Conheça a história de Nossa Senhora de Fátima, como aconteceram as suas aparições e o que ela veio revelar e pedir aos seus filhos.
Conheça a história de Nossa Senhora de Fátima, como aconteceram as suas aparições e o que ela veio revelar e pedir aos seus filhos.
Conheça a história de Nossa Senhora de Fátima, como aconteceram as suas aparições e o que ela veio revelar e pedir aos seus filhos.
A história de Nossa Senhora de Fátima é, de fato, bastante conhecida na Igreja. No entanto, muitas vezes, esquecemo-nos de corresponder aos apelos feitos pela Mãe de Deus em Sua mensagem.
Por isso, neste artigo, você vai conhecer a história de Nossa Senhora de Fátima, passando por cada uma de suas aparições. Além disso, entenderemos qual é a posição da Igreja em relação às aparições e a ligação entre a vida de São João Paulo II e Nossa Senhora de Fátima.
As aparições de Nossa Senhora de Fátima aos Pastorinhos a 13 de maio de 1917 foram precedidas por três aparições do Anjo de Portugal. Ele preparou as crianças para receberem a mensagem da Virgem, ensinando-as a rezar e pedindo que fizessem penitência.
Quando a Virgem apareceu-lhes a primeira vez, na Cova da Iria, pediu que eles voltassem a esse mesmo lugar durante seis meses seguidos, no dia 13 e naquela mesma hora. Ela insistiu que eles rezassem muitos terços e os convidou a suportar os sofrimentos que Deus os enviasse como um ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido.
As três crianças responderam de forma positiva aos apelos da Senhora do Céu. E, a cada aparição, a Virgem insistia na importância de rezar o terço todos os dias para a conversão dos pecadores, bem como para alcançarem a paz no mundo e o fim da guerra.
Logo o fato começou a se espalhar e muitas pessoas — devotos e curiosos — começaram a acompanhar os pastorinhos todo dia 13 de cada mês. No entanto, muitas foram as dificuldades de Lúcia, Jacinta e Francisco, pois suas famílias e, sobretudo, o prefeito e o pároco do local duvidavam na veracidade de suas narrações e tentavam de todas as formas fazê-los esquecer do acontecido e não mais comparecer à Cova da Iria.
No entanto, mesmo sofrendo perseguições e ameaças, os três permaneciam firmes na fé. Então, a Virgem lhes mostrou a visão do inferno e revelou-lhes um segredo. Além disso, ensinou-os uma oração e prometeu que na última aparição realizaria um prodígio, a fim de que todos acreditassem. E assim aconteceu: com o Milagre do Sol, muitos se converteram e foram curados de suas enfermidades.
Jacinta Marto nasceu a 11 de março de 1910, em Aljustrel, a 2 km da freguesia de Fátima. Ela, desde criança, trabalhava junto com seu irmão, também vidente de Fátima, Francisco Marto, nascido em 11 de junho de 1908. Ambos pastoreavam o rebanho do pai. Jacinta tinha 7 anos quando as aparições começaram, e Francisco 9. Apesar da pouca idade, a menina ficou profundamente tocada com a visão que Nossa Senhora revelou a respeito das pobres almas que iam para o inferno sem ter quem rezasse por elas.
“De modo particular, a beata Jacinta mostrava-se incansável na partilha com os pobres e no sacrifício pela conversão dos pecadores.” 1 Jacinta via Nossa Senhora e também a ouvia, enquanto Francisco somente via, mas não a podia ouvir. “O Francisco assume uma vida de contemplação, comprometido com a consolação de Deus que lhe parece estar «tão triste». A Senhora recomendara que ele rezasse muitos terços. E muito rezará o Francisco, procurando a solidão do monte ou a companhia do Jesus escondido no sacrário da Igreja paroquial para «pensar em Deus».” 2
Logo na segunda aparição, a Virgem revela que levaria os dois irmãos em breve. Mas no tempo de vida terrena que tiveram, souberam atender aos apelos de Nossa Senhora, rezando muitos terços e oferecendo sacrifícios pelos pecadores. Francisco morreu em 4 de abril de 1919, atingido pela febre espanhola. Jacinta, também doente, depois de muito padecer, oferecendo seus sofrimentos pelos pecadores, pela paz no mundo e pelo Papa, morre em um hospital de Lisboa, em 20 de fevereiro de 1920.
