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Virtudes cardeais: o que um católico precisa saber sobre elas

Descubra o que e quais são as virtudes cardeais, como são adquiridas e qual a sua importância na vida espiritual do cristão.

Virtudes cardeais: o que um católico precisa saber sobre elas
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Virtudes cardeais: o que um católico precisa saber sobre elas

Descubra o que e quais são as virtudes cardeais, como são adquiridas e qual a sua importância na vida espiritual do cristão.

Data da Publicação: 22/01/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 22/01/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

Descubra o que e quais são as virtudes cardeais, como são adquiridas e qual a sua importância na vida espiritual do cristão.

As nossas emoções e sentimentos podem ser fortalecidos pelas virtudes, ou desviados pelos vícios, 1 é o que nos ensina o Catecismo da Igreja. Na busca pela santidade, nossa missão é, portanto, cultivar virtudes e afastar-nos dos vícios. Algumas virtudes não podem ser alcançadas pelo esforço humano, são concedidas por Deus. Já outras, contando com a graça divina, podemos adquirir pela educação, por atos repetidos livremente e pela perseverança no esforço. 2

A importância das virtudes para nossa salvação e santidade é tão significativa que, no processo de canonização, examina-se a presença das virtudes heroicas na vida do possível santo. Neste artigo, vamos conhecer as virtudes cardeais e como elas atuam juntas para nos ajudar a construir um caminho sólido na busca da santidade e na vivência autêntica da fé.

O que são Virtudes?

Quando uma pessoa tem uma disposição constante e firme para praticar o bem, e o faz de maneira livre, dizemos que ela é virtuosa. A virtude permite que a pessoa não só pratique atos bons, mas também dê o melhor de si na realização deles.

Uma pessoa virtuosa tende para o bem com todas as suas forças sensíveis e espirituais; 
procure o bem e opte por ele em atos concretos. 3

As virtudes são, portanto, qualidades morais que nos orientam para o bem e nos aproximam de Deus. Elas são hábitos adquiridos através de atos repetidos, moldando nossa conduta e caracterizando-nos como discípulos de Cristo.

Como exorta-nos São Paulo na sua carta aos Filipenses 4, devemos ocupar a nossa mente e coração com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, louvável, honroso e virtuoso. Essa orientação bíblica serve como guia para cultivarmos as virtudes, pois, ao fazê-lo, modelamos nossa vida de acordo com os ensinamentos cristãos.

Você sabe como foi a conversão de São Paulo?

O que são as Virtudes Cardeais?

A desordem provocada pelo pecado original impacta diversos aspectos do ser humano, como a inteligência, os sentimentos e a memória, gerando uma inclinação para o mal. Nesse sentido, as virtudes cardeais, também conhecidas como virtudes humanas, surgem como alicerces fundamentais para restaurar a ordem moral. A graça recebida no Batismo, que nos oferece as condições para viver como filhos de Deus, auxilia-nos na vivência de tais virtudes.

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica,

As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições resultantes, perfeições habituais da inteligência e da vontade, que regulam os nossos atos, ordenam as nossas paixões e guiam o nosso procedimento segundo a razão e a fé. 5

O termo “cardeais” atribuído a essas virtudes enfatiza sua importância como elementos centrais que sustentam e organizam outras virtudes. As virtudes cardeais são adquiridas humanamente através da realização constante de ações moralmente boas. Sendo frutos dessas boas ações, elas desenvolvem as potencialidades humanas, permitindo a comunhão com o amor divino.

Dessa forma, as virtudes humanas não apenas buscam corrigir a desordem provocada pelo pecado, mas também se revelam como ferramentas essenciais para orientar a vida moral dos fiéis, conduzindo-os em direção à busca do bem e à vivência da fé cristã.

Quais são as virtudes cardeais?

As quatro virtudes em torno das quais todas as outras se agrupam são a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança. Um homem virtuoso é aquele que livremente pratica o bem, incorporando essas virtudes como alicerces para uma existência em conformidade com a vontade de Deus.

