Descubra o significado do Domingo da Misericórdia, suas origens, promessas e como viver esse dia de graça segundo a fé católica.
O Domingo da Misericórdia é uma das celebrações mais importantes do calendário litúrgico e espiritual da Igreja Católica. Instituído por São João Paulo II, este domingo revela a profundidade do amor de Deus por nós e nos convida à confiança na misericórdia infinita de Jesus.
Celebrado no segundo domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia é um presente dado à Igreja por meio das revelações feitas a Santa Faustina Kowalska. Neste artigo, você vai entender o significado, a origem, as promessas espirituais associadas à festa, e como viver com profundidade este dia de conversão, confiança e perdão.
O Domingo da Misericórdia é uma celebração instituída por São João Paulo II no ano 2000, durante a canonização de Santa Faustina Kowalska, e é celebrado no segundo domingo da Páscoa. Trata-se de um convite solene à humanidade para voltar o olhar ao Coração de Jesus transpassado por amor, de onde jorram sangue e água como fontes de misericórdia para todos. Este dia é inteiramente voltado à confiança na misericórdia infinita de Deus e ao apelo à conversão.
A escolha do segundo domingo da Páscoa não é por acaso: ele encerra a Oitava da Páscoa, quando a Igreja celebra intensamente o triunfo da vida sobre a morte. Nesse contexto, a Misericórdia Divina é apresentada como a maior manifestação do amor do Pai, que nos oferece o perdão gratuito e a salvação em Cristo.
A origem dessa celebração remonta às revelações particulares recebidas por Santa Faustina Kowalska, religiosa polonesa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. Entre 1931 e 1938, Jesus apareceu várias vezes a Faustina, confiando-lhe a missão de ser apóstola da Sua misericórdia.
Em uma das revelações, Jesus pediu expressamente que fosse instituída uma festa dedicada à Sua Divina Misericórdia, a ser celebrada no domingo após a Páscoa. Ele prometeu derramar graças especiais nesse dia sobre os que se aproximassem com confiança. Entre os pedidos de Jesus, destacam-se ainda a oração do Terço da Misericórdia, a novena que antecede a festa e a propagação da imagem de Jesus Misericordioso com a inscrição “Jesus, eu confio em Vós”.
Leia mais sobre a origem e a prática da devoção à Divina Misericórdia.
O desejo de Jesus foi plenamente atendido por São João Paulo II. Em 30 de abril do ano 2000, ao canonizar Faustina, o Papa proclamou oficialmente o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia. Este ato representou não apenas o reconhecimento da veracidade das revelações, mas também a inserção dessa espiritualidade no coração da Igreja.
De maneira profundamente simbólica, São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005, justamente na véspera do Domingo da Misericórdia daquele ano. Sua morte, unida à essa festa, é vista por muitos como um selo da Providência sobre essa devoção.
Saiba mais sobre estes dois apóstolos da misericórdia: São João Paulo II e Santa Faustina.
O Domingo da Misericórdia é uma oportunidade de redescobrir o centro da mensagem evangélica: o amor misericordioso de Deus. João Paulo II dizia que “a misericórdia é o segundo nome do amor”. Não se trata apenas de um atributo entre tantos, mas da própria forma como Deus se relaciona conosco: perdoando, curando, acolhendo.
Celebrar esse domingo é fazer memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo sob a ótica da ternura de Deus. É reconhecer que somos pecadores e que precisamos da graça para recomeçar. A misericórdia é o caminho da esperança para os tempos difíceis, para as feridas profundas da alma e para um mundo sedento de compaixão.
Nas aparições a Santa Faustina, Jesus fez promessas extraordinárias para os fiéis que celebrassem o Domingo da Misericórdia com fé e confiança. Ele assegurou que, nesse dia, derramaria graças imensas sobre as almas que se aproximassem do Seu Coração misericordioso. Entre as principais promessas estão:
Essas promessas não são dogmas da fé católica, mas foram acolhidas pela Igreja como revelações privadas espiritualmente fecundas, ou seja, capazes de gerar frutos reais na vida dos fiéis. A devoção à Divina Misericórdia é um caminho seguro de crescimento espiritual, fundamentado no amor de Deus revelado na cruz e confirmado pela tradição da Igreja.
