieux)
34. São João de Ávila
35. Santa Hildegarda de Bingen
36. São Gregório de Narek
37. Santo Irineu de Lião
Os chamados Padres da Igreja são grandes cristão dos primeiros séculos que se destacaram pela santidade de vida, bem como pela riqueza e excelência de seus ensinamentos, que foram fundamentais para a edificação e o desenvolvimento da Igreja.
“São estrutura estável da Igreja, e, em favor da Igreja de todos os séculos, exercem uma função perene.” — diz São João Paulo II — “De maneira que todo o anúncio e magistério seguinte, se quer ser autêntico, deve pôr-se em confronto com o anúncio e o magistério deles; todo o carisma e todo o ministério deve beber na fonte vital da paternidade deles” 2
Eles são verdadeiros “Pais da Igreja”, uma vez que têm grande importância na consolidação da fé e no desenvolvimento das doutrinas. Além disso, combateram — fervorosos — inúmeras heresias deixando profundos escritos de natureza teológica e filosófica — dos quais se beneficiou a Igreja ao longo dos séculos. Sem dúvida, mereceram ser agraciados com esse nobre e significativo título.
Entre os Padres da Igreja, destacam-se quatro no Ocidente e quatro no Oriente.
Santo Ambrósio também é considerado Doutor da Igreja. Nasceu em Tréveris, era de família nobre e cristã. Por volta dos 30 anos passou a governar as províncias de Emília e Ligúria, em Milão. Tendo-se logo destacado por sua autoridade, ainda catecúmeno foi eleito Bispo de Milão. 3 A partir disso, dedicou-se a conhecer e a comentar a Bíblia de tal maneira que suas pregações — centro de sua obra literária — partem da leitura dos Livros Sagrados. Foram as belas homilias do bispo de Milão que esclareceram muitas questões do Antigo Testamento à Santo Agostinho, que ao ouvi-las foi cada vez mais estimulado a converter-se, de fato. 3
“Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo“, é uma frase deste grande padre da Igreja, que tinha no centro de sua vida as Sagradas Escrituras. 4 Nasceu em Dalmácia, em uma família cristã que lhe proporcionou zelosa formação, enviando-o também para Roma para estudar. Conhecedor do grego, do latim e do hebraico, foi o responsável pela tradução da versão latina da Bíblia, a Vulgata — texto oficial da Igreja. 4 Comentava, vivia e pregava, com grande amor, a Palavra de Deus e defendia a fé, combatendo heresias e opondo-se aos maus costumes. Além disso, ensinava o ideal de santidade às mulheres da nobreza romana, exortava os monges à perfeição e os pais a respeito da missão de educar os seus filhos na fé, bem como de levá-los a amar e viver as Sagradas Escrituras.
Bispo e Doutor da Igreja, Nasceu em Tagaste, na Tunísia. É filho de Santa Mônica, cujas orações e lágrimas foram fundamentais na conversão desse grande santo — juntamente com as pregações de Santo Ambrósio, por quem foi batizado. 5 Santo Agostinho era apaixonado pela retórica, estudou também gramática e foi professor de ambas. Por muito tempo, viveu de forma desregrada e luxuriosa; no entanto, estudava muito e incessantemente buscava a verdade. Depois de passar por diversas filosofias, deixou-se definitivamente encontrar com o Cristo e, com tamanho fervor, combateu fortes heresias de seu tempo, como o maniqueísmo. 5 A vida do também conhecido como “Doutor da Graça” é um exemplo de como a graça de Deus pode transformar radicalmente a vida do homem. Os milhares de escritos deixados por Santo Agostinho são, ainda hoje, um grande tesouro para a Igreja e para a cultura Ocidental.
Conheça mais sobre esse doutor em Santo Agostinho: vida, conversão, influência e obra
Este Papa e Doutor da Igreja mereceu ainda o título de Magnus, isto é, Grande. Nasceu em uma família nobre e muito cristã. Seus pais e outros parentes foram para ele grandes exemplos de fé. Em sua vida monástica, dedicou-se ao trato íntimo com Deus e à imersão no estudo da Sagrada Escritura. 6 Foi nomeado núncio apostólico (representante do Papa) em Constantinopla e não demorou para que o clero, o povo e o senado o quisessem Papa. Foi, então, um grande Papa em uma época desoladora, uma vez que teve de lidar com a invasão dos longobardos e a peste, que atingia a muitos. 6 No entanto dedicou-se de forma extrema a ajudar os necessitados, a “promover entendimentos a nível diplomático-político […]” e a “difundir o anúncio da verdadeira fé entre as populações.” 6
Bispo e Doutor da Igreja, também conhecido como Basílio Magno, nasceu por volta de 330, na Capadócia, em uma família que era uma “verdadeira igreja doméstica”. 7 Estudou com os melhores mestres de Atenas e se destacou nas suas pregações; seus escritos são sobretudo de natureza teológica e literária. O grande padre, mesmo preocupado em realizar a caridade — foi fervoroso na ajuda aos pobres —, não deixou de lado o zelo pela liturgia, chegando a reformulá-la. Também opôs-se firmemente aos hereges e foi um dos padres que desenvolveram a doutrina sobre a Trindade. 7 Além disso, aos jovens, dedicou um Discurso sobre como tirar proveito da cultura pagã: “Com muito equilíbrio e abertura, ele reconhece que na literatura clássica, grega e latina, se encontram exemplos de virtude.” — afirma papa Bento XVI — e acrescenta que se formos sábios, tiraremos proveito do que em tais obras for útil e conforme a verdade.
