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Devoção, Formação

A Festa de Nossa Senhora das Dores

Conheça a festa de Nossa Senhora das Dores, desde quando ela é celebrada e o que a Igreja ensina sobre esta devoção.

A Festa de Nossa Senhora das Dores
Devoção, Formação

A Festa de Nossa Senhora das Dores

Conheça a festa de Nossa Senhora das Dores, desde quando ela é celebrada e o que a Igreja ensina sobre esta devoção.

Data da Publicação: 14/09/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 14/09/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

Nossa Senhora é reverenciada com inúmeros títulos que refletem sua múltipla intercessão e presença na vida dos fiéis ao redor do mundo. Um desses títulos notáveis é Nossa Senhora das Dores, que nos convida a contemplar Maria em um dos momentos mais comoventes de sua jornada: sua presença ao pé da cruz de Jesus.

Representada de maneira tocante na belíssima escultura da Pietà, por Michelangelo, essa manifestação da Virgem Maria nos lembra da profunda dor que Ela suportou ao testemunhar o sacrifício de seu Filho pela humanidade. Neste artigo, convidamos você a mergulhar na devoção a Nossa Senhora das Dores, explorando sua origem, seu significado e sua importância em nossas vidas, como fonte de consolo e inspiração.

O que é a festa de Nossa Senhora das Dores?

A festa de Nossa Senhora das Dores é uma celebração católica que honra a Virgem Maria em seu papel de “Mater Dolorosa”, lembrando as sete dores que ela sofreu ao longo de sua vida, sobretudo durante a Paixão de Cristo.

A representação de Nossa Senhora das Dores com espadas cravadas em seu peito simboliza as experiências de Maria ao testemunhar o sofrimento e a crucificação de seu filho. Essa imagem transmite a intensa dor que ela sentiu, como se uma espada atravessasse seu coração, ao vê-lo suportando terríveis tormentos por nossa causa.

Quando essa festa é celebrada?

A Festa de Nossa Senhora das Dores é celebrada em 15 de setembro, um dia após a festa da Exaltação da Santa Cruz. Essa data foi estabelecida pelo Papa Pio X em 1914, embora a devoção a Nossa Senhora das Dores tenha uma longa história que remonta ao final do século XI.

Nossa Senhora das Dores na Bíblia

Junto à Cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse-lhe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois, disse ao discípulo: “Eis a tua Mãe!” Desde então, o discípulo a levou consigo. 1

Essa passagem bíblica é central na devoção a Nossa Senhora das Dores. Neste momento, Jesus confia a sua mãe Maria ao discípulo amado, João, e, ao mesmo tempo, confia o discípulo a Maria. Este ato simboliza a maternidade espiritual de Maria sobre todos os cristãos. Foi um momento de profunda dor para Maria, que testemunhou a crucificação de seu filho, e para Jesus, que demonstrou amor filial mesmo em meio a seu sofrimento na cruz. 

Saiba mais sobre a maternidade de Maria.

Nossa Senhora das Dores segundo a Tradição

A devoção a Nossa Senhora das Dores é uma tradição cristã que remonta ao século XIII, quando o povo cristão já se lembrava ternamente das Dores da Mãe de Deus. A Ordem dos Servos de Maria, fundada em 1233, teve um papel crucial na divulgação do culto a Nossa Senhora das Dores. Inclusive, obteve a autorização para celebrar a Missa votiva das Sete Dores de Maria em 1668.

No final do século XV, essa devoção já era quase universal entre os fiéis cristãos. Além disso, poetas de várias nações escreveram inúmeras composições em homenagem a Nossa Senhora das Dores. O famoso hino Stabat Mater Dolorosa, por exemplo, atribuído ao franciscano Jacopone da Todi.

Em 1692, o Papa Inocêncio XII oficializou a celebração desta festa no terceiro domingo de setembro. Após um período de transferência para a sexta-feira que precedia o Domingo de Ramos, a festa retornou ao terceiro domingo de setembro por decreto do Papa Pio VII em 1814. Por fim, Pio X, em sua reforma do Breviário, estabeleceu a festa definitivamente no dia 15 de setembro — dia seguinte à Exaltação da Santa Cruz —, com o título de “Nossa Senhora das Dores”.

