Pier Giorgio Frassati nasceu em Turim, em 1901, em uma família de alta burguesia. Seu pai, Alfredo, era jornalista e embaixador; sua mãe, uma pintora renomada com obras adquiridas pelo rei Vittorio Emanuele III. Embora a fé não fosse central em sua família, Pier Giorgio abriu-se profundamente ao chamado divino. Neste artigo você vai ler sobre sua fama de jovem alegre e caridoso, além de sua devoção à Eucaristia e à caridade.
Pier Giorgio Frassati foi um estudante italiano, terciário dominicano, membro da San Vincenzo de’ Paoli, FUCI e Ação Católica. Ele foi beatificado em 1990 pelo Papa João Paulo II. É considerado, embora não canonizado, um dos santos sociais de Turim.1
4 de Julho é o dia Internacional da Juventude Vicentina e do Beato Pier Giorgio Frassati.
Nasceu em 6 de abril de 1901 em Torino em uma rica família burguesa.
Quando ainda criança, aprendeu as primeiras histórias do Evangelho. Pier Giorgio ficou impressionado com elas, às vezes tão profundamente que se tornou protagonista de gestos inesperados numa criança tão pequena.
Os Frassatis eram uma das famílias mais proeminentes da cidade, de origem de classe média alta, mas Pier Giorgio Frassati preferia ser o “carregador” dos pobres, arrastando pelas ruas as carroças carregadas com os utensílios domésticos dos despejados de Turim.
Ele e sua irmã Luciana, apesar de terem apenas um ano de diferença de idade, começaram juntos os estudos. Seguindo o costume das famílias nobres da época, a primeira instrução foi dada em casa, de forma privada. Depois, frequentaram escolas públicas, onde Pier Giorgio demonstrou pouco entusiasmo pelos estudos, chegando a repetir de ano. Após concluir o ensino fundamental, os dois foram matriculados no Liceu Clássico Massimo d’Azeglio, em Turim. No entanto, o progresso escolar de Pier Giorgio foi dificultado por reprovações em latim. Posteriormente, seus pais decidiram transferi-lo para o Instituto Social de Turim, dirigido pelos Padres Jesuítas, onde, além dos estudos, ele se aproximou profundamente da espiritualidade cristã. Em outubro de 1918, Pier Giorgio concluiu o ensino clássico com dedicação.
A família de Pier Giorgio era rica, mas dava aos filhos pouco dinheiro, administrado com grande parcimônia. Apesar disso, Pier Giorgio frequentemente ficava sem dinheiro porque doava generosamente o pouco que tinha aos pobres e necessitados que encontrava ou visitava. Seus amigos frequentemente o viam voltando para casa a pé, pois entregava aos pobres o dinheiro que usaria para o bonde. Ele também participava ativamente da Conferência de São Vicente, ajudando pessoas em extrema necessidade. Quando sua irmã Luciana perguntou sobre sua motivação, ele respondeu: “Ajudar os necessitados é ajudar Jesus”.
Pier Giorgio conciliava suas ações de caridade com a vida universitária. Estudante de engenharia, ele se destacava não apenas por sua inteligência, mas também por sua empatia e senso de justiça. Entre os colegas, promovia a fé, organizava iniciativas de assistência social e incentivava debates sobre questões éticas e espirituais. Suas obras de caridade, no entanto, eram desconhecidas pela família, que nunca compreendeu verdadeiramente quem ele era. Pier Giorgio destoava dos padrões da alta sociedade: frequentava a igreja, dedicava-se aos marginalizados e evitava as convenções sociais da classe alta.
A espiritualidade de Pier Giorgio Frassati era profundamente enraizada em sua vida de oração, sua devoção à Eucaristia e seu amor pela Virgem Maria. Desde jovem, Pier Giorgio cultivava uma relação íntima com Deus, dedicando tempo diário à oração pessoal e comunitária. Ele participava assiduamente da Santa Missa, muitas vezes de madrugada, mesmo enfrentando dificuldades como o cansaço ou a distância. A Eucaristia era o centro de sua vida espiritual, sendo para ele fonte de força e inspiração para suas obras de caridade e o sustento de sua fé.
