Poucas pessoas conseguem representar tão bem nossa busca pela santidade como São Tomé. Quem nunca passou por uma dúvida de fé? Quem nunca, em um momento de fraqueza espiritual, desejou que Jesus aparecesse em carne e osso e ainda disse na mente: “Assim acreditarei e nunca mais duvidarei”?
Algumas das passagens mais famosas atribuídas a esse apóstolo carregam essa característica. No entanto, carregam também a solução, pois Tomé foi fiel até o final, evangelizando terras distantes e inóspitas. Conhecer a história desse grande homem é conquistar um intercessor poderoso para os momentos mais delicados de nossas vidas. E é sobre isso que vamos refletir hoje.
São Tomé foi um dos doze apóstolos. Quando pensamos nele, normalmente começamos pelo final, com a famosa passagem das Sagradas Escrituras em que ele não crê na ressurreição de Nosso Senhor e condiciona sua crença ao ver e ao tocar nas chagas de Jesus. Por isso, seu nome é associado, muitas vezes, com a expressão “ver para crer”. Porém, não podemos ser reducionistas a esse ponto. Da mesma forma que limitar a visão de São Francisco de Assis ao cuidado com as criaturas, limitar a visão de São Tomé ao ceticismo é ignorar que essas dúvidas foram curadas pela sua fé.
Poucos sabem, mas Tomé foi tão fiel a Jesus que abraçou uma das mais difíceis missões de evangelização. A tradição conta que, levando a sério o pedido de Nosso Senhor (“Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”), São Tomé partiu ao oriente. Passou pela Pérsia, Índia, China… Alguns relatos dos primeiros portugueses a chegarem ao Brasil corroboram inclusive a hipótese de que o Apóstolo esteve em solo brasileiro.
São poucas as passagens que citam acontecimentos diretamente relacionados a São Tomé. Vamos começar pela mais famosa e deixar a última como reflexão para reforçar um dos objetivos principais deste texto: não limitar São Tomé ao ceticismo!
Jo 20, 24-29: Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: “Vimos o Senhor”. Mas ele replicou-lhes: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!”. Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!”. Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé”. Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Disse-lhe Jesus: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!”.
Não temos de pensar que o que São Tomé viveu naquele momento era algo fácil de crer, mesmo tendo sido profetizado incontáveis vezes por Nosso Senhor. Crer que alguém ressurgiu dos mortos? Ainda mais ele que não estava presente na Paixão. Fato é que essa passagem termina com uma das mais profundas confissões de fé que se tem notícia.
Jo 14, 5-7: Disse-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?”. Jesus lhe respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto”.
É Tomé que faz, portanto, a introdução para uma das sentenças mais relevantes de todo Evangelho. Jesus explica a Tomé e, consequentemente a todos nós, que Ele é o caminho a ser seguido.
Jo 11, 12,-16: Depois dessas palavras, ele acrescentou: “Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo.” Disseram-lhe os seus discípulos: “Senhor, se ele dorme, há de sarar”. Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal. Então, Jesus lhes declarou abertamente: “Lázaro morreu. Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele.” A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: “Vamos também nós, para morrermos com ele”.
Vejam então que São Tomé era corajoso, ao se colocar de prontidão para acompanhar Jesus. Esse traço confirma seu caráter missionário que se exacerbaria na propagação da Palavra de Deus pelo mundo.
Esse é o auge de São Tomé. A grande confissão de fé que implica a submissão total de uma alma a Deus. Em uma frase simples, o “apóstolo que duvidou”:
1) Consagrou sua vida e suas obras a Jesus. Porque proclamar que Jesus é o Senhor é dizer que tudo o que fazemos é para Ele e por Ele.
2) Confessou que sua fé é em Jesus Cristo
3) Confessou que Jesus Cristo é Deus.
Que conclusão brilhante para o apóstolo Tomé no Evangelho. É exatamente como temos que concluir todas as vezes que temos dúvidas de fé.
Deus é extremamente didático. A incredulidade que virou marca de São Tomé foi (e continua sendo) extremamente benéfica para nós. Afinal, foi por meio da incredulidade que recebemos uma das provas mais contundentes da Ressurreição de Jesus.
Foi por meio da incredulidade que recebemos uma das maiores exortações sobre a fé: “Felizes aqueles que creem sem ter visto”.
Foi por meio da incredulidade que floresceu a fidelidade inabalável.
São Tomé é, portanto, um exemplo mais que luminoso de um homem que falha, que é limitado, que apresenta altos e baixos, mas que se deixou ser moldado pelo Cristo. Somos cheios de imperfeições que levam a dúvidas. E quando essas dúvidas tomarem conta, professemos tal qual o apóstolo: “Meu Senhor e Meu Deus!”
Veja também: Fé e razão — você sabe qual é a relação entre elas?