Jacinta e Francisco foram as primeiras crianças não-mártires a serem proclamadas santas. O Papa Francisco canonizou estes dois pastorinhos de Fátima a 13 de maio de 2017 — há 100 anos do início das aparições.
Lúcia de Jesus nasceu em Aljustrel, a 28 de março de 1907. Era prima dos outros dois pastorinhos, Jacinta e Francisco. Ela tinha 10 anos quando Nossa Senhora apareceu aos três na Cova da Iria. Era Lúcia quem conversava com a Virgem, além de vê-la e ouvi-la. Inclusive, foi Lúcia destinada a ficar mais tempo na sua vida terrena, enquanto seus primos iriam para o Céu em breve.
“Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração” 3 foi o que a Virgem disse a Lúcia. E acrescentou que não desanimasse nos sofrimentos, pois o Seu Imaculado Coração lhe seria refúgio e lhe mostraria o caminho para Deus.
Sendo assim, Lúcia, que aprendeu a ler e a escrever a pedido da Virgem, deixou muitos escritos, especialmente relatando as memórias das aparições. Em 1921, ela entrou para a Comunidade das Irmãs de Santa Doroteia; passados cerca de dez anos de seus votos perpétuos, ingressou no Mosteiro Carmelita de Coimbra. 4 Em 1949 adota o nome de Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, após a profissão solene.
Lúcia presencia a beatificação de seus primos, Jacinta e Francisco Marto, pelo Papa João Paulo II a 13 de maio de 2000, em Fátima. E depois de uma vida entregue a Deus e a serviço da Igreja, a divulgar a Mensagem de Fátima e propagar a devoção ao Imaculado Coração de Maria, a última pastorinha morre em 13 de fevereiro de 2005, no Carmelo de Coimbra. Neste lugar ficou sepultada um ano, como desejava, e depois foi trasladada para a Basílica de Fátima, junto ao túmulo de Jacinta.
Você sabia que a Irmã Lúcia foi declarada Venerável pela Igreja Católica? Neste outro artigo, confiara mais detalhes sobre sua história.
Assim como o Arcanjo São Gabriel foi enviado para anunciar o nascimento de Jesus, também foi enviado um anjo para os pastorinhos antes da primeira aparição da Virgem. Após as aparições do Anjo, os pastorinhos intensificaram as suas orações e penitências pelos pecadores, como lhes foi pedido.
A primeira aparição do anjo aconteceu na Loca do Cabeço, em Valinhos, lugar onde os pastorinhos costumavam brincar, rezar e proteger-se do sol e da chuva. Foi na primavera de 1916 e, de acordo com as Memórias da Irmã Lúcia, ele disse às crianças que não temessem e as ensinou a rezar a seguinte oração: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam, e não vos amam. Depois de repetir isto três vezes, ergueu-se e disse: — Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas.” 3
A segunda aparição do Anjo foi no verão de 1916 e se deu no Quintal da casa de Lúcia, junto ao Poço do Arneiro. Lúcia pergunta como eles poderiam oferecer sacrifícios e o anjo responde “De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido […] aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar.” 3
A terceira e última aparição do Anjo, antes da Virgem, torna a ser na Loca do Cabeço. Conforme as memórias de Lúcia, ela aconteceu no outono de 1916. Nessa ocasião, o anjo ensinou-os a rezar e deu a eles a Eucaristia. “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus. De novo se prostrou em terra e repetiu conosco mais três vezes a mesma oração.” 3
Desde o primeiro dia da aparição, a Virgem pede que eles voltem à Cova da Iria durante seis meses seguidos, todo dia 13, naquela mesma hora. Ela insiste também que rezem o Terço todos os dias, a fim de alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.
“– Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
– Sim, queremos!
– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.” 3
Na segunda aparição, Nossa Senhora pede que eles aprendam a ler. Ela também revela que em breve levará Jacinta e Francisco, mas Lúcia ficará por mais tempo para sofrer pelos pecadores e propagar a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
“À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.” 3
Nesta vez, a Virgem mostra aos pastorinhos a visão do inferno, e eles são ainda mais impelidos a sofrer e rezar pelas almas. Nossa Senhora também pede que seja feita a consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Além disso, anuncia que no mês de outubro faria um milagre, a fim de levar muitos a crer nas aparições.
