Destaque, Formação

Domingo da Misericórdia: o que é, como surgiu e como viver esse dia de graça

Descubra o significado do Domingo da Misericórdia, suas origens, promessas e como viver esse dia de graça segundo a fé católica.

Domingo da Misericórdia: o que é, como surgiu e como viver esse dia de graça
Destaque, Formação

Domingo da Misericórdia: o que é, como surgiu e como viver esse dia de graça

Descubra o significado do Domingo da Misericórdia, suas origens, promessas e como viver esse dia de graça segundo a fé católica.

Data da Publicação: 25/04/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica
Data da Publicação: 25/04/2025
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica

O Domingo da Misericórdia é uma das celebrações mais importantes do calendário litúrgico e espiritual da Igreja Católica. Instituído por São João Paulo II, este domingo revela a profundidade do amor de Deus por nós e nos convida à confiança na misericórdia infinita de Jesus.

Celebrado no segundo domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia é um presente dado à Igreja por meio das revelações feitas a Santa Faustina Kowalska. Neste artigo, você vai entender o significado, a origem, as promessas espirituais associadas à festa, e como viver com profundidade este dia de conversão, confiança e perdão.

O que é o Domingo da Misericórdia?

O Domingo da Misericórdia é uma celebração instituída por São João Paulo II no ano 2000, durante a canonização de Santa Faustina Kowalska, e é celebrado no segundo domingo da Páscoa. Trata-se de um convite solene à humanidade para voltar o olhar ao Coração de Jesus transpassado por amor, de onde jorram sangue e água como fontes de misericórdia para todos. Este dia é inteiramente voltado à confiança na misericórdia infinita de Deus e ao apelo à conversão.

A escolha do segundo domingo da Páscoa não é por acaso: ele encerra a Oitava da Páscoa, quando a Igreja celebra intensamente o triunfo da vida sobre a morte. Nesse contexto, a Misericórdia Divina é apresentada como a maior manifestação do amor do Pai, que nos oferece o perdão gratuito e a salvação em Cristo.

Como surgiu o Domingo da Misericórdia?

As revelações a Santa Faustina

A origem dessa celebração remonta às revelações particulares recebidas por Santa Faustina Kowalska, religiosa polonesa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. Entre 1931 e 1938, Jesus apareceu várias vezes a Faustina, confiando-lhe a missão de ser apóstola da Sua misericórdia.

Em uma das revelações, Jesus pediu expressamente que fosse instituída uma festa dedicada à Sua Divina Misericórdia, a ser celebrada no domingo após a Páscoa. Ele prometeu derramar graças especiais nesse dia sobre os que se aproximassem com confiança. Entre os pedidos de Jesus, destacam-se ainda a oração do Terço da Misericórdia, a novena que antecede a festa e a propagação da imagem de Jesus Misericordioso com a inscrição “Jesus, eu confio em Vós”.

Leia mais sobre a origem e a prática da devoção à Divina Misericórdia.

A instituição da festa por São João Paulo II

O desejo de Jesus foi plenamente atendido por São João Paulo II. Em 30 de abril do ano 2000, ao canonizar Faustina, o Papa proclamou oficialmente o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia. Este ato representou não apenas o reconhecimento da veracidade das revelações, mas também a inserção dessa espiritualidade no coração da Igreja.

De maneira profundamente simbólica, São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005, justamente na véspera do Domingo da Misericórdia daquele ano. Sua morte, unida à essa festa, é vista por muitos como um selo da Providência sobre essa devoção.

Saiba mais sobre estes dois apóstolos da misericórdia: São João Paulo II e Santa Faustina.

O significado espiritual do Domingo da Misericórdia

O Domingo da Misericórdia é uma oportunidade de redescobrir o centro da mensagem evangélica: o amor misericordioso de Deus. João Paulo II dizia que “a misericórdia é o segundo nome do amor”. Não se trata apenas de um atributo entre tantos, mas da própria forma como Deus se relaciona conosco: perdoando, curando, acolhendo.

