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Devoção

A vida de São Domingos

São Domingos, o fundador da Ordem dos Frades Pregadores. Conheça mais, neste artigo, sobre este Santo extraordinário.

A vida de São Domingos
Devoção

A vida de São Domingos

São Domingos, o fundador da Ordem dos Frades Pregadores. Conheça mais, neste artigo, sobre este Santo extraordinário.

Data da Publicação: 08/08/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 08/08/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

Você sabia que São Domingos, o fundador da Ordem dos Frades Pregadores, vendeu todos os seus preciosos livros para ajudar os pobres durante uma crise de fome? Este gesto de compaixão e sacrifício destaca seu profundo compromisso com os ensinamentos de Cristo. Conheça mais sobre este Santo extraordinário.

São Domingos: Os Primeiros Anos – De Calaruega a Palência

São Domingos, fundador da Ordem dos Frades Pregadores, nasceu em Calaruega, Castela, Espanha, entre 1171 e 1175, numa família de nobreza local. Embora existam evidências suficientes sobre sua mãe, Giovanna di Aza, a afiliação do pai, Felice, à família Guzman é atestada por uma tradição do século XV oficialmente aceita pela Ordem em 1555.

São Domingos recebeu sua educação inicial de um tio arcipreste. Aos 14 anos, foi para Palência, onde se dedicou aos estudos sagrados, gramática e dialética. Ele não estudava por estudar: seu foco estava em objetivos mais elevados. Um episódio marcante, narrado por Jordão da Saxônia no “Livro dos princípios da Ordem dos Pregadores”, ilustra sua compaixão: abalado pela miséria dos pobres, Domingos vendeu seus preciosos livros e móveis, doando tudo aos necessitados. Este ato de caridade foi um reflexo de sua devoção aos conselhos evangélicos e seu desejo de aliviar o sofrimento dos mais pobres.

Perto do final de sua estadia em Palência, São Domingos foi abordado por Diego de Acebés, prior do capítulo de Osma, que o convidou a ingressar na comunidade dos cônegos. Em 1198, entrou no capítulo da Catedral de Osma e, em 1201, tornou-se subprior, enquanto Diego foi nomeado Bispo.

Esta fase inicial da vida de São Domingos, de Calaruega a Palência, foi marcada por sua dedicação aos estudos e à caridade, preparando-o para a grande missão de sua vida: a fundação da Ordem dos Pregadores.

Fundação das Ordens mendicantes: São Domingos e São Francisco se unem

são domingos e são francisco encontro
Encontro de São Francisco e São Domingos, 1429 por Fra Angelico.

No século XII, à medida que os mosteiros continuavam a acumular enormes riquezas, um número crescente de fiéis começou a pregar o regresso da Igreja à pobreza das suas origens. Isto causou enormes divisões e o nascimento de movimentos heréticos que muitas vezes foram reprimidos de forma sangrenta. Dois grandes visionários, São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão, conseguiram no início do século XIII mudar a Igreja por dentro, fundando as duas grandes ordens mendicantes (franciscanos e dominicanos), que levam o seu nome. O Papa Inocêncio III reconheceu-os, identificando nestas ordens a expressão de uma nova sensibilidade capaz de mudar a Igreja para melhor.

Leia também: qual era o temperamento de São Francisco de Assis?

Pregadores: os dominicanos

Ao contrário de Francisco de Assis, filho de mercadores e estranho à igreja, o iniciador da ordem dominicana São Domingos de Gusmão era um padre filho de nobres. Em 1206, para combater os hereges albigenses no sul da França, fundou um convento em Notre Dame De Prouille aberto às meninas cátaras que se converteram ao catolicismo. Em 1215, com base na regra de Santo Agostinho, São Domingos deu uma ordem aos seus seguidores, formalmente reconhecida em 1216 pelo Papa Honório III.

A Igreja de Notre Dame De Prouille atualmente.

A novidade, além do voto de pobreza, residia no fato de os dominicanos se concentrarem na pregação, antes considerada prerrogativa dos bispos e do clero mais instruído, e para isso tiveram que se dedicar ao estudo da teologia. Nesta ordem estiveram os principais teólogos do cristianismo medieval, como Tomás de Aquino e Albertus Magnus.

