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Formação

O que significa “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”?

Descubra o que significa rezar "O pão nosso de cada dia nos dai hoje", o que é o pão para nós e o que ensina a Igreja sobre isso.

O que significa “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”?
Formação

O que significa “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”?

Descubra o que significa rezar "O pão nosso de cada dia nos dai hoje", o que é o pão para nós e o que ensina a Igreja sobre isso.

Data da Publicação: 27/07/2023
Tempo de leitura:
Autor: Bispo Barron
Data da Publicação: 27/07/2023
Tempo de leitura:
Autor: Bispo Barron

Descubra o que significa rezar “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”, o que é o pão para nós e o que ensina a Igreja sobre isso.

Na quarta petição do Pai Nosso, dizemos “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Este pão não é apenas material, é — sobretudo — espiritual, nosso alimento de vida eterna: Jesus na Eucaristia.

Neste artigo, vamos entender o que significa pedir o pão de cada dia e como a Igreja nos ensina a viver esta oração na prática.

A oração do Pai Nosso

Antes de mais nada, a oração do Pai Nosso foi ensinada pelo próprio Cristo, como narra as Sagradas Escrituras, em duas ocasiões. No Sermão da Montanha 1, e quando um de seus discípulos pede que o Senhor os ensine a rezar. 2 Também chamada de oração do Senhor, o Pai Nosso tornou-se um modelo de oração a ser rezado pelos fiéis, uma vez que o próprio Jesus o fez primeiro.

Iniciamos dizendo “Pai Nosso, que estais nos céus”, reconhecendo Deus como nosso Pai amoroso e soberano. Essa abordagem íntima e pessoal nos lembra da relação de filiação que temos com Deus através de Jesus Cristo. 

Em seguida, a oração continua com uma série de petições, incluindo o desejo de que o nome de Deus seja santificado, que Seu reino venha e que Sua vontade seja feita na Terra como é nos céus. É, portanto, uma oração perfeita, pois contém tudo o que devemos pedir e tudo o que Deus deseja nos conceder. 

Saiba mais sobre a origem do Pai Nosso e por que é a oração mais importante, de acordo com Santo Tomás.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje


Na quarta petição do Pai Nosso, quando dizemos “dai-nos”, estamos expressando nossa confiança como filhos em nosso Pai celestial, juntamente com nossos irmãos. E, ao mencionar “o pão nosso”, estamos nos referindo não apenas ao alimento material necessário para nossa subsistência, mas também ao Pão da Vida: a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo. 3

Esse pão é recebido no “hoje” de Deus, como um alimento substancial no banquete do Reino — que é antecipado na Eucaristia. 3

O que é o “pão nosso”?

A Eucaristia é o pão nosso de cada dia que nos dai hoje.


No centro dessa petição do Pai Nosso encontra-se o pão, que, de acordo com a Tradição da Igreja, é identificado com a Eucaristia. 4 É na Eucaristia que se concentra tudo o que Deus oferece à humanidade em termos de graça e salvação durante o tempo da Igreja, convidando os fiéis a se aproximarem Dele e obedecerem aos Seus mandamentos.

Dentro desse pão, também está presente o aspecto material, referente às necessidades diárias, como alimento e saúde, assim como outras necessidades materiais que podemos pedir a Deus. No entanto, é importante ressaltar que devemos pedir somente o necessário para cada dia, demonstrando assim nossa dependência filial em relação a Deus. 4

O que a Igreja ensina sobre o trecho “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”?


Ao dizer “dai-nos” manifestamos a nossa confiança de filhos de Deus, que esperam tudo do Pai. Além disso, reconhecemos a Sua bondade, que faz nascer o sol sobre maus e bons e sustenta, a seu tempo, todos os seres vivos. 5 Sendo assim, essa petição também reconhece Deus como Pai de todos os homens. Por isso, pedimos por todos, solidários com suas necessidades e sofrimentos. 6

A multiplicação dos pães, uma das bases para o O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Pintura da Multiplicação dos Pães no teto da Igreja de Chora em Istambul.

Esta petição está intimamente ligada à passagem “Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo mais vos será acrescentado” 7, pois o pão da vida é o que devemos buscar, em primeiro lugar. Assim, colocamos nossa confiança plena nEle, reconhecendo que tudo pertence a Ele e que Ele proverá todas as nossas necessidades. Essa confiança não nos leva à passividade, mas liberta-nos da inquietação ansiosa, levando-nos a rezar, trabalhar e confiar. 8

Além disso, a Igreja nos chama a assumir uma responsabilidade efetiva em relação àqueles que têm fome. Tal pedido se manifesta também nas parábolas do pobre Lázaro 9 e do Juízo final 10, que nos lembram da importância de cuidar dos necessitados. 11 

A expressão “nosso pão” destaca a importância de partilhar os bens materiais e espirituais. 12 “É certo que «nem só de pão vive o homem» (Mt 4, 4); o pão material, porém, é uma necessidade premente e o próprio Senhor Jesus Cristo agiu eficazmente para dar de comer às multidões famintas.” 13 Ademais, os cristãos devem se empenhar em anunciar o Evangelho aos pobres e satisfazer a fome de ouvir a Palavra do Senhor.