“Assustados e como que a pedir socorro, levantámos a vista para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza:
– Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz.” 3
A quarta aparição custou aos pastorinhos uma grande provação. Intimados pelas autoridades e desacreditados pelo pároco local, foram submetidos a interrogatórios, sequestro, prisão e até ameaças de morte. Assim, não podendo comparecer à Cova da Iria no dia estabelecido — pois estavam presos —, a Virgem os visita quatro dias depois para confortá-los e fazer novamente um apelo à oração.
“Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o Terço todos os dias. […] Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas” 3
Na quinta aparição da história de Nossa Senhora de Fátima, já aumentava o número dos que acreditavam, e Maria diz que Deus estava contente com os sacrifícios dos pastorinhos. Além disso, confirma que faria um milagre em outubro, para que o povo pudesse crer.
“Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, S. José com o Menino Jesus para abençoarem o Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios […]” 3
Em 13 de outubro de 1917, acontece o milagre prometido por Nossa Senhora. Cerca de 70 mil pessoas se encontravam no local, entre elas jornalistas, fotógrafos e a imprensa internacional. Depois de uma chuva torrencial, acontece a “dança do sol”, nome popular dado ao milagre.
“O astro assumiu várias cores, pôde ser visto a olho nu e começou a girar em torno de si mesmo, parecendo aproximar-se da Terra. Quando este acontecimento extraordinário cessou, as roupas das pessoas, que antes estavam ensopadas, se secaram.” 4
Dessa forma, muitas pessoas que ali estavam creram e foram curadas de enfermidades graves. Nessa ocasião, Nossa Senhora também insiste na oração do Terço todos os dias e pede que Nosso Senhor não seja mais ofendido. Além disso, a Virgem faz outro pedido a Lúcia: “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias” 3
Por fim, Lúcia relata que “Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino pareciam abençoar o Mundo, com os gestos que faziam com a mão em forma de cruz.” 3
“Fátima é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas.” 5 O reconhecimento oficial da Igreja a respeito da história de Nossa Senhora de Fátima veio 13 anos após os fatos acontecidos— “[…] no dia 13 de outubro de 1930, as autoridades eclesiásticas declararam que as aparições eram “dignas de fé” e autorizaram o culto a Nossa Senhora de Fátima.” 4
Até o momento, quatro Papas visitaram o Santuário de Fátima, que fica no lugar da Cova da Iria. O Papa Paulo VI foi o primeiro a ir em peregrinação a Fátima, em 1967. Depois, em 1982, em 1991 e em 2000 foram as três as visitas do Papa João Paulo II ao Santuário. Sendo esta última para a cerimônia de beatificação dos veneráveis Francisco e Jacinta Marto, pastorinhos de Fátima. Passados dez anos da beatificação dos pastorinhos, foi a vez de Bento XVI visitar o Santuário Português. Por fim, em 13 de maio de 2017, o Papa Francisco também peregrina à Fátima. Além disso, o pontífice tem a intenção de regressar ao Santuário de Fátima na Jornada Mundial da Juventude que acontecerá na cidade de Lisboa, em 2023.
O Santuário de Fátima conta com três Rosas de Ouro oferecidas pelos Papas, todas elas aludem à história de Nossa Senhora de Fátima. A Rosa de Ouro é um símbolo que os Papas enviam a soberanos, príncipes, rainhas ou outras personalidades “como sinal de particular benevolência ou em reconhecimento de assinalados serviços prestados à Igreja ou a bem da sociedade; também a santuários insignes, igrejas e mesmo cidades que desejam distinguir” 6
A primeira foi entregue ao Santuário em 1965, pelo Papa Paulo VI. O papa recorda que esta rosa é testemunho do paternal afeto que se tem para com a Nação Portuguesa, bem como “penhor da Nossa devoção que temos ao insigne Santuário, onde foi levantado à Mãe de Deus um Seu altar” 7
Quem ofereceu a segunda Rosa de Ouro ao Santuário foi o papa Bento XVI, sobretudo em gratidão pelas maravilhas que a Mãe de Deus realiza para com os peregrinos. Por último, a terceira rosa foi concedida pelo Papa Francisco em 2017, na ocasião da canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta.