Celebrar esse domingo é fazer memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo sob a ótica da ternura de Deus. É reconhecer que somos pecadores e que precisamos da graça para recomeçar. A misericórdia é o caminho da esperança para os tempos difíceis, para as feridas profundas da alma e para um mundo sedento de compaixão.

As promessas de Jesus para o Domingo da Misericórdia

Nas aparições a Santa Faustina, Jesus fez promessas extraordinárias para os fiéis que celebrassem o Domingo da Misericórdia com fé e confiança. Ele assegurou que, nesse dia, derramaria graças imensas sobre as almas que se aproximassem do Seu Coração misericordioso. Entre as principais promessas estão:

  • Perdão completo das culpas e das penas para quem se confessar e comungar com sinceridade no Domingo da Misericórdia;
  • Graças especiais sobre todos os que se abrirem à misericórdia de Deus com confiança;
  • Indulgência àqueles que rezarem o Terço da Misericórdia com fé e arrependimento, especialmente às 15h, a Hora da Misericórdia.

Essas promessas não são dogmas da fé católica, mas foram acolhidas pela Igreja como revelações privadas espiritualmente fecundas, ou seja, capazes de gerar frutos reais na vida dos fiéis. A devoção à Divina Misericórdia é um caminho seguro de crescimento espiritual, fundamentado no amor de Deus revelado na cruz e confirmado pela tradição da Igreja.

Você sabe o que são indulgências e como recebê-las?

Como viver bem o Domingo da Misericórdia?

Participar da Santa Missa com o coração contrito

A primeira atitude é participar da Santa Missa com o coração aberto. No Domingo da Misericórdia, renovamos a fé nAquele que, no domingo passado, na Páscoa, deixou-se no Pão para nunca mais nos deixar. É o próprio Jesus, vivo, que nos espera na Eucaristia — e recebê-Lo com devoção e sincero arrependimento é abrir-se totalmente à sua misericórdia.

Confissão sacramental

A confissão próxima ao Domingo da Misericórdia, preferencialmente antes da celebração, permite ao fiel se apresentar com o coração purificado. Jesus prometeu graças abundantes àqueles que se aproximassem desse sacramento nesse tempo.

Você sabe fazer uma boa confissão?

Comunhão eucarística

Receber a Comunhão em estado de graça — ou seja, tendo confessado os pecados mortais — é essencial para acolher as promessas de Jesus. É sinal de comunhão real com Ele, confiança em Seu amor e abertura para a misericórdia que Ele deseja derramar.

Rezar o Terço da Misericórdia

O Terço da Misericórdia, revelado a Santa Faustina, é uma oração poderosa, especialmente às 15h, hora da morte de Jesus. Ele une nossa oração à Paixão do Senhor, suplicando pelas necessidades do mundo inteiro.

Saiba aqui como rezar o Terço da Misericórdia.

Praticar obras de misericórdia

A fé se torna viva quando se traduz em obras (Tg 2,17). Por isso, neste domingo, somos chamados a praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais: dar de comer, visitar os doentes, aconselhar os que erram, perdoar as ofensas, etc. como uma maneira concreta de retribuir o amor recebido de Deus.

Conheça a importância das obras de misericórdia na nossa vida espiritual.

O Domingo da Misericórdia e o Jubileu da Esperança

No coração da esperança cristã está a certeza de que Deus nunca nos abandona — e é a Sua misericórdia que nos garante isso. A misericórdia é o alicerce firme sobre o qual a esperança se constrói, porque ela nos mostra que, mesmo quando falhamos, podemos recomeçar. O amor de Deus não depende do nosso mérito, mas da Sua infinita bondade.

O Domingo da Misericórdia é um chamado a viver a esperança todos os dias. Quando experimentamos a misericórdia de Deus, somos renovados interiormente e fortalecidos para sermos, como pede o Jubileu de 2025, verdadeiros “Peregrinos da Esperança” num mundo que tanto precisa de luz e amor.

O que a Igreja ensina sobre a misericórdia?