Pier Giorgio também tinha uma devoção especial à Virgem Maria, expressa de forma concreta por meio da recitação diária do terço. Ele confiava suas dificuldades e alegrias à Mãe de Deus, enxergando nela um modelo de humildade e entrega total à vontade divina. A espiritualidade mariana permeava suas ações, refletindo seu desejo de imitar a disponibilidade e o amor de Maria.
Em 30 de junho de 1925, Pier Giorgio queixou-se de estranhas enfermidades, enxaquecas e perda de apetite: não foi uma gripe banal, mas uma poliomielite fulminante que o abateu em apenas quatro dias, para choque e dor de seu corpo. Deixou família, muitos amigos e conhecidos, com apenas 24 anos. Em sua mesa, ao lado dos textos universitários, estavam abertos o Ofício de Nossa Senhora e a vida de Santa Catarina de Sena. Ele nasceu para a vida do Céu em um sábado, 4 de julho — tal como havia vindo ao mundo, em um sábado santo, vinte e quatro anos antes.
O milagre reconhecido pela Igreja para sua beatificação foi a cura de Domenico Sellan, um friulano que, no final dos anos 1930, contraiu a doença de Pott. Sellan, quase à beira da morte, recuperou-se repentinamente e sem explicação médica aparente, após um amigo sacerdote lhe dar uma imagem com uma pequena relíquia de Pier Giorgio Frassati. Sellan, com confiança, rogou a Frassati que intercedesse por ele junto ao Senhor, de acordo com os princípios da fé católica, pedindo sua cura.
Em 3 de março de 2008, foi realizada uma exumação canônica do corpo do beato, que desde então repousa incorrupto em uma capela lateral da nave esquerda da Catedral de Turim (anteriormente, ele estava sepultado no túmulo da família em Pollone, sendo transferido na década de 1990). Essa exumação foi realizada em preparação para a transladação de suas relíquias para Sydney, durante a Jornada Mundial da Juventude. Posteriormente, as relíquias foram devolvidas à Catedral de Turim.
Leia mais sobre Santos com Corpos Incorruptos.
Como membro da Conferência de S. Vincenzo, Pier visitava as famílias mais necessitadas para lhes trazer conforto e ajuda material.
Geralmente ia para lá de manhã, antes das aulas na Universidade, ou nos passeios noturnos, carregado de pacotes. Dinâmico, obstinado, cheio de vida, Pier Giorgio adorava flores, poesia e alpinismo. Muitas vezes ele chegava a pé ao Santuário de Nossa Senhora de Oropa. Chegando ao Santuário, após uma hora de caminhada e jejum completo, assistia à Santa Missa, depois comungava e no caminho para casa recitava o terço no caminho, em voz alta, cantando a ladainha.
Em 28 de maio de 1922, na igreja de San Domenico, em Turim, recebeu o hábito de terciário dominicano: Pier Giorgio, como fervoroso discípulo de San Domenico, recitava todos os dias o Rosário, que sempre carregava no bolso do paletó, sem hesitar tirá-lo a qualquer hora para rezar, fosse no bonde ou trem, até na rua. “O meu testamento – disse ele, mostrando o terço – levo sempre no bolso”.
Pier Giorgio ingressou na Faculdade de Engenharia Mecânica, com especialização em Engenharia de Minas, no Regio Politécnico de Turim. Ele escolheu essa área com um propósito claro: trabalhar ao lado dos mineiros, uma das classes mais desfavorecidas da época, e ajudá-los a melhorar suas condições de vida e trabalho. Pier Giorgio era um estudante comprometido, mas sua vida foi interrompida tragicamente quando faltavam apenas dois exames para a conclusão de sua graduação. Em reconhecimento ao seu exemplo e legado, ele recebeu um diploma de laurea honoris causa em 2001.
