A Santíssima Virgem Maria é imaculada, é mãe de Deus, é perpetuamente virgem e foi assunta aos Céus. Essa frase, muito densa teologicamente, resume os quatro Dogmas Marianos, que são verdades de fé relacionadas à pessoa de Maria.
Neste texto convidamos todos a mergulharem em realidades extraordinárias relacionadas à história da Salvação por Jesus Cristo. Entender esses dogmas é entender a fé católica e, apesar de carregar o nome “mariano”, apontam apenas para Nosso Senhor.
O Catecismo da Igreja Católica diz:
O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação divina ou quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo necessário1.
Em resumo, um dogma é uma verdade de fé. É importante entendermos que o Papa proclamar um dogma não faz com que, a partir daquele momento, foi-se feita uma verdade. O que acontece é a confirmação de uma realidade que sempre existiu. Um exemplo prático: imaginem que dentro de uma caixa há um chocalho. No entanto, essa caixa está bem selada. Até o momento em que não se é revelado o que está dentro da caixa, qualquer pessoa pode tentar desvendar qual é o objeto: seja pelo peso, pelo barulho… Porém, a partir do momento em que se é revelado que é um chocalho, não há mais motivos para discussões. É assim com o dogma: aquela verdade sempre esteve ali, mas uma vez elevada ao “nível” de dogma, se cessa qualquer debate sobre sua procedência.
No verdadeiro desenvolvimento do dogma, nada se inventa, tudo se descobre. Vai-se do implícito ao explícito. Surgem então novas perspectivas, não propriamente dados novos 2.
Portanto, quando acrescentamos a subcategoria “marianos”, estamos tratando de verdades de fé que envolvem a pessoa da Virgem Santíssima. Afinal, Maria não é uma mulher qualquer. É a escolhida por Deus para receber em seu seio o Redentor da humanidade, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao pensarmos em Maria, pensamos em Jesus. Então, de maneira quase medular, é deduzível que ao redor de Nossa Senhora, tenham acontecimentos extraordinários fundamentais para que a história da Salvação fosse plenamente realizada. Durante a história da Igreja, esses acontecimentos foram sendo elevados ao status de dogma. Hoje, são quatro.
Peguem a frase do início do texto. Ela resume bem os dogmas marianos.
Pode parecer meio estranho essa afirmação que Maria é Mãe de Deus. Deus pode ter mãe? Não seria equivocado afirmar que Deus, que é, foi de alguma maneira “gerado” por uma mulher? Pois bem, esse tipo de questionamento que gerou debates acalorados (e de certa forma se mantém em boa parte das denominações protestantes). Tudo se resolve com uma expressão: união hipostática. Maria gerou a natureza humana de Nosso Senhor. No entanto, a natureza humana e a natureza divina estão unidas inseparavelmente desde o primeiro instante de sua concepção. Por isso podemos afirmar que Maria é Mãe de Deus. E isso foi bem definido no Concílio de Éfeso, em 431.
Tamanha a importância desse dogma que o celebramos no dia primeiro de janeiro, na solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Inclusive, é missa de preceito, ou seja, obrigatória a todo fiel católico, salvo motivo grave.
Lembra que comentamos que um dogma não é algo inventado, mas o reconhecimento formal de uma verdade de fé que sempre existiu? Antes mesmo da proclamação oficial do Dogma da Mãe de Deus, o povo já cultuava a Virgem Maria dessa forma, tanto que uma multidão reuniu-se em Éfeso à espera da confirmação da Igreja. Quem relata é o historiador Daniel Rops:
A multidão da cidade , devota da Virgem Maria, organizava manifestações contra os adversários da Mãe de Deus e levava em triunfo, à luz de archotes, o legado papal, Cirilo, e os partidários da fé3.
Num mundo cientificista como o que vivemos, uma voz que se levanta para dizer que Maria foi virgem antes do parto, durante o parto e após o parto encontra chacota e descrença. Mas ninguém explica Deus e seus caminhos. A nós, é pedido apenas que creiamos nesse lindo mistério de fé.
E nada para Deus é por acaso. Maria já havia consagrado sua virgindade ao Senhor mesmo antes de receber o anúncio do Arcanjo Gabriel. Daí surgem algumas implicações místicas muito profundas:
Esse dogma já havia sido citado no Concílio de Constantinopla, em 553, e proclamado em 649 no Concílio de Latrão 2.