A veneração a Nossa Senhora das Dores é tão antiga quanto profunda, sendo alimentada pela meditação do sofrimento de Maria ao pé da cruz. Dessa forma, os Padres da Igreja abordaram aspectos de sua aflição e união com o sofrimento de Jesus.

Santo Agostinho, por exemplo, expressou a ideia de que Maria compartilhou das dores espirituais de Cristo durante a Paixão, sendo assim corredentora. São João Damasceno, por sua vez, mencionou a compaixão de Maria na Paixão de Cristo. Ele destacou a conexão profunda entre Maria e seu Filho, descrevendo como ela compartilhou seu sofrimento espiritual ao ver Jesus na cruz.

Conheça os dogmas marianos.

O que dizem os santos?

São Boaventura em sua meditação questiona: Quisestes, Senhora minha, ser também imolada no Calvário? Para remir-nos não bastava porventura um Deus crucificado? E por que então quisestes também vós, sua Mãe, ser igualmente crucificada?” Ele reconhece que a Mãe de Deus escolheu compartilhar das dores do Calvário para nossa redenção, mesmo que a morte de Jesus fosse suficiente para salvar o mundo.

S. Bernardino de Sena, por sua vez, destaca a magnitude do sofrimento de Nossa Senhora. Ele afirma que se ajuntássemos as dores do mundo, não igualariam todas elas às penas da Virgem gloriosa.

S. Boaventura descreve também a união íntima entre as chagas de Jesus e o coração de Maria ao dizer que as mesmas chagas que estavam espalhadas pelo corpo de Jesus, se achavam todas reunidas no coração de Maria.

São Bernardo, um dos grandes teólogos da Igreja, destaca a intensidade do sofrimento de Maria ao lado da cruz. Ele observa que a plenitude das dores do coração de Maria derramou-se como uma torrente no Coração de Jesus. Ele também enfatiza que, na cruz, Jesus sofreu mais pela compaixão de Sua Mãe do que por Suas próprias dores.

Já Santo Afonso de Ligório nos convida a contemplar o sacrifício de Maria e a buscar, através de sua intercessão, a graça de suportar as aflições da vida com paciência. […] impetrai-me pelos vossos merecimentos uma grande dor de minhas culpas, e a paciência necessária para sofrer os trabalhos desta vida.

Além disso, Santa Brígida, em uma revelação atribuída à Virgem Maria, enfatiza que a memória dos sofrimentos de Jesus estava sempre viva no coração de Nossa Senhora, mesmo após a morte e ascensão de Seu Filho. A Virgem lamenta também que poucos são os que dela se compadecem, sendo que a maior parte dos homens vivem esquecidos de suas aflições. 2

Nossa Senhora das Dores nas nossas vidas

Nossa Senhora das Dores é para nós um refúgio nos momentos mais difíceis. Na hora final, Jesus nos presenteou com Sua Mãe Dolorosa, para que pudéssemos, com ela, aprender a amar como ela ama. Aquela que mais esteve unida às dores de Jesus ensina-nos a enfrentar os momentos de angústia com sabedoria e transformá-los em oração. Além disso, as dores de Maria revelam que por trás das circunstâncias dolorosas pode haver um propósito divino.

Nossa Senhora das Dores também é conhecida como Nossa Senhora da Consolação. E quem melhor para nos consolar do que aquela que recebeu seu filho morto nos braços, após acompanhar todo o seu Calvário? Ela, com seu exemplo, também nos assegura da ressurreição e nos inspira a sermos fiéis à nossa missão até o fim.

Meditar as dores de Maria, além de ser consolo para os nossos sofrimentos, é um pedido da própria Virgem e uma devoção agradável a Deus. “O próprio Jesus Cristo revelou a S. Verônica de Binasco que ele mais se agrada em ver meditados os sofrimentos de Maria, que contemplados os seus próprios.” 3

Portanto, ao enfrentarmos dores em nossas vidas, recorramos à Nossa Senhora das Dores, confiantes de que ela nos consolará e intercederá por nós. Sua presença materna nos lembra de que nunca estamos sozinhos em nossos sofrimentos e que há esperança mesmo nas horas mais sombrias. Afinal, temos um Deus que venceu a morte.