O “hoje” de Deus


A expressão “hoje” é um convite à confiança. Aprendemos isso do próprio Senhor. O “hoje” mencionado não se refere apenas ao tempo mortal, mas ao “hoje” de Deus. Está ligado à Sua Palavra e ao corpo de Seu Filho, especialmente relacionado à ressurreição de Cristo. 14

A expressão “de cada dia” reforça nossa confiança total em Deus, pedindo-Lhe o necessário para a vida. Isso inclui o Pão da Vida, o corpo de Cristo, que nos dá a vida eterna. É uma referência ao banquete do Reino antecipado na Eucaristia. “É por isso conveniente que a liturgia Eucarística seja celebrada em cada dia.” 4.

Portanto, “[…] na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão «nosso»; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo ressuscitado, que Se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino.” 15

Leia também: O que significa “assim na terra como no céu”?

Referências

  1. Mt 6, 9-13[]
  2. Lc 11, 2-4[]
  3. CIC, 2861[][]
  4. CIC, 2837[][][]
  5. CIC, 2828[]
  6. CIC, 2829[]
  7. Mt 6, 33[]
  8. CIC, 2830[]
  9. Lc 16, 19-31[]
  10. Mt 25, 31-46[]
  11. CIC, 2831[]
  12. CIC, 2833[]
  13. MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II PARA A QUARESMA DE 1989[]
  14. CIC, 2836[]
  15. Carta do Papa Bento XVI aos seminaristas, 18 de outubro de 2010[]

O que você vai encontrar neste artigo?

A oração do Pai Nosso O pão nosso de cada dia nos dai hoje

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    Ao clicar em quero assinar você declara aceita receber conteúdos em seu email e concorda com a nossa política de privacidade.

    Bispo Barron

    Robert Emmet Barron é um escritor, teólogo, evangelista e bispo católico norte-americano. É conhecido sobretudo pelo seu ministério Word on Fire, no ar desde 2000. É bispo de Winona–Rochester desde 2022. O cardeal Francis George chamou-o de "um dos melhores mensageiros da Igreja".

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    A oração do Pai Nosso O pão nosso de cada dia nos dai hoje

    Descubra o que significa rezar “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”, o que é o pão para nós e o que ensina a Igreja sobre isso.

    Na quarta petição do Pai Nosso, dizemos “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Este pão não é apenas material, é — sobretudo — espiritual, nosso alimento de vida eterna: Jesus na Eucaristia.

    Neste artigo, vamos entender o que significa pedir o pão de cada dia e como a Igreja nos ensina a viver esta oração na prática.

    A oração do Pai Nosso

    Antes de mais nada, a oração do Pai Nosso foi ensinada pelo próprio Cristo, como narra as Sagradas Escrituras, em duas ocasiões. No Sermão da Montanha 1, e quando um de seus discípulos pede que o Senhor os ensine a rezar. 2 Também chamada de oração do Senhor, o Pai Nosso tornou-se um modelo de oração a ser rezado pelos fiéis, uma vez que o próprio Jesus o fez primeiro.

    Iniciamos dizendo “Pai Nosso, que estais nos céus”, reconhecendo Deus como nosso Pai amoroso e soberano. Essa abordagem íntima e pessoal nos lembra da relação de filiação que temos com Deus através de Jesus Cristo. 

    Em seguida, a oração continua com uma série de petições, incluindo o desejo de que o nome de Deus seja santificado, que Seu reino venha e que Sua vontade seja feita na Terra como é nos céus. É, portanto, uma oração perfeita, pois contém tudo o que devemos pedir e tudo o que Deus deseja nos conceder. 

    Saiba mais sobre a origem do Pai Nosso e por que é a oração mais importante, de acordo com Santo Tomás.

    O pão nosso de cada dia nos dai hoje


    Na quarta petição do Pai Nosso, quando dizemos “dai-nos”, estamos expressando nossa confiança como filhos em nosso Pai celestial, juntamente com nossos irmãos. E, ao mencionar “o pão nosso”, estamos nos referindo não apenas ao alimento material necessário para nossa subsistência, mas também ao Pão da Vida: a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo. 3

    Esse pão é recebido no “hoje” de Deus, como um alimento substancial no banquete do Reino — que é antecipado na Eucaristia. 3

    O que é o “pão nosso”?