Veja também: O casamento de São José e Nossa Senhora
“Je suis l’Immaculée Conception”, Eu sou a Imaculada Conceição. Foi assim que a Virgem se apresentou para a camponesa Bernadette Soubirous, na pequena cidade de Lourdes em 1858. Essa apresentação é uma grande confirmação do dogma para um mundo imerso no ceticismo. Afinal:
Dizer que Maria foi concebida sem pecado significa dizer que ela foi preservada da mancha do pecado original para que, pura, pudesse gerar Jesus, também puro. E isso foi feito por Deus antecipando para a Santíssima Virgem a graça redentora que Nosso Senhor conquistaria pela Cruz.
Como diz Santo Afonso Maria de Ligório, era conveniente às três pessoas da Trindade a Imaculada Conceição de Maria. A Deus Pai, porque se Maria iria mediar a vinda do Salvador, não poderia de maneira alguma ser “inimiga”, pelo pecado, de Quem iria redimir o mundo. A Deus Filho, porque a um rei é digna uma rainha e não uma escrava. A Deus Espírito Santo porque merecia uma perfeita esposa.
Em honra da Santa e indivisível Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para a exaltação da fé católica e para o incremento da Religião Cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos santos Apóstolos Pedro e Paulo e com a Nossa, DECLARAMOS, PRONUNCIAMOS E DEFINIMOS, como doutrina revelada por Deus, o seguinte:
A Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, FOI PRESERVADA IMUNE DE TODA MANCHA DE PECADO ORIGINAL. Essa doutrina, pois, deve ser crida firmemente e inviolavelmente por todos os fiéis. Portanto, quem presumir deliberadamente (que Deus não o permita!) pensar em seu coração uma opinião contrária a essa definição, conheça e saiba que se condena a si mesmo por seu próprio juízo, que fez naufrágio na fé, que se separou da unidade da Igreja e que incorreu automaticamente nas penas estabelecidas pelo Direito4.
O último dos dogmas marianos a ser proclamado. Foi em 1950, pelo Papa Pio XII. A Assunção nos deixa uma reflexão belíssima de como é oposta a passagem de Maria para a Vida Eterna. Afinal, a morte, para qualquer pessoa, é acompanhada de três aflições (em maior ou menor grau, a depender da progressão espiritual de cada um): 1) A incerteza da salvação 2) O apego aos bens terrestres 3) O remorso dos pecados. Maria tinha certeza da salvação, nunca cometeu nenhum pecado e era completamente desapegada do mundo. Dessa maneira, sua passagem (há divergências se teria morrido ou apenas dormido, visto que não havia pecado) foi gloriosa, elevada aos Céus em corpo e alma pelo próprio Jesus, para ser coroada Rainha.
Estando em corpo e alma junto de Deus, entendemos a grandiosidade de Maria frente a todos os outros santos. Sua união com a Santíssima Trindade chega ao nível mais elevado possível. Portanto, pedir a intercessão de Maria é confiar nessa união e entender que os pedidos que fazemos à Mãe chegam com carinho e piedade ao Filho.
Confira este vídeo raro, onde o Papa Pio XII proclama o dogma da Assunção de Nossa Senhora:
Há alguns movimentos espalhados pelo mundo que defendem a proclamação de um quinto dogma mariano: Maria como Corredentora/ Medianeira de Todas as Graças.
Maria é a Medianeira porque intercedeu para trazer Cristo, fonte de todas as graças, ao mundo e Jesus ainda a entregou para esse fim na Cruz, no diálogo com o discípulo amado.
Maria compartilhou de maneira única o sacrifício de Cristo para redimir a humanidade dando o Seu corpo e sofrendo com Cristo no Calvário. Por isso chamá-la de Corredentora (o que não significa ser igual).
Saiba mais sobre o movimento em torno do quinto dogma neste site.
Se isso irá acontecer, não devemos nos preocupar, pois Jesus conduz sua Igreja! Devemos manter a paz e a alegria de poder ver de perto o espetáculo que é a Fé Católica.
Enquanto isso peçamos intercessão da Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria, que é Mãe de Deus, imaculada e que está junto de Jesus em corpo e alma.
