A Igreja previu que todo ano setembro fosse o mês da Bíblia. Mas por que celebrar a Bíblia em um mês? Por que setembro? Confira neste artigo.
A Igreja previu que todo ano setembro fosse o mês da Bíblia. Mas por que celebrar a Bíblia em um mês? Por que setembro? Confira neste artigo.
Uma didática extremamente eficiente da Santa Igreja é usar do calendário litúrgico para nos estimular a meditar sobre aspectos fundamentais da nossa fé. Por isso, temos os dias dos santos, as festas, as solenidades… e setembro é o mês da Bíblia, dedicado a estudar as Escrituras.
E o que mais devemos ressaltar aqui é: o fato de termos um mês dedicado às Sagradas Escrituras nem de perto significa que só o mês de setembro é dedicado para esse fim. Todos os dias devemos ler a Bíblia. Afinal, ali está a Tradição Escrita da Igreja. Ali estão os ensinamentos de Jesus Cristo. Não há correta vivência da fé sem um aprofundamento sincero, persistente e contínuo das Sagradas Escrituras.
Portanto, usemos com sabedoria a didática da Igreja para transbordar de amor pela Bíblia. Assim poderemos, não só no mês de Setembro, nos tornarmos mais íntimos da grandiosa Tradição Escrita.
Neste artigo, vamos estudar um pouco desse costume e argumentaremos contra uma comum objeção protestante.
Em 1971, a CNBB instituiu setembro como o mês da Bíblia. Desde então, esse costume é preservado, e isso não é uma exclusividade do Brasil. Encontramos ao redor do mundo esse mesmo costume, centrado no fato de que em 30 de setembro celebramos o dia de São Jerônimo, doutor da Igreja, santo com um protagonismo ímpar na disseminação das Sagradas Escrituras. São João Paulo II diz sobre essa tradição: “Durante o mês de Setembro nós, católicos, devemos estimular o conhecimento e a disseminação dos textos bíblicos com grande ênfase.”
São Jerônimo nasceu em Estridão (onde hoje fica localizada a Croácia). Era extremamente culto, com sólida e vasta formação intelectual. Foi chamado para ser secretário do Papa Dâmaso, por volta do ano 380. Nesse contexto, foi incumbido de traduzir a Bíblia (do grego e do hebraico) para o latim, trabalho esse ao qual se dedicou durante boa parte da vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se “Vulgata”.
No início do texto abordamos a didática da Igreja e aqui reforçamos: dedicar um mês para a Bíblia não significa que no resto do ano ela deva ser deixada de lado. Esse mês em honra da Bíblia serve para nos inebriarmos com a Palavra de Deus e assim nos animar a manter esse espírito no resto do ano.
E as Sagradas Escrituras merecem essa solene homenagem. Porque ali estão contidos os ensinamentos que não só nos guiam hoje, mas os ensinamentos que guiaram os primeiros cristãos. Meditando no Evangelho, podemos sentar e ouvir Jesus falando conosco da mesma maneira que falava com os discípulos. Meditar nos textos bíblicos é criar intimidade e profundidade na vida espiritual. Podemos, com segurança, afirmar que não há progressão na vida espiritual sem leitura bíblica.
Se deixássemos nos transformar pelos “recados” de Deus deixados por meio da Bíblia, seguramente teríamos uma infinidade de santos.
Se voltássemos no tempo e disséssemos aos antigos Papas e mártires que um dia a Igreja Católica iria ser acusada de menosprezar a Bíblia, qual seria a reação deles? Provavelmente achariam graça!
Essa acusação nem faz sentido, por alguns pontos:
1) A Igreja Católica foi (e continua sendo) a guardiã da Tradição. Ou seja, desde o seu momento mais primitivo, os ensinamentos foram passados por uma ininterrupta sucessão apostólica. É também reservada à Igreja a interpretação e compreensão ortodoxa e segura das Sagradas Escrituras.
Sobre a relação entre a Tradição e as Escrituras, a Igreja ensina1:
A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência.
2) Inicialmente, os ensinamentos eram repassados via tradição oral, que estão em perfeita consonância com a tradição escrita.
3) Foi a Igreja Católica que compilou os textos bíblicos e os proclamou como divinamente inspirados. Santo Atanásio é o primeiro a listar os 27 livros do Novo Testamento atuais como tais em 367. Ainda existem discordâncias sobre vários livros, quase até 397, quando o cânone é fechado autoritativamente no Concílio de Cartago2.
Um importante detalhe: os pontos supracitados não são modernos. Ou seja, não foram inventados ao longo dos séculos para que fossem adequados a um eventual contraponto. Vemos esses ensinamentos presentes desde os primeiros séculos. Citando o grande Santo Ambrósio: “Portanto, todas as outras gerações são estranhas à verdade; todas as gerações de hereges não sustentam a verdade; só a Igreja, com piedosa afeição, a possui.”