Referências

  1. Jo 19,25-27[]
  2. Afonso Maria de Ligório, Santo. Glórias de Maria. 3ª ed., Aparecida, SP: Editora Santuário, 1989, p.367[]
  3. Afonso Maria de Ligório, Santo. Glórias de Maria. 3ª ed., Aparecida, SP: Editora Santuário, 1989, p.368[]

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    Redação MBC

    Nossa Senhora é reverenciada com inúmeros títulos que refletem sua múltipla intercessão e presença na vida dos fiéis ao redor do mundo. Um desses títulos notáveis é Nossa Senhora das Dores, que nos convida a contemplar Maria em um dos momentos mais comoventes de sua jornada: sua presença ao pé da cruz de Jesus.

    Representada de maneira tocante na belíssima escultura da Pietà, por Michelangelo, essa manifestação da Virgem Maria nos lembra da profunda dor que Ela suportou ao testemunhar o sacrifício de seu Filho pela humanidade. Neste artigo, convidamos você a mergulhar na devoção a Nossa Senhora das Dores, explorando sua origem, seu significado e sua importância em nossas vidas, como fonte de consolo e inspiração.

    O que é a festa de Nossa Senhora das Dores?

    A festa de Nossa Senhora das Dores é uma celebração católica que honra a Virgem Maria em seu papel de “Mater Dolorosa”, lembrando as sete dores que ela sofreu ao longo de sua vida, sobretudo durante a Paixão de Cristo.

    A representação de Nossa Senhora das Dores com espadas cravadas em seu peito simboliza as experiências de Maria ao testemunhar o sofrimento e a crucificação de seu filho. Essa imagem transmite a intensa dor que ela sentiu, como se uma espada atravessasse seu coração, ao vê-lo suportando terríveis tormentos por nossa causa.

    Quando essa festa é celebrada?

    A Festa de Nossa Senhora das Dores é celebrada em 15 de setembro, um dia após a festa da Exaltação da Santa Cruz. Essa data foi estabelecida pelo Papa Pio X em 1914, embora a devoção a Nossa Senhora das Dores tenha uma longa história que remonta ao final do século XI.

    Nossa Senhora das Dores na Bíblia

    Junto à Cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse-lhe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois, disse ao discípulo: “Eis a tua Mãe!” Desde então, o discípulo a levou consigo. 1

    Essa passagem bíblica é central na devoção a Nossa Senhora das Dores. Neste momento, Jesus confia a sua mãe Maria ao discípulo amado, João, e, ao mesmo tempo, confia o discípulo a Maria. Este ato simboliza a maternidade espiritual de Maria sobre todos os cristãos. Foi um momento de profunda dor para Maria, que testemunhou a crucificação de seu filho, e para Jesus, que demonstrou amor filial mesmo em meio a seu sofrimento na cruz. 

    Saiba mais sobre a maternidade de Maria.

    Nossa Senhora das Dores segundo a Tradição

    A devoção a Nossa Senhora das Dores é uma tradição cristã que remonta ao século XIII, quando o povo cristão já se lembrava ternamente das Dores da Mãe de Deus. A Ordem dos Servos de Maria, fundada em 1233, teve um papel crucial na divulgação do culto a Nossa Senhora das Dores. Inclusive, obteve a autorização para celebrar a Missa votiva das Sete Dores de Maria em 1668.

    No final do século XV, essa devoção já era quase universal entre os fiéis cristãos. Além disso, poetas de várias nações escreveram inúmeras composições em homenagem a Nossa Senhora das Dores. O famoso hino Stabat Mater Dolorosa, por exemplo, atribuído ao franciscano Jacopone da Todi.

    Em 1692, o Papa Inocêncio XII oficializou a celebração desta festa no terceiro domingo de setembro. Após um período de transferência para a sexta-feira que precedia o Domingo de Ramos, a festa retornou ao terceiro domingo de setembro por decreto do Papa Pio VII em 1814. Por fim, Pio X, em sua reforma do Breviário, estabeleceu a festa definitivamente no dia 15 de setembro — dia seguinte à Exaltação da Santa Cruz —, com o título de “Nossa Senhora das Dores”.

    A veneração a Nossa Senhora das Dores é tão antiga quanto profunda, sendo alimentada pela meditação do sofrimento de Maria ao pé da cruz. Dessa forma, os Padres da Igreja abordaram aspectos de sua aflição e união com o sofrimento de Jesus.