Desde a sua infância, Karol Wojtyla — São João Paulo II — cultiva uma grande devoção a Nossa Senhora. Inclusive, o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort tornou-se o seu livro de cabeceira. E o lema de seu pontificado foi “Totus Tuus Mariae” — que quer dizer “Todo de Maria”.
A relação entre João Paulo II e a história de Nossa Senhora de Fátima tornou-se ainda mais evidente após o atentado que sofreu a 13 de maio de 1981 — no mesmo dia em que começaram as aparições de Nossa Senhora em 1917. Ele foi gravemente ferido com tiros na Praça de São Pedro, a ponto de quase perder a vida.
Um ano depois do acontecido, Karol Wojtyla se dirige ao Santuário de Fátima. “Desde há muito que eu tencionava vir a Fátima […] mas, desde que se deu o conhecido atentado na Praça de São Pedro, […] o meu pensamento voltou-se imediatamente para este Santuário, para depor no coração da Mãe celeste o meu agradecimento […] Vi em tudo o que se foi sucedendo uma especial protecção materna de Nossa senhora.” 8
Sem dúvida, o Papa acredita ter sido salvo pelas mãos de Maria — “uma mão materna que guiou a trajetória da bala.” 9 E, em 1984, oferece a bala que foi nele disparada ao Santuário de Fátima, a qual é colocada na coroa da imagem de Nossa Senhora.
Até o fim de sua vida, São João Paulo II permaneceu sendo todo da Virgem Maria e atendendo aos seus apelos, a fim de chegar a Cristo. Também confiou a Ela todas as suas preocupações com o mundo e o avanço de ideologias contrárias à fé. Pois ele mesmo afirmou que “sua maternidade universal é a âncora segura de salvação da humanidade inteira.” 9
Que os apelos de Nossa Senhora de Fátima cheguem ao mais íntimo de nossos corações, pois é também para nós a missão de rezar o terço todos os dias pelos pecadores e fazer penitência, a fim de reparar os Corações de Jesus e Maria. Que os pastorinhos intercedam a Deus por nós, eles que tanto sofreram, com amor e fé, e agora gozam da alegria eterna.
Reze a Novena a Nossa Senhora de Fátima.
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Conheça a história de Nossa Senhora de Fátima, como aconteceram as suas aparições e o que ela veio revelar e pedir aos seus filhos.
A história de Nossa Senhora de Fátima é, de fato, bastante conhecida na Igreja. No entanto, muitas vezes, esquecemo-nos de corresponder aos apelos feitos pela Mãe de Deus em Sua mensagem.
Por isso, neste artigo, você vai conhecer a história de Nossa Senhora de Fátima, passando por cada uma de suas aparições. Além disso, entenderemos qual é a posição da Igreja em relação às aparições e a ligação entre a vida de São João Paulo II e Nossa Senhora de Fátima.
As aparições de Nossa Senhora de Fátima aos Pastorinhos a 13 de maio de 1917 foram precedidas por três aparições do Anjo de Portugal. Ele preparou as crianças para receberem a mensagem da Virgem, ensinando-as a rezar e pedindo que fizessem penitência.
Quando a Virgem apareceu-lhes a primeira vez, na Cova da Iria, pediu que eles voltassem a esse mesmo lugar durante seis meses seguidos, no dia 13 e naquela mesma hora. Ela insistiu que eles rezassem muitos terços e os convidou a suportar os sofrimentos que Deus os enviasse como um ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido.
As três crianças responderam de forma positiva aos apelos da Senhora do Céu. E, a cada aparição, a Virgem insistia na importância de rezar o terço todos os dias para a conversão dos pecadores, bem como para alcançarem a paz no mundo e o fim da guerra.
Logo o fato começou a se espalhar e muitas pessoas — devotos e curiosos — começaram a acompanhar os pastorinhos todo dia 13 de cada mês. No entanto, muitas foram as dificuldades de Lúcia, Jacinta e Francisco, pois suas famílias e, sobretudo, o prefeito e o pároco do local duvidavam na veracidade de suas narrações e tentavam de todas as formas fazê-los esquecer do acontecido e não mais comparecer à Cova da Iria.
