Conheça tudo sobre a Visitação de Nossa Senhora, um encontro e uma festa litúrgica que muito tem a nos ensinar!
Conheça tudo sobre a Visitação de Nossa Senhora, um encontro e uma festa litúrgica que muito tem a nos ensinar!
Conheça tudo sobre a Visitação de Nossa Senhora, uma festa que celebramos todos os anos na liturgia, um encontro que muito tem a nos ensinar!
Quando rezamos os Mistérios Gozosos do Santo Terço, o segundo deles trata de um dos episódios mais lindos e profundos do Evangelho. A Visitação de Nossa Senhora à Santa Isabel.
Um encontro que gera frutíferas reflexões: a prontidão de Maria em servir; a saudação de Santa Isabel que é repetida até hoje, todas as vezes que rezamos uma Ave Maria; o reconhecimento de São João Batista, ainda no ventre de sua mãe; o Magnificat… Esse é o tipo de mistério que sempre será uma novidade, tamanha a sua riqueza. Então vamos refletir um pouco!
A Visitação de Nossa Senhora é uma festa muito tradicional da história da Igreja. Foi instituída em 1389 pelo Papa Urbano VI. No calendário antigo é celebrada no dia 02 de julho. O Papa Paulo VI a transferiu para o dia 31 de maio. Dessa forma, ela se situa entre a Anunciação do Senhor (25 de março) e o Nascimento de João Batista (24 de junho). A data de 02 de julho era condizente com o retorno da Virgem Maria, uma semana após o nascimento e o rito de imposição do nome de João.
Como o nome sugere, essa festa recorda o grande encontro de Maria Santíssima e Santa Isabel, sua prima.
Uma das obras mais importantes de Santo Tomás de Aquino se chama Catena Áurea, que consiste numa exposição do Evangelho intercalada com comentários dos mais diversos autores. Pedimos licença ao Doutor Angélico para tomar a estrutura de seu livro para meditarmos!
“Naqueles dias Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.” 1
Imaginem só! Nossa Senhora passava por um momento indescritível de emoções e pensamentos. O Anjo acabara de anunciar que seria Mãe de Nosso Senhor. Mas, ao saber que sua prima concebera na velhice, sua atitude imediata foi de ir ao seu encontro servir. A Palavra é clara! Maria foi “às pressas”. Essa é a atitude de uma serva de Deus que confia verdadeiramente nos planos divinos. Como disse Santo Ambrósio: “A graça do Espírito Santo não conhece delongas”.
“Aconteceu que, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” 2
O Profeta reconheceu o Senhor antes mesmo de sua mãe! Em tempos de relativização do valor da vida humana, vale ressoar essa frase em nossas mentes: um bebê reconheceu Jesus primeiro.
“E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” 3
Repetimos a saudação de Santa Isabel todas as vezes que rezamos a Ave Maria. O que é mais interessante é que essa é a primeira coisa que a prima de Maria proclama ao ficar cheia do Espírito Santo. Com isso, fica a meditação: se o próprio Deus inspira os corações a proclamar Maria bendita entre as mulheres, quem somos nós para não fazermos o mesmo?
Maria fala pouco na Bíblia. Porém, quando fala, é possível sentir a doçura, a verdade e o amor a Deus em cada palavra. E é assim que somos presenteados com o Magnificat. Sem nenhuma pretensão de resumir todo o conteúdo, podemos enxergar algumas características no canto:
1) Vida interior
Uma alma, para ser capaz de glorificar o Senhor e exultar em Deus, precisa ter uma profunda vida interior. Maria tinha consciência de sua relação com Deus. E a forma mais espontânea de demonstrar isso é a exultação. Nas Escrituras, como diz São Basílio, exultar indica uma disposição alegre e jovial da alma naqueles que são dignos. Maria é, portanto, digna.