Você sabe o que são indulgências e como recebê-las?
A primeira atitude é participar da Santa Missa com o coração aberto. No Domingo da Misericórdia, renovamos a fé nAquele que, no domingo passado, na Páscoa, deixou-se no Pão para nunca mais nos deixar. É o próprio Jesus, vivo, que nos espera na Eucaristia — e recebê-Lo com devoção e sincero arrependimento é abrir-se totalmente à sua misericórdia.
A confissão próxima ao Domingo da Misericórdia, preferencialmente antes da celebração, permite ao fiel se apresentar com o coração purificado. Jesus prometeu graças abundantes àqueles que se aproximassem desse sacramento nesse tempo.
Você sabe fazer uma boa confissão?
Receber a Comunhão em estado de graça — ou seja, tendo confessado os pecados mortais — é essencial para acolher as promessas de Jesus. É sinal de comunhão real com Ele, confiança em Seu amor e abertura para a misericórdia que Ele deseja derramar.
O Terço da Misericórdia, revelado a Santa Faustina, é uma oração poderosa, especialmente às 15h, hora da morte de Jesus. Ele une nossa oração à Paixão do Senhor, suplicando pelas necessidades do mundo inteiro.
Saiba aqui como rezar o Terço da Misericórdia.
A fé se torna viva quando se traduz em obras (Tg 2,17). Por isso, neste domingo, somos chamados a praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais: dar de comer, visitar os doentes, aconselhar os que erram, perdoar as ofensas, etc. como uma maneira concreta de retribuir o amor recebido de Deus.
Conheça a importância das obras de misericórdia na nossa vida espiritual.
No coração da esperança cristã está a certeza de que Deus nunca nos abandona — e é a Sua misericórdia que nos garante isso. A misericórdia é o alicerce firme sobre o qual a esperança se constrói, porque ela nos mostra que, mesmo quando falhamos, podemos recomeçar. O amor de Deus não depende do nosso mérito, mas da Sua infinita bondade.
O Domingo da Misericórdia é um chamado a viver a esperança todos os dias. Quando experimentamos a misericórdia de Deus, somos renovados interiormente e fortalecidos para sermos, como pede o Jubileu de 2025, verdadeiros “Peregrinos da Esperança” num mundo que tanto precisa de luz e amor.
Para compreender a profundidade da misericórdia divina, podemos recorrer a um grande apóstolo da misericórdia: São João Paulo II. Em sua encíclica Dives in Misericordia (1980), o Papa apresenta a misericórdia como o núcleo da revelação cristã e o atributo mais surpreendente de Deus.
Nesse documento, ele recorda que, longe de ser um sinal de fraqueza, a misericórdia é a expressão mais poderosa do amor divino. É ela que sustenta o mundo e dá sentido à história da salvação. A encíclica nos convida a olhar para o rosto misericordioso de Cristo e a fazer da misericórdia uma atitude concreta em nossa vida e nas relações com os outros.
Em 2016, o Papa Francisco convocou o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, com o tema Misericordiosos como o Pai, um momento de graça para toda a Igreja. O objetivo desse jubileu foi destacar a misericórdia de Deus como o coração do Evangelho e um chamado urgente para cada cristão viver essa misericórdia no dia a dia.
Durante esse período, o Papa enfatizou o papel fundamental da Igreja como um hospital, uma casa de acolhimento para todos, especialmente os feridos e excluídos. O Jubileu foi um convite para redescobrir a importância da confissão, do perdão e da reconciliação, com a certeza de que a misericórdia de Deus é sempre maior do que nossos pecados.
A misericórdia ocupa um lugar central na doutrina da Igreja, sendo apresentada no Catecismo como uma das manifestações mais profundas do amor de Deus. No parágrafo 1846, o Catecismo afirma que “O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores.” O anjo anuncia a José: ‘Ele salvará o seu povo dos seus pecados’ (Mt 1,21)”, ou seja, a missão de Cristo é inseparável da misericórdia, e ela é o coração de todo o anúncio evangélico.
