Formação

A vida de Santo Antão

Conheça a história de Santo Antão, que se tornou Pai dos Monges e tem muito a nos ensinar sobre como vencer as tentações do demônio.

A vida de Santo Antão
Formação

A vida de Santo Antão

Conheça a história de Santo Antão, que se tornou Pai dos Monges e tem muito a nos ensinar sobre como vencer as tentações do demônio.

Data da Publicação: 10/01/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 10/01/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

Santo Antão do Egito. Quando pensamos em santos, com certeza o nome dele não vem logo à mente da maioria das pessoas. Talvez por ser parte dos primeiros séculos da Igreja, talvez por termos poucas fontes confiáveis sobre seus feitos. Fato é: Santo Antão é importantíssimo. É considerado o Pai dos Monges e um dos grandes defensores da Igreja contra as heresias dos primeiros séculos. 

Iremos conversar sobre ele hoje. Viajar pelo deserto e pela Igreja primitiva para entender como esse santo foi um ponto de inflexão para a vida eclesial. 

Quem foi Santo Antão?

Boa parte das informações que temos de Santo Antão são derivadas da biografia feita por Santo Atanásio de Alexandria. É por meio dela que compreendemos os caminhos espirituais do asceta do deserto. Para termos uma ideia, são contemporâneos (Antão nascendo por volta de 260 d.C e Atanásio por volta de 295 d.C.) Portanto, é lindo refletir que as informações que vamos contar foram escritas por uma testemunha histórica dos feitos de Santo Antão. 

Quando é o dia de Santo Antão?

A Igreja comemora o dia de Santo Antão em 17 de janeiro, dia em que se atribui sua morte, no ano de 356 d.C.

Os principais episódios da vida de Santo Antão

Nascimento e juventude

Também conhecido por Antão, o Grande, o santo é egípcio de nascimento. Há discreta incerteza sobre sua data de nascimento, sendo que é estimada entre 255 e 260 d.C. Era de família cristã, motivo pelo qual, desde cedo, teve plantado em seu coração a piedade com as coisas de Deus. 

Seus pais eram ricos, mas, nem por isso, foi uma criança mimada. Nunca pedia regalias ou futilidades, sendo muito obediente e agradecido com o que recebia.

Início da vida ascética

Seus pais morreram quando o santo tinha 20 anos. Durante os próximos seis meses, Antão meditava diariamente a entrega total a Deus e como os Apóstolos faziam isso sem medo do amanhã. E foi num desses dias de maior meditação que, ao ir à Missa, foi proclamado o Evangelho com a passagem do jovem rico. Foi o que o asceta precisava para tomar a decisão inversa do desfecho conhecido da famosa passagem: vendeu todos os bens e os distribuiu aos pobres.

Vida no deserto

Santo Antão gradualmente foi se tornando mais rígido e firme nos propósitos da vida ascética. Possuía trabalhos manuais, mas doava praticamente tudo o que ganhava para os mais necessitados. No entanto, sentia que Deus queria mais dele. Sentia que deveria se isolar com mais furor do mundo. E assim decidiu viver no deserto, mantendo uma vida austera em seu limite, dedicada à oração. 

Santo Antão e o demônio: as tentações no deserto

O demônio usou todo seu arsenal contra Antão. Desde o início de sua firme decisão de ser todo de Cristo, ele enfrentou tentações, ameaças psicológicas, visões e até mesmo golpes físicos. 

Frequentemente era assediado com pensamentos contra a pureza. Em sua estadia no deserto, também era colocado diante das riquezas que o mundo oferecia, da fama que tinha adquirido e das glórias que poderia alcançar. 

Em sua biografia, Santo Atanásio ainda descreve que em pelo menos duas oportunidades foi açoitado por uma horda de demônios durante a noite. 

Além disso, o inimigo ainda se apresentava como animais disformes e criaturas horrendas. 

Nada disso foi suficiente para ludibriar o grande santo. 

Você sabia que outros santos também já sofreram fortes tentações, incluindo golpes físicos do demônio? Padre Pio é um deles. Saiba mais sobre a sua vida aqui.

Crescimento da família monástica

Assim, Santo Antão ficou por 20 anos. Como bem sabemos, o testemunho arrasta! O estilo de vida do eremita foi se tornando cada vez mais popular, com verdadeira multidão desejando seguir seus passos. Então, ele abandonou a vida totalmente isolada e se transformou em um pai espiritual para todos aqueles que tinham interesse em levar a vida monástica em seu estado completo. Nasciam, então, as comunidades monásticas. 

Conheça também a história de outro santo importantíssimo para a vida monástica da Igreja: São Bento.

Visita à Alexandria e encontro com Santo Atanásio

Em 311, a Igreja passava por pesada perseguição sob o governo de Diocleciano e Maximino. E, diante dos mártires que multiplicavam, Santo Antão decidiu ir à Alexandria para estar junto de seus irmãos. Foi nesse contexto que dois dos maiores nomes dos primeiros séculos se encontraram: Atanásio, Bispo de Alexandria, e Antão.  

