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Espiritualidade, Formação

Judas Iscariotes: o apóstolo que traiu Jesus

Conheça quem foi Judas Iscariotes, descubra o que a sua traição pode nos ensinar e como pode ser comparada com a traição de São Pedro.

Judas Iscariotes: o apóstolo que traiu Jesus
Espiritualidade, Formação

Judas Iscariotes: o apóstolo que traiu Jesus

Conheça quem foi Judas Iscariotes, descubra o que a sua traição pode nos ensinar e como pode ser comparada com a traição de São Pedro.

Data da Publicação: 05/04/2023
Tempo de leitura:
Autor: MBC
Data da Publicação: 05/04/2023
Tempo de leitura:
Autor: MBC

Conheça quem foi Judas Iscariotes, descubra o que a sua traição pode nos ensinar e como pode ser comparada com a traição de São Pedro.

A narração de todos os evangelistas nos recorda que Judas Iscariotes foi o traidor. Nesse sentido, precisamos nos lembrar de que essa não era a vontade de Deus, Judas entregou Jesus por escolha própria. O Senhor, em sua infinita bondade, chama-o ao apostolado e, na Última Ceia, entrega a ele um pedaço de pão, a fim de manifestar o seu amor e tentar fazê-lo crer novamente. Mas Judas já estava decidido.

No cenário da Paixão, há também outro discípulo que traiu Jesus, Pedro. Neste texto, você vai descobrir o que a traição de Judas tem a nos ensinar e como ela é comparada à de São Pedro. Assim, encontramos também uma grande lição no gesto desse grande santo.

Quem foi Judas Iscariotes?


“Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: “Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei”. Ajustaram com ele trinta moedas de prata. E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus.” 1

Judas Iscariotes é, portanto, aquele que traiu Jesus, entregando-O à morte, por 30 moedas de prata. No entanto, não era alguém estranho e alheio à vida e às obras do Mestre — “Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. Durante a ceia, disse: “Em verdade vos digo: um de vós me há de trair”. 2 Ao contrário, era um dos escolhidos pelo próprio Cristo para estar com Ele, ser santo e dar testemunho do Filho de Deus perante os povos — assim como os outros Onze.

Sendo assim, no Evangelho de São João lemos: “Jesus acrescentou: ‘Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo, um de vós é um demônio!’… Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, porque era quem o havia de entregar não obstante ser um dos Doze.” 3 Judas foi, antes de tudo, escolhido pelo próprio Cristo, no entanto não soube corresponder à Sua graça, uma vez que O traiu; nem à Sua misericórdia, pois — como nos narra a história sagrada — desespera-se, em vez de arrepender-se e voltar para o Senhor.

A traição já germinava em seu coração


“Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: “Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?”. Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus disse: “Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis”. 4

Dias antes da Páscoa, Maria de Betânia expressa o seu amor a Jesus num ato generoso e significativo — unge os seus pés com um perfume valioso —, que é visto por Judas como um desperdício. O cenário de amor e generosidade narrado no episódio de Betânia é quebrado, de repente, pelo olhar mesquinho de Judas — que cada vez mais vai se afastando do Mestre e perdendo a fé.

Antes de entregar Jesus, de fato, a traição já germinava no coração de Judas, por isso era incapaz de compreender tamanho amor que “desperdiça” um bálsamo tão precioso dessa maneira. Ao contrário, atenta-se apenas ao valor material despendido — não é capaz de enxergar a essência do sacrifício e da caridade. A concupiscência dos olhos, que é a ambição e o orgulho da vida, foi o que fez Judas se perder. Deixando de crer, deixou também de praticar e acabou entregando Jesus. 5

“Mas há alguns entre vós que não creem…”. Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair.” 6 Nutria já a traição em seu interior quando em vez de se alegrar ao ver Maria expressar o seu amor de forma tão generosa a Jesus — que o escolheu e o amou até o último instante —, só pensava na bolsa do dinheiro. Ainda que permanecesse perto do Mestre, já havia se afastado em espírito.

Judas Iscariotes e Simão Pedro: o remorso e o arrependimento


Quando se aproximava a Paixão do Senhor, dois de seus discípulos O traíram. Judas Iscariotes e Simão Pedro foram escolhidos por Jesus — viveram momentos a sós com o Mestre, estiveram com Ele quando falava às multidões e, por fim, participaram da Última Ceia. No entanto, Pedro nega o Senhor três vezes por fraqueza e por medo de ser preso e condenado; Judas entrega Jesus aos seus inimigos pelo preço de um escravo — e pela malícia seu pecado é maior.

