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Devoção, Espiritualidade, Formação, Santidade

São João Paulo II e Nossa Senhora: um testemunho de amor

São João Paulo II e Nossa Senhora: um testemunho de amor
Devoção, Espiritualidade, Formação, Santidade

São João Paulo II e Nossa Senhora: um testemunho de amor

Data da Publicação: 09/01/2023
Tempo de leitura:
Autor: MBC
Data da Publicação: 09/01/2023
Tempo de leitura:
Autor: MBC

Um dos traços mais marcantes de São João Paulo II é sua profunda devoção à Nossa Senhora. Desde sua infância até seu último suspiro, o amor que ele tinha pela Mãe de Deus era comovente e inspirador.

Neste breve artigo, você conhecerá um pouco melhor sobre essa devoção particular do papa polonês e como Nossa Senhora sempre lhe retribuiu tanto carinho com gestos concretos — a ponto de salvar sua vida.

Nossa Senhora foi um amparo para São João Paulo II quando perdeu sua mãe


Karol Wojtyla (ou Lolek, como era seu apelido familiar) cresceu em uma humilde família polonesa, com seu pai — também chamado Karol — sua mãe, Emilia, e o irmão mais velho, Edmund. Desde cedo, Emilia apresentava uma saúde muito frágil, o que levou o pai a pedir uma aposentadoria antecipada, a fim de ficar em casa e cuidar de sua esposa. Porém, a despedida veio cedo demais.

Quando Lolek tinha apenas oito anos, sua mãe acabou falecendo, vítima de insuficiência renal e cardiopatia. Não é preciso dizer o quanto essa perda foi dolorosa para aquele menino que apenas começava a conhecer o mundo. Uma vizinha abraçou-o, tentando consolá-lo pela perda tão precoce. Mas Lolek não haveria de ficar desamparado.

Logo no dia seguinte ao funeral, Karol pai, um homem extremamente piedoso e de muita oração, levou os filhos a uma peregrinação a um imenso santuário mariano. Ali, em meio a orações e um lindo espaço ao ar livre, o pai lhes dizia que a Virgem Maria cuidaria dos dois até o dia em que reencontrariam sua mãe no Céu. 

Nesse momento nascia em Karol Wojtyla, nosso Lolek, uma devoção mariana especial que o acompanharia até o fim de sua vida, e também o cumprimento de uma promessa: de fato, a Virgem cuidaria dele a todo instante, e jamais o deixaria desamparado.

Leia mais:
Conheça 5 santuários marianos incríveis
4 meios de aumentar sua devoção à Nossa Senhora

Um famoso livro sobre Nossa Senhora foi o grande companheiro de São João Paulo II no trabalho


Com o passar do tempo, Karol foi crescendo e se aproximando cada vez mais de Nossa Senhora. Em sua juventude, um famoso livro o impactou profundamente — e tornou-se seu livro de cabeceira: era o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort. 

Este pequeno livrinho foi uma das principais leituras de Karol nos tempos mais sombrios de seu país, durante a ocupação do exército nazista — uma leitura que ele mesmo tratou como um momento decisivo em sua vida.

Neste período também, além da difícil convivência com o regime de Hitler, Karol também passou pela dolorosa perda de seu pai, seu último familiar próximo ainda vivo. Em sua biografia, lemos um desabafo comovedor: “Estou completamente só (…). Aos vinte anos, já perdi todas as pessoas que amei!”. 1

Todos esses percalços no caminho não o tiraram do caminho da fé. A cada dia, Karol se tornava um jovem mais piedoso e com intensa vida espiritual. Em 1942, passando a trabalhar em uma fábrica de produtos químicos. Ali, em meio a estacas, canos e baldes de cal, nosso futuro papa fazia suas orações e levava consigo esse pequeno tratado de entrega à Virgem Santíssima, leitura que o acompanharia até o momento mais importante de sua vida — uma frase do livro tornou-se o lema de seu pontificado.