No parágrafo 210, o Catecismo aprofunda essa realidade ao dizer que “depois do pecado de Israel, que se afastou de Deus para adorar o bezerro de ouro, Deus atende a intercessão de Moisés e aceita caminhar no meio dum povo infiel, manifestando deste modo o seu amor.” Mesmo após a queda, Deus não abandona o homem, mas promete a salvação e oferece constantemente a sua aliança. Assim, vemos que a misericórdia é inseparável da fidelidade divina, Deus permanece ao lado do ser humano, mesmo em sua infidelidade, revelando que sua misericórdia é mais forte do que o pecado.
Além de reconhecer a misericórdia como atributo divino, o Catecismo também a apresenta como exigência moral para os cristãos. No parágrafo 2447, lemos: “As obras de misericórdia são ações caridosas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais.” Entre elas, estão dar de comer a quem tem fome, visitar os doentes, consolar os aflitos, perdoar as ofensas e rezar pelos vivos e pelos mortos. O Catecismo ensina que viver a fé implica torná-la concreta no amor ao próximo, especialmente aos mais necessitados.
Por fim, o parágrafo 1458 reforça a importância da misericórdia na vida sacramental da Igreja, ao tratar da confissão: “Confessar-se regularmente ajuda-nos a formar nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixar-nos curar por Cristo e a progredir na vida do Espírito.” Aqui vemos que a misericórdia divina, recebida especialmente no sacramento da Reconciliação, é um caminho contínuo de conversão e crescimento na santidade.
O Domingo da Misericórdia não é apenas uma devoção particular ou um costume regional, é uma celebração instituída para toda a Igreja, um convite universal a confiar no amor infinito de Deus. Neste dia, somos chamados a nos unir em espírito com os fiéis do mundo inteiro, mergulhando juntos na fonte inesgotável da misericórdia que brota do Coração transpassado de Jesus.
Vivê-lo é mais do que cumprir práticas devocionais: é acolher o olhar compassivo de Cristo e deixar-se transformar por Ele. É tempo de renovar nossa confiança, abandonar todo medo e entregar-se com humildade à ação do Espírito. Em comunhão com a Igreja, sejamos portadores dessa misericórdia no mundo — com gestos concretos, palavras de consolo e corações abertos. Afinal, como disse Jesus a Santa Faustina: “A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha misericórdia.”
Confira o nosso artigo sobre as obras de misericórdia e o Ano Jubilar.
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O Domingo da Misericórdia é uma das celebrações mais importantes do calendário litúrgico e espiritual da Igreja Católica. Instituído por São João Paulo II, este domingo revela a profundidade do amor de Deus por nós e nos convida à confiança na misericórdia infinita de Jesus.
Celebrado no segundo domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia é um presente dado à Igreja por meio das revelações feitas a Santa Faustina Kowalska. Neste artigo, você vai entender o significado, a origem, as promessas espirituais associadas à festa, e como viver com profundidade este dia de conversão, confiança e perdão.
O Domingo da Misericórdia é uma celebração instituída por São João Paulo II no ano 2000, durante a canonização de Santa Faustina Kowalska, e é celebrado no segundo domingo da Páscoa. Trata-se de um convite solene à humanidade para voltar o olhar ao Coração de Jesus transpassado por amor, de onde jorram sangue e água como fontes de misericórdia para todos. Este dia é inteiramente voltado à confiança na misericórdia infinita de Deus e ao apelo à conversão.
A escolha do segundo domingo da Páscoa não é por acaso: ele encerra a Oitava da Páscoa, quando a Igreja celebra intensamente o triunfo da vida sobre a morte. Nesse contexto, a Misericórdia Divina é apresentada como a maior manifestação do amor do Pai, que nos oferece o perdão gratuito e a salvação em Cristo.
A origem dessa celebração remonta às revelações particulares recebidas por Santa Faustina Kowalska, religiosa polonesa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. Entre 1931 e 1938, Jesus apareceu várias vezes a Faustina, confiando-lhe a missão de ser apóstola da Sua misericórdia.
Em uma das revelações, Jesus pediu expressamente que fosse instituída uma festa dedicada à Sua Divina Misericórdia, a ser celebrada no domingo após a Páscoa. Ele prometeu derramar graças especiais nesse dia sobre os que se aproximassem com confiança. Entre os pedidos de Jesus, destacam-se ainda a oração do Terço da Misericórdia, a novena que antecede a festa e a propagação da imagem de Jesus Misericordioso com a inscrição “Jesus, eu confio em Vós”.