Durante seus anos universitários, Pier Giorgio envolveu-se ativamente em diversas associações católicas, especialmente na Juventude Italiana de Ação Católica, na FUCI (Federação Universitária Católica Italiana) e no Círculo Cesare Balbo, um ramo da própria FUCI, ao qual se associou em 1919. Além disso, uniu-se à Sociedade São Vicente de Paulo, dedicando-se com fervor incomparável à ajuda aos pobres e necessitados. Seu compromisso com a fé também o levou a aderir, em 1920, ao Partido Popular Italiano, fundado por Dom Luigi Sturzo, destacando-se como um jovem católico engajado na transformação social à luz do Evangelho.
Foi beatificado por João Paulo II em 20 de maio de 1990. Papa João Paulo II o proclamou beato em 20 de maio de 1990, que o descreveu, entre outras coisas, como “um alpinista… tremendo” e “o jovem das oito Bem-aventuranças”.
Pier Giorgio Frassati, conhecido como “o das oito Bem-aventuranças”, é um exemplo vibrante de santidade jovem na Igreja. Esse título especial foi dado por São João Paulo II durante sua beatificação em 20 de maio de 1990, destacando como Pier Giorgio viveu plenamente as Bem-aventuranças proclamadas por Jesus no Sermão da Montanha. Sua vida, marcada pela caridade, humildade e alegria, refletia o chamado à santidade em meio às circunstâncias cotidianas.
São João Paulo II apresentou Pier Giorgio como um modelo para a juventude, afirmando que sua vida era um convite para todos os jovens “redescobrirem a beleza da vida cristã vivida em plenitude”. Para o Papa polonês, Pier Giorgio era uma prova de que a santidade é possível em qualquer ambiente, mesmo em meio aos desafios e exigências do mundo moderno.
Papa Francisco também destacou o exemplo de Pier Giorgio, especialmente durante encontros com jovens. Em várias ocasiões, ele ressaltou como sua vida é um testemunho de que a verdadeira felicidade vem do seguimento de Cristo, do serviço aos pobres e da dedicação à oração e à Eucaristia. Em 2024, Papa Francisco anunciou a canonização de Pier Giorgio, marcando mais um reconhecimento de sua importância para a Igreja como modelo de santidade.
Pier Giorgio é chamado “o das oito Bem-aventuranças” porque viveu cada uma delas com autenticidade. Foi pobre de espírito, colocando sua confiança em Deus; foi misericordioso, ajudando os necessitados; foi puro de coração, sempre voltado para a vontade divina; e foi um pacificador, buscando construir um mundo mais justo. Sua vida, mesmo breve, foi um eco do Evangelho, inspirando gerações a seguir o caminho das Bem-aventuranças e a buscar uma vida de santidade e alegria cristã.
Pier Giorgio é patrono das confrarias, dos jovens da Ação Católica e, no Estado da Cidade do Vaticano, foi declarado patrono do Grupo de Alunos da Associação Santos Pedro e Paulo, anteriormente a Guarda Palatina de Honra de Sua Santidade.
Em 2015, por ocasião dos 25 anos de sua beatificação, as arquidioceses de Turim e Cracóvia decidiram transferir temporariamente os restos mortais do beato durante o verão do ano seguinte, em conjunto com a Jornada Mundial da Juventude de 2016. Assim, em julho de 2016, o corpo de Pier Giorgio Frassati foi transportado por 1500 km de Turim para a Basílica da Santíssima Trindade, convento dos frades dominicanos na cidade polonesa. Durante o evento, milhares de jovens de todo o mundo puderam conhecer a história do beato, tão querido por João Paulo II.
Em 26 de abril de 2024, durante um momento de oração na XVIII Assembleia Nacional da Ação Católica, o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, anunciou que o beato Frassati será canonizado “no próximo Ano Jubilar”, ou seja, em 2025.
No dia 20 de novembro de 2024, durante a audiência geral, o papa Francisco anunciou que o beato Pier Giorgio será canonizado em 3 de agosto, em Roma, no encerramento do Jubileu dos Jovens, durante o Jubileu de 2025. Em 25 de novembro, o papa Francisco autorizou a promulgação do decreto correspondente.