Totus Tuus: uma entrega completa à Virgem Maria


A leitura do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem e, por conseguinte, sua consagração total a Ela, foram verdadeiramente decisivos na vida de nosso querido papa polonês. Anos depois de ter se tornado sacerdote, bispo e cardeal, Karol tornava-se o Papa João Paulo II sob o lema da consagração total a Maria: “Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt”, do latim: “Sou todo teu e tudo que tenho te pertence”.

A entrega de João Paulo II a Nossa Senhora foi uma marca constante de seu pontificado. De fato, ele sempre foi um papa de grande devoção mariana, e incentivava essa devoção para todos que o rodeavam, incluindo os empregados e guardas da Guarda Suíça, que costumavam ganhar terços do Papa entre um compromisso e outro, enquanto passava pelos corredores e conversava amigavelmente com todos eles.

Sua devoção a Nossa Senhora estava na essência de sua missão neste mundo. Em tudo, lembrava da Mãe de Deus e a ela oferecia todas as coisas, em um constante “Totus tuus” de entrega completa de vida.

Para conhecer melhor essa devoção, você pode acessar um artigo exclusivo sobre o tema.

A mão que desviou a bala no atentado


A partir da experiência de vida de São João Paulo II, podemos dizer que seu amor por Nossa Senhora foi verdadeiramente “correspondido”. Sabemos, é claro, que Nossa Mãe ama a todos os seus filhos, mas o papa teve ocasiões de um cuidado especial e extraordinário.

A maior dessas ocasiões, sem dúvida, foi a do atentado que ele sofreu em 13 de maio de 1981, quando foi ferido gravemente com tiros na Praça de São Pedro e quase perdeu a vida.

Descubra por que São João Paulo II levou um tiro

O atentado chocou o mundo inteiro, e colocou a vida de São João Paulo II em cheque – a bala que atingira seu abdômen havia perfurado vários órgãos e, por poucos milímetros, não fora fatal. 

Levado às pressas para o hospital logo que foi atingido, João Paulo II passou cinco horas em uma cirurgia decisiva entre a vida e morte, e depois de recuperado, tanto do tiro quanto de uma infecção posterior, o papa não hesitou em afirmar que sobreviveu apenas porque assim o permitiu a Virgem Maria.

De fato, um dos aspectos que mais chama a atenção no atentado é o fato de que os tiros foram desferidos na exata data e hora em que iniciaram as aparições de Nossa Senhora de Fátima. Por isso, São João Paulo II tratou o episódio como um milagre alcançado por intercessão mariana. Em suas próprias palavras, “uma mão disparou e outra desviou a bala”. Para o papa, sua vida foi salva pelas mãos de Nossa Senhora.

Depois de recuperado, o papa foi ao santuário de Fátima especialmente para agradecer pela graça alcançada. Na ocasião, ofertou uma das balas do atentado, que foi incorporada à coroa da imagem que está em Fátima, e segue ali até hoje.

Leia mais: A morte de São João Paulo II: um caminho direto para o céu

Esse emblemático acontecimento não deixa dúvidas: São João Paulo II recebeu, verdadeiramente, um cuidado especial de Nossa Senhora. Com ele, aprendemos a amá-la totalmente, desinteressadamente, e a entregar-lhe nossas vidas com confiança.

Que São João Paulo II nos ensine a ter uma devoção cada vez mais viva e genuína por Nossa Mãe. Como nos ensina o Papa Bento XVI, ainda como cardeal: “o Papa encontrou o reflexo mais puro da misericórdia de Deus na Mãe de Deus. Ele, que havia perdido a sua mãe quando era muito jovem, amou ainda mais a Mãe de Deus. Escutou as palavras do Senhor crucificado como se estivessem dirigidas a ele pessoalmente: ‘Aqui tens a tua Mãe!’ E fez como o discípulo predileto: acolheu-a no íntimo de seu ser. Totus Tuus! E da mãe aprendeu a conformar-se com Cristo. Confiamos tua querida alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou cada dia e te guiará agora à glória eterna de seu Filho, Jesus Cristo Senhor Nosso. Amém!” 2

São João Paulo II, rogai por nós!
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

Referências

  1.  “Vida de São João Paulo II”, do autor Jason Evert. Edição da Minha Biblioteca Católica, 2023, p. 39.[]
  2. Homilia do Cardeal Ratzinger na Missa de exéquias de João Paulo II[]

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    MBC

    O que você vai encontrar neste artigo?

