Confira neste artigo a doutrina da Igreja sobre a Presença Real de Cristo na Eucaristia, fundamentado biblicamente e nos santos padres.
Confira neste artigo a doutrina da Igreja sobre a Presença Real de Cristo na Eucaristia, fundamentado biblicamente e nos santos padres.
Confira, neste artigo, para a fé católica, é muito mais que um símbolo, mas uma Presença Real de Cristo na Eucaristia.
Muitos não possuem mais a clareza devida do que a Eucaristia é. Isso é um grave perigo para a fé católica que professamos, que possui, na Eucaristia, sua fonte e seu ápice 1. Cristo está não só simbolicamente presente na Eucaristia, mas realmente. E essa presença é superior a todas as outras presenças de Cristo entre nós (na Igreja, nos pobres, nos ministros ordenados).
Preparamos um artigo especial sobre este tema, para que tu possas aprofundar e entender melhor sobre o que é a Eucaristia.
A doutrina da Igreja que como católicos cremos e professamos, razão central de nossa fé, que é a da Presença Real de Cristo na Eucaristia significa que em cada pedaço do pão consagrado está, verdadeiramente, substancialmente e realmente presente Jesus Cristo. As aparências são de pão e vinho, mas é, verdadeiramente, o Corpo e o Sangue de Cristo. Essa é, em resumo, a doutrina da transubstanciação.
A Eucaristia é o bem mais precioso que Cristo mesmo instituiu como presença sua na Igreja. É o maior tesouro que uma Igreja possui em seus templos. A presença de Cristo na Eucaristia é tão real e certa, a tal ponto de termos mártires dando a sua vida por ela, a exemplo de São Tarcísio e Beato Manoel e Adílio. Cristo está realmente, não só simbolicamente, presente na Eucaristia, e essa presença permanece mesmo depois de terminada a Santa Missa.
A Eucaristia, como tal, como afirma o Catecismo, da Igreja Católica, citando o documento Lumen Gentium 11, é “fonte e ápice de toda a vida cristã”. E isso não se dá somente pelo fato de nos unirmos enquanto assembleia para rezarmos. O Sacramento da Eucaristia se celebra, sim, de forma comunitária, mas não está aí a importância e dignidade máxima deste sacramento.
O Catecismo nos aponta para a percepção de que Cristo está presente de várias maneiras na Igreja: através da Palavra , na oração da Igreja 2, nos pobres, doentes e presos 3, nos sacramentos em geral, na Santa Missa e na pessoa do ministro ordenado. Porém, atenção: a Presença Real de Cristo se dá, sobretudo, nas espécies eucarísticas, como afirma a Sacrossanctum Concilium 7, documento do Concílio Vaticano II. 4
O Catecismo resume bem toda a doutrina, professada desde sempre e repetidamente recordada, de como Cristo está verdadeira, real e substancialmente presente nas espécies do pão e do vinho.
“No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e Sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Snehor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo. Esta presença chama-se real não por exclusão, como se as outras não fossem ‘reais’, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se torna presente completo.” 5.
Como afirma a doutrina da transubstanciação, a presença real de Cristo na Eucaristia inicia-se no momento da consagração e dura enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Jesus Cristo está presente, realmente, de modo inteiro em cada uma das partes da eucaristia, de modo que a fração não divide o Cristo. 6
A noção da presença real de Cristo na Eucaristia foi crescendo gradativamente pelos séculos. Esse tesouro, tão grande e tão envolto de mistério, já foi sendo preparado nos séculos, desde o Antigo Testamento, a fim de que, na plenitude dos tempos, a Igreja pudesse se beneficiar deste dom.
Assim como a Aliança feita por Deus para com Israel foi uma preparação para a Aliança definitiva em Cristo Jesus, a consciência eucarística foi sendo, gradativamente, preparada e anunciada no Antigo Testamento até chegar a Cristo, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Já no início do Antigo Testamento lemos como Deus foi preparando e purificando o povo de toda idolatria supersticiosa, que adorava deuses falsos, a fim de os levar a crer no único Deus verdadeiro. Naquele contexto, e nos contexto da religião como tal, a prática ritualística de oferecer sacrifícios aos deuses e a Deus é algo comum e aceito como forma de entrar em comunhão com Deus. Na cultura hebraica, o sacrifício deveria ser o de algo vivo (sementes e animais), como forma de expiação e reconciliação para com Deus, como que dizendo que naquela oferta, feita em nosso lugar, estamos comprometendo nossa vida
A presença de ritos e sacrifícios para a cultura judaica é o que estava no centro da religião de Israel e toda a sua história. Porém, todas as Alianças feitas por Deus através de Abraão, Moisés, Davi, bem como os sacrifícios humanos oferecidos a Deus eram insuficientes, sobretudo pela infidelidade do povo para com Deus. Eram, pois, uma prefiguração e uma preparação para um sacrifício e uma Aliança eterna, selada no Sangue do Filho de Deus.