    A Eucaristia é o pão nosso de cada dia que nos dai hoje.


    No centro dessa petição do Pai Nosso encontra-se o pão, que, de acordo com a Tradição da Igreja, é identificado com a Eucaristia. 4 É na Eucaristia que se concentra tudo o que Deus oferece à humanidade em termos de graça e salvação durante o tempo da Igreja, convidando os fiéis a se aproximarem Dele e obedecerem aos Seus mandamentos.

    Dentro desse pão, também está presente o aspecto material, referente às necessidades diárias, como alimento e saúde, assim como outras necessidades materiais que podemos pedir a Deus. No entanto, é importante ressaltar que devemos pedir somente o necessário para cada dia, demonstrando assim nossa dependência filial em relação a Deus. 4

    O que a Igreja ensina sobre o trecho “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”?


    Ao dizer “dai-nos” manifestamos a nossa confiança de filhos de Deus, que esperam tudo do Pai. Além disso, reconhecemos a Sua bondade, que faz nascer o sol sobre maus e bons e sustenta, a seu tempo, todos os seres vivos. 5 Sendo assim, essa petição também reconhece Deus como Pai de todos os homens. Por isso, pedimos por todos, solidários com suas necessidades e sofrimentos. 6

    A multiplicação dos pães, uma das bases para o O pão nosso de cada dia nos dai hoje
    Pintura da Multiplicação dos Pães no teto da Igreja de Chora em Istambul.

    Esta petição está intimamente ligada à passagem “Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo mais vos será acrescentado” 7, pois o pão da vida é o que devemos buscar, em primeiro lugar. Assim, colocamos nossa confiança plena nEle, reconhecendo que tudo pertence a Ele e que Ele proverá todas as nossas necessidades. Essa confiança não nos leva à passividade, mas liberta-nos da inquietação ansiosa, levando-nos a rezar, trabalhar e confiar. 8

    Além disso, a Igreja nos chama a assumir uma responsabilidade efetiva em relação àqueles que têm fome. Tal pedido se manifesta também nas parábolas do pobre Lázaro 9 e do Juízo final 10, que nos lembram da importância de cuidar dos necessitados. 11 

    A expressão “nosso pão” destaca a importância de partilhar os bens materiais e espirituais. 12 “É certo que «nem só de pão vive o homem» (Mt 4, 4); o pão material, porém, é uma necessidade premente e o próprio Senhor Jesus Cristo agiu eficazmente para dar de comer às multidões famintas.” 13 Ademais, os cristãos devem se empenhar em anunciar o Evangelho aos pobres e satisfazer a fome de ouvir a Palavra do Senhor.

    O “hoje” de Deus


    A expressão “hoje” é um convite à confiança. Aprendemos isso do próprio Senhor. O “hoje” mencionado não se refere apenas ao tempo mortal, mas ao “hoje” de Deus. Está ligado à Sua Palavra e ao corpo de Seu Filho, especialmente relacionado à ressurreição de Cristo. 14

    A expressão “de cada dia” reforça nossa confiança total em Deus, pedindo-Lhe o necessário para a vida. Isso inclui o Pão da Vida, o corpo de Cristo, que nos dá a vida eterna. É uma referência ao banquete do Reino antecipado na Eucaristia. “É por isso conveniente que a liturgia Eucarística seja celebrada em cada dia.” 4.

    Portanto, “[…] na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão «nosso»; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo ressuscitado, que Se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino.” 15

    Leia também: O que significa “assim na terra como no céu”?

    Referências

    1. Mt 6, 9-13[]
    2. Lc 11, 2-4[]
    3. CIC, 2861[][]
    4. CIC, 2837[][][]
    5. CIC, 2828[]
    6. CIC, 2829[]
    7. Mt 6, 33[]
    8. CIC, 2830[]
    9. Lc 16, 19-31[]
    10. Mt 25, 31-46[]
    11. CIC, 2831[]
    12. CIC, 2833[]
    13. MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II PARA A QUARESMA DE 1989[]
    14. CIC, 2836[]
    15. Carta do Papa Bento XVI aos seminaristas, 18 de outubro de 2010[]

    Bispo Barron

    Robert Emmet Barron é um escritor, teólogo, evangelista e bispo católico norte-americano. É conhecido sobretudo pelo seu ministério Word on Fire, no ar desde 2000. É bispo de Winona–Rochester desde 2022. O cardeal Francis George chamou-o de "um dos melhores mensageiros da Igreja".

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