    Um dos traços mais marcantes de São João Paulo II é sua profunda devoção à Nossa Senhora. Desde sua infância até seu último suspiro, o amor que ele tinha pela Mãe de Deus era comovente e inspirador.

    Neste breve artigo, você conhecerá um pouco melhor sobre essa devoção particular do papa polonês e como Nossa Senhora sempre lhe retribuiu tanto carinho com gestos concretos — a ponto de salvar sua vida.

    Nossa Senhora foi um amparo para São João Paulo II quando perdeu sua mãe


    Karol Wojtyla (ou Lolek, como era seu apelido familiar) cresceu em uma humilde família polonesa, com seu pai — também chamado Karol — sua mãe, Emilia, e o irmão mais velho, Edmund. Desde cedo, Emilia apresentava uma saúde muito frágil, o que levou o pai a pedir uma aposentadoria antecipada, a fim de ficar em casa e cuidar de sua esposa. Porém, a despedida veio cedo demais.

    Quando Lolek tinha apenas oito anos, sua mãe acabou falecendo, vítima de insuficiência renal e cardiopatia. Não é preciso dizer o quanto essa perda foi dolorosa para aquele menino que apenas começava a conhecer o mundo. Uma vizinha abraçou-o, tentando consolá-lo pela perda tão precoce. Mas Lolek não haveria de ficar desamparado.

    Logo no dia seguinte ao funeral, Karol pai, um homem extremamente piedoso e de muita oração, levou os filhos a uma peregrinação a um imenso santuário mariano. Ali, em meio a orações e um lindo espaço ao ar livre, o pai lhes dizia que a Virgem Maria cuidaria dos dois até o dia em que reencontrariam sua mãe no Céu. 

    Nesse momento nascia em Karol Wojtyla, nosso Lolek, uma devoção mariana especial que o acompanharia até o fim de sua vida, e também o cumprimento de uma promessa: de fato, a Virgem cuidaria dele a todo instante, e jamais o deixaria desamparado.

    Leia mais:
    Conheça 5 santuários marianos incríveis
    4 meios de aumentar sua devoção à Nossa Senhora

    Um famoso livro sobre Nossa Senhora foi o grande companheiro de São João Paulo II no trabalho


    Com o passar do tempo, Karol foi crescendo e se aproximando cada vez mais de Nossa Senhora. Em sua juventude, um famoso livro o impactou profundamente — e tornou-se seu livro de cabeceira: era o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort. 

    Este pequeno livrinho foi uma das principais leituras de Karol nos tempos mais sombrios de seu país, durante a ocupação do exército nazista — uma leitura que ele mesmo tratou como um momento decisivo em sua vida.

    Neste período também, além da difícil convivência com o regime de Hitler, Karol também passou pela dolorosa perda de seu pai, seu último familiar próximo ainda vivo. Em sua biografia, lemos um desabafo comovedor: “Estou completamente só (…). Aos vinte anos, já perdi todas as pessoas que amei!”. 1

    Todos esses percalços no caminho não o tiraram do caminho da fé. A cada dia, Karol se tornava um jovem mais piedoso e com intensa vida espiritual. Em 1942, passando a trabalhar em uma fábrica de produtos químicos. Ali, em meio a estacas, canos e baldes de cal, nosso futuro papa fazia suas orações e levava consigo esse pequeno tratado de entrega à Virgem Santíssima, leitura que o acompanharia até o momento mais importante de sua vida — uma frase do livro tornou-se o lema de seu pontificado.

    Totus Tuus: uma entrega completa à Virgem Maria


    A leitura do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem e, por conseguinte, sua consagração total a Ela, foram verdadeiramente decisivos na vida de nosso querido papa polonês. Anos depois de ter se tornado sacerdote, bispo e cardeal, Karol tornava-se o Papa João Paulo II sob o lema da consagração total a Maria: “Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt”, do latim: “Sou todo teu e tudo que tenho te pertence”.

