Um ano após a morte do Santo Padre, te convidamos a conhecer a história do Papa Bento XVI neste artigo completo.
Um ano após a morte do Santo Padre, te convidamos a conhecer a história do Papa Bento XVI neste artigo completo.
Em 31/12 de 2022, véspera de ano novo, recebíamos a notícia da morte do Papa Emérito. Um ano depois, te convidamos a conhecer a impressionante história do Papa Bento XVI.
Joseph Aloisius Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927, na pequena vila de Marktl an Inn, localizada no interior da Baviera, na Alemanha. Era o caçula de dois irmãos: um rapaz, Georg, e uma moça, Maria. Nasceu numa família modesta, descendente de pequenos agricultores e artesãos. Seu pai, Joseph, foi comissário de polícia, e sua mãe, Maria, antes de dedicar-se integralmente às tarefas do lar, trabalhou como cozinheira em hotéis.
Seus piedosos pais o batizaram no mesmo dia de seu nascimento. Desde o início de sua vida eles o instruíram na fé católica e lhe ensinaram o valor infinito do sacrifício de Cristo. Eram tempos difíceis, em que uma atmosfera política cinzenta e cruel prenunciava um novo tempo de perseguições – Hitler havia sido nomeado Chanceler em janeiro de 1933, dando início ao terror nazista.
Em 1937, a família mudou-se para a pequena cidade de Traunstein, na fronteira com a Áustria. Essa vila testemunhou os primeiros anos de juventude de um futuro Papa. Foi naquele local, com cerca de onze mil habitantes, que o pequeno Joseph Ratzinger, aos dez anos, recebeu os rudimentos de uma educação humanística e cristã. No ginásio aprendeu o latim, língua universal da Igreja, base importantíssima para cumprir a futura vocação sacerdotal.
Já movido pelo amor a Cristo, em 1939 ingressou no seminário menor de Traunstein. Porém uma nação envenenada pela megalomania nazista não mais enxergava a necessidade dos sacerdotes. Feito qualquer tirano, Hitler pretendia transformar cada jovem num soldado, fosse pelo convencimento ou pela força. Foi esse o primeiro teste de fé do jovem Joseph. Certamente lembrou-se do Evangelho, quando a Sagrada Família havia sofrido as perseguições de Herodes. Sem dúvida pensou também na flagelação de Cristo ao ver seu pároco ser açoitado pelos nazistas minutos antes da celebração da Santa Missa. Com o início da Segunda Guerra Mundial, o seminário foi fechado. Restou ao jovem Joseph a coerção do alistamento à juventude hitlerista.
Não é preciso dizer que essa adesão forçada foi feita a contragosto do jovem. Empenhado em mobilizar as energias da juventude em prol do seu projeto de guerra, o partido nazista promovia encontros frequentes no intuito de estimular o culto idolátrico à figura do Füher, introjetando nas mentes ainda imaturas o delírio nazista. Joseph Ratzinger, então com quatorze anos, faltava a todas as reuniões desta danosa seita. Que dias tenebrosos para um rapaz que só queria Jesus! Ser obrigado a exteriormente ter parte numa guerra e num projeto de mundo anticristão, mas interiormente opor-se a ele com todas as fibras do seu ser. Impressiona tamanha maturidade e vida interior num adolescente. Em 1943, aos 16 anos, foi alistado à força numa divisão da Wehrnacht, responsável pela defesa aérea da Alemanha; e por três anos viveu nesta oposição espiritual e interior, enquanto a força acachapante de um Estado se impunha sobre todas as vontades.
Tamanha resistência não passou despercebida aos seus perversos inspetores. Em 1944, já dispensado do serviço militar, foi enviado a um campo de trabalhos forçados em Burgenland. Aquele jovem, que só queria ser obediente à Igreja Católica, foi forjado desde cedo na objeção interior aos caprichos de um Estado assassino. Levado em seguida para o quartel de infantaria em Traunstein, finalmente desertou. Em 8 de maio de 1945, em plena rendição alemã, Joseph foi levado preso a um campo de prisioneiros em Bad Aibling, mas foi logo libertado, retornando então à casa paterna em Traunstein.
