Entenda o que são as tentações, qual a importância delas para a nossa vida espiritual e como podemos combatê-las.
Entenda o que são as tentações, qual a importância delas para a nossa vida espiritual e como podemos combatê-las.
É um aforismo muito difundido que a única certeza que há no mundo é a morte. Isso é algo essencialmente materialista e, para nós, católicos, há várias outras certezas. E uma delas é a de que todos já foram, são e continuarão sendo alvo das tentações até o último dia de vida.
Se o próprio Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, que dirá nós! E com a proximidade da Quaresma, uma reflexão sobre o tema se faz muito pertinente.
Vamos entender e nos aprofundar nessa parte integral da nossa caminhada de fé. Afinal, conhecer a forma de ataque do inimigo é saber como se proteger.
As tentações, se pudermos reduzir a uma definição técnica, são sugestões e convites ao pecado. E aqui precisamos deixar muito claro: se a tentação é um convite ao pecado, isso jamais pode vir de Deus. Deus não tenta! E se a própria lógica advoga a favor dessa frase, a Bíblia a confirma:
“Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: ‘É Deus quem me tenta’, pois Deus não pode ser tentado pelo mal, tampouco Ele tenta alguém.” 1
Vamos caminhar um pouco mais com a lógica: sabemos que Jesus foi tentado. E ao mesmo tempo, sabemos que Jesus não pecou. Ora, só por isso já podemos ver a distância abissal ente um termo e outro. A tentação é o mero convite. O pecado é o ato que deriva de uma tentação que não foi vencida. Quem é tentado, não comete nenhum tipo de delito. A falha ocorre a partir do momento em que a pessoa consente. Assim, a vítima vira algoz.
Podemos ver de maneira direta ou indireta as tentações por todo texto bíblico. O “vigiai e orai”, a oração do Pai Nosso… Mas, sem dúvida, a mais significativa é a passagem das tentações sofridas por Jesus:
Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”.
Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’”
Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a ele prestarás culto’”. Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.
O mundo é uma dicotomia extraordinária. O mundo é criação divina, portanto naturalmente bom, mas não perfeitamente bom. Nós estamos no mundo, mas não somos dele porque após a queda do homem, houve a corrupção deste mundo. E agora se vê que o “mundo” inimigo da Igreja é aquela parte do mundo dos homens que se polariza, que se organiza como anti-Igreja, e que odeia os cristãos por causa do nome de Cristo. E antes fosse apenas o ódio. Mas há a tentação de nos impelir a uma vida sem Igreja, afogados nos pecados sensuais e acariciados pela aprovação daqueles que, na verdade, só não nos querem no caminho da santidade.
O pai de toda mentira e o fomentador último das tentações. É importante ressaltarmos (até para nossa sanidade mental) que nem toda tentação é diretamente obra do demônio. Nosso corpo e nossos irmãos são, na maioria das vezes, mais que suficientes para serem a força motriz das nossas falhas.
Apesar disso, precisamos sempre refletir que foi esse inimigo o responsável pela tentação de Nosso Senhor. E isso seve para vigiarmos com grande atenção e revestirmos nossa alma com a armadura de Deus.
O escrúpulo é uma doença espiritual que faz sentir que estamos sendo tentados pelo demônio a todo momento. Saiba mais sobre ela neste artigo.
É na carne que o homem recebe as seduções do mundo belo e agradável, ou as seduções mais perniciosas contra a Igreja, e é também onde acolhe as seduções do demônio.
É do lado da carne que acordamos todas as manhãs. É por meio dela que chegam os pensamentos contra a castidade. É ela a responsável pelas tentações triviais e rotineiras.
Portanto, precisamos de enorme cuidado para não menosprezá-la, pois no primeiro deslize, pecamos porque não fomos vigilantes o suficiente.
Leia também: o que são os Pecados Capitais?
