Conheça quem foi Judas Iscariotes, descubra o que a sua traição pode nos ensinar e como pode ser comparada com a traição de São Pedro.
Conheça quem foi Judas Iscariotes, descubra o que a sua traição pode nos ensinar e como pode ser comparada com a traição de São Pedro.
A narração de todos os evangelistas nos recorda que Judas Iscariotes foi o traidor. Nesse sentido, precisamos nos lembrar de que essa não era a vontade de Deus, Judas entregou Jesus por escolha própria. O Senhor, em sua infinita bondade, chama-o ao apostolado e, na Última Ceia, entrega a ele um pedaço de pão, a fim de manifestar o seu amor e tentar fazê-lo crer novamente. Mas Judas já estava decidido.
No cenário da Paixão, há também outro discípulo que traiu Jesus, Pedro. Neste texto, você vai descobrir o que a traição de Judas tem a nos ensinar e como ela é comparada à de São Pedro. Assim, encontramos também uma grande lição no gesto desse grande santo.
“Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: “Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei”. Ajustaram com ele trinta moedas de prata. E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus.” 1
Judas Iscariotes é, portanto, aquele que traiu Jesus, entregando-O à morte, por 30 moedas de prata. No entanto, não era alguém estranho e alheio à vida e às obras do Mestre — “Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. Durante a ceia, disse: “Em verdade vos digo: um de vós me há de trair”. 2 Ao contrário, era um dos escolhidos pelo próprio Cristo para estar com Ele, ser santo e dar testemunho do Filho de Deus perante os povos — assim como os outros Onze.
Sendo assim, no Evangelho de São João lemos: “Jesus acrescentou: ‘Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo, um de vós é um demônio!’… Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, porque era quem o havia de entregar não obstante ser um dos Doze.” 3 Judas foi, antes de tudo, escolhido pelo próprio Cristo, no entanto não soube corresponder à Sua graça, uma vez que O traiu; nem à Sua misericórdia, pois — como nos narra a história sagrada — desespera-se, em vez de arrepender-se e voltar para o Senhor.
“Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: “Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?”. Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus disse: “Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis”. 4
Dias antes da Páscoa, Maria de Betânia expressa o seu amor a Jesus num ato generoso e significativo — unge os seus pés com um perfume valioso —, que é visto por Judas como um desperdício. O cenário de amor e generosidade narrado no episódio de Betânia é quebrado, de repente, pelo olhar mesquinho de Judas — que cada vez mais vai se afastando do Mestre e perdendo a fé.
Antes de entregar Jesus, de fato, a traição já germinava no coração de Judas, por isso era incapaz de compreender tamanho amor que “desperdiça” um bálsamo tão precioso dessa maneira. Ao contrário, atenta-se apenas ao valor material despendido — não é capaz de enxergar a essência do sacrifício e da caridade. A concupiscência dos olhos, que é a ambição e o orgulho da vida, foi o que fez Judas se perder. Deixando de crer, deixou também de praticar e acabou entregando Jesus. 5
“Mas há alguns entre vós que não creem…”. Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair.” 6 Nutria já a traição em seu interior quando em vez de se alegrar ao ver Maria expressar o seu amor de forma tão generosa a Jesus — que o escolheu e o amou até o último instante —, só pensava na bolsa do dinheiro. Ainda que permanecesse perto do Mestre, já havia se afastado em espírito.
Quando se aproximava a Paixão do Senhor, dois de seus discípulos O traíram. Judas Iscariotes e Simão Pedro foram escolhidos por Jesus — viveram momentos a sós com o Mestre, estiveram com Ele quando falava às multidões e, por fim, participaram da Última Ceia. No entanto, Pedro nega o Senhor três vezes por fraqueza e por medo de ser preso e condenado; Judas entrega Jesus aos seus inimigos pelo preço de um escravo — e pela malícia seu pecado é maior.
Os dois foram chamados por Cristo, os dois traíram o Mestre. Apesar de tal semelhança, existe uma atitude que difere ambos nessa situação: como lidaram com o pecado cometido. “Judas, o traidor, vendo-o [Jesus] então condenado, tomado de remorsos, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: “Pequei, entregando o sangue de um justo”. Responderam-lhe: “Que nos importa? Isto é lá contigo!”. Ele jogou então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se.” 7 Enquanto Pedro, conta-nos a história sagrada, “se lembrou da palavra do Senhor: “Hoje, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”. Saiu dali e chorou amargamente.” 8
Judas se desespera e sente remorso, não consegue lidar com a culpa, não crê no perdão de Deus e, atormentado, acaba por suicidar-se. Pedro reconhece no olhar de Jesus — “Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro.” 9 — o olhar do Amigo e, assim, admite a sua miséria, chora de arrependimento e suplica a misericórdia de Deus. E nós? Estes dias que antecedem a Paixão do Senhor são para nós um convite ao arrependimento e à conversão. O Senhor está sempre disposto a nos perdoar — que grande graça! — por maior que seja o nosso erro, basta que estejamos nós também dispostos a nos acusar de nossos pecados e voltarmos para o Senhor de coração contrito — como fez São Pedro.