No entanto, mesmo sofrendo perseguições e ameaças, os três permaneciam firmes na fé. Então, a Virgem lhes mostrou a visão do inferno e revelou-lhes um segredo. Além disso, ensinou-os uma oração e prometeu que na última aparição realizaria um prodígio, a fim de que todos acreditassem. E assim aconteceu: com o Milagre do Sol, muitos se converteram e foram curados de suas enfermidades.
Jacinta Marto nasceu a 11 de março de 1910, em Aljustrel, a 2 km da freguesia de Fátima. Ela, desde criança, trabalhava junto com seu irmão, também vidente de Fátima, Francisco Marto, nascido em 11 de junho de 1908. Ambos pastoreavam o rebanho do pai. Jacinta tinha 7 anos quando as aparições começaram, e Francisco 9. Apesar da pouca idade, a menina ficou profundamente tocada com a visão que Nossa Senhora revelou a respeito das pobres almas que iam para o inferno sem ter quem rezasse por elas.
“De modo particular, a beata Jacinta mostrava-se incansável na partilha com os pobres e no sacrifício pela conversão dos pecadores.” 1 Jacinta via Nossa Senhora e também a ouvia, enquanto Francisco somente via, mas não a podia ouvir. “O Francisco assume uma vida de contemplação, comprometido com a consolação de Deus que lhe parece estar «tão triste». A Senhora recomendara que ele rezasse muitos terços. E muito rezará o Francisco, procurando a solidão do monte ou a companhia do Jesus escondido no sacrário da Igreja paroquial para «pensar em Deus».” 2
Logo na segunda aparição, a Virgem revela que levaria os dois irmãos em breve. Mas no tempo de vida terrena que tiveram, souberam atender aos apelos de Nossa Senhora, rezando muitos terços e oferecendo sacrifícios pelos pecadores. Francisco morreu em 4 de abril de 1919, atingido pela febre espanhola. Jacinta, também doente, depois de muito padecer, oferecendo seus sofrimentos pelos pecadores, pela paz no mundo e pelo Papa, morre em um hospital de Lisboa, em 20 de fevereiro de 1920.
Jacinta e Francisco foram as primeiras crianças não-mártires a serem proclamadas santas. O Papa Francisco canonizou estes dois pastorinhos de Fátima a 13 de maio de 2017 — há 100 anos do início das aparições.
Lúcia de Jesus nasceu em Aljustrel, a 28 de março de 1907. Era prima dos outros dois pastorinhos, Jacinta e Francisco. Ela tinha 10 anos quando Nossa Senhora apareceu aos três na Cova da Iria. Era Lúcia quem conversava com a Virgem, além de vê-la e ouvi-la. Inclusive, foi Lúcia destinada a ficar mais tempo na sua vida terrena, enquanto seus primos iriam para o Céu em breve.
“Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração” 3 foi o que a Virgem disse a Lúcia. E acrescentou que não desanimasse nos sofrimentos, pois o Seu Imaculado Coração lhe seria refúgio e lhe mostraria o caminho para Deus.
Sendo assim, Lúcia, que aprendeu a ler e a escrever a pedido da Virgem, deixou muitos escritos, especialmente relatando as memórias das aparições. Em 1921, ela entrou para a Comunidade das Irmãs de Santa Doroteia; passados cerca de dez anos de seus votos perpétuos, ingressou no Mosteiro Carmelita de Coimbra. 4 Em 1949 adota o nome de Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, após a profissão solene.
Lúcia presencia a beatificação de seus primos, Jacinta e Francisco Marto, pelo Papa João Paulo II a 13 de maio de 2000, em Fátima. E depois de uma vida entregue a Deus e a serviço da Igreja, a divulgar a Mensagem de Fátima e propagar a devoção ao Imaculado Coração de Maria, a última pastorinha morre em 13 de fevereiro de 2005, no Carmelo de Coimbra. Neste lugar ficou sepultada um ano, como desejava, e depois foi trasladada para a Basílica de Fátima, junto ao túmulo de Jacinta.
Você sabia que a Irmã Lúcia foi declarada Venerável pela Igreja Católica? Neste outro artigo, confiara mais detalhes sobre sua história.