O fato é: não podemos ser livres das tentações! Elas fazem parte integral da nossa vida, assim como fez parte integral da vida de todos os santos da Igreja. Porém, mesmo sendo intrinsecamente ruins, podem nos fazer crescer. Pois nada mais virtuoso que vencer uma tentação, afinal, uma virtude só é cultivada sob a forja da vontade. Isso é dizer sim a Deus e não ao pecado.
Lembre-se: Deus jamais dará uma cruz maior do que você pode carregar. Ou seja, por mais difícil e sedutora que seja uma tentação, tenha certeza que você é capaz de vencê-la!
Por fim, entenda que vencer uma tentação é uma oportunidade de dar graças a Deus, pois sem Ele nos capacitar, nenhum de nós teria condição de superar esses desafios.
A tônica da Quaresma dá a resposta: Penitência, Oração e Caridade.
1) Penitência: desde tempos imemoriais, as penitências são conhecidas como forma didática e eficaz de combater tentações. E podemos explicar isso de uma maneira muito simples: dizer não a confortos pessoais é uma espécie de treino para dizer não a grandes tentações. Se não conseguirmos dizer não a um alimento, a 10 minutos a mais de sono, a ouvir uma música no carro… Como conseguiremos dizer não a um pecado, que por natureza é extremamente sedutor?
2) Oração: seria possível combater as tentações sem conversar com o único com capacidade de destruí-las? Claro que não! Quem reza não se vê livre em definitivo das dificuldades, mas encontra todo o sustento necessário para passar por elas de maneira santa. Rezar diariamente, frequentar os Sacramentos, se aconselhar com uma alma piedosa… Tudo isso entra no item “Oração”. Generalizar é sempre um risco, mas podemos dizer com algum grau de certeza que é impossível não ser dragado ao pecado se não rezamos.
3) Caridade: aqui, não entendam caridade apenas como sinônimo de esmola. A esmola é uma das esferas da caridade. Sempre que estamos fazendo o bem ao outro, é a Jesus que estamos fazendo. E não tem como não se sentir transformado por esses atos. Além disso, pensando de maneira prática, quanto mais você se ocupa, menos tempo sobra para as tentações na sua cabeça!
Confira como viver bem a Quaresma em 5 dicas práticas.
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É um aforismo muito difundido que a única certeza que há no mundo é a morte. Isso é algo essencialmente materialista e, para nós, católicos, há várias outras certezas. E uma delas é a de que todos já foram, são e continuarão sendo alvo das tentações até o último dia de vida.
Se o próprio Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, que dirá nós! E com a proximidade da Quaresma, uma reflexão sobre o tema se faz muito pertinente.
Vamos entender e nos aprofundar nessa parte integral da nossa caminhada de fé. Afinal, conhecer a forma de ataque do inimigo é saber como se proteger.
As tentações, se pudermos reduzir a uma definição técnica, são sugestões e convites ao pecado. E aqui precisamos deixar muito claro: se a tentação é um convite ao pecado, isso jamais pode vir de Deus. Deus não tenta! E se a própria lógica advoga a favor dessa frase, a Bíblia a confirma:
“Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: ‘É Deus quem me tenta’, pois Deus não pode ser tentado pelo mal, tampouco Ele tenta alguém.” 1
Vamos caminhar um pouco mais com a lógica: sabemos que Jesus foi tentado. E ao mesmo tempo, sabemos que Jesus não pecou. Ora, só por isso já podemos ver a distância abissal ente um termo e outro. A tentação é o mero convite. O pecado é o ato que deriva de uma tentação que não foi vencida. Quem é tentado, não comete nenhum tipo de delito. A falha ocorre a partir do momento em que a pessoa consente. Assim, a vítima vira algoz.
Podemos ver de maneira direta ou indireta as tentações por todo texto bíblico. O “vigiai e orai”, a oração do Pai Nosso… Mas, sem dúvida, a mais significativa é a passagem das tentações sofridas por Jesus:
Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”.
Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’”
Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a ele prestarás culto’”. Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.