Os dois foram chamados por Cristo, os dois traíram o Mestre. Apesar de tal semelhança, existe uma atitude que difere ambos nessa situação: como lidaram com o pecado cometido. “Judas, o traidor, vendo-o [Jesus] então condenado, toma­do de remorsos, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: “Pequei, entregando o sangue de um justo”. Responderam-lhe: “Que nos importa? Isto é lá contigo!”. Ele jogou então no templo as moe­das de prata, saiu e foi enforcar-se.” 7 Enquanto Pedro, conta-nos a história sagrada, “se lembrou da palavra do Se­nhor: “Hoje, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”. Saiu dali e chorou amargamente.” 8

Judas se desespera e sente remorso, não consegue lidar com a culpa, não crê no perdão de Deus e, atormentado, acaba por suicidar-se. Pedro reconhece no olhar de Jesus — “Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro.” 9 — o olhar do Amigo e, assim, admite a sua miséria, chora de arrependimento e suplica a misericórdia de Deus. E nós? Estes dias que antecedem a Paixão do Senhor são para nós um convite ao arrependimento e à conversão. O Senhor está sempre disposto a nos perdoar — que grande graça! — por maior que seja o nosso erro, basta que estejamos nós também dispostos a nos acusar de nossos pecados e voltarmos para o Senhor de coração contrito — como fez São Pedro.

Biografia de São Pedro — uma grande resposta


Mas como alcançar tal contrição, se não confiamos no Senhor, se fraquejamos na hora da prova e falta-nos coragem para mudar de vida? Conhecer a vida de São Pedro, sem dúvida, nos ajudaria a ter essas respostas. Por isso, a biografia desse grande santo foi a escolhida para nos acompanhar neste mês de abril. Como um pescador fraco e impulsivo torna-se o primeiro papa da Igreja e chega ao martírio? Quanta paciência o Senhor teve com Pedro nesse caminho — e tem também conosco! Temos muito a aprender com o príncipe dos Apóstolos.

No box deste mês, você poderá conhecer de forma mais profunda a vida e a vocação daquele que refletiu também a nossa fraqueza ao negar Jesus, mas amou o Senhor e esperou na sua misericórdia, assim também cabe a nós confiar e declarar — “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo” 10.

A traição de Judas nos ensina, portanto, a não desesperar da salvação — não importa o tamanho do pecado. Que recordar a traição e o arrependimento de São Pedro, nesta Semana Santa, desperte em nós o arrependimento. E, assim, leve-nos a realizar uma boa confissão, implorando de Deus o perdão e crendo que Ele já nos quer concedê-lo.

Saiba mais sobre a biografia: São Pedro: Pescador de Homens

Referências

  1. Mt 26, 14-16[]
  2. Mt 26, 20-21[]
  3. Jo 6, 70-71[]
  4. Jo 6, 3-8[]
  5. A Sombra da Ceia – Judas. Pe. Francisco Faus.[]
  6. Jo 6, 64[]
  7. Mt 27, 3-5[]
  8. Lc 22, 61-62[]
  9. Mt 22,61[]
  10. Jo 21, 17[]

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    MBC

    O que você vai encontrar neste artigo?

    Conheça quem foi Judas Iscariotes, descubra o que a sua traição pode nos ensinar e como pode ser comparada com a traição de São Pedro.

    A narração de todos os evangelistas nos recorda que Judas Iscariotes foi o traidor. Nesse sentido, precisamos nos lembrar de que essa não era a vontade de Deus, Judas entregou Jesus por escolha própria. O Senhor, em sua infinita bondade, chama-o ao apostolado e, na Última Ceia, entrega a ele um pedaço de pão, a fim de manifestar o seu amor e tentar fazê-lo crer novamente. Mas Judas já estava decidido.

    No cenário da Paixão, há também outro discípulo que traiu Jesus, Pedro. Neste texto, você vai descobrir o que a traição de Judas tem a nos ensinar e como ela é comparada à de São Pedro. Assim, encontramos também uma grande lição no gesto desse grande santo.

    Quem foi Judas Iscariotes?


    “Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: “Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei”. Ajustaram com ele trinta moedas de prata. E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus.” 1

    Judas Iscariotes é, portanto, aquele que traiu Jesus, entregando-O à morte, por 30 moedas de prata. No entanto, não era alguém estranho e alheio à vida e às obras do Mestre — “Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. Durante a ceia, disse: “Em verdade vos digo: um de vós me há de trair”. 2 Ao contrário, era um dos escolhidos pelo próprio Cristo para estar com Ele, ser santo e dar testemunho do Filho de Deus perante os povos — assim como os outros Onze.

    Sendo assim, no Evangelho de São João lemos: “Jesus acrescentou: ‘Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo, um de vós é um demônio!’… Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, porque era quem o havia de entregar não obstante ser um dos Doze.” 3 Judas foi, antes de tudo, escolhido pelo próprio Cristo, no entanto não soube corresponder à Sua graça, uma vez que O traiu; nem à Sua misericórdia, pois — como nos narra a história sagrada — desespera-se, em vez de arrepender-se e voltar para o Senhor.