2) Humildade
Pode parecer controverso que inicialmente Maria se mostre humilde,“pois lançou os olhos para a humildade de sua serva” 4 e logo após diga “Portanto, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada”5. Mas essa é a verdadeira humildade. Nós nascemos para a grandeza, desde que essa grandeza seja em Deus. Buscar méritos próprios é ser soberbo. Mas nos esvaziar e deixar Deus agir em nós é sermos magnânimos. Maria é o grande exemplo disso, pois conclui: “porque fez em mim maravilhas.” 6
3) Confiança
Maria esperava, como todo judeu, a vinda do Salvador, prometida ao povo de Israel. E vivia essa espera com muita confiança. Com certeza jamais imaginara que tomaria parte definitiva no mistério da Salvação, mas, mais uma vez, cheia do Espírito Santo, termina o cântico relembrando a promessa: “Acolheu Israel, Seu servo, lembrando-Se de Sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.”7
Confira o Magnificat cantado em latim legendado neste vídeo.
Você também pode gostar deste artigo: São João Paulo II e Nossa Senhora: um testemunho de amor
Guardem uma coisa: nenhuma festa, solenidade ou comemoração na Igreja Católica é apenas a lembrança de algo passado. Afinal, a Igreja é viva e pulsante! Nós, como membros, devemos, portanto, nos moldar aos exemplos que a Sagrada Escritura nos proporciona. Dito isso, onde podemos aplicar a festa da Visitação de Nossa Senhora?
Primeiramente, na forma como servimos. Maria não pensou duas vezes em servir Santa Isabel. Frequentemente colocamos entraves no serviço a Deus. Não podemos pestanejar quando o assunto é esse. E aqui não estamos falando apenas de pregar na Paróquia ou servir em alguma pastoral. Somos servos integrais! No nosso trabalho, nos nossos estudos, no nosso lazer… Todos esses momentos são oportunidades de servir a Deus “às pressas”, como fez Nossa Senhora.
Em seguida, a humildade de Maria. Como falamos, a Mãe de Jesus é grande porque se fez a menor de todas. Temos que imitar essa verdadeira humildade, que é aquela que visa a grandiosidade em Deus.
Por fim, dois convites: primeiro, vamos rezar o Magnificat mais vezes! Não podemos deixar de lado uma oração tão poderosa!
E o outro convite é: seja na visita a uma igreja, seja no silêncio do nosso quarto, vamos visitar mais vezes Nossa Senhora. Olhar nos olhos da Virgem, nos encher com a mesma alegria de Santa Isabel e repetir tal como ela: “Bendita és tu entre as mulheres!”.
Veja também: Por que Nossa Senhora aparece para algumas pessoas ao longo da história?
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Conheça tudo sobre a Visitação de Nossa Senhora, uma festa que celebramos todos os anos na liturgia, um encontro que muito tem a nos ensinar!
Quando rezamos os Mistérios Gozosos do Santo Terço, o segundo deles trata de um dos episódios mais lindos e profundos do Evangelho. A Visitação de Nossa Senhora à Santa Isabel.
Um encontro que gera frutíferas reflexões: a prontidão de Maria em servir; a saudação de Santa Isabel que é repetida até hoje, todas as vezes que rezamos uma Ave Maria; o reconhecimento de São João Batista, ainda no ventre de sua mãe; o Magnificat… Esse é o tipo de mistério que sempre será uma novidade, tamanha a sua riqueza. Então vamos refletir um pouco!
A Visitação de Nossa Senhora é uma festa muito tradicional da história da Igreja. Foi instituída em 1389 pelo Papa Urbano VI. No calendário antigo é celebrada no dia 02 de julho. O Papa Paulo VI a transferiu para o dia 31 de maio. Dessa forma, ela se situa entre a Anunciação do Senhor (25 de março) e o Nascimento de João Batista (24 de junho). A data de 02 de julho era condizente com o retorno da Virgem Maria, uma semana após o nascimento e o rito de imposição do nome de João.
Como o nome sugere, essa festa recorda o grande encontro de Maria Santíssima e Santa Isabel, sua prima.
Uma das obras mais importantes de Santo Tomás de Aquino se chama Catena Áurea, que consiste numa exposição do Evangelho intercalada com comentários dos mais diversos autores. Pedimos licença ao Doutor Angélico para tomar a estrutura de seu livro para meditarmos!