João Paulo II e a encíclica Dives in Misericordia

Para compreender a profundidade da misericórdia divina, podemos recorrer a um grande apóstolo da misericórdia: São João Paulo II. Em sua encíclica Dives in Misericordia (1980), o Papa apresenta a misericórdia como o núcleo da revelação cristã e o atributo mais surpreendente de Deus.

Nesse documento, ele recorda que, longe de ser um sinal de fraqueza, a misericórdia é a expressão mais poderosa do amor divino. É ela que sustenta o mundo e dá sentido à história da salvação. A encíclica nos convida a olhar para o rosto misericordioso de Cristo e a fazer da misericórdia uma atitude concreta em nossa vida e nas relações com os outros.

Papa Francisco e o Jubileu da Misericórdia

Em 2016, o Papa Francisco convocou o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, com o tema Misericordiosos como o Pai, um momento de graça para toda a Igreja. O objetivo desse jubileu foi destacar a misericórdia de Deus como o coração do Evangelho e um chamado urgente para cada cristão viver essa misericórdia no dia a dia.

Durante esse período, o Papa enfatizou o papel fundamental da Igreja como um hospital, uma casa de acolhimento para todos, especialmente os feridos e excluídos. O Jubileu foi um convite para redescobrir a importância da confissão, do perdão e da reconciliação, com a certeza de que a misericórdia de Deus é sempre maior do que nossos pecados.

O Catecismo da Igreja Católica

A misericórdia ocupa um lugar central na doutrina da Igreja, sendo apresentada no Catecismo como uma das manifestações mais profundas do amor de Deus. No parágrafo 1846, o Catecismo afirma que “O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores.” O anjo anuncia a José: ‘Ele salvará o seu povo dos seus pecados’ (Mt 1,21)”, ou seja, a missão de Cristo é inseparável da misericórdia, e ela é o coração de todo o anúncio evangélico.

No parágrafo 210, o Catecismo aprofunda essa realidade ao dizer que “depois do pecado de Israel, que se afastou de Deus para adorar o bezerro de ouro, Deus atende a intercessão de Moisés e aceita caminhar no meio dum povo infiel, manifestando deste modo o seu amor.” Mesmo após a queda, Deus não abandona o homem, mas promete a salvação e oferece constantemente a sua aliança. Assim, vemos que a misericórdia é inseparável da fidelidade divina, Deus permanece ao lado do ser humano, mesmo em sua infidelidade, revelando que sua misericórdia é mais forte do que o pecado.

Além de reconhecer a misericórdia como atributo divino, o Catecismo também a apresenta como exigência moral para os cristãos. No parágrafo 2447, lemos: “As obras de misericórdia são ações caridosas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais.” Entre elas, estão dar de comer a quem tem fome, visitar os doentes, consolar os aflitos, perdoar as ofensas e rezar pelos vivos e pelos mortos. O Catecismo ensina que viver a fé implica torná-la concreta no amor ao próximo, especialmente aos mais necessitados.

Por fim, o parágrafo 1458 reforça a importância da misericórdia na vida sacramental da Igreja, ao tratar da confissão: “Confessar-se regularmente ajuda-nos a formar nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixar-nos curar por Cristo e a progredir na vida do Espírito.” Aqui vemos que a misericórdia divina, recebida especialmente no sacramento da Reconciliação, é um caminho contínuo de conversão e crescimento na santidade.

Uma festa para o mundo inteiro

O Domingo da Misericórdia não é apenas uma devoção particular ou um costume regional, é uma celebração instituída para toda a Igreja, um convite universal a confiar no amor infinito de Deus. Neste dia, somos chamados a nos unir em espírito com os fiéis do mundo inteiro, mergulhando juntos na fonte inesgotável da misericórdia que brota do Coração transpassado de Jesus.

Vivê-lo é mais do que cumprir práticas devocionais: é acolher o olhar compassivo de Cristo e deixar-se transformar por Ele. É tempo de renovar nossa confiança, abandonar todo medo e entregar-se com humildade à ação do Espírito. Em comunhão com a Igreja, sejamos portadores dessa misericórdia no mundo — com gestos concretos, palavras de consolo e corações abertos. Afinal, como disse Jesus a Santa Faustina: “A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha misericórdia.”