Veja também: 4 meios para crescer na devoção à Nossa Senhora
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
A Santíssima Virgem Maria é imaculada, é mãe de Deus, é perpetuamente virgem e foi assunta aos Céus. Essa frase, muito densa teologicamente, resume os quatro Dogmas Marianos, que são verdades de fé relacionadas à pessoa de Maria.
Neste texto convidamos todos a mergulharem em realidades extraordinárias relacionadas à história da Salvação por Jesus Cristo. Entender esses dogmas é entender a fé católica e, apesar de carregar o nome “mariano”, apontam apenas para Nosso Senhor.
O Catecismo da Igreja Católica diz:
O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação divina ou quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo necessário1.
Em resumo, um dogma é uma verdade de fé. É importante entendermos que o Papa proclamar um dogma não faz com que, a partir daquele momento, foi-se feita uma verdade. O que acontece é a confirmação de uma realidade que sempre existiu. Um exemplo prático: imaginem que dentro de uma caixa há um chocalho. No entanto, essa caixa está bem selada. Até o momento em que não se é revelado o que está dentro da caixa, qualquer pessoa pode tentar desvendar qual é o objeto: seja pelo peso, pelo barulho… Porém, a partir do momento em que se é revelado que é um chocalho, não há mais motivos para discussões. É assim com o dogma: aquela verdade sempre esteve ali, mas uma vez elevada ao “nível” de dogma, se cessa qualquer debate sobre sua procedência.
No verdadeiro desenvolvimento do dogma, nada se inventa, tudo se descobre. Vai-se do implícito ao explícito. Surgem então novas perspectivas, não propriamente dados novos 2.
Portanto, quando acrescentamos a subcategoria “marianos”, estamos tratando de verdades de fé que envolvem a pessoa da Virgem Santíssima. Afinal, Maria não é uma mulher qualquer. É a escolhida por Deus para receber em seu seio o Redentor da humanidade, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao pensarmos em Maria, pensamos em Jesus. Então, de maneira quase medular, é deduzível que ao redor de Nossa Senhora, tenham acontecimentos extraordinários fundamentais para que a história da Salvação fosse plenamente realizada. Durante a história da Igreja, esses acontecimentos foram sendo elevados ao status de dogma. Hoje, são quatro.
Peguem a frase do início do texto. Ela resume bem os dogmas marianos.
Pode parecer meio estranho essa afirmação que Maria é Mãe de Deus. Deus pode ter mãe? Não seria equivocado afirmar que Deus, que é, foi de alguma maneira “gerado” por uma mulher? Pois bem, esse tipo de questionamento que gerou debates acalorados (e de certa forma se mantém em boa parte das denominações protestantes). Tudo se resolve com uma expressão: união hipostática. Maria gerou a natureza humana de Nosso Senhor. No entanto, a natureza humana e a natureza divina estão unidas inseparavelmente desde o primeiro instante de sua concepção. Por isso podemos afirmar que Maria é Mãe de Deus. E isso foi bem definido no Concílio de Éfeso, em 431.
Tamanha a importância desse dogma que o celebramos no dia primeiro de janeiro, na solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Inclusive, é missa de preceito, ou seja, obrigatória a todo fiel católico, salvo motivo grave.
Lembra que comentamos que um dogma não é algo inventado, mas o reconhecimento formal de uma verdade de fé que sempre existiu? Antes mesmo da proclamação oficial do Dogma da Mãe de Deus, o povo já cultuava a Virgem Maria dessa forma, tanto que uma multidão reuniu-se em Éfeso à espera da confirmação da Igreja. Quem relata é o historiador Daniel Rops:
A multidão da cidade , devota da Virgem Maria, organizava manifestações contra os adversários da Mãe de Deus e levava em triunfo, à luz de archotes, o legado papal, Cirilo, e os partidários da fé3.
Num mundo cientificista como o que vivemos, uma voz que se levanta para dizer que Maria foi virgem antes do parto, durante o parto e após o parto encontra chacota e descrença. Mas ninguém explica Deus e seus caminhos. A nós, é pedido apenas que creiamos nesse lindo mistério de fé.
E nada para Deus é por acaso. Maria já havia consagrado sua virgindade ao Senhor mesmo antes de receber o anúncio do Arcanjo Gabriel. Daí surgem algumas implicações místicas muito profundas:
Esse dogma já havia sido citado no Concílio de Constantinopla, em 553, e proclamado em 649 no Concílio de Latrão 2.