Leia também: O Calvário e a Missa por Fulton Sheen
O Capítulo 6 do Evangelho de São João possui a particularidade de relatar, com detalhes, o discurso do pão da vida e a doutrina eucarística anunciada por Cristo. Na verdade, no início desta seção, narra-se a multiplicação dos pães, também narrados nos outros 3 Evangelhos. João, porém, que não possui narração da Instituição da Eucaristia, aqui e em outras partes do Evangelho, expõe a doutrina da Eucaristia com maestria.
Na cena descrita após a multiplicação dos pães, Jesus tem um diálogo riquíssimo para com o povo, na sinagoga de Cafarnaum, muito evocado para embasar a doutrina da Eucaristia revelada por Deus. Nesta cena, após a multidão ter sido saciada por Cristo com a multiplicação dos pães, e tendo acorrido a ele novamente, Jesus usa do momento para chamar a atenção para o fato de que a multiplicação dos pães e a repartição dos dons, estar com Jesus reunidos, ouvindo sua Palavra, não é o centro daquilo que Cristo quer revelar.
No diálogo, através de perguntas irônicas do povo em direção a Jesus, e de respostas claras e objetivas, sem “meias palavras” ou metáforas, com simbolismos dúbios, Jesus pronuncia a mais bela frase sobre sua Presença Real na Eucaristia:
“Porque a minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue fica em mim e eu nele. Assim como me enviou o Pai que vive, e eu vivo pelo Pai, assim o que me comer a mim, este mesmo também viverá por mim”. 7
Nesse momento, muitos dos discípulos deixaram de seguir a Jesus por não aceitarem essa doutrina, e por entenderem o que Jesus estava falando. Se fosse uma presença somente simbólica, não teriam abandonado o Senhor, assim como ninguém O deixou de seguir quando Ele disse que era a videira verdadeira, o caminho, o Bom Pastor. A Presença Real de Cristo na Eucaristia, por falta de profundidade e confusão com um canibalismo, escandalizou. Que Deus não permita que nos escandalizemos, também, ou que não creiamos.
Os sinóticos e Atos dos Apóstolos, bem como São Paulo em suas cartas, nos apontam para a dimensão de como a Eucaristia foi instituída por Cristo, na última ceia, e como os apóstolos, na Igreja nascente logo após a Ressurreição de Cristo, fieis ao mandato do Senhor, celebravam e perpetuaram a Nova e Eterna Aliança no Corpo e Sangue do Senhor.
Lucas, por exemplo, associa de modo claro, no capítulo 22 de seu Evangelho, a Instituição da Eucaristia com a Páscoa antiga dos judeus 8. É destes relatos que temos registrado as palavras da consagração, proferidas por Cristo, e usadas até hoje:
“Isto é meu corpo, isto é meu sangue, sangue da nova e eterna Aliança.” 9. É impressionante como os relatos são correlatos, com uma narração exata de como Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia na Quinta-feira Santa. Isso foi tão observado pelos Apóstolos, a ponto de podermos ler, na carta de São Paulo aos Coríntios, o seguinte:
“Pois eu recebi do Senhor o que vos transmiti: O Senhor na noite em que era entregue, tomou pão, dando graças o partiu, e disse: Isto é o meu corpo que se entrega por vós. Fazei isto em memória de mim. Da mesma forma, depois de cear, tomou a taça e disse: Esta taça é a nova aliança selada com o meu sangue. Fazei isto cada vez que a bebeis, em memória de mim.” 10.
Paulo, neste relato, explicava às comunidades que o que pregava foi recebido do próprio Senhor. Podemos perceber, nitidamente, como a Tradição foi responsável pela transmissão desse tesouro que é a Eucaristia.