“Naqueles dias Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.” 1
Imaginem só! Nossa Senhora passava por um momento indescritível de emoções e pensamentos. O Anjo acabara de anunciar que seria Mãe de Nosso Senhor. Mas, ao saber que sua prima concebera na velhice, sua atitude imediata foi de ir ao seu encontro servir. A Palavra é clara! Maria foi “às pressas”. Essa é a atitude de uma serva de Deus que confia verdadeiramente nos planos divinos. Como disse Santo Ambrósio: “A graça do Espírito Santo não conhece delongas”.
“Aconteceu que, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” 2
O Profeta reconheceu o Senhor antes mesmo de sua mãe! Em tempos de relativização do valor da vida humana, vale ressoar essa frase em nossas mentes: um bebê reconheceu Jesus primeiro.
“E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” 3
Repetimos a saudação de Santa Isabel todas as vezes que rezamos a Ave Maria. O que é mais interessante é que essa é a primeira coisa que a prima de Maria proclama ao ficar cheia do Espírito Santo. Com isso, fica a meditação: se o próprio Deus inspira os corações a proclamar Maria bendita entre as mulheres, quem somos nós para não fazermos o mesmo?
Maria fala pouco na Bíblia. Porém, quando fala, é possível sentir a doçura, a verdade e o amor a Deus em cada palavra. E é assim que somos presenteados com o Magnificat. Sem nenhuma pretensão de resumir todo o conteúdo, podemos enxergar algumas características no canto:
1) Vida interior
Uma alma, para ser capaz de glorificar o Senhor e exultar em Deus, precisa ter uma profunda vida interior. Maria tinha consciência de sua relação com Deus. E a forma mais espontânea de demonstrar isso é a exultação. Nas Escrituras, como diz São Basílio, exultar indica uma disposição alegre e jovial da alma naqueles que são dignos. Maria é, portanto, digna.
2) Humildade
Pode parecer controverso que inicialmente Maria se mostre humilde,“pois lançou os olhos para a humildade de sua serva” 4 e logo após diga “Portanto, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada”5. Mas essa é a verdadeira humildade. Nós nascemos para a grandeza, desde que essa grandeza seja em Deus. Buscar méritos próprios é ser soberbo. Mas nos esvaziar e deixar Deus agir em nós é sermos magnânimos. Maria é o grande exemplo disso, pois conclui: “porque fez em mim maravilhas.” 6
3) Confiança
Maria esperava, como todo judeu, a vinda do Salvador, prometida ao povo de Israel. E vivia essa espera com muita confiança. Com certeza jamais imaginara que tomaria parte definitiva no mistério da Salvação, mas, mais uma vez, cheia do Espírito Santo, termina o cântico relembrando a promessa: “Acolheu Israel, Seu servo, lembrando-Se de Sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.”7
Confira o Magnificat cantado em latim legendado neste vídeo.
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Guardem uma coisa: nenhuma festa, solenidade ou comemoração na Igreja Católica é apenas a lembrança de algo passado. Afinal, a Igreja é viva e pulsante! Nós, como membros, devemos, portanto, nos moldar aos exemplos que a Sagrada Escritura nos proporciona. Dito isso, onde podemos aplicar a festa da Visitação de Nossa Senhora?
Primeiramente, na forma como servimos. Maria não pensou duas vezes em servir Santa Isabel. Frequentemente colocamos entraves no serviço a Deus. Não podemos pestanejar quando o assunto é esse. E aqui não estamos falando apenas de pregar na Paróquia ou servir em alguma pastoral. Somos servos integrais! No nosso trabalho, nos nossos estudos, no nosso lazer… Todos esses momentos são oportunidades de servir a Deus “às pressas”, como fez Nossa Senhora.
Em seguida, a humildade de Maria. Como falamos, a Mãe de Jesus é grande porque se fez a menor de todas. Temos que imitar essa verdadeira humildade, que é aquela que visa a grandiosidade em Deus.
Por fim, dois convites: primeiro, vamos rezar o Magnificat mais vezes! Não podemos deixar de lado uma oração tão poderosa!
E o outro convite é: seja na visita a uma igreja, seja no silêncio do nosso quarto, vamos visitar mais vezes Nossa Senhora. Olhar nos olhos da Virgem, nos encher com a mesma alegria de Santa Isabel e repetir tal como ela: “Bendita és tu entre as mulheres!”.
Veja também: Por que Nossa Senhora aparece para algumas pessoas ao longo da história?