Assim como o Arcanjo São Gabriel foi enviado para anunciar o nascimento de Jesus, também foi enviado um anjo para os pastorinhos antes da primeira aparição da Virgem. Após as aparições do Anjo, os pastorinhos intensificaram as suas orações e penitências pelos pecadores, como lhes foi pedido.
A primeira aparição do anjo aconteceu na Loca do Cabeço, em Valinhos, lugar onde os pastorinhos costumavam brincar, rezar e proteger-se do sol e da chuva. Foi na primavera de 1916 e, de acordo com as Memórias da Irmã Lúcia, ele disse às crianças que não temessem e as ensinou a rezar a seguinte oração: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam, e não vos amam. Depois de repetir isto três vezes, ergueu-se e disse: — Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas.” 3
A segunda aparição do Anjo foi no verão de 1916 e se deu no Quintal da casa de Lúcia, junto ao Poço do Arneiro. Lúcia pergunta como eles poderiam oferecer sacrifícios e o anjo responde “De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido […] aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar.” 3
A terceira e última aparição do Anjo, antes da Virgem, torna a ser na Loca do Cabeço. Conforme as memórias de Lúcia, ela aconteceu no outono de 1916. Nessa ocasião, o anjo ensinou-os a rezar e deu a eles a Eucaristia. “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus. De novo se prostrou em terra e repetiu conosco mais três vezes a mesma oração.” 3
Desde o primeiro dia da aparição, a Virgem pede que eles voltem à Cova da Iria durante seis meses seguidos, todo dia 13, naquela mesma hora. Ela insiste também que rezem o Terço todos os dias, a fim de alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.
“– Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
– Sim, queremos!
– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.” 3
Na segunda aparição, Nossa Senhora pede que eles aprendam a ler. Ela também revela que em breve levará Jacinta e Francisco, mas Lúcia ficará por mais tempo para sofrer pelos pecadores e propagar a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
“À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.” 3
Nesta vez, a Virgem mostra aos pastorinhos a visão do inferno, e eles são ainda mais impelidos a sofrer e rezar pelas almas. Nossa Senhora também pede que seja feita a consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Além disso, anuncia que no mês de outubro faria um milagre, a fim de levar muitos a crer nas aparições.
“Assustados e como que a pedir socorro, levantámos a vista para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza:
– Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz.” 3
A quarta aparição custou aos pastorinhos uma grande provação. Intimados pelas autoridades e desacreditados pelo pároco local, foram submetidos a interrogatórios, sequestro, prisão e até ameaças de morte. Assim, não podendo comparecer à Cova da Iria no dia estabelecido — pois estavam presos —, a Virgem os visita quatro dias depois para confortá-los e fazer novamente um apelo à oração.
“Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o Terço todos os dias. […] Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas” 3
Na quinta aparição da história de Nossa Senhora de Fátima, já aumentava o número dos que acreditavam, e Maria diz que Deus estava contente com os sacrifícios dos pastorinhos. Além disso, confirma que faria um milagre em outubro, para que o povo pudesse crer.
“Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, S. José com o Menino Jesus para abençoarem o Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios […]” 3
Em 13 de outubro de 1917, acontece o milagre prometido por Nossa Senhora. Cerca de 70 mil pessoas se encontravam no local, entre elas jornalistas, fotógrafos e a imprensa internacional. Depois de uma chuva torrencial, acontece a “dança do sol”, nome popular dado ao milagre.