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Poucas pessoas conseguem representar tão bem nossa busca pela santidade como São Tomé. Quem nunca passou por uma dúvida de fé? Quem nunca, em um momento de fraqueza espiritual, desejou que Jesus aparecesse em carne e osso e ainda disse na mente: “Assim acreditarei e nunca mais duvidarei”?
Algumas das passagens mais famosas atribuídas a esse apóstolo carregam essa característica. No entanto, carregam também a solução, pois Tomé foi fiel até o final, evangelizando terras distantes e inóspitas. Conhecer a história desse grande homem é conquistar um intercessor poderoso para os momentos mais delicados de nossas vidas. E é sobre isso que vamos refletir hoje.
São Tomé foi um dos doze apóstolos. Quando pensamos nele, normalmente começamos pelo final, com a famosa passagem das Sagradas Escrituras em que ele não crê na ressurreição de Nosso Senhor e condiciona sua crença ao ver e ao tocar nas chagas de Jesus. Por isso, seu nome é associado, muitas vezes, com a expressão “ver para crer”. Porém, não podemos ser reducionistas a esse ponto. Da mesma forma que limitar a visão de São Francisco de Assis ao cuidado com as criaturas, limitar a visão de São Tomé ao ceticismo é ignorar que essas dúvidas foram curadas pela sua fé.
Poucos sabem, mas Tomé foi tão fiel a Jesus que abraçou uma das mais difíceis missões de evangelização. A tradição conta que, levando a sério o pedido de Nosso Senhor (“Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”), São Tomé partiu ao oriente. Passou pela Pérsia, Índia, China… Alguns relatos dos primeiros portugueses a chegarem ao Brasil corroboram inclusive a hipótese de que o Apóstolo esteve em solo brasileiro.
São poucas as passagens que citam acontecimentos diretamente relacionados a São Tomé. Vamos começar pela mais famosa e deixar a última como reflexão para reforçar um dos objetivos principais deste texto: não limitar São Tomé ao ceticismo!
Jo 20, 24-29: Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: “Vimos o Senhor”. Mas ele replicou-lhes: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!”. Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!”. Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé”. Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Disse-lhe Jesus: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!”.
Não temos de pensar que o que São Tomé viveu naquele momento era algo fácil de crer, mesmo tendo sido profetizado incontáveis vezes por Nosso Senhor. Crer que alguém ressurgiu dos mortos? Ainda mais ele que não estava presente na Paixão. Fato é que essa passagem termina com uma das mais profundas confissões de fé que se tem notícia.
Jo 14, 5-7: Disse-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?”. Jesus lhe respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto”.
É Tomé que faz, portanto, a introdução para uma das sentenças mais relevantes de todo Evangelho. Jesus explica a Tomé e, consequentemente a todos nós, que Ele é o caminho a ser seguido.
Jo 11, 12,-16: Depois dessas palavras, ele acrescentou: “Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo.” Disseram-lhe os seus discípulos: “Senhor, se ele dorme, há de sarar”. Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal. Então, Jesus lhes declarou abertamente: “Lázaro morreu. Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele.” A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: “Vamos também nós, para morrermos com ele”.
Vejam então que São Tomé era corajoso, ao se colocar de prontidão para acompanhar Jesus. Esse traço confirma seu caráter missionário que se exacerbaria na propagação da Palavra de Deus pelo mundo.
Esse é o auge de São Tomé. A grande confissão de fé que implica a submissão total de uma alma a Deus. Em uma frase simples, o “apóstolo que duvidou”:
1) Consagrou sua vida e suas obras a Jesus. Porque proclamar que Jesus é o Senhor é dizer que tudo o que fazemos é para Ele e por Ele.
2) Confessou que sua fé é em Jesus Cristo
3) Confessou que Jesus Cristo é Deus.
Que conclusão brilhante para o apóstolo Tomé no Evangelho. É exatamente como temos que concluir todas as vezes que temos dúvidas de fé.
Deus é extremamente didático. A incredulidade que virou marca de São Tomé foi (e continua sendo) extremamente benéfica para nós. Afinal, foi por meio da incredulidade que recebemos uma das provas mais contundentes da Ressurreição de Jesus.
Foi por meio da incredulidade que recebemos uma das maiores exortações sobre a fé: “Felizes aqueles que creem sem ter visto”.
Foi por meio da incredulidade que floresceu a fidelidade inabalável.
São Tomé é, portanto, um exemplo mais que luminoso de um homem que falha, que é limitado, que apresenta altos e baixos, mas que se deixou ser moldado pelo Cristo. Somos cheios de imperfeições que levam a dúvidas. E quando essas dúvidas tomarem conta, professemos tal qual o apóstolo: “Meu Senhor e Meu Deus!”
Veja também: Fé e razão — você sabe qual é a relação entre elas?