A doutrina sobre a Presença Real de Cristo na Eucaristia foi sendo desenvolvida desde o início do cristianismo, tamanha sua importância e relevância, e até hoje é tema de aprofundamento e debate. O fato é que a definição da natureza da Eucaristia já foi sendo solidificada a partir dos Evangelhos comentados pela Patrística, ainda que o nome Eucaristia apareça somente posteriormente. Os Padres da Igreja debateram, profundamente, acerca de temas relevantes como Aliança, ceia e sacrifício.
Um exemplo claro de como era visto tão precioso dom o temos em Inácio de Antioquia, por volta do ano de 107 d.C, que chama a Eucaristia de “remédio da imortalidade” 11. Não é, pois, algo comum, ou simbólico, somente, segundo essa mentalidade. Muitos são os testemunhos e relatos que atestam para esse fato: a Eucaristia sempre foi vista como aquilo que ela é, já nos Padres da Igreja.
É em Santo Tomás de Aquino. no século XIII, porém, que a Eucaristia vai receber maior destaque no que se refere a elucidar os pormenores deste sacramento, sua eficácia na alma, bem como natureza e essência das espécies divinas. A Igreja deve a este santo o termo transubstanciação, termo que explicita, de modo mais preciso até hoje, como a Eucaristia conserva a aparência de pão, sendo, na verdade, o Corpo do Senhor. Muda-se a substância, mas permanece a aparência.
Desde então, a Igreja vai desenvolvendo seu debate sobre a Presença de Cristo na Eucaristia, mas sempre partindo dessas constatações reveladas pelas Escrituras, e definidas como dogma pela Igreja já nos primeiros séculos.
A Eucaristia é o maior tesouro da nossa fé católica. Contudo, é um tesouro desconhecido por muitos católicos. Estudar, meditar, ler, contemplar a Eucaristia é chave decisiva para bem a receber, com dignidade e devoção devidos. Como católicos, precisamos estar prontos, também, para defender esse precioso dom, e testemunhar, ao mundo, que Cristo está verdadeiramente, substancialmente e realmente presente nas espécies do pão e do vinho
O livro, Isto é o meu Corpo, inédito no Brasil, vai nos permitir um aprofundamento, com linguagem acessível, porém com uma riqueza de doutrina única. O Bispo Robert Baron, dos Estados Unidos, grande pregador daquela nação, ao escrever esse livro, presenteia a Igreja com um livro de doutrina segura, que resume toda a doutrina de sempre da Igreja, e nos impele a amar este tão grande tesouro, que é a Eucaristia.
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
Confira, neste artigo, para a fé católica, é muito mais que um símbolo, mas uma Presença Real de Cristo na Eucaristia.
Muitos não possuem mais a clareza devida do que a Eucaristia é. Isso é um grave perigo para a fé católica que professamos, que possui, na Eucaristia, sua fonte e seu ápice 1. Cristo está não só simbolicamente presente na Eucaristia, mas realmente. E essa presença é superior a todas as outras presenças de Cristo entre nós (na Igreja, nos pobres, nos ministros ordenados).
Preparamos um artigo especial sobre este tema, para que tu possas aprofundar e entender melhor sobre o que é a Eucaristia.
A doutrina da Igreja que como católicos cremos e professamos, razão central de nossa fé, que é a da Presença Real de Cristo na Eucaristia significa que em cada pedaço do pão consagrado está, verdadeiramente, substancialmente e realmente presente Jesus Cristo. As aparências são de pão e vinho, mas é, verdadeiramente, o Corpo e o Sangue de Cristo. Essa é, em resumo, a doutrina da transubstanciação.
A Eucaristia é o bem mais precioso que Cristo mesmo instituiu como presença sua na Igreja. É o maior tesouro que uma Igreja possui em seus templos. A presença de Cristo na Eucaristia é tão real e certa, a tal ponto de termos mártires dando a sua vida por ela, a exemplo de São Tarcísio e Beato Manoel e Adílio. Cristo está realmente, não só simbolicamente, presente na Eucaristia, e essa presença permanece mesmo depois de terminada a Santa Missa.
A Eucaristia, como tal, como afirma o Catecismo, da Igreja Católica, citando o documento Lumen Gentium 11, é “fonte e ápice de toda a vida cristã”. E isso não se dá somente pelo fato de nos unirmos enquanto assembleia para rezarmos. O Sacramento da Eucaristia se celebra, sim, de forma comunitária, mas não está aí a importância e dignidade máxima deste sacramento.