Santo Atanásio foi considerado por Gregório Nazianzeno, Bispo de Constantinopla, uma “coluna da Igreja.” 8 Nasceu em Alexandria — cidade da qual foi Bispo mais tarde —, no Egito, provavelmente no ano 300. Ele foi o mais importante combatente da heresia ariana — que negava a divindade de Cristo — e isso lhe rendeu 17 anos de exílio. Conheceu Santo Antão quando viveu o monaquismo nos desertos e sobre ele escreveu uma biografia. Deixou também meditações escritas sobre os Salmos; contudo a sua obra doutrinal mais famosa é o tratado Sobre a encarnação do Verbo, pois era o teólogo apaixonado pela encarnação do Verbo de Deus. 8
Também doutor da Igreja, nasceu em Nazianzo, na Capadócia, e sua mãe o consagrou a Deus desde o nascimento, por volta de 330. “Teólogo ilustre, orador e defensor da fé cristã no século IV, foi célebre pela sua eloquência, e teve também, como poeta, uma alma requintada e sensível.” 9 Logo após o Batismo quis seguir uma vida monástica, mas depois, obediente a Deus, tornou-se presbítero e assumiu o ministério pastoral. Ainda que preferisse uma vida monástica, serviu à Igreja não somente com riquíssimas produções literárias, mas também combatendo heresias e proclamando as verdades da fé. Além disso, Gregório de Nazianzo desejava e ensinava, antes de tudo, a oração; falava sempre sobre a necessidade que temos de nos encontrarmos com o Senhor.
São João Crisóstomo, o “boca de ouro”, possui também o título de Doutor e é o mais conhecido dos Padres da Igreja. Nasceu por volta de 349, em Antioquia, onde foi presbítero por onze anos até tornar-se Bispo de Constantinopla. Decidiu viver entre os eremitas por quatro anos, período no qual se dedicou a meditar os Evangelhos, sobretudo as Cartas de Paulo. E voltou, depois, ao que se sentia atraído: o serviço pastoral. “Crisóstomo coloca-se entre os Padres mais fecundos: dele chegaram até nós 17 tratados, mais de 700 homilias autênticas […] e 241 cartas”, escreve Papa Bento XVI 10 Além disso, criou instituições caritativas, combateu heresias — como o arianismo — falou ainda sobre o matrimônio e a família e preparou catecúmenos, enfatizando sempre a coerência entre a palavra e o testemunho.
Quando se fala em “Padres da Igreja” remete-se àqueles cristão que viveram na antiguidade, obrigatoriamente, e com a fortaleza de sua fé e a riqueza de seus escritos geraram e formaram à Igreja 2 até o século VIII — no que diz respeito à formulação das verdade de fé. A antiguidade é a característica primordial de um “Padre da Igreja”. Uma época de muitos debates e heresias, as quais os Grandes Padres souberam combater incessantemente e, assim, esclarecer os artigos de fé.
Já o título de “Doutor da Igreja” não depende da época em que o santo viveu. O que o caracteriza como tal é sobretudo o seu saber notável. E esse elevado e profundo conhecimento manifesta-se nos seus escritos. Tais produções geralmente são tratados, obras literárias contra heresias, cartas, autobiografias — e outros — que muito contribuíram para os estudos teológicos. Sendo assim, os Padres da Igreja também podem ser Doutores, como é o caso de Santo Agostinho, São Jerônimo, São João Crisóstomo, São Basílio e muitos outros.
Em resumo, o que difere um Padre da Igreja de um Doutor da Igreja é que do primeiro exige-se a antiguidade; já do segundo, o saber elevado.
Que os Padres e Doutores da Igreja sejam para nós fonte de inspiração para uma vida santa, bem como nos animem a conhecer cada vez mais a nossa fé.