    A entrega de João Paulo II a Nossa Senhora foi uma marca constante de seu pontificado. De fato, ele sempre foi um papa de grande devoção mariana, e incentivava essa devoção para todos que o rodeavam, incluindo os empregados e guardas da Guarda Suíça, que costumavam ganhar terços do Papa entre um compromisso e outro, enquanto passava pelos corredores e conversava amigavelmente com todos eles.

    Sua devoção a Nossa Senhora estava na essência de sua missão neste mundo. Em tudo, lembrava da Mãe de Deus e a ela oferecia todas as coisas, em um constante “Totus tuus” de entrega completa de vida.

    Para conhecer melhor essa devoção, você pode acessar um artigo exclusivo sobre o tema.

    A mão que desviou a bala no atentado


    A partir da experiência de vida de São João Paulo II, podemos dizer que seu amor por Nossa Senhora foi verdadeiramente “correspondido”. Sabemos, é claro, que Nossa Mãe ama a todos os seus filhos, mas o papa teve ocasiões de um cuidado especial e extraordinário.

    A maior dessas ocasiões, sem dúvida, foi a do atentado que ele sofreu em 13 de maio de 1981, quando foi ferido gravemente com tiros na Praça de São Pedro e quase perdeu a vida.

    Descubra por que São João Paulo II levou um tiro

    O atentado chocou o mundo inteiro, e colocou a vida de São João Paulo II em cheque – a bala que atingira seu abdômen havia perfurado vários órgãos e, por poucos milímetros, não fora fatal. 

    Levado às pressas para o hospital logo que foi atingido, João Paulo II passou cinco horas em uma cirurgia decisiva entre a vida e morte, e depois de recuperado, tanto do tiro quanto de uma infecção posterior, o papa não hesitou em afirmar que sobreviveu apenas porque assim o permitiu a Virgem Maria.

    De fato, um dos aspectos que mais chama a atenção no atentado é o fato de que os tiros foram desferidos na exata data e hora em que iniciaram as aparições de Nossa Senhora de Fátima. Por isso, São João Paulo II tratou o episódio como um milagre alcançado por intercessão mariana. Em suas próprias palavras, “uma mão disparou e outra desviou a bala”. Para o papa, sua vida foi salva pelas mãos de Nossa Senhora.

    Depois de recuperado, o papa foi ao santuário de Fátima especialmente para agradecer pela graça alcançada. Na ocasião, ofertou uma das balas do atentado, que foi incorporada à coroa da imagem que está em Fátima, e segue ali até hoje.

    Leia mais: A morte de São João Paulo II: um caminho direto para o céu

    Esse emblemático acontecimento não deixa dúvidas: São João Paulo II recebeu, verdadeiramente, um cuidado especial de Nossa Senhora. Com ele, aprendemos a amá-la totalmente, desinteressadamente, e a entregar-lhe nossas vidas com confiança.

    Que São João Paulo II nos ensine a ter uma devoção cada vez mais viva e genuína por Nossa Mãe. Como nos ensina o Papa Bento XVI, ainda como cardeal: “o Papa encontrou o reflexo mais puro da misericórdia de Deus na Mãe de Deus. Ele, que havia perdido a sua mãe quando era muito jovem, amou ainda mais a Mãe de Deus. Escutou as palavras do Senhor crucificado como se estivessem dirigidas a ele pessoalmente: ‘Aqui tens a tua Mãe!’ E fez como o discípulo predileto: acolheu-a no íntimo de seu ser. Totus Tuus! E da mãe aprendeu a conformar-se com Cristo. Confiamos tua querida alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou cada dia e te guiará agora à glória eterna de seu Filho, Jesus Cristo Senhor Nosso. Amém!” 2

    São João Paulo II, rogai por nós!
    Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

    Referências

    1.  “Vida de São João Paulo II”, do autor Jason Evert. Edição da Minha Biblioteca Católica, 2023, p. 39.[]
    2. Homilia do Cardeal Ratzinger na Missa de exéquias de João Paulo II[]

    MBC

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