Veja também: O casamento de São José e Nossa Senhora
“Je suis l’Immaculée Conception”, Eu sou a Imaculada Conceição. Foi assim que a Virgem se apresentou para a camponesa Bernadette Soubirous, na pequena cidade de Lourdes em 1858. Essa apresentação é uma grande confirmação do dogma para um mundo imerso no ceticismo. Afinal:
Dizer que Maria foi concebida sem pecado significa dizer que ela foi preservada da mancha do pecado original para que, pura, pudesse gerar Jesus, também puro. E isso foi feito por Deus antecipando para a Santíssima Virgem a graça redentora que Nosso Senhor conquistaria pela Cruz.
Como diz Santo Afonso Maria de Ligório, era conveniente às três pessoas da Trindade a Imaculada Conceição de Maria. A Deus Pai, porque se Maria iria mediar a vinda do Salvador, não poderia de maneira alguma ser “inimiga”, pelo pecado, de Quem iria redimir o mundo. A Deus Filho, porque a um rei é digna uma rainha e não uma escrava. A Deus Espírito Santo porque merecia uma perfeita esposa.
Em honra da Santa e indivisível Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para a exaltação da fé católica e para o incremento da Religião Cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos santos Apóstolos Pedro e Paulo e com a Nossa, DECLARAMOS, PRONUNCIAMOS E DEFINIMOS, como doutrina revelada por Deus, o seguinte:
A Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, FOI PRESERVADA IMUNE DE TODA MANCHA DE PECADO ORIGINAL. Essa doutrina, pois, deve ser crida firmemente e inviolavelmente por todos os fiéis. Portanto, quem presumir deliberadamente (que Deus não o permita!) pensar em seu coração uma opinião contrária a essa definição, conheça e saiba que se condena a si mesmo por seu próprio juízo, que fez naufrágio na fé, que se separou da unidade da Igreja e que incorreu automaticamente nas penas estabelecidas pelo Direito4.
O último dos dogmas marianos a ser proclamado. Foi em 1950, pelo Papa Pio XII. A Assunção nos deixa uma reflexão belíssima de como é oposta a passagem de Maria para a Vida Eterna. Afinal, a morte, para qualquer pessoa, é acompanhada de três aflições (em maior ou menor grau, a depender da progressão espiritual de cada um): 1) A incerteza da salvação 2) O apego aos bens terrestres 3) O remorso dos pecados. Maria tinha certeza da salvação, nunca cometeu nenhum pecado e era completamente desapegada do mundo. Dessa maneira, sua passagem (há divergências se teria morrido ou apenas dormido, visto que não havia pecado) foi gloriosa, elevada aos Céus em corpo e alma pelo próprio Jesus, para ser coroada Rainha.
Estando em corpo e alma junto de Deus, entendemos a grandiosidade de Maria frente a todos os outros santos. Sua união com a Santíssima Trindade chega ao nível mais elevado possível. Portanto, pedir a intercessão de Maria é confiar nessa união e entender que os pedidos que fazemos à Mãe chegam com carinho e piedade ao Filho.
Confira este vídeo raro, onde o Papa Pio XII proclama o dogma da Assunção de Nossa Senhora:
Há alguns movimentos espalhados pelo mundo que defendem a proclamação de um quinto dogma mariano: Maria como Corredentora/ Medianeira de Todas as Graças.
Maria é a Medianeira porque intercedeu para trazer Cristo, fonte de todas as graças, ao mundo e Jesus ainda a entregou para esse fim na Cruz, no diálogo com o discípulo amado.
Maria compartilhou de maneira única o sacrifício de Cristo para redimir a humanidade dando o Seu corpo e sofrendo com Cristo no Calvário. Por isso chamá-la de Corredentora (o que não significa ser igual).
Saiba mais sobre o movimento em torno do quinto dogma neste site.
Se isso irá acontecer, não devemos nos preocupar, pois Jesus conduz sua Igreja! Devemos manter a paz e a alegria de poder ver de perto o espetáculo que é a Fé Católica.
Enquanto isso peçamos intercessão da Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria, que é Mãe de Deus, imaculada e que está junto de Jesus em corpo e alma.
Veja também: 4 meios para crescer na devoção à Nossa Senhora