“O astro assumiu várias cores, pôde ser visto a olho nu e começou a girar em torno de si mesmo, parecendo aproximar-se da Terra. Quando este acontecimento extraordinário cessou, as roupas das pessoas, que antes estavam ensopadas, se secaram.” 4
Dessa forma, muitas pessoas que ali estavam creram e foram curadas de enfermidades graves. Nessa ocasião, Nossa Senhora também insiste na oração do Terço todos os dias e pede que Nosso Senhor não seja mais ofendido. Além disso, a Virgem faz outro pedido a Lúcia: “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias” 3
Por fim, Lúcia relata que “Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino pareciam abençoar o Mundo, com os gestos que faziam com a mão em forma de cruz.” 3
“Fátima é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas.” 5 O reconhecimento oficial da Igreja a respeito da história de Nossa Senhora de Fátima veio 13 anos após os fatos acontecidos— “[…] no dia 13 de outubro de 1930, as autoridades eclesiásticas declararam que as aparições eram “dignas de fé” e autorizaram o culto a Nossa Senhora de Fátima.” 4
Até o momento, quatro Papas visitaram o Santuário de Fátima, que fica no lugar da Cova da Iria. O Papa Paulo VI foi o primeiro a ir em peregrinação a Fátima, em 1967. Depois, em 1982, em 1991 e em 2000 foram as três as visitas do Papa João Paulo II ao Santuário. Sendo esta última para a cerimônia de beatificação dos veneráveis Francisco e Jacinta Marto, pastorinhos de Fátima. Passados dez anos da beatificação dos pastorinhos, foi a vez de Bento XVI visitar o Santuário Português. Por fim, em 13 de maio de 2017, o Papa Francisco também peregrina à Fátima. Além disso, o pontífice tem a intenção de regressar ao Santuário de Fátima na Jornada Mundial da Juventude que acontecerá na cidade de Lisboa, em 2023.
O Santuário de Fátima conta com três Rosas de Ouro oferecidas pelos Papas, todas elas aludem à história de Nossa Senhora de Fátima. A Rosa de Ouro é um símbolo que os Papas enviam a soberanos, príncipes, rainhas ou outras personalidades “como sinal de particular benevolência ou em reconhecimento de assinalados serviços prestados à Igreja ou a bem da sociedade; também a santuários insignes, igrejas e mesmo cidades que desejam distinguir” 6
A primeira foi entregue ao Santuário em 1965, pelo Papa Paulo VI. O papa recorda que esta rosa é testemunho do paternal afeto que se tem para com a Nação Portuguesa, bem como “penhor da Nossa devoção que temos ao insigne Santuário, onde foi levantado à Mãe de Deus um Seu altar” 7
Quem ofereceu a segunda Rosa de Ouro ao Santuário foi o papa Bento XVI, sobretudo em gratidão pelas maravilhas que a Mãe de Deus realiza para com os peregrinos. Por último, a terceira rosa foi concedida pelo Papa Francisco em 2017, na ocasião da canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta.
Desde a sua infância, Karol Wojtyla — São João Paulo II — cultiva uma grande devoção a Nossa Senhora. Inclusive, o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort tornou-se o seu livro de cabeceira. E o lema de seu pontificado foi “Totus Tuus Mariae” — que quer dizer “Todo de Maria”.
A relação entre João Paulo II e a história de Nossa Senhora de Fátima tornou-se ainda mais evidente após o atentado que sofreu a 13 de maio de 1981 — no mesmo dia em que começaram as aparições de Nossa Senhora em 1917. Ele foi gravemente ferido com tiros na Praça de São Pedro, a ponto de quase perder a vida.
Um ano depois do acontecido, Karol Wojtyla se dirige ao Santuário de Fátima. “Desde há muito que eu tencionava vir a Fátima […] mas, desde que se deu o conhecido atentado na Praça de São Pedro, […] o meu pensamento voltou-se imediatamente para este Santuário, para depor no coração da Mãe celeste o meu agradecimento […] Vi em tudo o que se foi sucedendo uma especial protecção materna de Nossa senhora.” 8
Sem dúvida, o Papa acredita ter sido salvo pelas mãos de Maria — “uma mão materna que guiou a trajetória da bala.” 9 E, em 1984, oferece a bala que foi nele disparada ao Santuário de Fátima, a qual é colocada na coroa da imagem de Nossa Senhora.
Até o fim de sua vida, São João Paulo II permaneceu sendo todo da Virgem Maria e atendendo aos seus apelos, a fim de chegar a Cristo. Também confiou a Ela todas as suas preocupações com o mundo e o avanço de ideologias contrárias à fé. Pois ele mesmo afirmou que “sua maternidade universal é a âncora segura de salvação da humanidade inteira.” 9
Que os apelos de Nossa Senhora de Fátima cheguem ao mais íntimo de nossos corações, pois é também para nós a missão de rezar o terço todos os dias pelos pecadores e fazer penitência, a fim de reparar os Corações de Jesus e Maria. Que os pastorinhos intercedam a Deus por nós, eles que tanto sofreram, com amor e fé, e agora gozam da alegria eterna.
Reze a Novena a Nossa Senhora de Fátima.