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Pier Giorgio Frassati nasceu em Turim, em 1901, em uma família de alta burguesia. Seu pai, Alfredo, era jornalista e embaixador; sua mãe, uma pintora renomada com obras adquiridas pelo rei Vittorio Emanuele III. Embora a fé não fosse central em sua família, Pier Giorgio abriu-se profundamente ao chamado divino. Neste artigo você vai ler sobre sua fama de jovem alegre e caridoso, além de sua devoção à Eucaristia e à caridade.
Pier Giorgio Frassati foi um estudante italiano, terciário dominicano, membro da San Vincenzo de’ Paoli, FUCI e Ação Católica. Ele foi beatificado em 1990 pelo Papa João Paulo II. É considerado, embora não canonizado, um dos santos sociais de Turim.1
4 de Julho é o dia Internacional da Juventude Vicentina e do Beato Pier Giorgio Frassati.
Nasceu em 6 de abril de 1901 em Torino em uma rica família burguesa.
Quando ainda criança, aprendeu as primeiras histórias do Evangelho. Pier Giorgio ficou impressionado com elas, às vezes tão profundamente que se tornou protagonista de gestos inesperados numa criança tão pequena.
Os Frassatis eram uma das famílias mais proeminentes da cidade, de origem de classe média alta, mas Pier Giorgio Frassati preferia ser o “carregador” dos pobres, arrastando pelas ruas as carroças carregadas com os utensílios domésticos dos despejados de Turim.
Ele e sua irmã Luciana, apesar de terem apenas um ano de diferença de idade, começaram juntos os estudos. Seguindo o costume das famílias nobres da época, a primeira instrução foi dada em casa, de forma privada. Depois, frequentaram escolas públicas, onde Pier Giorgio demonstrou pouco entusiasmo pelos estudos, chegando a repetir de ano. Após concluir o ensino fundamental, os dois foram matriculados no Liceu Clássico Massimo d’Azeglio, em Turim. No entanto, o progresso escolar de Pier Giorgio foi dificultado por reprovações em latim. Posteriormente, seus pais decidiram transferi-lo para o Instituto Social de Turim, dirigido pelos Padres Jesuítas, onde, além dos estudos, ele se aproximou profundamente da espiritualidade cristã. Em outubro de 1918, Pier Giorgio concluiu o ensino clássico com dedicação.
A família de Pier Giorgio era rica, mas dava aos filhos pouco dinheiro, administrado com grande parcimônia. Apesar disso, Pier Giorgio frequentemente ficava sem dinheiro porque doava generosamente o pouco que tinha aos pobres e necessitados que encontrava ou visitava. Seus amigos frequentemente o viam voltando para casa a pé, pois entregava aos pobres o dinheiro que usaria para o bonde. Ele também participava ativamente da Conferência de São Vicente, ajudando pessoas em extrema necessidade. Quando sua irmã Luciana perguntou sobre sua motivação, ele respondeu: “Ajudar os necessitados é ajudar Jesus”.
Pier Giorgio conciliava suas ações de caridade com a vida universitária. Estudante de engenharia, ele se destacava não apenas por sua inteligência, mas também por sua empatia e senso de justiça. Entre os colegas, promovia a fé, organizava iniciativas de assistência social e incentivava debates sobre questões éticas e espirituais. Suas obras de caridade, no entanto, eram desconhecidas pela família, que nunca compreendeu verdadeiramente quem ele era. Pier Giorgio destoava dos padrões da alta sociedade: frequentava a igreja, dedicava-se aos marginalizados e evitava as convenções sociais da classe alta.
A espiritualidade de Pier Giorgio Frassati era profundamente enraizada em sua vida de oração, sua devoção à Eucaristia e seu amor pela Virgem Maria. Desde jovem, Pier Giorgio cultivava uma relação íntima com Deus, dedicando tempo diário à oração pessoal e comunitária. Ele participava assiduamente da Santa Missa, muitas vezes de madrugada, mesmo enfrentando dificuldades como o cansaço ou a distância. A Eucaristia era o centro de sua vida espiritual, sendo para ele fonte de força e inspiração para suas obras de caridade e o sustento de sua fé.
