Devoção

São Luís e Santa Zélia, os pais de Santa Teresinha

Conheça a vida de São Luís e Santa Zélia Martin, as dores da perda dos filhos, o cultivo da santidade no seio do lar e sua Páscoa eterna.

São Luís e Santa Zélia, os pais de Santa Teresinha
Devoção

São Luís e Santa Zélia, os pais de Santa Teresinha

Conheça a vida de São Luís e Santa Zélia Martin, as dores da perda dos filhos, o cultivo da santidade no seio do lar e sua Páscoa eterna.

Data da Publicação: 12/07/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica
Data da Publicação: 12/07/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica

Conheça a vida de São Luís e Santa Zélia Martin, as dores da perda dos filhos, o cultivo da santidade no seio do lar e sua Páscoa eterna.


Pais santos geram filhos santos. Através da vida cotidiana extraordinária de São Luís e Santa Zélia, de sua entrega total a Deus, nasce uma das santas mais importantes de toda a história da Igreja, que foi elevada à título de Doutora tendo morrido com apenas 24 anos. 

Neste artigo, você conhecerá a história dos pais de Santa Teresinha, um casal de cristãos muito piedosos que souberam conduzir a família ao céu através de uma vida toda dedicada a Nosso Senhor, e também compreenderá a importância de buscar o matrimônio santo e aberto à vontade de Deus.

Quem são Santa Zélia e São Luís?

São Luís nasceu em 1823 em Bordeaux, na França. Era filho de um capitão do exército e recebeu uma educação severa e cristã. Na idade de escolher sua profissão, decidiu seguir um caminho distinto do pai, optando pelo ofício de relojoeiro. Durante a adolescência crescia o anseio de adentrar à vida religiosa, chegou até mesmo a tentar ser aceito em uma comunidade, mas teve o pedido negado por não saber latim. Depois de viver por três anos em Paris, Luís sentiu-se insatisfeito com o clima revolucionário que crescia na capital e, por isso, mudou-se para Alençon, onde montou sua oficina e prosperou, obedecendo sempre aos preceitos da Santa Igreja e sendo um homem prudente e responsável.

Santa Zélia teve uma história semelhante à do seu futuro esposo. O pai era militar, teve uma educação religiosa muito rigorosa. Na adolescência desejou seguir a vida religiosa, mas percebeu que essa não era a sua vocação. A princípio, Zélia ajudava a sua mãe com os negócios da família, mas depois aprendeu a tecer rendas, o que a levou a ter sua própria fábrica e a vender para a alta sociedade francesa. 

A Família Martin

São Luís e Santa Zélia Martin com suas filhas.
São Luís e Santa Zélia Martin com suas filhas.

Em 1858, São Luís e Santa Zélia encontram-se pela primeira vez, na ponte de São Leonardo em Alençon, o cenário perfeito e romântico para o início de um amor que brotava no coração de ambos. Zélia diz que ao ver Luís teve certeza que ele era o homem de sua vida. Tiveram um namoro curto, logo fizeram o compromisso diante de Deus através do matrimônio, que foi sendo santificado por uma vida cotidiana muito piedosa, com Missas diárias, confissão frequente e vida ativa na paróquia. O amor do casal frutificou e deu vida a nove crianças, das quais quatro faleceram. Santa Teresinha era a caçula das outras cinco crianças que sobreviveram.

Santa Zélia adoeceu aos 45 anos. Ela possuía um tumor no seio e morreu em 1877. Zélia viveu o sofrimento de forma totalmente entregue a Jesus. Em 1887, Luís adoeceu com sintomas de perda de memória e distrações frequentes, passou a ter problemas de comunicação e dizia palavras sem sentido. Os médicos chegaram ao diagnóstico de arteriosclerose cerebral. São Luís faleceu em 1894.

O que Santa Teresinha dizia sobre os seus pais?


Naturalmente, Santa Teresinha nutria uma profunda admiração por São Luís e Santa Zélia, e desejava seguir os seus passos. Ela aprendeu a rezar e a ter uma vida piedosa com o exemplo que recebia deles. 

“O Bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do céu do que da terra!”. Teresa já enxergava o quanto os seus pais tinham uma conduta santa, e foi justamente o que inspirou as filhas a ingressarem no Carmelo e Teresa a ser santa e — pobre e humilde serva, jamais imaginava — Doutora da Igreja.

Em suas meditações podemos perceber claramente o quanto Teresinha amava a sua família, que ela carinhosamente chamava de “Familiazinha”. Por diversas vezes ela relata o quanto sentia-se feliz por ter uma família tão honrada e tão dedicada a Deus.