A defesa da Ortodoxia era uma tarefa delicada, e por isso o Papa Gregório IX retirou do poder secular o papel de juízes da inquisição, e em 1233 confiou-o aos Dominicanos, cuja preparação teológica e difusão nas cidades os tornaram uma arma eficaz. Os franciscanos também desempenharam um papel de liderança na repressão da heresia, especialmente entre os séculos XIII e XV. Desta forma, as grandes ordens mendicantes, unidas pelo voto de pobreza e obediência ao Papa, contribuíram para fortalecer a Igreja num período de crise.

A entrega do Rosário pela Virgem Maria

Naquela época o Santo morava em Toulouse e lutava para encontrar uma forma de combater a heresia dos albigenses sem ter que recorrer à violência. Alano della Rupe, outro dominicano que se tornou famoso pela sua particular devoção ao Rosário, conta-nos que durante a pregação o Santo foi raptado por piratas que o levaram para o seu navio.

O mesmo navio foi assolado por uma tempestade, e foi então que a Virgem se manifestou a Domingos, indicando o Santo Rosário como a única salvação do naufrágio e da morte de todos eles. O Santo comunicou esse aviso aos piratas, eles aceitaram, e a fúria do mar imediatamente se acalmou. Os piratas foram os primeiros membros da Irmandade do Rosário, morada da Virgem Maria na terra. A moral desta história é clara. Pela vontade de Nossa Senhora, o Rosário já não era apenas um instrumento de salvação pessoal, mas uma arma de oração comunitária.

“Se acolherem este último Refúgio da Misericórdia do meu Rosário, não serão engolidos pelas águas e pelo inferno!” Isto é o que Nossa Senhora teria dito a São Domingos, segundo Alano, e é claro que este aviso não diz respeito apenas aos piratas, e não se refere apenas ao episódio do naufrágio.

Para o jovem Santo empenhado em combater a heresia cátara, tornou-se imediatamente claro que o caminho do Rosário lhe tinha sido mostrado pela Virgem para combater os inimigos da Igreja e os hereges com a arma mais forte e eficaz possível.

Foi seguindo a experiência mística de São Domingos que o Rosário adquiriu a forma que ainda hoje conhecemos e praticamos, com o papel da Virgem Maria central e o movimento circular que expressa o caminho espiritual dos fiéis, o seu movimento progressivo em direção a Deus. Com São Domingos e a sua Ordem dos frades pregadores, o Rosário torna-se um instrumento de meditação e oração pessoal e comunitária, mas também um meio de pregação.

Confira este Guia para rezar o Rosário

Redação MBC

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Você sabia que São Domingos, o fundador da Ordem dos Frades Pregadores, vendeu todos os seus preciosos livros para ajudar os pobres durante uma crise de fome? Este gesto de compaixão e sacrifício destaca seu profundo compromisso com os ensinamentos de Cristo. Conheça mais sobre este Santo extraordinário.

São Domingos: Os Primeiros Anos – De Calaruega a Palência

São Domingos, fundador da Ordem dos Frades Pregadores, nasceu em Calaruega, Castela, Espanha, entre 1171 e 1175, numa família de nobreza local. Embora existam evidências suficientes sobre sua mãe, Giovanna di Aza, a afiliação do pai, Felice, à família Guzman é atestada por uma tradição do século XV oficialmente aceita pela Ordem em 1555.

São Domingos recebeu sua educação inicial de um tio arcipreste. Aos 14 anos, foi para Palência, onde se dedicou aos estudos sagrados, gramática e dialética. Ele não estudava por estudar: seu foco estava em objetivos mais elevados. Um episódio marcante, narrado por Jordão da Saxônia no “Livro dos princípios da Ordem dos Pregadores”, ilustra sua compaixão: abalado pela miséria dos pobres, Domingos vendeu seus preciosos livros e móveis, doando tudo aos necessitados. Este ato de caridade foi um reflexo de sua devoção aos conselhos evangélicos e seu desejo de aliviar o sofrimento dos mais pobres.

Perto do final de sua estadia em Palência, São Domingos foi abordado por Diego de Acebés, prior do capítulo de Osma, que o convidou a ingressar na comunidade dos cônegos. Em 1198, entrou no capítulo da Catedral de Osma e, em 1201, tornou-se subprior, enquanto Diego foi nomeado Bispo.

Esta fase inicial da vida de São Domingos, de Calaruega a Palência, foi marcada por sua dedicação aos estudos e à caridade, preparando-o para a grande missão de sua vida: a fundação da Ordem dos Pregadores.