Os tempos de terror acabaram. Joseph, desta vez junto do seu irmão Georg, decidiu retornar ao seminário. De 1946 a 1951 estudou filosofia e teologia na Escola Superior de Frisinga e na Universidade de Munique. Foi ordenado em 29 de junho de 1951. Agora, elevado à dignidade sacerdotal, demonstrou não ter apenas uma fé exemplar, mas também uma inteligência brilhante. Esse maravilhoso dote cultivado levou-o a ser designado professor na mesma Escola de Frisinga, apenas um ano após a ordenação.
Realizou estudos de mestrado sobre Santo Agostinho, e de doutorado sobre a teologia da história de São Boaventura (1953–1957). Trilhou, ao lado da missão sacerdotal, uma importante carreira intelectual nas principais universidades alemãs. No período de 1957 a 1968, Joseph Ratzinger ganhou posição de relevo entre os maiores teólogos do seu tempo, um verdadeiro guardião da doutrina católica. Seus méritos intelectuais lhe deram o merecimento de ter uma participação como “perito” no Concílio Vaticano II.
Em 25 de março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Monastério e Frisinga. No Consistório de 27 de junho do mesmo ano, foi elevado ao cardinalato. Nesse período, sua atuação na Sé Apostólica ganhou força. Durante o pontificado de seu amigo, o Papa João Paulo II, foi relator de um importante sínodo dos Bispos (1980) sobre o estado da família cristã no mundo contemporâneo. No ano seguinte o Papa nomeou-o Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, órgão responsável por analisar a integridade da fé e da doutrina na Igreja, sobretudo no próprio clero. Nessa época, foi presidente da comissão que preparou o atual Catecismo da Igreja Católica. Junto de João Paulo II, foi um ferrenho opositor da corrente herética que se denominou Teologia da Libertação, difundida em muitas partes do mundo.
Essa longa e frutuosa amizade entre o Papa e o Cardeal alcançou o ponto máximo na Via Sacra celebrada na Sexta-Feira Santa do ano de 2005. O Papa João Paulo II encontrava-se bastante abatido por sua enfermidade. Sob o solo sagrado do Coliseu, outrora regado com o sangue dos mártires, ouviu seu amigo recitar as meditações durante a Via Crucis. Sem saber, aquele que proferia os mistérios de cada passo do sacrifício de Cristo se tornaria o seu sucessor na Cátedra de Pedro. Em uma de suas reflexões, o cardeal Ratzinger disse palavras proféticas: “Quantas vezes se abusa do santo sacramento da Sua presença, em que vazio e maldade de coração muitas vezes Ele entra! Quantas vezes celebramos apenas nós próprios sem nos apercebermos d’Ele! Quantas vezes a Sua palavra é deturpada e abusada! Quanta pouca fé há em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujidade há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta autossuficiência!”.
Em 2 de abril de 2005 morre o Papa polonês. No dia seguinte, ainda sob o impacto daquela perda inestimável, Ratzinger profere as seguintes palavras, em Subiaco, na Itália: “Precisamos de homens como Bento de Núrsia, que, num tempo de dissipação e decadência, mergulhou na solidão mais extrema, conseguindo, depois de todas as purificações que teve que sofrer, alcançar a luz. Voltou e fundou Montecassino, a cidade sobre o monte que, com tantas ruínas, reuniu as forças com as quais se formou um mundo novo. Assim Bento, como Abraão, tornou-se pai de muitos povos”. Está aqui, providencialmente, um sinal do nome de um novo Papa.