“Estou feliz de ver o bom Deus tão bem servido por aqueles que amo, e me pergunto por qual razão Ele me deu a graça de pertencer a uma família tão bela.” 1 Teresa também diz, ao recordar a sua infância, que aprendeu a buscar virtudes com os pais. Ela chega a dizer que a família é uma escola de virtudes e, que se não fosse pelo exemplo de São Luís e Santa Zélia, “ter-me-ia tornado muito má e talvez me tivesse perdido… Não tenho à minha volta senão bons exemplos, queria, naturalmente, imitá-los.”

Saiba mais sobre a Espiritualidade da Família Martin.

O que a vida de São Luís e Santa Zélia Martin nos ensina?

Como a própria Santa Teresinha disse, a família precisa ser uma escola de virtudes. São Luís e Santa Zélia souberam perfeitamente formar os filhos na conduta reta e santa. Eles são um exemplo para os pais modernos que, na maioria das vezes, não buscam o aperfeiçoamento de si próprios, ou transmitem ensinamentos virtuosos para os filhos. 

Outro exemplo que a vivência da família Martin pode nos dar é a generosidade para com Deus, a confiança e entrega total à Divina Providência. Em meio a tantas turbulências — a perda de 4 filhos, a doença de Zélia e os negócios beirando à falência — souberam manter a serenidade e a paz de espírito. Os Santos transmitem segurança e ensinam as filhas a amar e confiar em Cristo, que tudo nos provê.

São Luís e Santa Zélia nos dão testemunho de seu amor e fidelidade à Santa Igreja. Aproximavam-se com frequência dos sacramentos, entregavam o Domingo ao Senhor, fechavam os comércios, preferindo perder o lucro a perder a alma. Esse amor à Igreja era a expressão transbordante do amor que nutriam por Nosso Senhor.

São Luís e Santa Zélia foram beatificados no dia 19 de outubro de 2008, em Lisieux, e foram canonizados no dia 18 de outubro de 2015, no fechamento do Sínodo sobre a Família. 

“Este ano hei de ir, bem cedinho, ter com a Santíssima Virgem. Quero ser a primeira a chegar. Não lhe pedirei mais filhinhas; rogar-lhe-ei somente que faça santas as que me deu e que eu não lhes fique muito atrás; mas é necessário que elas sejam bem melhores do que eu.” 2 De fato, Nossa Senhora atendeu carinhosamente ao pedido de Santa Zélia.

Você conhece a relação de Santa Teresinha com Santa Joana d’Arc? Confira neste artigo.

Referências

  1. Ensinamentos de Santa Teresinha, pág. 178, nº 1137[]
  2. Carta de Santa Zélia[]

Redação Minha Biblioteca Católica

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Conheça a vida de São Luís e Santa Zélia Martin, as dores da perda dos filhos, o cultivo da santidade no seio do lar e sua Páscoa eterna.


Pais santos geram filhos santos. Através da vida cotidiana extraordinária de São Luís e Santa Zélia, de sua entrega total a Deus, nasce uma das santas mais importantes de toda a história da Igreja, que foi elevada à título de Doutora tendo morrido com apenas 24 anos. 

Neste artigo, você conhecerá a história dos pais de Santa Teresinha, um casal de cristãos muito piedosos que souberam conduzir a família ao céu através de uma vida toda dedicada a Nosso Senhor, e também compreenderá a importância de buscar o matrimônio santo e aberto à vontade de Deus.

Quem são Santa Zélia e São Luís?

São Luís nasceu em 1823 em Bordeaux, na França. Era filho de um capitão do exército e recebeu uma educação severa e cristã. Na idade de escolher sua profissão, decidiu seguir um caminho distinto do pai, optando pelo ofício de relojoeiro. Durante a adolescência crescia o anseio de adentrar à vida religiosa, chegou até mesmo a tentar ser aceito em uma comunidade, mas teve o pedido negado por não saber latim. Depois de viver por três anos em Paris, Luís sentiu-se insatisfeito com o clima revolucionário que crescia na capital e, por isso, mudou-se para Alençon, onde montou sua oficina e prosperou, obedecendo sempre aos preceitos da Santa Igreja e sendo um homem prudente e responsável.

Santa Zélia teve uma história semelhante à do seu futuro esposo. O pai era militar, teve uma educação religiosa muito rigorosa. Na adolescência desejou seguir a vida religiosa, mas percebeu que essa não era a sua vocação. A princípio, Zélia ajudava a sua mãe com os negócios da família, mas depois aprendeu a tecer rendas, o que a levou a ter sua própria fábrica e a vender para a alta sociedade francesa. 

A Família Martin

São Luís e Santa Zélia Martin com suas filhas.
São Luís e Santa Zélia Martin com suas filhas.