Fundação das Ordens mendicantes: São Domingos e São Francisco se unem

são domingos e são francisco encontro
Encontro de São Francisco e São Domingos, 1429 por Fra Angelico.

No século XII, à medida que os mosteiros continuavam a acumular enormes riquezas, um número crescente de fiéis começou a pregar o regresso da Igreja à pobreza das suas origens. Isto causou enormes divisões e o nascimento de movimentos heréticos que muitas vezes foram reprimidos de forma sangrenta. Dois grandes visionários, São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão, conseguiram no início do século XIII mudar a Igreja por dentro, fundando as duas grandes ordens mendicantes (franciscanos e dominicanos), que levam o seu nome. O Papa Inocêncio III reconheceu-os, identificando nestas ordens a expressão de uma nova sensibilidade capaz de mudar a Igreja para melhor.

Leia também: qual era o temperamento de São Francisco de Assis?

Pregadores: os dominicanos

Ao contrário de Francisco de Assis, filho de mercadores e estranho à igreja, o iniciador da ordem dominicana São Domingos de Gusmão era um padre filho de nobres. Em 1206, para combater os hereges albigenses no sul da França, fundou um convento em Notre Dame De Prouille aberto às meninas cátaras que se converteram ao catolicismo. Em 1215, com base na regra de Santo Agostinho, São Domingos deu uma ordem aos seus seguidores, formalmente reconhecida em 1216 pelo Papa Honório III.

A Igreja de Notre Dame De Prouille atualmente.

A novidade, além do voto de pobreza, residia no fato de os dominicanos se concentrarem na pregação, antes considerada prerrogativa dos bispos e do clero mais instruído, e para isso tiveram que se dedicar ao estudo da teologia. Nesta ordem estiveram os principais teólogos do cristianismo medieval, como Tomás de Aquino e Albertus Magnus.

A defesa da Ortodoxia era uma tarefa delicada, e por isso o Papa Gregório IX retirou do poder secular o papel de juízes da inquisição, e em 1233 confiou-o aos Dominicanos, cuja preparação teológica e difusão nas cidades os tornaram uma arma eficaz. Os franciscanos também desempenharam um papel de liderança na repressão da heresia, especialmente entre os séculos XIII e XV. Desta forma, as grandes ordens mendicantes, unidas pelo voto de pobreza e obediência ao Papa, contribuíram para fortalecer a Igreja num período de crise.

A entrega do Rosário pela Virgem Maria

Naquela época o Santo morava em Toulouse e lutava para encontrar uma forma de combater a heresia dos albigenses sem ter que recorrer à violência. Alano della Rupe, outro dominicano que se tornou famoso pela sua particular devoção ao Rosário, conta-nos que durante a pregação o Santo foi raptado por piratas que o levaram para o seu navio.

O mesmo navio foi assolado por uma tempestade, e foi então que a Virgem se manifestou a Domingos, indicando o Santo Rosário como a única salvação do naufrágio e da morte de todos eles. O Santo comunicou esse aviso aos piratas, eles aceitaram, e a fúria do mar imediatamente se acalmou. Os piratas foram os primeiros membros da Irmandade do Rosário, morada da Virgem Maria na terra. A moral desta história é clara. Pela vontade de Nossa Senhora, o Rosário já não era apenas um instrumento de salvação pessoal, mas uma arma de oração comunitária.

“Se acolherem este último Refúgio da Misericórdia do meu Rosário, não serão engolidos pelas águas e pelo inferno!” Isto é o que Nossa Senhora teria dito a São Domingos, segundo Alano, e é claro que este aviso não diz respeito apenas aos piratas, e não se refere apenas ao episódio do naufrágio.

Para o jovem Santo empenhado em combater a heresia cátara, tornou-se imediatamente claro que o caminho do Rosário lhe tinha sido mostrado pela Virgem para combater os inimigos da Igreja e os hereges com a arma mais forte e eficaz possível.

Foi seguindo a experiência mística de São Domingos que o Rosário adquiriu a forma que ainda hoje conhecemos e praticamos, com o papel da Virgem Maria central e o movimento circular que expressa o caminho espiritual dos fiéis, o seu movimento progressivo em direção a Deus. Com São Domingos e a sua Ordem dos frades pregadores, o Rosário torna-se um instrumento de meditação e oração pessoal e comunitária, mas também um meio de pregação.

Confira este Guia para rezar o Rosário

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