Que tal meditar sobre a liturgia da Terça-feira Santa?
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
A narração de todos os evangelistas nos recorda que Judas Iscariotes foi o traidor. Nesse sentido, precisamos nos lembrar de que essa não era a vontade de Deus, Judas entregou Jesus por escolha própria. O Senhor, em sua infinita bondade, chama-o ao apostolado e, na Última Ceia, entrega a ele um pedaço de pão, a fim de manifestar o seu amor e tentar fazê-lo crer novamente. Mas Judas já estava decidido.
No cenário da Paixão, há também outro discípulo que traiu Jesus, Pedro. Neste texto, você vai descobrir o que a traição de Judas tem a nos ensinar e como ela é comparada à de São Pedro. Assim, encontramos também uma grande lição no gesto desse grande santo.
“Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: “Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei”. Ajustaram com ele trinta moedas de prata. E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus.” 1
Judas Iscariotes é, portanto, aquele que traiu Jesus, entregando-O à morte, por 30 moedas de prata. No entanto, não era alguém estranho e alheio à vida e às obras do Mestre — “Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. Durante a ceia, disse: “Em verdade vos digo: um de vós me há de trair”. 2 Ao contrário, era um dos escolhidos pelo próprio Cristo para estar com Ele, ser santo e dar testemunho do Filho de Deus perante os povos — assim como os outros Onze.
Sendo assim, no Evangelho de São João lemos: “Jesus acrescentou: ‘Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo, um de vós é um demônio!’… Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, porque era quem o havia de entregar não obstante ser um dos Doze.” 3 Judas foi, antes de tudo, escolhido pelo próprio Cristo, no entanto não soube corresponder à Sua graça, uma vez que O traiu; nem à Sua misericórdia, pois — como nos narra a história sagrada — desespera-se, em vez de arrepender-se e voltar para o Senhor.
“Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: “Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?”. Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus disse: “Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis”. 4
Dias antes da Páscoa, Maria de Betânia expressa o seu amor a Jesus num ato generoso e significativo — unge os seus pés com um perfume valioso —, que é visto por Judas como um desperdício. O cenário de amor e generosidade narrado no episódio de Betânia é quebrado, de repente, pelo olhar mesquinho de Judas — que cada vez mais vai se afastando do Mestre e perdendo a fé.
Antes de entregar Jesus, de fato, a traição já germinava no coração de Judas, por isso era incapaz de compreender tamanho amor que “desperdiça” um bálsamo tão precioso dessa maneira. Ao contrário, atenta-se apenas ao valor material despendido — não é capaz de enxergar a essência do sacrifício e da caridade. A concupiscência dos olhos, que é a ambição e o orgulho da vida, foi o que fez Judas se perder. Deixando de crer, deixou também de praticar e acabou entregando Jesus. 5
“Mas há alguns entre vós que não creem…”. Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair.” 6 Nutria já a traição em seu interior quando em vez de se alegrar ao ver Maria expressar o seu amor de forma tão generosa a Jesus — que o escolheu e o amou até o último instante —, só pensava na bolsa do dinheiro. Ainda que permanecesse perto do Mestre, já havia se afastado em espírito.
Quando se aproximava a Paixão do Senhor, dois de seus discípulos O traíram. Judas Iscariotes e Simão Pedro foram escolhidos por Jesus — viveram momentos a sós com o Mestre, estiveram com Ele quando falava às multidões e, por fim, participaram da Última Ceia. No entanto, Pedro nega o Senhor três vezes por fraqueza e por medo de ser preso e condenado; Judas entrega Jesus aos seus inimigos pelo preço de um escravo — e pela malícia seu pecado é maior.
Os dois foram chamados por Cristo, os dois traíram o Mestre. Apesar de tal semelhança, existe uma atitude que difere ambos nessa situação: como lidaram com o pecado cometido. “Judas, o traidor, vendo-o [Jesus] então condenado, tomado de remorsos, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: “Pequei, entregando o sangue de um justo”. Responderam-lhe: “Que nos importa? Isto é lá contigo!”. Ele jogou então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se.” 7 Enquanto Pedro, conta-nos a história sagrada, “se lembrou da palavra do Senhor: “Hoje, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”. Saiu dali e chorou amargamente.” 8
Judas se desespera e sente remorso, não consegue lidar com a culpa, não crê no perdão de Deus e, atormentado, acaba por suicidar-se. Pedro reconhece no olhar de Jesus — “Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro.” 9 — o olhar do Amigo e, assim, admite a sua miséria, chora de arrependimento e suplica a misericórdia de Deus. E nós? Estes dias que antecedem a Paixão do Senhor são para nós um convite ao arrependimento e à conversão. O Senhor está sempre disposto a nos perdoar — que grande graça! — por maior que seja o nosso erro, basta que estejamos nós também dispostos a nos acusar de nossos pecados e voltarmos para o Senhor de coração contrito — como fez São Pedro.
Que tal meditar sobre a liturgia da Terça-feira Santa?