Em 1858, São Luís e Santa Zélia encontram-se pela primeira vez, na ponte de São Leonardo em Alençon, o cenário perfeito e romântico para o início de um amor que brotava no coração de ambos. Zélia diz que ao ver Luís teve certeza que ele era o homem de sua vida. Tiveram um namoro curto, logo fizeram o compromisso diante de Deus através do matrimônio, que foi sendo santificado por uma vida cotidiana muito piedosa, com Missas diárias, confissão frequente e vida ativa na paróquia. O amor do casal frutificou e deu vida a nove crianças, das quais quatro faleceram. Santa Teresinha era a caçula das outras cinco crianças que sobreviveram.

Santa Zélia adoeceu aos 45 anos. Ela possuía um tumor no seio e morreu em 1877. Zélia viveu o sofrimento de forma totalmente entregue a Jesus. Em 1887, Luís adoeceu com sintomas de perda de memória e distrações frequentes, passou a ter problemas de comunicação e dizia palavras sem sentido. Os médicos chegaram ao diagnóstico de arteriosclerose cerebral. São Luís faleceu em 1894.

O que Santa Teresinha dizia sobre os seus pais?


Naturalmente, Santa Teresinha nutria uma profunda admiração por São Luís e Santa Zélia, e desejava seguir os seus passos. Ela aprendeu a rezar e a ter uma vida piedosa com o exemplo que recebia deles. 

“O Bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do céu do que da terra!”. Teresa já enxergava o quanto os seus pais tinham uma conduta santa, e foi justamente o que inspirou as filhas a ingressarem no Carmelo e Teresa a ser santa e — pobre e humilde serva, jamais imaginava — Doutora da Igreja.

Em suas meditações podemos perceber claramente o quanto Teresinha amava a sua família, que ela carinhosamente chamava de “Familiazinha”. Por diversas vezes ela relata o quanto sentia-se feliz por ter uma família tão honrada e tão dedicada a Deus.

“Estou feliz de ver o bom Deus tão bem servido por aqueles que amo, e me pergunto por qual razão Ele me deu a graça de pertencer a uma família tão bela.” 1 Teresa também diz, ao recordar a sua infância, que aprendeu a buscar virtudes com os pais. Ela chega a dizer que a família é uma escola de virtudes e, que se não fosse pelo exemplo de São Luís e Santa Zélia, “ter-me-ia tornado muito má e talvez me tivesse perdido… Não tenho à minha volta senão bons exemplos, queria, naturalmente, imitá-los.”

Saiba mais sobre a Espiritualidade da Família Martin.

O que a vida de São Luís e Santa Zélia Martin nos ensina?

Como a própria Santa Teresinha disse, a família precisa ser uma escola de virtudes. São Luís e Santa Zélia souberam perfeitamente formar os filhos na conduta reta e santa. Eles são um exemplo para os pais modernos que, na maioria das vezes, não buscam o aperfeiçoamento de si próprios, ou transmitem ensinamentos virtuosos para os filhos. 

Outro exemplo que a vivência da família Martin pode nos dar é a generosidade para com Deus, a confiança e entrega total à Divina Providência. Em meio a tantas turbulências — a perda de 4 filhos, a doença de Zélia e os negócios beirando à falência — souberam manter a serenidade e a paz de espírito. Os Santos transmitem segurança e ensinam as filhas a amar e confiar em Cristo, que tudo nos provê.

São Luís e Santa Zélia nos dão testemunho de seu amor e fidelidade à Santa Igreja. Aproximavam-se com frequência dos sacramentos, entregavam o Domingo ao Senhor, fechavam os comércios, preferindo perder o lucro a perder a alma. Esse amor à Igreja era a expressão transbordante do amor que nutriam por Nosso Senhor.

São Luís e Santa Zélia foram beatificados no dia 19 de outubro de 2008, em Lisieux, e foram canonizados no dia 18 de outubro de 2015, no fechamento do Sínodo sobre a Família. 

“Este ano hei de ir, bem cedinho, ter com a Santíssima Virgem. Quero ser a primeira a chegar. Não lhe pedirei mais filhinhas; rogar-lhe-ei somente que faça santas as que me deu e que eu não lhes fique muito atrás; mas é necessário que elas sejam bem melhores do que eu.” 2 De fato, Nossa Senhora atendeu carinhosamente ao pedido de Santa Zélia.

Você conhece a relação de Santa Teresinha com Santa Joana d’Arc? Confira neste artigo.

Referências

  1. Ensinamentos de Santa Teresinha, pág. 178, nº 1137[]
  2. Carta de Santa Zélia[]

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