Leia mais sobre a origem e a prática da devoção à Divina Misericórdia.
O desejo de Jesus foi plenamente atendido por São João Paulo II. Em 30 de abril do ano 2000, ao canonizar Faustina, o Papa proclamou oficialmente o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia. Este ato representou não apenas o reconhecimento da veracidade das revelações, mas também a inserção dessa espiritualidade no coração da Igreja.
De maneira profundamente simbólica, São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005, justamente na véspera do Domingo da Misericórdia daquele ano. Sua morte, unida à essa festa, é vista por muitos como um selo da Providência sobre essa devoção.
Saiba mais sobre estes dois apóstolos da misericórdia: São João Paulo II e Santa Faustina.
O Domingo da Misericórdia é uma oportunidade de redescobrir o centro da mensagem evangélica: o amor misericordioso de Deus. João Paulo II dizia que “a misericórdia é o segundo nome do amor”. Não se trata apenas de um atributo entre tantos, mas da própria forma como Deus se relaciona conosco: perdoando, curando, acolhendo.
Celebrar esse domingo é fazer memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo sob a ótica da ternura de Deus. É reconhecer que somos pecadores e que precisamos da graça para recomeçar. A misericórdia é o caminho da esperança para os tempos difíceis, para as feridas profundas da alma e para um mundo sedento de compaixão.
Nas aparições a Santa Faustina, Jesus fez promessas extraordinárias para os fiéis que celebrassem o Domingo da Misericórdia com fé e confiança. Ele assegurou que, nesse dia, derramaria graças imensas sobre as almas que se aproximassem do Seu Coração misericordioso. Entre as principais promessas estão:
Essas promessas não são dogmas da fé católica, mas foram acolhidas pela Igreja como revelações privadas espiritualmente fecundas, ou seja, capazes de gerar frutos reais na vida dos fiéis. A devoção à Divina Misericórdia é um caminho seguro de crescimento espiritual, fundamentado no amor de Deus revelado na cruz e confirmado pela tradição da Igreja.
Você sabe o que são indulgências e como recebê-las?
A primeira atitude é participar da Santa Missa com o coração aberto. No Domingo da Misericórdia, renovamos a fé nAquele que, no domingo passado, na Páscoa, deixou-se no Pão para nunca mais nos deixar. É o próprio Jesus, vivo, que nos espera na Eucaristia — e recebê-Lo com devoção e sincero arrependimento é abrir-se totalmente à sua misericórdia.
A confissão próxima ao Domingo da Misericórdia, preferencialmente antes da celebração, permite ao fiel se apresentar com o coração purificado. Jesus prometeu graças abundantes àqueles que se aproximassem desse sacramento nesse tempo.
Você sabe fazer uma boa confissão?
Receber a Comunhão em estado de graça — ou seja, tendo confessado os pecados mortais — é essencial para acolher as promessas de Jesus. É sinal de comunhão real com Ele, confiança em Seu amor e abertura para a misericórdia que Ele deseja derramar.
O Terço da Misericórdia, revelado a Santa Faustina, é uma oração poderosa, especialmente às 15h, hora da morte de Jesus. Ele une nossa oração à Paixão do Senhor, suplicando pelas necessidades do mundo inteiro.
Saiba aqui como rezar o Terço da Misericórdia.
A fé se torna viva quando se traduz em obras (Tg 2,17). Por isso, neste domingo, somos chamados a praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais: dar de comer, visitar os doentes, aconselhar os que erram, perdoar as ofensas, etc. como uma maneira concreta de retribuir o amor recebido de Deus.
Conheça a importância das obras de misericórdia na nossa vida espiritual.
No coração da esperança cristã está a certeza de que Deus nunca nos abandona — e é a Sua misericórdia que nos garante isso. A misericórdia é o alicerce firme sobre o qual a esperança se constrói, porque ela nos mostra que, mesmo quando falhamos, podemos recomeçar. O amor de Deus não depende do nosso mérito, mas da Sua infinita bondade.
O Domingo da Misericórdia é um chamado a viver a esperança todos os dias. Quando experimentamos a misericórdia de Deus, somos renovados interiormente e fortalecidos para sermos, como pede o Jubileu de 2025, verdadeiros “Peregrinos da Esperança” num mundo que tanto precisa de luz e amor.