As 4 Virtudes Cardeais

Prudência

A prudência, como virtude, orienta a razão prática a discernir nosso verdadeiro bem em todas as circunstâncias, capacitando-nos a escolher os meios apropriados para alcançá-lo. Essa virtude atua na inteligência, proporcionando a habilidade de sempre escolher o bem e os melhores meios para realizá-lo. Sua importância na vida cotidiana é inegável, por isso precisamos cultivá-la constantemente.

“O homem prudente vigia os seus passos” (Pr 14, 15).

Como guia imediata da sabedoria da consciência, a prudência capacita o homem a decidir e orientar sua conduta com discernimento. Com ela, aplicamos corretamente os princípios morais aos casos específicos, superando dúvidas sobre o bem a fazer e o mal a evitar. Mas não devemos confundi-la com timidez, medo ou dissimulação. Santo Tomás, seguindo Aristóteles, descreve a prudência como a portadora das virtudes, a regra certa da ação, destacando sua centralidade na orientação moral da vida.

Justiça

A justiça, como virtude moral, representa a constante e firme vontade de conceder a Deus e ao próximo o que lhes é devido. A justiça para com Deus é a “virtude da religião”.

“Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” 6

Para com os homens, a justiça nos dispõe a respeitar os direitos de cada um e a estabelecer nas relações humanas a harmonia que promove o bem entre as pessoas e o bem comum.

O homem justo, tantas vezes evocado nos livros santos, distingue-se pela retidão habitual dos seus pensamentos e da sua conduta para com o próximo. 7

A busca pela justiça é, portanto, um chamado a escolher sempre o bem comum, refletindo a ordem divina nos relacionamentos humanos.

balança, símbolo da justiça, uma das virtudes cardeais.

Fortaleza

A virtude da fortaleza proporciona segurança em meio às dificuldades, conferindo firmeza e constância na busca pelo bem, mesmo diante das adversidades. Essa qualidade moral não apenas nos concede força interior para enfrentar os desafios da vida, mas também firma a resolução de resistir às tentações e superar obstáculos na vida moral. Lembrando a importância de escolher o bem de forma consistente, não ocasionalmente — optar pelo bem sempre, em qualquer circunstância.

Desse modo, a fortaleza desempenha um importante papel, visto que nem sempre o caminho virtuoso é o mais fácil. Ela nos capacita a superar o medo diante das provações, das perseguições e até mesmo da morte, recordando-nos da importância de persistir no caminho da retidão. Além disso, essa virtude incentiva a disposição para a renúncia e o sacrifício em prol de uma causa justa, como na coragem de defender valores fundamentais.

Temperança

A pessoa temperante orienta os apetites sensíveis para o bem, preservando a discrição e resistindo às paixões do coração. A temperança assegura o controle da vontade sobre os instintos — muitas vezes desordenados —, mantendo os desejos dentro dos limites da honestidade e da pureza. Como o próprio nome sugere, ela tempera, ou seja, dá a medida certa, o equilíbrio no desfrute dos prazeres lícitos, prevenindo-nos de cair nos excessos.

imagem de um saleiro, analogia que usamos para explicar a temperança, uma das virtudes cardeais.

As virtudes cardeais são louvadas nas Sagradas Escrituras diversas vezes. Sobre a virtude da temperança, lemos em Eclesiástico

Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites. 8

Já no Novo Testamento, ela é chamada de “moderação” ou “sobriedade”, destacando a importância de viver com equilíbrio, justiça e piedade no mundo presente. 9

Qual é o papel das virtudes cardeais na nossa vida espiritual?

A finalidade da busca pela santidade, a qual nos leva a cultivar uma vida espiritual, é assemelhar-se a Deus, assim como fizeram os santos. O Catecismo da Igreja, citando São Gregório de Nissa, um dos Padres da Igreja, destaca que o fim de uma vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus 3 Logo, a importância das virtudes cardeais na nossa vida espiritual é evidente: tornar-nos imitadores de Cristo.

Certo trecho escrito por Santo Agostinho pode exemplificar bem o papel dessas virtudes na nossa vida espiritual — e prática — com o fim de conduzir-nos a Cristo

Viver bem é amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder […], de tal modo que se lhe dedicar um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela mentira (prudência). 10

Assim, percebemos que as virtudes cardeais não atuam de maneira isolada, mas interligadas, formando um conjunto coeso que fortalece a nossa vida espiritual. Ao cultivarmos tais virtudes, buscamos viver de acordo com os princípios cristãos, construindo uma base sólida para uma relação mais profunda com Deus e um testemunho autêntico da fé em nossas ações diárias.