Ainda nessa oportunidade, se estendendo até o Concílio de Niceia, ele pregou veementemente contra o arianismo, heresia que dizia que Jesus não era Deus.

Saiba mais sobre o que é uma heresia neste artigo.

Morte

Morreu aos surpreendentes 105 anos de idade, no ano de 356 d.C. Nessa época, as comunidades já estavam bem estabelecidas. Teve uma premonição de sua morte e a comunicou aos seus discípulos, dando instruções claras de que não queria ser mumificado e sim sepultado (vamos lembrar que o embalsamento e a mumificação eram comuns no Egito, tendo sua prática diminuída à medida que o cristianismo foi se difundindo). 

Sua passagem foi serena e, com uma face alegre, foi para junto de Deus.  

Canonização e devoção

Santo Antão é venerado desde sua morte, antes mesmo da Igreja estabelecer o processo formal de canonização como conhecemos hoje. Sua devoção é grande especialmente no oriente, apesar de, em maior ou menor grau, toda a Igreja reconhecer e admirar suas virtudes heroicas e sua importância.

imagem do mosteiro de santo antão, no egito.
Mosteiro de Santo Antão, edificado entre 361-363, no Egito. Crédito da imagem: Associação Thomas Merton.

Um livro para conhecer mais a vida de Santo Antão

Praticamente todas as informações que temos vem da biografia feita por Santo Atanásio, seu contemporâneo. A MBC publicou uma edição especial que, além da biografia, ainda inclui a Conferência I de São João Cassiano sobre a Virtude Monástica, como forma de complementação ao estudo desse estado de vida do qual Antão é pai. É uma leitura cativante, simples e essencial a todos os que desejam conhecer mais sobre esse santo! 

livro sobre a vida de santo antão, escrito por santo atanásio.

Essa edição está disponível na loja exclusiva para membros do clube. Garanta seu exemplar aqui.

Santo Antão, as tentações e a nossa vida espiritual

Temos que entender uma coisa: ao lermos sobre as batalhas do demônio contra Antão, podemos ficar espantados. Agressões físicas? Visões perturbadoras? Opressões? Isso afeta muito o nosso imaginário, mas não devemos nos fixar muito nisso. Santo Antão nos ensina a enfrentar a mais perigosa das armas do demônio: a tentação. 

Ele foi tentado com as riquezas, glórias, orgulho, luxúria… Coisas com que frequentemente nós também somos tentados. A resposta foi: oração, confiança em Deus e penitência. Vejam que desde os primórdios da Igreja, a fórmula é a mesma! É o que nós também devemos fazer quando a tentação vier. Não precisamos abraçar a vida monástica para isso. Mas podemos, sim, entrar no “deserto” durante nossa rotina. Com esse caminho, podemos sim vencer as tentações.

Redação MBC

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Santo Antão do Egito. Quando pensamos em santos, com certeza o nome dele não vem logo à mente da maioria das pessoas. Talvez por ser parte dos primeiros séculos da Igreja, talvez por termos poucas fontes confiáveis sobre seus feitos. Fato é: Santo Antão é importantíssimo. É considerado o Pai dos Monges e um dos grandes defensores da Igreja contra as heresias dos primeiros séculos. 

Iremos conversar sobre ele hoje. Viajar pelo deserto e pela Igreja primitiva para entender como esse santo foi um ponto de inflexão para a vida eclesial. 

Quem foi Santo Antão?

Boa parte das informações que temos de Santo Antão são derivadas da biografia feita por Santo Atanásio de Alexandria. É por meio dela que compreendemos os caminhos espirituais do asceta do deserto. Para termos uma ideia, são contemporâneos (Antão nascendo por volta de 260 d.C e Atanásio por volta de 295 d.C.) Portanto, é lindo refletir que as informações que vamos contar foram escritas por uma testemunha histórica dos feitos de Santo Antão. 

Quando é o dia de Santo Antão?

A Igreja comemora o dia de Santo Antão em 17 de janeiro, dia em que se atribui sua morte, no ano de 356 d.C.

Os principais episódios da vida de Santo Antão

Nascimento e juventude

Também conhecido por Antão, o Grande, o santo é egípcio de nascimento. Há discreta incerteza sobre sua data de nascimento, sendo que é estimada entre 255 e 260 d.C. Era de família cristã, motivo pelo qual, desde cedo, teve plantado em seu coração a piedade com as coisas de Deus. 

Seus pais eram ricos, mas, nem por isso, foi uma criança mimada. Nunca pedia regalias ou futilidades, sendo muito obediente e agradecido com o que recebia.

Início da vida ascética

Seus pais morreram quando o santo tinha 20 anos. Durante os próximos seis meses, Antão meditava diariamente a entrega total a Deus e como os Apóstolos faziam isso sem medo do amanhã. E foi num desses dias de maior meditação que, ao ir à Missa, foi proclamado o Evangelho com a passagem do jovem rico. Foi o que o asceta precisava para tomar a decisão inversa do desfecho conhecido da famosa passagem: vendeu todos os bens e os distribuiu aos pobres.