Por fim, podemos ainda dizer o seguinte, como conclusão:
Uma vez que a Igreja Católica é o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo e a Bíblia é Palavra de Deus, dizer que, de alguma maneira, a primeira se aparta da segunda é desconhecer a natureza de ambas!
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
Uma didática extremamente eficiente da Santa Igreja é usar do calendário litúrgico para nos estimular a meditar sobre aspectos fundamentais da nossa fé. Por isso, temos os dias dos santos, as festas, as solenidades… e setembro é o mês da Bíblia, dedicado a estudar as Escrituras.
E o que mais devemos ressaltar aqui é: o fato de termos um mês dedicado às Sagradas Escrituras nem de perto significa que só o mês de setembro é dedicado para esse fim. Todos os dias devemos ler a Bíblia. Afinal, ali está a Tradição Escrita da Igreja. Ali estão os ensinamentos de Jesus Cristo. Não há correta vivência da fé sem um aprofundamento sincero, persistente e contínuo das Sagradas Escrituras.
Portanto, usemos com sabedoria a didática da Igreja para transbordar de amor pela Bíblia. Assim poderemos, não só no mês de Setembro, nos tornarmos mais íntimos da grandiosa Tradição Escrita.
Neste artigo, vamos estudar um pouco desse costume e argumentaremos contra uma comum objeção protestante.
Em 1971, a CNBB instituiu setembro como o mês da Bíblia. Desde então, esse costume é preservado, e isso não é uma exclusividade do Brasil. Encontramos ao redor do mundo esse mesmo costume, centrado no fato de que em 30 de setembro celebramos o dia de São Jerônimo, doutor da Igreja, santo com um protagonismo ímpar na disseminação das Sagradas Escrituras. São João Paulo II diz sobre essa tradição: “Durante o mês de Setembro nós, católicos, devemos estimular o conhecimento e a disseminação dos textos bíblicos com grande ênfase.”
São Jerônimo nasceu em Estridão (onde hoje fica localizada a Croácia). Era extremamente culto, com sólida e vasta formação intelectual. Foi chamado para ser secretário do Papa Dâmaso, por volta do ano 380. Nesse contexto, foi incumbido de traduzir a Bíblia (do grego e do hebraico) para o latim, trabalho esse ao qual se dedicou durante boa parte da vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se “Vulgata”.
No início do texto abordamos a didática da Igreja e aqui reforçamos: dedicar um mês para a Bíblia não significa que no resto do ano ela deva ser deixada de lado. Esse mês em honra da Bíblia serve para nos inebriarmos com a Palavra de Deus e assim nos animar a manter esse espírito no resto do ano.
E as Sagradas Escrituras merecem essa solene homenagem. Porque ali estão contidos os ensinamentos que não só nos guiam hoje, mas os ensinamentos que guiaram os primeiros cristãos. Meditando no Evangelho, podemos sentar e ouvir Jesus falando conosco da mesma maneira que falava com os discípulos. Meditar nos textos bíblicos é criar intimidade e profundidade na vida espiritual. Podemos, com segurança, afirmar que não há progressão na vida espiritual sem leitura bíblica.
Se deixássemos nos transformar pelos “recados” de Deus deixados por meio da Bíblia, seguramente teríamos uma infinidade de santos.
Se voltássemos no tempo e disséssemos aos antigos Papas e mártires que um dia a Igreja Católica iria ser acusada de menosprezar a Bíblia, qual seria a reação deles? Provavelmente achariam graça!
Essa acusação nem faz sentido, por alguns pontos:
1) A Igreja Católica foi (e continua sendo) a guardiã da Tradição. Ou seja, desde o seu momento mais primitivo, os ensinamentos foram passados por uma ininterrupta sucessão apostólica. É também reservada à Igreja a interpretação e compreensão ortodoxa e segura das Sagradas Escrituras.
Sobre a relação entre a Tradição e as Escrituras, a Igreja ensina1:
A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência.
2) Inicialmente, os ensinamentos eram repassados via tradição oral, que estão em perfeita consonância com a tradição escrita.
3) Foi a Igreja Católica que compilou os textos bíblicos e os proclamou como divinamente inspirados. Santo Atanásio é o primeiro a listar os 27 livros do Novo Testamento atuais como tais em 367. Ainda existem discordâncias sobre vários livros, quase até 397, quando o cânone é fechado autoritativamente no Concílio de Cartago2.
Um importante detalhe: os pontos supracitados não são modernos. Ou seja, não foram inventados ao longo dos séculos para que fossem adequados a um eventual contraponto. Vemos esses ensinamentos presentes desde os primeiros séculos. Citando o grande Santo Ambrósio: “Portanto, todas as outras gerações são estranhas à verdade; todas as gerações de hereges não sustentam a verdade; só a Igreja, com piedosa afeição, a possui.”
Por fim, podemos ainda dizer o seguinte, como conclusão:
Uma vez que a Igreja Católica é o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo e a Bíblia é Palavra de Deus, dizer que, de alguma maneira, a primeira se aparta da segunda é desconhecer a natureza de ambas!