Portanto, as virtudes humanas não apenas orientam-nos na prática do bem, mas também contribuem para a formação de um caráter virtuoso, refletindo a imagem de um cristão genuinamente comprometido com a busca pela santidade, sendo verdadeiramente “outro Cristo” no mundo.

Conheça um plano prático para buscar a santidade e amadurecer a vida espiritual em 2024.

Existe diferença entre as virtudes e os dons do Espírito Santo?

As virtudes e os dons do Espírito Santo são elementos distintos, desempenhando papéis específicos na vida cristã. As virtudes são hábitos adquiridos pela prática constante do bem, sendo disposições que regulam as ações, ordenam as paixões e guiam o comportamento conforme a razão e a fé. O cultivo das virtudes acontece pelo esforço humano em colaboração com a graça divina.

Por outro lado, os dons do Espírito Santo são presentes especiais concedidos por Deus para capacitar os fiéis de maneira sobrenatural. Os sete dons — sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus — não são adquiridos por méritos humanos, apenas exigem uma atitude dócil para receber e cooperar com a inspiração divina. Desse modo, eles aprimoram e elevam as virtudes já existentes, impulsionando a vida espiritual do fiel.

Assim, enquanto as virtudes cardeais envolvem a ação humana e a repetição constante de atos bons, os dons do Espírito Santo são manifestações sobrenaturais da graça divina que impulsionam e orientam a vida espiritual. Ambos são fundamentais para uma vida cristã plena, complementando-se e colaborando na formação de um caráter virtuoso e na busca da santidade.

Agora que você já viu sobre as virtudes cardeais, que tal conhecer as virtudes teologais?

Referências

  1. CIC, 1768[]
  2. CIC, 1774[]
  3. CIC, 1803[][]
  4. Fl 4, 8[]
  5. CIC, 1804[]
  6. Mt 22, 21[]
  7. CIC, 1807[]
  8. Eclo 18, 30[]
  9. Tito 2, 12[]
  10. CIC, 1809[]

Redação MBC

O maior clube de leitores católicos do Brasil.

Descubra o que e quais são as virtudes cardeais, como são adquiridas e qual a sua importância na vida espiritual do cristão.

As nossas emoções e sentimentos podem ser fortalecidos pelas virtudes, ou desviados pelos vícios, 1 é o que nos ensina o Catecismo da Igreja. Na busca pela santidade, nossa missão é, portanto, cultivar virtudes e afastar-nos dos vícios. Algumas virtudes não podem ser alcançadas pelo esforço humano, são concedidas por Deus. Já outras, contando com a graça divina, podemos adquirir pela educação, por atos repetidos livremente e pela perseverança no esforço. 2

A importância das virtudes para nossa salvação e santidade é tão significativa que, no processo de canonização, examina-se a presença das virtudes heroicas na vida do possível santo. Neste artigo, vamos conhecer as virtudes cardeais e como elas atuam juntas para nos ajudar a construir um caminho sólido na busca da santidade e na vivência autêntica da fé.

O que são Virtudes?

Quando uma pessoa tem uma disposição constante e firme para praticar o bem, e o faz de maneira livre, dizemos que ela é virtuosa. A virtude permite que a pessoa não só pratique atos bons, mas também dê o melhor de si na realização deles.

Uma pessoa virtuosa tende para o bem com todas as suas forças sensíveis e espirituais; 
procure o bem e opte por ele em atos concretos. 3

As virtudes são, portanto, qualidades morais que nos orientam para o bem e nos aproximam de Deus. Elas são hábitos adquiridos através de atos repetidos, moldando nossa conduta e caracterizando-nos como discípulos de Cristo.

Como exorta-nos São Paulo na sua carta aos Filipenses 4, devemos ocupar a nossa mente e coração com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, louvável, honroso e virtuoso. Essa orientação bíblica serve como guia para cultivarmos as virtudes, pois, ao fazê-lo, modelamos nossa vida de acordo com os ensinamentos cristãos.