O Catecismo nos aponta para a percepção de que Cristo está presente de várias maneiras na Igreja: através da Palavra , na oração da Igreja 2, nos pobres, doentes e presos 3, nos sacramentos em geral, na Santa Missa e na pessoa do ministro ordenado. Porém, atenção: a Presença Real de Cristo se dá, sobretudo, nas espécies eucarísticas, como afirma a Sacrossanctum Concilium 7, documento do Concílio Vaticano II. 4
O Catecismo resume bem toda a doutrina, professada desde sempre e repetidamente recordada, de como Cristo está verdadeira, real e substancialmente presente nas espécies do pão e do vinho.
“No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e Sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Snehor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo. Esta presença chama-se real não por exclusão, como se as outras não fossem ‘reais’, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se torna presente completo.” 5.
Como afirma a doutrina da transubstanciação, a presença real de Cristo na Eucaristia inicia-se no momento da consagração e dura enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Jesus Cristo está presente, realmente, de modo inteiro em cada uma das partes da eucaristia, de modo que a fração não divide o Cristo. 6
A noção da presença real de Cristo na Eucaristia foi crescendo gradativamente pelos séculos. Esse tesouro, tão grande e tão envolto de mistério, já foi sendo preparado nos séculos, desde o Antigo Testamento, a fim de que, na plenitude dos tempos, a Igreja pudesse se beneficiar deste dom.
Assim como a Aliança feita por Deus para com Israel foi uma preparação para a Aliança definitiva em Cristo Jesus, a consciência eucarística foi sendo, gradativamente, preparada e anunciada no Antigo Testamento até chegar a Cristo, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Já no início do Antigo Testamento lemos como Deus foi preparando e purificando o povo de toda idolatria supersticiosa, que adorava deuses falsos, a fim de os levar a crer no único Deus verdadeiro. Naquele contexto, e nos contexto da religião como tal, a prática ritualística de oferecer sacrifícios aos deuses e a Deus é algo comum e aceito como forma de entrar em comunhão com Deus. Na cultura hebraica, o sacrifício deveria ser o de algo vivo (sementes e animais), como forma de expiação e reconciliação para com Deus, como que dizendo que naquela oferta, feita em nosso lugar, estamos comprometendo nossa vida
A presença de ritos e sacrifícios para a cultura judaica é o que estava no centro da religião de Israel e toda a sua história. Porém, todas as Alianças feitas por Deus através de Abraão, Moisés, Davi, bem como os sacrifícios humanos oferecidos a Deus eram insuficientes, sobretudo pela infidelidade do povo para com Deus. Eram, pois, uma prefiguração e uma preparação para um sacrifício e uma Aliança eterna, selada no Sangue do Filho de Deus.
Leia também: O Calvário e a Missa por Fulton Sheen
O Capítulo 6 do Evangelho de São João possui a particularidade de relatar, com detalhes, o discurso do pão da vida e a doutrina eucarística anunciada por Cristo. Na verdade, no início desta seção, narra-se a multiplicação dos pães, também narrados nos outros 3 Evangelhos. João, porém, que não possui narração da Instituição da Eucaristia, aqui e em outras partes do Evangelho, expõe a doutrina da Eucaristia com maestria.
Na cena descrita após a multiplicação dos pães, Jesus tem um diálogo riquíssimo para com o povo, na sinagoga de Cafarnaum, muito evocado para embasar a doutrina da Eucaristia revelada por Deus. Nesta cena, após a multidão ter sido saciada por Cristo com a multiplicação dos pães, e tendo acorrido a ele novamente, Jesus usa do momento para chamar a atenção para o fato de que a multiplicação dos pães e a repartição dos dons, estar com Jesus reunidos, ouvindo sua Palavra, não é o centro daquilo que Cristo quer revelar.
No diálogo, através de perguntas irônicas do povo em direção a Jesus, e de respostas claras e objetivas, sem “meias palavras” ou metáforas, com simbolismos dúbios, Jesus pronuncia a mais bela frase sobre sua Presença Real na Eucaristia:
“Porque a minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue fica em mim e eu nele. Assim como me enviou o Pai que vive, e eu vivo pelo Pai, assim o que me comer a mim, este mesmo também viverá por mim”. 7
Nesse momento, muitos dos discípulos deixaram de seguir a Jesus por não aceitarem essa doutrina, e por entenderem o que Jesus estava falando. Se fosse uma presença somente simbólica, não teriam abandonado o Senhor, assim como ninguém O deixou de seguir quando Ele disse que era a videira verdadeira, o caminho, o Bom Pastor. A Presença Real de Cristo na Eucaristia, por falta de profundidade e confusão com um canibalismo, escandalizou. Que Deus não permita que nos escandalizemos, também, ou que não creiamos.