Confira o nosso artigo sobre as obras de misericórdia e o Ano Jubilar.

Redação Minha Biblioteca Católica

O maior clube de leitores católicos do Brasil.

Garanta seu box

O Domingo da Misericórdia é uma das celebrações mais importantes do calendário litúrgico e espiritual da Igreja Católica. Instituído por São João Paulo II, este domingo revela a profundidade do amor de Deus por nós e nos convida à confiança na misericórdia infinita de Jesus.

Celebrado no segundo domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia é um presente dado à Igreja por meio das revelações feitas a Santa Faustina Kowalska. Neste artigo, você vai entender o significado, a origem, as promessas espirituais associadas à festa, e como viver com profundidade este dia de conversão, confiança e perdão.

O que é o Domingo da Misericórdia?

O Domingo da Misericórdia é uma celebração instituída por São João Paulo II no ano 2000, durante a canonização de Santa Faustina Kowalska, e é celebrado no segundo domingo da Páscoa. Trata-se de um convite solene à humanidade para voltar o olhar ao Coração de Jesus transpassado por amor, de onde jorram sangue e água como fontes de misericórdia para todos. Este dia é inteiramente voltado à confiança na misericórdia infinita de Deus e ao apelo à conversão.

A escolha do segundo domingo da Páscoa não é por acaso: ele encerra a Oitava da Páscoa, quando a Igreja celebra intensamente o triunfo da vida sobre a morte. Nesse contexto, a Misericórdia Divina é apresentada como a maior manifestação do amor do Pai, que nos oferece o perdão gratuito e a salvação em Cristo.

Como surgiu o Domingo da Misericórdia?

As revelações a Santa Faustina

A origem dessa celebração remonta às revelações particulares recebidas por Santa Faustina Kowalska, religiosa polonesa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. Entre 1931 e 1938, Jesus apareceu várias vezes a Faustina, confiando-lhe a missão de ser apóstola da Sua misericórdia.

Em uma das revelações, Jesus pediu expressamente que fosse instituída uma festa dedicada à Sua Divina Misericórdia, a ser celebrada no domingo após a Páscoa. Ele prometeu derramar graças especiais nesse dia sobre os que se aproximassem com confiança. Entre os pedidos de Jesus, destacam-se ainda a oração do Terço da Misericórdia, a novena que antecede a festa e a propagação da imagem de Jesus Misericordioso com a inscrição “Jesus, eu confio em Vós”.

Leia mais sobre a origem e a prática da devoção à Divina Misericórdia.

A instituição da festa por São João Paulo II

O desejo de Jesus foi plenamente atendido por São João Paulo II. Em 30 de abril do ano 2000, ao canonizar Faustina, o Papa proclamou oficialmente o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia. Este ato representou não apenas o reconhecimento da veracidade das revelações, mas também a inserção dessa espiritualidade no coração da Igreja.

De maneira profundamente simbólica, São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005, justamente na véspera do Domingo da Misericórdia daquele ano. Sua morte, unida à essa festa, é vista por muitos como um selo da Providência sobre essa devoção.

Saiba mais sobre estes dois apóstolos da misericórdia: São João Paulo II e Santa Faustina.

O significado espiritual do Domingo da Misericórdia

O Domingo da Misericórdia é uma oportunidade de redescobrir o centro da mensagem evangélica: o amor misericordioso de Deus. João Paulo II dizia que “a misericórdia é o segundo nome do amor”. Não se trata apenas de um atributo entre tantos, mas da própria forma como Deus se relaciona conosco: perdoando, curando, acolhendo.

Celebrar esse domingo é fazer memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo sob a ótica da ternura de Deus. É reconhecer que somos pecadores e que precisamos da graça para recomeçar. A misericórdia é o caminho da esperança para os tempos difíceis, para as feridas profundas da alma e para um mundo sedento de compaixão.