Você sabe como foi a conversão de São Paulo?

O que são as Virtudes Cardeais?

A desordem provocada pelo pecado original impacta diversos aspectos do ser humano, como a inteligência, os sentimentos e a memória, gerando uma inclinação para o mal. Nesse sentido, as virtudes cardeais, também conhecidas como virtudes humanas, surgem como alicerces fundamentais para restaurar a ordem moral. A graça recebida no Batismo, que nos oferece as condições para viver como filhos de Deus, auxilia-nos na vivência de tais virtudes.

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica,

As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições resultantes, perfeições habituais da inteligência e da vontade, que regulam os nossos atos, ordenam as nossas paixões e guiam o nosso procedimento segundo a razão e a fé. 5

O termo “cardeais” atribuído a essas virtudes enfatiza sua importância como elementos centrais que sustentam e organizam outras virtudes. As virtudes cardeais são adquiridas humanamente através da realização constante de ações moralmente boas. Sendo frutos dessas boas ações, elas desenvolvem as potencialidades humanas, permitindo a comunhão com o amor divino.

Dessa forma, as virtudes humanas não apenas buscam corrigir a desordem provocada pelo pecado, mas também se revelam como ferramentas essenciais para orientar a vida moral dos fiéis, conduzindo-os em direção à busca do bem e à vivência da fé cristã.

Quais são as virtudes cardeais?

As quatro virtudes em torno das quais todas as outras se agrupam são a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança. Um homem virtuoso é aquele que livremente pratica o bem, incorporando essas virtudes como alicerces para uma existência em conformidade com a vontade de Deus.

As 4 Virtudes Cardeais

Prudência

A prudência, como virtude, orienta a razão prática a discernir nosso verdadeiro bem em todas as circunstâncias, capacitando-nos a escolher os meios apropriados para alcançá-lo. Essa virtude atua na inteligência, proporcionando a habilidade de sempre escolher o bem e os melhores meios para realizá-lo. Sua importância na vida cotidiana é inegável, por isso precisamos cultivá-la constantemente.

“O homem prudente vigia os seus passos” (Pr 14, 15).

Como guia imediata da sabedoria da consciência, a prudência capacita o homem a decidir e orientar sua conduta com discernimento. Com ela, aplicamos corretamente os princípios morais aos casos específicos, superando dúvidas sobre o bem a fazer e o mal a evitar. Mas não devemos confundi-la com timidez, medo ou dissimulação. Santo Tomás, seguindo Aristóteles, descreve a prudência como a portadora das virtudes, a regra certa da ação, destacando sua centralidade na orientação moral da vida.

Justiça

A justiça, como virtude moral, representa a constante e firme vontade de conceder a Deus e ao próximo o que lhes é devido. A justiça para com Deus é a “virtude da religião”.

“Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” 6

Para com os homens, a justiça nos dispõe a respeitar os direitos de cada um e a estabelecer nas relações humanas a harmonia que promove o bem entre as pessoas e o bem comum.

O homem justo, tantas vezes evocado nos livros santos, distingue-se pela retidão habitual dos seus pensamentos e da sua conduta para com o próximo. 7

A busca pela justiça é, portanto, um chamado a escolher sempre o bem comum, refletindo a ordem divina nos relacionamentos humanos.

balança, símbolo da justiça, uma das virtudes cardeais.

Fortaleza

A virtude da fortaleza proporciona segurança em meio às dificuldades, conferindo firmeza e constância na busca pelo bem, mesmo diante das adversidades. Essa qualidade moral não apenas nos concede força interior para enfrentar os desafios da vida, mas também firma a resolução de resistir às tentações e superar obstáculos na vida moral. Lembrando a importância de escolher o bem de forma consistente, não ocasionalmente — optar pelo bem sempre, em qualquer circunstância.

Desse modo, a fortaleza desempenha um importante papel, visto que nem sempre o caminho virtuoso é o mais fácil. Ela nos capacita a superar o medo diante das provações, das perseguições e até mesmo da morte, recordando-nos da importância de persistir no caminho da retidão. Além disso, essa virtude incentiva a disposição para a renúncia e o sacrifício em prol de uma causa justa, como na coragem de defender valores fundamentais.