No dia 19 de abril, a fumaça branca sobe da chaminé da Capela Sistina, indicando que o Consistório havia decidido, inspirado pelo Espírito Santo, sagrar um novo Papa. Joseph Aloisius Ratzinger, o jovem filho de Maria e José, que enfrentou uma guerra, notável intelectual da Igreja, tornou-se sucessor de Pedro. Habemus Papam: Bento XVI!
Curiosidade: Joseph Ratzinger escolheu o nome de Bento XVI em honra a São Bento, o grande santo da Igreja responsável pela criação dos mosteiros beneditinos e patrono da Europa. O nome Bento conduziu seu pontificado para a restauração da Europa contra o neopaganismo.
Seu pontificado durou oito anos. Nesse período, enfrentou diversas tempestades e desafios. Realizou importantes viagens apostólicas, escreveu documentos luminares e aprovou diversas canonizações. Procurou reafirmar a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja por meio da exortação apostólica Sacramentum Caritatis. Defendeu também a importância da família, e,
sobretudo, buscou fortalecer a ligação com a tradição atemporal da Igreja. E se esforçou por estabelecer uma conciliação teológica pacífica entre o passado e o presente, que ficou conhecida como “hermenêutica da continuidade”.
Para melhor conduzir o seu rebanho, o Papa Bento XVI escreveu três encíclicas: Deus Caritas Est (2006), Spe Salvi (2007) e Caritas in Veritate (2009). Por meio desses escritos enfatizou o amor de Deus como virtude central e fonte da caridade cristã. Ensinou que a redenção está unida à esperança na vida eterna, a qual supera infinitamente os anseios de uma felicidade terrena. Instruiu sobre o verdadeiro desenvolvimento humano e social, que se realiza no reconhecimento de que somente Deus revela ao homem o que ele é.
Enquanto reinava, o Papa alemão promulgou 28 canonizações. A mais notável para nós, brasileiros, foi a de São Frei Galvão, o primeiro santo canonizado nascido no Brasil. Bento XVI também elevou aos altares a mística alemã Anna Schäffer, o monge trapista espanhol Rafael Arnáiz Barón, e beatificou o seu amigo e antecessor, o Papa João Paulo II, passo importante para a sua posterior canonização, sob o pontificado do Papa Francisco.
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Em 31/12 de 2022, véspera de ano novo, recebíamos a notícia da morte do Papa Emérito. Um ano depois, te convidamos a conhecer a impressionante história do Papa Bento XVI.
Joseph Aloisius Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927, na pequena vila de Marktl an Inn, localizada no interior da Baviera, na Alemanha. Era o caçula de dois irmãos: um rapaz, Georg, e uma moça, Maria. Nasceu numa família modesta, descendente de pequenos agricultores e artesãos. Seu pai, Joseph, foi comissário de polícia, e sua mãe, Maria, antes de dedicar-se integralmente às tarefas do lar, trabalhou como cozinheira em hotéis.
Seus piedosos pais o batizaram no mesmo dia de seu nascimento. Desde o início de sua vida eles o instruíram na fé católica e lhe ensinaram o valor infinito do sacrifício de Cristo. Eram tempos difíceis, em que uma atmosfera política cinzenta e cruel prenunciava um novo tempo de perseguições – Hitler havia sido nomeado Chanceler em janeiro de 1933, dando início ao terror nazista.
Em 1937, a família mudou-se para a pequena cidade de Traunstein, na fronteira com a Áustria. Essa vila testemunhou os primeiros anos de juventude de um futuro Papa. Foi naquele local, com cerca de onze mil habitantes, que o pequeno Joseph Ratzinger, aos dez anos, recebeu os rudimentos de uma educação humanística e cristã. No ginásio aprendeu o latim, língua universal da Igreja, base importantíssima para cumprir a futura vocação sacerdotal.