As promessas de Jesus para o Domingo da Misericórdia

Nas aparições a Santa Faustina, Jesus fez promessas extraordinárias para os fiéis que celebrassem o Domingo da Misericórdia com fé e confiança. Ele assegurou que, nesse dia, derramaria graças imensas sobre as almas que se aproximassem do Seu Coração misericordioso. Entre as principais promessas estão:

  • Perdão completo das culpas e das penas para quem se confessar e comungar com sinceridade no Domingo da Misericórdia;
  • Graças especiais sobre todos os que se abrirem à misericórdia de Deus com confiança;
  • Indulgência àqueles que rezarem o Terço da Misericórdia com fé e arrependimento, especialmente às 15h, a Hora da Misericórdia.

Essas promessas não são dogmas da fé católica, mas foram acolhidas pela Igreja como revelações privadas espiritualmente fecundas, ou seja, capazes de gerar frutos reais na vida dos fiéis. A devoção à Divina Misericórdia é um caminho seguro de crescimento espiritual, fundamentado no amor de Deus revelado na cruz e confirmado pela tradição da Igreja.

Você sabe o que são indulgências e como recebê-las?

Como viver bem o Domingo da Misericórdia?

Participar da Santa Missa com o coração contrito

A primeira atitude é participar da Santa Missa com o coração aberto. No Domingo da Misericórdia, renovamos a fé nAquele que, no domingo passado, na Páscoa, deixou-se no Pão para nunca mais nos deixar. É o próprio Jesus, vivo, que nos espera na Eucaristia — e recebê-Lo com devoção e sincero arrependimento é abrir-se totalmente à sua misericórdia.

Confissão sacramental

A confissão próxima ao Domingo da Misericórdia, preferencialmente antes da celebração, permite ao fiel se apresentar com o coração purificado. Jesus prometeu graças abundantes àqueles que se aproximassem desse sacramento nesse tempo.

Você sabe fazer uma boa confissão?

Comunhão eucarística

Receber a Comunhão em estado de graça — ou seja, tendo confessado os pecados mortais — é essencial para acolher as promessas de Jesus. É sinal de comunhão real com Ele, confiança em Seu amor e abertura para a misericórdia que Ele deseja derramar.

Rezar o Terço da Misericórdia

O Terço da Misericórdia, revelado a Santa Faustina, é uma oração poderosa, especialmente às 15h, hora da morte de Jesus. Ele une nossa oração à Paixão do Senhor, suplicando pelas necessidades do mundo inteiro.

Saiba aqui como rezar o Terço da Misericórdia.

Praticar obras de misericórdia

A fé se torna viva quando se traduz em obras (Tg 2,17). Por isso, neste domingo, somos chamados a praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais: dar de comer, visitar os doentes, aconselhar os que erram, perdoar as ofensas, etc. como uma maneira concreta de retribuir o amor recebido de Deus.

Conheça a importância das obras de misericórdia na nossa vida espiritual.

O Domingo da Misericórdia e o Jubileu da Esperança

No coração da esperança cristã está a certeza de que Deus nunca nos abandona — e é a Sua misericórdia que nos garante isso. A misericórdia é o alicerce firme sobre o qual a esperança se constrói, porque ela nos mostra que, mesmo quando falhamos, podemos recomeçar. O amor de Deus não depende do nosso mérito, mas da Sua infinita bondade.

O Domingo da Misericórdia é um chamado a viver a esperança todos os dias. Quando experimentamos a misericórdia de Deus, somos renovados interiormente e fortalecidos para sermos, como pede o Jubileu de 2025, verdadeiros “Peregrinos da Esperança” num mundo que tanto precisa de luz e amor.

O que a Igreja ensina sobre a misericórdia?

João Paulo II e a encíclica Dives in Misericordia

Para compreender a profundidade da misericórdia divina, podemos recorrer a um grande apóstolo da misericórdia: São João Paulo II. Em sua encíclica Dives in Misericordia (1980), o Papa apresenta a misericórdia como o núcleo da revelação cristã e o atributo mais surpreendente de Deus.

Nesse documento, ele recorda que, longe de ser um sinal de fraqueza, a misericórdia é a expressão mais poderosa do amor divino. É ela que sustenta o mundo e dá sentido à história da salvação. A encíclica nos convida a olhar para o rosto misericordioso de Cristo e a fazer da misericórdia uma atitude concreta em nossa vida e nas relações com os outros.