Temperança

A pessoa temperante orienta os apetites sensíveis para o bem, preservando a discrição e resistindo às paixões do coração. A temperança assegura o controle da vontade sobre os instintos — muitas vezes desordenados —, mantendo os desejos dentro dos limites da honestidade e da pureza. Como o próprio nome sugere, ela tempera, ou seja, dá a medida certa, o equilíbrio no desfrute dos prazeres lícitos, prevenindo-nos de cair nos excessos.

imagem de um saleiro, analogia que usamos para explicar a temperança, uma das virtudes cardeais.

As virtudes cardeais são louvadas nas Sagradas Escrituras diversas vezes. Sobre a virtude da temperança, lemos em Eclesiástico

Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites. 8

Já no Novo Testamento, ela é chamada de “moderação” ou “sobriedade”, destacando a importância de viver com equilíbrio, justiça e piedade no mundo presente. 9

Qual é o papel das virtudes cardeais na nossa vida espiritual?

A finalidade da busca pela santidade, a qual nos leva a cultivar uma vida espiritual, é assemelhar-se a Deus, assim como fizeram os santos. O Catecismo da Igreja, citando São Gregório de Nissa, um dos Padres da Igreja, destaca que o fim de uma vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus 3 Logo, a importância das virtudes cardeais na nossa vida espiritual é evidente: tornar-nos imitadores de Cristo.

Certo trecho escrito por Santo Agostinho pode exemplificar bem o papel dessas virtudes na nossa vida espiritual — e prática — com o fim de conduzir-nos a Cristo

Viver bem é amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder […], de tal modo que se lhe dedicar um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela mentira (prudência). 10

Assim, percebemos que as virtudes cardeais não atuam de maneira isolada, mas interligadas, formando um conjunto coeso que fortalece a nossa vida espiritual. Ao cultivarmos tais virtudes, buscamos viver de acordo com os princípios cristãos, construindo uma base sólida para uma relação mais profunda com Deus e um testemunho autêntico da fé em nossas ações diárias.

Portanto, as virtudes humanas não apenas orientam-nos na prática do bem, mas também contribuem para a formação de um caráter virtuoso, refletindo a imagem de um cristão genuinamente comprometido com a busca pela santidade, sendo verdadeiramente “outro Cristo” no mundo.

Conheça um plano prático para buscar a santidade e amadurecer a vida espiritual em 2024.

Existe diferença entre as virtudes e os dons do Espírito Santo?

As virtudes e os dons do Espírito Santo são elementos distintos, desempenhando papéis específicos na vida cristã. As virtudes são hábitos adquiridos pela prática constante do bem, sendo disposições que regulam as ações, ordenam as paixões e guiam o comportamento conforme a razão e a fé. O cultivo das virtudes acontece pelo esforço humano em colaboração com a graça divina.

Por outro lado, os dons do Espírito Santo são presentes especiais concedidos por Deus para capacitar os fiéis de maneira sobrenatural. Os sete dons — sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus — não são adquiridos por méritos humanos, apenas exigem uma atitude dócil para receber e cooperar com a inspiração divina. Desse modo, eles aprimoram e elevam as virtudes já existentes, impulsionando a vida espiritual do fiel.

Assim, enquanto as virtudes cardeais envolvem a ação humana e a repetição constante de atos bons, os dons do Espírito Santo são manifestações sobrenaturais da graça divina que impulsionam e orientam a vida espiritual. Ambos são fundamentais para uma vida cristã plena, complementando-se e colaborando na formação de um caráter virtuoso e na busca da santidade.

Agora que você já viu sobre as virtudes cardeais, que tal conhecer as virtudes teologais?

Referências

  1. CIC, 1768[]
  2. CIC, 1774[]
  3. CIC, 1803[][]
  4. Fl 4, 8[]
  5. CIC, 1804[]
  6. Mt 22, 21[]
  7. CIC, 1807[]
  8. Eclo 18, 30[]
  9. Tito 2, 12[]
  10. CIC, 1809[]

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