Vida no deserto

Santo Antão gradualmente foi se tornando mais rígido e firme nos propósitos da vida ascética. Possuía trabalhos manuais, mas doava praticamente tudo o que ganhava para os mais necessitados. No entanto, sentia que Deus queria mais dele. Sentia que deveria se isolar com mais furor do mundo. E assim decidiu viver no deserto, mantendo uma vida austera em seu limite, dedicada à oração. 

Santo Antão e o demônio: as tentações no deserto

O demônio usou todo seu arsenal contra Antão. Desde o início de sua firme decisão de ser todo de Cristo, ele enfrentou tentações, ameaças psicológicas, visões e até mesmo golpes físicos. 

Frequentemente era assediado com pensamentos contra a pureza. Em sua estadia no deserto, também era colocado diante das riquezas que o mundo oferecia, da fama que tinha adquirido e das glórias que poderia alcançar. 

Em sua biografia, Santo Atanásio ainda descreve que em pelo menos duas oportunidades foi açoitado por uma horda de demônios durante a noite. 

Além disso, o inimigo ainda se apresentava como animais disformes e criaturas horrendas. 

Nada disso foi suficiente para ludibriar o grande santo. 

Você sabia que outros santos também já sofreram fortes tentações, incluindo golpes físicos do demônio? Padre Pio é um deles. Saiba mais sobre a sua vida aqui.

Crescimento da família monástica

Assim, Santo Antão ficou por 20 anos. Como bem sabemos, o testemunho arrasta! O estilo de vida do eremita foi se tornando cada vez mais popular, com verdadeira multidão desejando seguir seus passos. Então, ele abandonou a vida totalmente isolada e se transformou em um pai espiritual para todos aqueles que tinham interesse em levar a vida monástica em seu estado completo. Nasciam, então, as comunidades monásticas. 

Conheça também a história de outro santo importantíssimo para a vida monástica da Igreja: São Bento.

Visita à Alexandria e encontro com Santo Atanásio

Em 311, a Igreja passava por pesada perseguição sob o governo de Diocleciano e Maximino. E, diante dos mártires que multiplicavam, Santo Antão decidiu ir à Alexandria para estar junto de seus irmãos. Foi nesse contexto que dois dos maiores nomes dos primeiros séculos se encontraram: Atanásio, Bispo de Alexandria, e Antão.  

Ainda nessa oportunidade, se estendendo até o Concílio de Niceia, ele pregou veementemente contra o arianismo, heresia que dizia que Jesus não era Deus.

Saiba mais sobre o que é uma heresia neste artigo.

Morte

Morreu aos surpreendentes 105 anos de idade, no ano de 356 d.C. Nessa época, as comunidades já estavam bem estabelecidas. Teve uma premonição de sua morte e a comunicou aos seus discípulos, dando instruções claras de que não queria ser mumificado e sim sepultado (vamos lembrar que o embalsamento e a mumificação eram comuns no Egito, tendo sua prática diminuída à medida que o cristianismo foi se difundindo). 

Sua passagem foi serena e, com uma face alegre, foi para junto de Deus.  

Canonização e devoção

Santo Antão é venerado desde sua morte, antes mesmo da Igreja estabelecer o processo formal de canonização como conhecemos hoje. Sua devoção é grande especialmente no oriente, apesar de, em maior ou menor grau, toda a Igreja reconhecer e admirar suas virtudes heroicas e sua importância.

imagem do mosteiro de santo antão, no egito.
Mosteiro de Santo Antão, edificado entre 361-363, no Egito. Crédito da imagem: Associação Thomas Merton.

Um livro para conhecer mais a vida de Santo Antão

Praticamente todas as informações que temos vem da biografia feita por Santo Atanásio, seu contemporâneo. A MBC publicou uma edição especial que, além da biografia, ainda inclui a Conferência I de São João Cassiano sobre a Virtude Monástica, como forma de complementação ao estudo desse estado de vida do qual Antão é pai. É uma leitura cativante, simples e essencial a todos os que desejam conhecer mais sobre esse santo! 

livro sobre a vida de santo antão, escrito por santo atanásio.

Essa edição está disponível na loja exclusiva para membros do clube. Garanta seu exemplar aqui.

Santo Antão, as tentações e a nossa vida espiritual

Temos que entender uma coisa: ao lermos sobre as batalhas do demônio contra Antão, podemos ficar espantados. Agressões físicas? Visões perturbadoras? Opressões? Isso afeta muito o nosso imaginário, mas não devemos nos fixar muito nisso. Santo Antão nos ensina a enfrentar a mais perigosa das armas do demônio: a tentação. 

Ele foi tentado com as riquezas, glórias, orgulho, luxúria… Coisas com que frequentemente nós também somos tentados. A resposta foi: oração, confiança em Deus e penitência. Vejam que desde os primórdios da Igreja, a fórmula é a mesma! É o que nós também devemos fazer quando a tentação vier. Não precisamos abraçar a vida monástica para isso. Mas podemos, sim, entrar no “deserto” durante nossa rotina. Com esse caminho, podemos sim vencer as tentações.

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