No mês de abril de 1794, sete insurrectos foram condenados à morte porque, ao serem detidos, traziam consigo estampas do Sagrado Coração. Era o suficiente para a sentença dos juízes revolucionários. “Os chouans — afirmou o Presidente do Tribunal — levam consigo tais estampas e combatem sob a proteção delas”. “Chouans” era o termo empregado para designar os camponeses da Vendéia que movidos por sua fidelidade a Deus, à Igreja e ao rei se recusavam a apresentar-se para o alistamento obrigatório no serviço militar.
Tal como os vendeanos, também os camponeses do Tirol austríaco, a partir de 1796 até 1809 lutariam contra a revolução sob o signo do Sagrado Coração de Jesus a ponto do camponês Andreas Hofer, convertido em tenente nos campos de batalha, prometer a Nosso Senhor que, caso fossem vitoriosos, o Tirol seria consagrado ao Sagrado Coração, como de fato se deu e até hoje essa data da consagração é guardada como dia santo naquela região.
Por fim, em 1870, durante a Guerra Franco Prussiana, em Loigny, no caminho para Orleans, as tropas prussianas, em evidente superioridade numérica e com canhões troando raivosamente à frente das enfraquecidas tropas da França causavam espanto e terror aos soldados que viam na deserção em massa a única possibilidade de salvarem suas vidas. Sairiam vivos, porém, eternamente recordados como covardes que se recusaram a defender seus territórios e seu povo. Diante desse quadro aterrador um destacamento de soldados liderados pelo católico Barão de Charette, o mesmo que havia lutado entre os zuavos pontifícios para defender Pio IX e os direitos territoriais da Igreja, pôs-se à frente dos demais companheiros e marcharam em meio ao cenário tenebroso que tinham à frente ostentando a bandeira do Sagrado Coração de Jesus. O General de Sonis, comandante das tropas, gritou indignado para os regimentos que não avançavam: “Pois bem, como os senhores não sabem morrer pela França, vou mandar desfraldar diante de todos a bandeira da honra. Olhai‑a, e procurai segui‑la quando passar por aqui”. Ao bradar isso para seus soldados fez com que o valente regimento do Barão de Charette desfilasse com a bandeira do Sagrado Coração nas mãos e à vista de todos. Era uma bandeira bordada pelas religiosas de Paray Le Monial. Os comandantes tombaram e muitos outros os seguiram nesse destino terrível, mas os que sobreviveram guardaram essa bandeira crivada de balas e empapada em sangue francês como memorial perpétuo do espírito de defesa dos interesses de Deus e da Igreja. Esses mesmos sobreviventes, junto de muitos clérigos e leigos iriam se empenhar pessoalmente na edificação de um santuário no ponto mais alto de Paris para honrar os pedidos que outrora Jesus fizera a Santa Margarida e ao rei da França. Assim, edificaram o templo votivo da colina de Montmartre onde até hoje se eleva como uma suntuosa basílica para o Sagrado Coração como expressão do desejo sincero de penitência e desagravo por indiferenças e friezas para com o amor deste coração que tanto amou os homens.
A fornalha ardente de amor que é o coração do Divino Redentor inspirou um sem número de obras, carismas e organismos de Igreja que no passado e no presente estendem pelo tempo o amor de Cristo pelos homens. A devoção que se manifestou num tempo em que a heresia do jansenismo enrijecia os corações fazendo crer num Deus justiceiro que ama apenas os perfeitos foi desmentida pela demonstração de um Deus que nos ama a todos com um coração humano. Enquanto o jansenismo desanimava os simples e pequenos que se sentiam incapazes de salvação, a devoção ao Sagrado Coração mostrava justamente o contrário: um coração que arde de amor e que deseja unir-se a cada ser humano de forma íntima e pessoal.
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No mês de abril de 1794, sete insurrectos foram condenados à morte porque, ao serem detidos, traziam consigo estampas do Sagrado Coração. Era o suficiente para a sentença dos juízes revolucionários. “Os chouans — afirmou o Presidente do Tribunal — levam consigo tais estampas e combatem sob a proteção delas”. “Chouans” era o termo empregado para designar os camponeses da Vendéia que movidos por sua fidelidade a Deus, à Igreja e ao rei se recusavam a apresentar-se para o alistamento obrigatório no serviço militar.
Tal como os vendeanos, também os camponeses do Tirol austríaco, a partir de 1796 até 1809 lutariam contra a revolução sob o signo do Sagrado Coração de Jesus a ponto do camponês Andreas Hofer, convertido em tenente nos campos de batalha, prometer a Nosso Senhor que, caso fossem vitoriosos, o Tirol seria consagrado ao Sagrado Coração, como de fato se deu e até hoje essa data da consagração é guardada como dia santo naquela região.
Por fim, em 1870, durante a Guerra Franco Prussiana, em Loigny, no caminho para Orleans, as tropas prussianas, em evidente superioridade numérica e com canhões troando raivosamente à frente das enfraquecidas tropas da França causavam espanto e terror aos soldados que viam na deserção em massa a única possibilidade de salvarem suas vidas. Sairiam vivos, porém, eternamente recordados como covardes que se recusaram a defender seus territórios e seu povo. Diante desse quadro aterrador um destacamento de soldados liderados pelo católico Barão de Charette, o mesmo que havia lutado entre os zuavos pontifícios para defender Pio IX e os direitos territoriais da Igreja, pôs-se à frente dos demais companheiros e marcharam em meio ao cenário tenebroso que tinham à frente ostentando a bandeira do Sagrado Coração de Jesus. O General de Sonis, comandante das tropas, gritou indignado para os regimentos que não avançavam: “Pois bem, como os senhores não sabem morrer pela França, vou mandar desfraldar diante de todos a bandeira da honra. Olhai‑a, e procurai segui‑la quando passar por aqui”. Ao bradar isso para seus soldados fez com que o valente regimento do Barão de Charette desfilasse com a bandeira do Sagrado Coração nas mãos e à vista de todos. Era uma bandeira bordada pelas religiosas de Paray Le Monial. Os comandantes tombaram e muitos outros os seguiram nesse destino terrível, mas os que sobreviveram guardaram essa bandeira crivada de balas e empapada em sangue francês como memorial perpétuo do espírito de defesa dos interesses de Deus e da Igreja. Esses mesmos sobreviventes, junto de muitos clérigos e leigos iriam se empenhar pessoalmente na edificação de um santuário no ponto mais alto de Paris para honrar os pedidos que outrora Jesus fizera a Santa Margarida e ao rei da França. Assim, edificaram o templo votivo da colina de Montmartre onde até hoje se eleva como uma suntuosa basílica para o Sagrado Coração como expressão do desejo sincero de penitência e desagravo por indiferenças e friezas para com o amor deste coração que tanto amou os homens.
A fornalha ardente de amor que é o coração do Divino Redentor inspirou um sem número de obras, carismas e organismos de Igreja que no passado e no presente estendem pelo tempo o amor de Cristo pelos homens. A devoção que se manifestou num tempo em que a heresia do jansenismo enrijecia os corações fazendo crer num Deus justiceiro que ama apenas os perfeitos foi desmentida pela demonstração de um Deus que nos ama a todos com um coração humano. Enquanto o jansenismo desanimava os simples e pequenos que se sentiam incapazes de salvação, a devoção ao Sagrado Coração mostrava justamente o contrário: um coração que arde de amor e que deseja unir-se a cada ser humano de forma íntima e pessoal.