Para compreender a profundidade da misericórdia divina, podemos recorrer a um grande apóstolo da misericórdia: São João Paulo II. Em sua encíclica Dives in Misericordia (1980), o Papa apresenta a misericórdia como o núcleo da revelação cristã e o atributo mais surpreendente de Deus.
Nesse documento, ele recorda que, longe de ser um sinal de fraqueza, a misericórdia é a expressão mais poderosa do amor divino. É ela que sustenta o mundo e dá sentido à história da salvação. A encíclica nos convida a olhar para o rosto misericordioso de Cristo e a fazer da misericórdia uma atitude concreta em nossa vida e nas relações com os outros.
Em 2016, o Papa Francisco convocou o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, com o tema Misericordiosos como o Pai, um momento de graça para toda a Igreja. O objetivo desse jubileu foi destacar a misericórdia de Deus como o coração do Evangelho e um chamado urgente para cada cristão viver essa misericórdia no dia a dia.
Durante esse período, o Papa enfatizou o papel fundamental da Igreja como um hospital, uma casa de acolhimento para todos, especialmente os feridos e excluídos. O Jubileu foi um convite para redescobrir a importância da confissão, do perdão e da reconciliação, com a certeza de que a misericórdia de Deus é sempre maior do que nossos pecados.
A misericórdia ocupa um lugar central na doutrina da Igreja, sendo apresentada no Catecismo como uma das manifestações mais profundas do amor de Deus. No parágrafo 1846, o Catecismo afirma que “O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores.” O anjo anuncia a José: ‘Ele salvará o seu povo dos seus pecados’ (Mt 1,21)”, ou seja, a missão de Cristo é inseparável da misericórdia, e ela é o coração de todo o anúncio evangélico.
No parágrafo 210, o Catecismo aprofunda essa realidade ao dizer que “depois do pecado de Israel, que se afastou de Deus para adorar o bezerro de ouro, Deus atende a intercessão de Moisés e aceita caminhar no meio dum povo infiel, manifestando deste modo o seu amor.” Mesmo após a queda, Deus não abandona o homem, mas promete a salvação e oferece constantemente a sua aliança. Assim, vemos que a misericórdia é inseparável da fidelidade divina, Deus permanece ao lado do ser humano, mesmo em sua infidelidade, revelando que sua misericórdia é mais forte do que o pecado.
Além de reconhecer a misericórdia como atributo divino, o Catecismo também a apresenta como exigência moral para os cristãos. No parágrafo 2447, lemos: “As obras de misericórdia são ações caridosas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais.” Entre elas, estão dar de comer a quem tem fome, visitar os doentes, consolar os aflitos, perdoar as ofensas e rezar pelos vivos e pelos mortos. O Catecismo ensina que viver a fé implica torná-la concreta no amor ao próximo, especialmente aos mais necessitados.
Por fim, o parágrafo 1458 reforça a importância da misericórdia na vida sacramental da Igreja, ao tratar da confissão: “Confessar-se regularmente ajuda-nos a formar nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixar-nos curar por Cristo e a progredir na vida do Espírito.” Aqui vemos que a misericórdia divina, recebida especialmente no sacramento da Reconciliação, é um caminho contínuo de conversão e crescimento na santidade.
O Domingo da Misericórdia não é apenas uma devoção particular ou um costume regional, é uma celebração instituída para toda a Igreja, um convite universal a confiar no amor infinito de Deus. Neste dia, somos chamados a nos unir em espírito com os fiéis do mundo inteiro, mergulhando juntos na fonte inesgotável da misericórdia que brota do Coração transpassado de Jesus.
Vivê-lo é mais do que cumprir práticas devocionais: é acolher o olhar compassivo de Cristo e deixar-se transformar por Ele. É tempo de renovar nossa confiança, abandonar todo medo e entregar-se com humildade à ação do Espírito. Em comunhão com a Igreja, sejamos portadores dessa misericórdia no mundo — com gestos concretos, palavras de consolo e corações abertos. Afinal, como disse Jesus a Santa Faustina: “A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha misericórdia.”
Confira o nosso artigo sobre as obras de misericórdia e o Ano Jubilar.