Os sinóticos e Atos dos Apóstolos, bem como São Paulo em suas cartas, nos apontam para a dimensão de como a Eucaristia foi instituída por Cristo, na última ceia, e como os apóstolos, na Igreja nascente logo após a Ressurreição de Cristo, fieis ao mandato do Senhor, celebravam e perpetuaram a Nova e Eterna Aliança no Corpo e Sangue do Senhor.
Lucas, por exemplo, associa de modo claro, no capítulo 22 de seu Evangelho, a Instituição da Eucaristia com a Páscoa antiga dos judeus 8. É destes relatos que temos registrado as palavras da consagração, proferidas por Cristo, e usadas até hoje:
“Isto é meu corpo, isto é meu sangue, sangue da nova e eterna Aliança.” 9. É impressionante como os relatos são correlatos, com uma narração exata de como Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia na Quinta-feira Santa. Isso foi tão observado pelos Apóstolos, a ponto de podermos ler, na carta de São Paulo aos Coríntios, o seguinte:
“Pois eu recebi do Senhor o que vos transmiti: O Senhor na noite em que era entregue, tomou pão, dando graças o partiu, e disse: Isto é o meu corpo que se entrega por vós. Fazei isto em memória de mim. Da mesma forma, depois de cear, tomou a taça e disse: Esta taça é a nova aliança selada com o meu sangue. Fazei isto cada vez que a bebeis, em memória de mim.” 10.
Paulo, neste relato, explicava às comunidades que o que pregava foi recebido do próprio Senhor. Podemos perceber, nitidamente, como a Tradição foi responsável pela transmissão desse tesouro que é a Eucaristia.
A doutrina sobre a Presença Real de Cristo na Eucaristia foi sendo desenvolvida desde o início do cristianismo, tamanha sua importância e relevância, e até hoje é tema de aprofundamento e debate. O fato é que a definição da natureza da Eucaristia já foi sendo solidificada a partir dos Evangelhos comentados pela Patrística, ainda que o nome Eucaristia apareça somente posteriormente. Os Padres da Igreja debateram, profundamente, acerca de temas relevantes como Aliança, ceia e sacrifício.
Um exemplo claro de como era visto tão precioso dom o temos em Inácio de Antioquia, por volta do ano de 107 d.C, que chama a Eucaristia de “remédio da imortalidade” 11. Não é, pois, algo comum, ou simbólico, somente, segundo essa mentalidade. Muitos são os testemunhos e relatos que atestam para esse fato: a Eucaristia sempre foi vista como aquilo que ela é, já nos Padres da Igreja.
É em Santo Tomás de Aquino. no século XIII, porém, que a Eucaristia vai receber maior destaque no que se refere a elucidar os pormenores deste sacramento, sua eficácia na alma, bem como natureza e essência das espécies divinas. A Igreja deve a este santo o termo transubstanciação, termo que explicita, de modo mais preciso até hoje, como a Eucaristia conserva a aparência de pão, sendo, na verdade, o Corpo do Senhor. Muda-se a substância, mas permanece a aparência.
Desde então, a Igreja vai desenvolvendo seu debate sobre a Presença de Cristo na Eucaristia, mas sempre partindo dessas constatações reveladas pelas Escrituras, e definidas como dogma pela Igreja já nos primeiros séculos.
A Eucaristia é o maior tesouro da nossa fé católica. Contudo, é um tesouro desconhecido por muitos católicos. Estudar, meditar, ler, contemplar a Eucaristia é chave decisiva para bem a receber, com dignidade e devoção devidos. Como católicos, precisamos estar prontos, também, para defender esse precioso dom, e testemunhar, ao mundo, que Cristo está verdadeiramente, substancialmente e realmente presente nas espécies do pão e do vinho
O livro, Isto é o meu Corpo, inédito no Brasil, vai nos permitir um aprofundamento, com linguagem acessível, porém com uma riqueza de doutrina única. O Bispo Robert Baron, dos Estados Unidos, grande pregador daquela nação, ao escrever esse livro, presenteia a Igreja com um livro de doutrina segura, que resume toda a doutrina de sempre da Igreja, e nos impele a amar este tão grande tesouro, que é a Eucaristia.