    Santo Agostinho, por exemplo, expressou a ideia de que Maria compartilhou das dores espirituais de Cristo durante a Paixão, sendo assim corredentora. São João Damasceno, por sua vez, mencionou a compaixão de Maria na Paixão de Cristo. Ele destacou a conexão profunda entre Maria e seu Filho, descrevendo como ela compartilhou seu sofrimento espiritual ao ver Jesus na cruz.

    Conheça os dogmas marianos.

    O que dizem os santos?

    São Boaventura em sua meditação questiona: Quisestes, Senhora minha, ser também imolada no Calvário? Para remir-nos não bastava porventura um Deus crucificado? E por que então quisestes também vós, sua Mãe, ser igualmente crucificada?” Ele reconhece que a Mãe de Deus escolheu compartilhar das dores do Calvário para nossa redenção, mesmo que a morte de Jesus fosse suficiente para salvar o mundo.

    S. Bernardino de Sena, por sua vez, destaca a magnitude do sofrimento de Nossa Senhora. Ele afirma que se ajuntássemos as dores do mundo, não igualariam todas elas às penas da Virgem gloriosa.

    S. Boaventura descreve também a união íntima entre as chagas de Jesus e o coração de Maria ao dizer que as mesmas chagas que estavam espalhadas pelo corpo de Jesus, se achavam todas reunidas no coração de Maria.

    São Bernardo, um dos grandes teólogos da Igreja, destaca a intensidade do sofrimento de Maria ao lado da cruz. Ele observa que a plenitude das dores do coração de Maria derramou-se como uma torrente no Coração de Jesus. Ele também enfatiza que, na cruz, Jesus sofreu mais pela compaixão de Sua Mãe do que por Suas próprias dores.

    Já Santo Afonso de Ligório nos convida a contemplar o sacrifício de Maria e a buscar, através de sua intercessão, a graça de suportar as aflições da vida com paciência. […] impetrai-me pelos vossos merecimentos uma grande dor de minhas culpas, e a paciência necessária para sofrer os trabalhos desta vida.

    Além disso, Santa Brígida, em uma revelação atribuída à Virgem Maria, enfatiza que a memória dos sofrimentos de Jesus estava sempre viva no coração de Nossa Senhora, mesmo após a morte e ascensão de Seu Filho. A Virgem lamenta também que poucos são os que dela se compadecem, sendo que a maior parte dos homens vivem esquecidos de suas aflições. 2

    Nossa Senhora das Dores nas nossas vidas

    Nossa Senhora das Dores é para nós um refúgio nos momentos mais difíceis. Na hora final, Jesus nos presenteou com Sua Mãe Dolorosa, para que pudéssemos, com ela, aprender a amar como ela ama. Aquela que mais esteve unida às dores de Jesus ensina-nos a enfrentar os momentos de angústia com sabedoria e transformá-los em oração. Além disso, as dores de Maria revelam que por trás das circunstâncias dolorosas pode haver um propósito divino.

    Nossa Senhora das Dores também é conhecida como Nossa Senhora da Consolação. E quem melhor para nos consolar do que aquela que recebeu seu filho morto nos braços, após acompanhar todo o seu Calvário? Ela, com seu exemplo, também nos assegura da ressurreição e nos inspira a sermos fiéis à nossa missão até o fim.

    Meditar as dores de Maria, além de ser consolo para os nossos sofrimentos, é um pedido da própria Virgem e uma devoção agradável a Deus. “O próprio Jesus Cristo revelou a S. Verônica de Binasco que ele mais se agrada em ver meditados os sofrimentos de Maria, que contemplados os seus próprios.” 3

    Portanto, ao enfrentarmos dores em nossas vidas, recorramos à Nossa Senhora das Dores, confiantes de que ela nos consolará e intercederá por nós. Sua presença materna nos lembra de que nunca estamos sozinhos em nossos sofrimentos e que há esperança mesmo nas horas mais sombrias. Afinal, temos um Deus que venceu a morte.

    Referências

    1. Jo 19,25-27[]
    2. Afonso Maria de Ligório, Santo. Glórias de Maria. 3ª ed., Aparecida, SP: Editora Santuário, 1989, p.367[]
    3. Afonso Maria de Ligório, Santo. Glórias de Maria. 3ª ed., Aparecida, SP: Editora Santuário, 1989, p.368[]

    Redação MBC

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