Já movido pelo amor a Cristo, em 1939 ingressou no seminário menor de Traunstein. Porém uma nação envenenada pela megalomania nazista não mais enxergava a necessidade dos sacerdotes. Feito qualquer tirano, Hitler pretendia transformar cada jovem num soldado, fosse pelo convencimento ou pela força. Foi esse o primeiro teste de fé do jovem Joseph. Certamente lembrou-se do Evangelho, quando a Sagrada Família havia sofrido as perseguições de Herodes. Sem dúvida pensou também na flagelação de Cristo ao ver seu pároco ser açoitado pelos nazistas minutos antes da celebração da Santa Missa. Com o início da Segunda Guerra Mundial, o seminário foi fechado. Restou ao jovem Joseph a coerção do alistamento à juventude hitlerista.
Não é preciso dizer que essa adesão forçada foi feita a contragosto do jovem. Empenhado em mobilizar as energias da juventude em prol do seu projeto de guerra, o partido nazista promovia encontros frequentes no intuito de estimular o culto idolátrico à figura do Füher, introjetando nas mentes ainda imaturas o delírio nazista. Joseph Ratzinger, então com quatorze anos, faltava a todas as reuniões desta danosa seita. Que dias tenebrosos para um rapaz que só queria Jesus! Ser obrigado a exteriormente ter parte numa guerra e num projeto de mundo anticristão, mas interiormente opor-se a ele com todas as fibras do seu ser. Impressiona tamanha maturidade e vida interior num adolescente. Em 1943, aos 16 anos, foi alistado à força numa divisão da Wehrnacht, responsável pela defesa aérea da Alemanha; e por três anos viveu nesta oposição espiritual e interior, enquanto a força acachapante de um Estado se impunha sobre todas as vontades.
Tamanha resistência não passou despercebida aos seus perversos inspetores. Em 1944, já dispensado do serviço militar, foi enviado a um campo de trabalhos forçados em Burgenland. Aquele jovem, que só queria ser obediente à Igreja Católica, foi forjado desde cedo na objeção interior aos caprichos de um Estado assassino. Levado em seguida para o quartel de infantaria em Traunstein, finalmente desertou. Em 8 de maio de 1945, em plena rendição alemã, Joseph foi levado preso a um campo de prisioneiros em Bad Aibling, mas foi logo libertado, retornando então à casa paterna em Traunstein.
Os tempos de terror acabaram. Joseph, desta vez junto do seu irmão Georg, decidiu retornar ao seminário. De 1946 a 1951 estudou filosofia e teologia na Escola Superior de Frisinga e na Universidade de Munique. Foi ordenado em 29 de junho de 1951. Agora, elevado à dignidade sacerdotal, demonstrou não ter apenas uma fé exemplar, mas também uma inteligência brilhante. Esse maravilhoso dote cultivado levou-o a ser designado professor na mesma Escola de Frisinga, apenas um ano após a ordenação.
Realizou estudos de mestrado sobre Santo Agostinho, e de doutorado sobre a teologia da história de São Boaventura (1953–1957). Trilhou, ao lado da missão sacerdotal, uma importante carreira intelectual nas principais universidades alemãs. No período de 1957 a 1968, Joseph Ratzinger ganhou posição de relevo entre os maiores teólogos do seu tempo, um verdadeiro guardião da doutrina católica. Seus méritos intelectuais lhe deram o merecimento de ter uma participação como “perito” no Concílio Vaticano II.
Em 25 de março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Monastério e Frisinga. No Consistório de 27 de junho do mesmo ano, foi elevado ao cardinalato. Nesse período, sua atuação na Sé Apostólica ganhou força. Durante o pontificado de seu amigo, o Papa João Paulo II, foi relator de um importante sínodo dos Bispos (1980) sobre o estado da família cristã no mundo contemporâneo. No ano seguinte o Papa nomeou-o Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, órgão responsável por analisar a integridade da fé e da doutrina na Igreja, sobretudo no próprio clero. Nessa época, foi presidente da comissão que preparou o atual Catecismo da Igreja Católica. Junto de João Paulo II, foi um ferrenho opositor da corrente herética que se denominou Teologia da Libertação, difundida em muitas partes do mundo.