Pier Giorgio também tinha uma devoção especial à Virgem Maria, expressa de forma concreta por meio da recitação diária do terço. Ele confiava suas dificuldades e alegrias à Mãe de Deus, enxergando nela um modelo de humildade e entrega total à vontade divina. A espiritualidade mariana permeava suas ações, refletindo seu desejo de imitar a disponibilidade e o amor de Maria.
Em 30 de junho de 1925, Pier Giorgio queixou-se de estranhas enfermidades, enxaquecas e perda de apetite: não foi uma gripe banal, mas uma poliomielite fulminante que o abateu em apenas quatro dias, para choque e dor de seu corpo. Deixou família, muitos amigos e conhecidos, com apenas 24 anos. Em sua mesa, ao lado dos textos universitários, estavam abertos o Ofício de Nossa Senhora e a vida de Santa Catarina de Sena. Ele nasceu para a vida do Céu em um sábado, 4 de julho — tal como havia vindo ao mundo, em um sábado santo, vinte e quatro anos antes.
O milagre reconhecido pela Igreja para sua beatificação foi a cura de Domenico Sellan, um friulano que, no final dos anos 1930, contraiu a doença de Pott. Sellan, quase à beira da morte, recuperou-se repentinamente e sem explicação médica aparente, após um amigo sacerdote lhe dar uma imagem com uma pequena relíquia de Pier Giorgio Frassati. Sellan, com confiança, rogou a Frassati que intercedesse por ele junto ao Senhor, de acordo com os princípios da fé católica, pedindo sua cura.
Em 3 de março de 2008, foi realizada uma exumação canônica do corpo do beato, que desde então repousa incorrupto em uma capela lateral da nave esquerda da Catedral de Turim (anteriormente, ele estava sepultado no túmulo da família em Pollone, sendo transferido na década de 1990). Essa exumação foi realizada em preparação para a transladação de suas relíquias para Sydney, durante a Jornada Mundial da Juventude. Posteriormente, as relíquias foram devolvidas à Catedral de Turim.
Leia mais sobre Santos com Corpos Incorruptos.
Como membro da Conferência de S. Vincenzo, Pier visitava as famílias mais necessitadas para lhes trazer conforto e ajuda material.
Geralmente ia para lá de manhã, antes das aulas na Universidade, ou nos passeios noturnos, carregado de pacotes. Dinâmico, obstinado, cheio de vida, Pier Giorgio adorava flores, poesia e alpinismo. Muitas vezes ele chegava a pé ao Santuário de Nossa Senhora de Oropa. Chegando ao Santuário, após uma hora de caminhada e jejum completo, assistia à Santa Missa, depois comungava e no caminho para casa recitava o terço no caminho, em voz alta, cantando a ladainha.
Em 28 de maio de 1922, na igreja de San Domenico, em Turim, recebeu o hábito de terciário dominicano: Pier Giorgio, como fervoroso discípulo de San Domenico, recitava todos os dias o Rosário, que sempre carregava no bolso do paletó, sem hesitar tirá-lo a qualquer hora para rezar, fosse no bonde ou trem, até na rua. “O meu testamento – disse ele, mostrando o terço – levo sempre no bolso”.
Pier Giorgio ingressou na Faculdade de Engenharia Mecânica, com especialização em Engenharia de Minas, no Regio Politécnico de Turim. Ele escolheu essa área com um propósito claro: trabalhar ao lado dos mineiros, uma das classes mais desfavorecidas da época, e ajudá-los a melhorar suas condições de vida e trabalho. Pier Giorgio era um estudante comprometido, mas sua vida foi interrompida tragicamente quando faltavam apenas dois exames para a conclusão de sua graduação. Em reconhecimento ao seu exemplo e legado, ele recebeu um diploma de laurea honoris causa em 2001.