Papa Francisco e o Jubileu da Misericórdia

Em 2016, o Papa Francisco convocou o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, com o tema Misericordiosos como o Pai, um momento de graça para toda a Igreja. O objetivo desse jubileu foi destacar a misericórdia de Deus como o coração do Evangelho e um chamado urgente para cada cristão viver essa misericórdia no dia a dia.

Durante esse período, o Papa enfatizou o papel fundamental da Igreja como um hospital, uma casa de acolhimento para todos, especialmente os feridos e excluídos. O Jubileu foi um convite para redescobrir a importância da confissão, do perdão e da reconciliação, com a certeza de que a misericórdia de Deus é sempre maior do que nossos pecados.

O Catecismo da Igreja Católica

A misericórdia ocupa um lugar central na doutrina da Igreja, sendo apresentada no Catecismo como uma das manifestações mais profundas do amor de Deus. No parágrafo 1846, o Catecismo afirma que “O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores.” O anjo anuncia a José: ‘Ele salvará o seu povo dos seus pecados’ (Mt 1,21)”, ou seja, a missão de Cristo é inseparável da misericórdia, e ela é o coração de todo o anúncio evangélico.

No parágrafo 210, o Catecismo aprofunda essa realidade ao dizer que “depois do pecado de Israel, que se afastou de Deus para adorar o bezerro de ouro, Deus atende a intercessão de Moisés e aceita caminhar no meio dum povo infiel, manifestando deste modo o seu amor.” Mesmo após a queda, Deus não abandona o homem, mas promete a salvação e oferece constantemente a sua aliança. Assim, vemos que a misericórdia é inseparável da fidelidade divina, Deus permanece ao lado do ser humano, mesmo em sua infidelidade, revelando que sua misericórdia é mais forte do que o pecado.

Além de reconhecer a misericórdia como atributo divino, o Catecismo também a apresenta como exigência moral para os cristãos. No parágrafo 2447, lemos: “As obras de misericórdia são ações caridosas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais.” Entre elas, estão dar de comer a quem tem fome, visitar os doentes, consolar os aflitos, perdoar as ofensas e rezar pelos vivos e pelos mortos. O Catecismo ensina que viver a fé implica torná-la concreta no amor ao próximo, especialmente aos mais necessitados.

Por fim, o parágrafo 1458 reforça a importância da misericórdia na vida sacramental da Igreja, ao tratar da confissão: “Confessar-se regularmente ajuda-nos a formar nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixar-nos curar por Cristo e a progredir na vida do Espírito.” Aqui vemos que a misericórdia divina, recebida especialmente no sacramento da Reconciliação, é um caminho contínuo de conversão e crescimento na santidade.

Uma festa para o mundo inteiro

O Domingo da Misericórdia não é apenas uma devoção particular ou um costume regional, é uma celebração instituída para toda a Igreja, um convite universal a confiar no amor infinito de Deus. Neste dia, somos chamados a nos unir em espírito com os fiéis do mundo inteiro, mergulhando juntos na fonte inesgotável da misericórdia que brota do Coração transpassado de Jesus.

Vivê-lo é mais do que cumprir práticas devocionais: é acolher o olhar compassivo de Cristo e deixar-se transformar por Ele. É tempo de renovar nossa confiança, abandonar todo medo e entregar-se com humildade à ação do Espírito. Em comunhão com a Igreja, sejamos portadores dessa misericórdia no mundo — com gestos concretos, palavras de consolo e corações abertos. Afinal, como disse Jesus a Santa Faustina: “A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha misericórdia.”

Confira o nosso artigo sobre as obras de misericórdia e o Ano Jubilar.

Cadastre-se para receber nossos conteúdos exclusivos e fique por dentro de todas as novidades!

Insira seu nome e e-mail para receber atualizações da MBC.
Selecione os conteúdos que mais te interessam e fique por dentro de todas as novidades!

Ao clicar em quero assinar você declara aceita receber conteúdos em seu email e concorda com a nossa política de privacidade.