Essa longa e frutuosa amizade entre o Papa e o Cardeal alcançou o ponto máximo na Via Sacra celebrada na Sexta-Feira Santa do ano de 2005. O Papa João Paulo II encontrava-se bastante abatido por sua enfermidade. Sob o solo sagrado do Coliseu, outrora regado com o sangue dos mártires, ouviu seu amigo recitar as meditações durante a Via Crucis. Sem saber, aquele que proferia os mistérios de cada passo do sacrifício de Cristo se tornaria o seu sucessor na Cátedra de Pedro. Em uma de suas reflexões, o cardeal Ratzinger disse palavras proféticas: “Quantas vezes se abusa do santo sacramento da Sua presença, em que vazio e maldade de coração muitas vezes Ele entra! Quantas vezes celebramos apenas nós próprios sem nos apercebermos d’Ele! Quantas vezes a Sua palavra é deturpada e abusada! Quanta pouca fé há em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujidade há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta autossuficiência!”.
Em 2 de abril de 2005 morre o Papa polonês. No dia seguinte, ainda sob o impacto daquela perda inestimável, Ratzinger profere as seguintes palavras, em Subiaco, na Itália: “Precisamos de homens como Bento de Núrsia, que, num tempo de dissipação e decadência, mergulhou na solidão mais extrema, conseguindo, depois de todas as purificações que teve que sofrer, alcançar a luz. Voltou e fundou Montecassino, a cidade sobre o monte que, com tantas ruínas, reuniu as forças com as quais se formou um mundo novo. Assim Bento, como Abraão, tornou-se pai de muitos povos”. Está aqui, providencialmente, um sinal do nome de um novo Papa.
No dia 19 de abril, a fumaça branca sobe da chaminé da Capela Sistina, indicando que o Consistório havia decidido, inspirado pelo Espírito Santo, sagrar um novo Papa. Joseph Aloisius Ratzinger, o jovem filho de Maria e José, que enfrentou uma guerra, notável intelectual da Igreja, tornou-se sucessor de Pedro. Habemus Papam: Bento XVI!
Curiosidade: Joseph Ratzinger escolheu o nome de Bento XVI em honra a São Bento, o grande santo da Igreja responsável pela criação dos mosteiros beneditinos e patrono da Europa. O nome Bento conduziu seu pontificado para a restauração da Europa contra o neopaganismo.
Seu pontificado durou oito anos. Nesse período, enfrentou diversas tempestades e desafios. Realizou importantes viagens apostólicas, escreveu documentos luminares e aprovou diversas canonizações. Procurou reafirmar a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja por meio da exortação apostólica Sacramentum Caritatis. Defendeu também a importância da família, e,
sobretudo, buscou fortalecer a ligação com a tradição atemporal da Igreja. E se esforçou por estabelecer uma conciliação teológica pacífica entre o passado e o presente, que ficou conhecida como “hermenêutica da continuidade”.
Para melhor conduzir o seu rebanho, o Papa Bento XVI escreveu três encíclicas: Deus Caritas Est (2006), Spe Salvi (2007) e Caritas in Veritate (2009). Por meio desses escritos enfatizou o amor de Deus como virtude central e fonte da caridade cristã. Ensinou que a redenção está unida à esperança na vida eterna, a qual supera infinitamente os anseios de uma felicidade terrena. Instruiu sobre o verdadeiro desenvolvimento humano e social, que se realiza no reconhecimento de que somente Deus revela ao homem o que ele é.
Enquanto reinava, o Papa alemão promulgou 28 canonizações. A mais notável para nós, brasileiros, foi a de São Frei Galvão, o primeiro santo canonizado nascido no Brasil. Bento XVI também elevou aos altares a mística alemã Anna Schäffer, o monge trapista espanhol Rafael Arnáiz Barón, e beatificou o seu amigo e antecessor, o Papa João Paulo II, passo importante para a sua posterior canonização, sob o pontificado do Papa Francisco.