    A traição já germinava em seu coração


    “Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: “Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?”. Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus disse: “Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis”. 4

    Dias antes da Páscoa, Maria de Betânia expressa o seu amor a Jesus num ato generoso e significativo — unge os seus pés com um perfume valioso —, que é visto por Judas como um desperdício. O cenário de amor e generosidade narrado no episódio de Betânia é quebrado, de repente, pelo olhar mesquinho de Judas — que cada vez mais vai se afastando do Mestre e perdendo a fé.

    Antes de entregar Jesus, de fato, a traição já germinava no coração de Judas, por isso era incapaz de compreender tamanho amor que “desperdiça” um bálsamo tão precioso dessa maneira. Ao contrário, atenta-se apenas ao valor material despendido — não é capaz de enxergar a essência do sacrifício e da caridade. A concupiscência dos olhos, que é a ambição e o orgulho da vida, foi o que fez Judas se perder. Deixando de crer, deixou também de praticar e acabou entregando Jesus. 5

    “Mas há alguns entre vós que não creem…”. Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair.” 6 Nutria já a traição em seu interior quando em vez de se alegrar ao ver Maria expressar o seu amor de forma tão generosa a Jesus — que o escolheu e o amou até o último instante —, só pensava na bolsa do dinheiro. Ainda que permanecesse perto do Mestre, já havia se afastado em espírito.

    Judas Iscariotes e Simão Pedro: o remorso e o arrependimento


    Quando se aproximava a Paixão do Senhor, dois de seus discípulos O traíram. Judas Iscariotes e Simão Pedro foram escolhidos por Jesus — viveram momentos a sós com o Mestre, estiveram com Ele quando falava às multidões e, por fim, participaram da Última Ceia. No entanto, Pedro nega o Senhor três vezes por fraqueza e por medo de ser preso e condenado; Judas entrega Jesus aos seus inimigos pelo preço de um escravo — e pela malícia seu pecado é maior.

    Os dois foram chamados por Cristo, os dois traíram o Mestre. Apesar de tal semelhança, existe uma atitude que difere ambos nessa situação: como lidaram com o pecado cometido. “Judas, o traidor, vendo-o [Jesus] então condenado, toma­do de remorsos, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: “Pequei, entregando o sangue de um justo”. Responderam-lhe: “Que nos importa? Isto é lá contigo!”. Ele jogou então no templo as moe­das de prata, saiu e foi enforcar-se.” 7 Enquanto Pedro, conta-nos a história sagrada, “se lembrou da palavra do Se­nhor: “Hoje, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”. Saiu dali e chorou amargamente.” 8

    Judas se desespera e sente remorso, não consegue lidar com a culpa, não crê no perdão de Deus e, atormentado, acaba por suicidar-se. Pedro reconhece no olhar de Jesus — “Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro.” 9 — o olhar do Amigo e, assim, admite a sua miséria, chora de arrependimento e suplica a misericórdia de Deus. E nós? Estes dias que antecedem a Paixão do Senhor são para nós um convite ao arrependimento e à conversão. O Senhor está sempre disposto a nos perdoar — que grande graça! — por maior que seja o nosso erro, basta que estejamos nós também dispostos a nos acusar de nossos pecados e voltarmos para o Senhor de coração contrito — como fez São Pedro.

    Biografia de São Pedro — uma grande resposta


    Mas como alcançar tal contrição, se não confiamos no Senhor, se fraquejamos na hora da prova e falta-nos coragem para mudar de vida? Conhecer a vida de São Pedro, sem dúvida, nos ajudaria a ter essas respostas. Por isso, a biografia desse grande santo foi a escolhida para nos acompanhar neste mês de abril. Como um pescador fraco e impulsivo torna-se o primeiro papa da Igreja e chega ao martírio? Quanta paciência o Senhor teve com Pedro nesse caminho — e tem também conosco! Temos muito a aprender com o príncipe dos Apóstolos.

    No box deste mês, você poderá conhecer de forma mais profunda a vida e a vocação daquele que refletiu também a nossa fraqueza ao negar Jesus, mas amou o Senhor e esperou na sua misericórdia, assim também cabe a nós confiar e declarar — “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo” 10.

    A traição de Judas nos ensina, portanto, a não desesperar da salvação — não importa o tamanho do pecado. Que recordar a traição e o arrependimento de São Pedro, nesta Semana Santa, desperte em nós o arrependimento. E, assim, leve-nos a realizar uma boa confissão, implorando de Deus o perdão e crendo que Ele já nos quer concedê-lo.

    Saiba mais sobre a biografia: São Pedro: Pescador de Homens

    Referências

    1. Mt 26, 14-16[]
    2. Mt 26, 20-21[]
    3. Jo 6, 70-71[]
    4. Jo 6, 3-8[]
    5. A Sombra da Ceia – Judas. Pe. Francisco Faus.[]
    6. Jo 6, 64[]
    7. Mt 27, 3-5[]
    8. Lc 22, 61-62[]
    9. Mt 22,61[]
    10. Jo 21, 17[]

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