O mundo é uma dicotomia extraordinária. O mundo é criação divina, portanto naturalmente bom, mas não perfeitamente bom. Nós estamos no mundo, mas não somos dele porque após a queda do homem, houve a corrupção deste mundo. E agora se vê que o “mundo” inimigo da Igreja é aquela parte do mundo dos homens que se polariza, que se organiza como anti-Igreja, e que odeia os cristãos por causa do nome de Cristo. E antes fosse apenas o ódio. Mas há a tentação de nos impelir a uma vida sem Igreja, afogados nos pecados sensuais e acariciados pela aprovação daqueles que, na verdade, só não nos querem no caminho da santidade.
O pai de toda mentira e o fomentador último das tentações. É importante ressaltarmos (até para nossa sanidade mental) que nem toda tentação é diretamente obra do demônio. Nosso corpo e nossos irmãos são, na maioria das vezes, mais que suficientes para serem a força motriz das nossas falhas.
Apesar disso, precisamos sempre refletir que foi esse inimigo o responsável pela tentação de Nosso Senhor. E isso seve para vigiarmos com grande atenção e revestirmos nossa alma com a armadura de Deus.
O escrúpulo é uma doença espiritual que faz sentir que estamos sendo tentados pelo demônio a todo momento. Saiba mais sobre ela neste artigo.
É na carne que o homem recebe as seduções do mundo belo e agradável, ou as seduções mais perniciosas contra a Igreja, e é também onde acolhe as seduções do demônio.
É do lado da carne que acordamos todas as manhãs. É por meio dela que chegam os pensamentos contra a castidade. É ela a responsável pelas tentações triviais e rotineiras.
Portanto, precisamos de enorme cuidado para não menosprezá-la, pois no primeiro deslize, pecamos porque não fomos vigilantes o suficiente.
Leia também: o que são os Pecados Capitais?
O fato é: não podemos ser livres das tentações! Elas fazem parte integral da nossa vida, assim como fez parte integral da vida de todos os santos da Igreja. Porém, mesmo sendo intrinsecamente ruins, podem nos fazer crescer. Pois nada mais virtuoso que vencer uma tentação, afinal, uma virtude só é cultivada sob a forja da vontade. Isso é dizer sim a Deus e não ao pecado.
Lembre-se: Deus jamais dará uma cruz maior do que você pode carregar. Ou seja, por mais difícil e sedutora que seja uma tentação, tenha certeza que você é capaz de vencê-la!
Por fim, entenda que vencer uma tentação é uma oportunidade de dar graças a Deus, pois sem Ele nos capacitar, nenhum de nós teria condição de superar esses desafios.
A tônica da Quaresma dá a resposta: Penitência, Oração e Caridade.
1) Penitência: desde tempos imemoriais, as penitências são conhecidas como forma didática e eficaz de combater tentações. E podemos explicar isso de uma maneira muito simples: dizer não a confortos pessoais é uma espécie de treino para dizer não a grandes tentações. Se não conseguirmos dizer não a um alimento, a 10 minutos a mais de sono, a ouvir uma música no carro… Como conseguiremos dizer não a um pecado, que por natureza é extremamente sedutor?
2) Oração: seria possível combater as tentações sem conversar com o único com capacidade de destruí-las? Claro que não! Quem reza não se vê livre em definitivo das dificuldades, mas encontra todo o sustento necessário para passar por elas de maneira santa. Rezar diariamente, frequentar os Sacramentos, se aconselhar com uma alma piedosa… Tudo isso entra no item “Oração”. Generalizar é sempre um risco, mas podemos dizer com algum grau de certeza que é impossível não ser dragado ao pecado se não rezamos.
3) Caridade: aqui, não entendam caridade apenas como sinônimo de esmola. A esmola é uma das esferas da caridade. Sempre que estamos fazendo o bem ao outro, é a Jesus que estamos fazendo. E não tem como não se sentir transformado por esses atos. Além disso, pensando de maneira prática, quanto mais você se ocupa, menos tempo sobra para as tentações na sua cabeça!
Confira como viver bem a Quaresma em 5 dicas práticas.