Durante seus anos universitários, Pier Giorgio envolveu-se ativamente em diversas associações católicas, especialmente na Juventude Italiana de Ação Católica, na FUCI (Federação Universitária Católica Italiana) e no Círculo Cesare Balbo, um ramo da própria FUCI, ao qual se associou em 1919. Além disso, uniu-se à Sociedade São Vicente de Paulo, dedicando-se com fervor incomparável à ajuda aos pobres e necessitados. Seu compromisso com a fé também o levou a aderir, em 1920, ao Partido Popular Italiano, fundado por Dom Luigi Sturzo, destacando-se como um jovem católico engajado na transformação social à luz do Evangelho.
Foi beatificado por João Paulo II em 20 de maio de 1990. Papa João Paulo II o proclamou beato em 20 de maio de 1990, que o descreveu, entre outras coisas, como “um alpinista… tremendo” e “o jovem das oito Bem-aventuranças”.
Pier Giorgio Frassati, conhecido como “o das oito Bem-aventuranças”, é um exemplo vibrante de santidade jovem na Igreja. Esse título especial foi dado por São João Paulo II durante sua beatificação em 20 de maio de 1990, destacando como Pier Giorgio viveu plenamente as Bem-aventuranças proclamadas por Jesus no Sermão da Montanha. Sua vida, marcada pela caridade, humildade e alegria, refletia o chamado à santidade em meio às circunstâncias cotidianas.
São João Paulo II apresentou Pier Giorgio como um modelo para a juventude, afirmando que sua vida era um convite para todos os jovens “redescobrirem a beleza da vida cristã vivida em plenitude”. Para o Papa polonês, Pier Giorgio era uma prova de que a santidade é possível em qualquer ambiente, mesmo em meio aos desafios e exigências do mundo moderno.
Papa Francisco também destacou o exemplo de Pier Giorgio, especialmente durante encontros com jovens. Em várias ocasiões, ele ressaltou como sua vida é um testemunho de que a verdadeira felicidade vem do seguimento de Cristo, do serviço aos pobres e da dedicação à oração e à Eucaristia. Em 2024, Papa Francisco anunciou a canonização de Pier Giorgio, marcando mais um reconhecimento de sua importância para a Igreja como modelo de santidade.
Pier Giorgio é chamado “o das oito Bem-aventuranças” porque viveu cada uma delas com autenticidade. Foi pobre de espírito, colocando sua confiança em Deus; foi misericordioso, ajudando os necessitados; foi puro de coração, sempre voltado para a vontade divina; e foi um pacificador, buscando construir um mundo mais justo. Sua vida, mesmo breve, foi um eco do Evangelho, inspirando gerações a seguir o caminho das Bem-aventuranças e a buscar uma vida de santidade e alegria cristã.
Pier Giorgio é patrono das confrarias, dos jovens da Ação Católica e, no Estado da Cidade do Vaticano, foi declarado patrono do Grupo de Alunos da Associação Santos Pedro e Paulo, anteriormente a Guarda Palatina de Honra de Sua Santidade.
Em 2015, por ocasião dos 25 anos de sua beatificação, as arquidioceses de Turim e Cracóvia decidiram transferir temporariamente os restos mortais do beato durante o verão do ano seguinte, em conjunto com a Jornada Mundial da Juventude de 2016. Assim, em julho de 2016, o corpo de Pier Giorgio Frassati foi transportado por 1500 km de Turim para a Basílica da Santíssima Trindade, convento dos frades dominicanos na cidade polonesa. Durante o evento, milhares de jovens de todo o mundo puderam conhecer a história do beato, tão querido por João Paulo II.
Em 26 de abril de 2024, durante um momento de oração na XVIII Assembleia Nacional da Ação Católica, o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, anunciou que o beato Frassati será canonizado “no próximo Ano Jubilar”, ou seja, em 2025.
No dia 20 de novembro de 2024, durante a audiência geral, o papa Francisco anunciou que o beato Pier Giorgio será canonizado em 3 de agosto, em Roma, no encerramento do Jubileu dos Jovens, durante o Jubileu de 2025. Em 25 de novembro, o papa Francisco autorizou a promulgação do decreto correspondente.