Descubra o papel de São Miguel Arcanjo no Apocalipse: o combate espiritual, a vitória sobre o mal e sua missão no fim dos tempos.
Descubra o papel de São Miguel Arcanjo no Apocalipse: o combate espiritual, a vitória sobre o mal e sua missão no fim dos tempos.
Desde os primeiros séculos do cristianismo, São Miguel Arcanjo e o Apocalipse se entrelaçam na fé da Igreja como símbolos do combate espiritual e da vitória de Deus sobre o mal. No capítulo 12 do Livro da Revelação, o Arcanjo aparece como o grande príncipe celeste, líder da milícia angelical que derrota o Dragão infernal. Este artigo busca explicar o papel escatológico de São Miguel Arcanjo no Apocalipse, bem como aprofundar sua missão conforme a doutrina católica e a tradição devocional da Igreja.
O Apocalipse, também chamado de Livro da Revelação, é o último livro do Novo Testamento e constitui uma das obras mais densas e simbólicas da Sagrada Escritura. Seu conteúdo foi escrito por São João, tradicionalmente identificado como o Evangelista, em meio a uma grave perseguição contra os cristãos na ilha de Patmos.
Através de visões inspiradas por Deus, João revela os desígnios celestes sobre o destino da humanidade, o combate entre o bem e o mal, e o triunfo definitivo de Cristo. O livro apresenta um panorama escatológico, em que se destacam a luta dos santos, o juízo de Deus e a glória da Jerusalém celeste. Seu caráter profético, contudo, exige uma leitura guiada pela fé e pela Tradição da Igreja, que nos adverte contra interpretações apocalípticas literais ou sensacionalistas. Por isso, a própria teologia católica oferece uma síntese segura e autorizada sobre seu conteúdo.
“O Apocalipse […] é um livro profético com muitos simbolismos e de difícil interpretação, escrito pelo Apóstolo São João, cerca do ano 100, e que tem como tema principal a segunda vinda de Jesus Cristo para o Juízo Final, na Parusia.” 1
A presença dos anjos no Livro do Apocalipse é intensa e recorrente. Eles são apresentados como mensageiros celestes que anunciam os desígnios de Deus, executam seus juízos e tomam parte na liturgia eterna diante do trono do Cordeiro. Desde o início da narrativa, os anjos guiam as visões de São João e participam ativamente de cada etapa do plano divino.
Trombetas são tocadas, selos são abertos e taças são derramadas pelas mãos desses ministros celestes, revelando a gravidade dos acontecimentos que marcam o fim dos tempos. Em meio às calamidades e julgamentos, os anjos também proclamam louvores, convocam à conversão e protegem os servos de Deus. A atuação angélica, portanto, não se limita ao anúncio da justiça, mas participa da misericórdia e da salvação.
O Apocalipse é mais do que uma narrativa de eventos futuros: é, acima de tudo, uma grande liturgia celeste revelada ao apóstolo João. A estrutura do livro se desenvolve por meio de sete selos, sete trombetas e sete taças, que simbolizam etapas do juízo divino e da história da salvação. Cada uma dessas séries é marcada por intervenções angélicas, atos de culto e revelações solenes.
Entre uma visão e outra, surgem cânticos de adoração, procissões de anjos, oferendas de incenso, e vozes que proclamam a glória de Deus e do Cordeiro. A linguagem é profundamente simbólica, remetendo ao culto do Templo de Jerusalém, mas elevada agora à sua plenitude celestial. O trono de Deus, o altar, os anciãos e os coros angélicos compõem um cenário que evoca a liturgia eterna.
Essa dimensão litúrgica do Apocalipse não é mero pano de fundo: ela revela a realidade última do cosmos redimido, onde toda criatura, visível e invisível, se une no louvor ao Senhor. Nesse ambiente de liturgia celeste, os anjos são apresentados como servidores da justiça e do culto divino, firmes defensores da santidade e da ordem estabelecida por Deus. É nesse horizonte de adoração e combate espiritual que emerge a figura central de São Miguel Arcanjo, o grande príncipe, cuja missão culmina na batalha contra o Dragão. Sua presença no Apocalipse representa o ápice da missão angélica: defender os filhos de Deus e proclamar a vitória definitiva do bem sobre o mal.
Que tal conhecer algumas curiosidades sobre a Bíblia?
Entre todos os espíritos celestes mencionados nas Escrituras, São Miguel Arcanjo ocupa um lugar singular. A tradição cristã o reconhece como príncipe da milícia celeste, defensor da Igreja, anjo do juízo e protetor do povo de Deus contra as forças infernais.
A doutrina católica, apoiada nas Escrituras e nos testemunhos dos Padres da Igreja, ensina que São Miguel lidera as hostes angélicas na luta contra o mal. Sua fidelidade incondicional a Deus o torna modelo de obediência e fortaleza espiritual. Como recorda o Catecismo, os anjos “são servidores e mensageiros de Deus” 2, e São Miguel, entre eles, exerce essa missão com autoridade e destaque singulares.
Ao longo da história, a Igreja o tem invocado como guardião dos cristãos, padroeiro da Igreja universal e intercessor na hora da morte. Sua figura representa, ao mesmo tempo, o combate espiritual e a certeza da vitória de Cristo — a fidelidade à verdade e o cumprimento das promessas divinas. É a ele que recorremos em tempos de provação, pedindo sua proteção e força na luta diária contra as tentações e as ciladas do Inimigo.
O nome Miguel vem do hebraico Mîkhā’ēl, que significa “Quem como Deus?”. Essa expressão não é uma pergunta comum, mas um brado de humildade e adoração, que reconhece a soberania absoluta do Altíssimo. Segundo a tradição da Igreja, essa frase reflete o grito de fidelidade que teria ecoado no Céu quando Lúcifer, movido pela soberba, tentou usurpar a glória de Deus.
Miguel, em contraste, manifesta com seu próprio nome a verdade fundamental da fé: ninguém se iguala a Deus, e todo poder, por mais alto que pareça, deve submeter-se à vontade divina. Assim, sua identidade está intimamente ligada à virtude da humildade, que é a arma espiritual por excelência contra o orgulho que levou à queda dos anjos rebeldes.
O nome de São Miguel, portanto, não é apenas uma designação pessoal, mas um testemunho de sua missão: combater toda forma de idolatria, soberba e rebelião contra o Criador. Ao invocar “São Miguel Arcanjo”, o fiel participa desse brado de fidelidade, proclamando com ele que somente Deus é digno de honra, glória e poder.
Para saber mais sobre o Príncipe Celeste, confira o nosso guia completo para católicos sobre São Miguel Arcanjo.
A figura de São Miguel aparece de modo mais explícito no Antigo Testamento no Livro de Daniel, um dos textos proféticos mais ricos em visões celestes. Ele é apresentado como “o grande príncipe que se conserva junto dos filhos do teu povo” 3, expressão que revela seu papel protetor sobre Israel. Não se trata de uma função simbólica ou alegórica, mas de uma missão real exercida no plano espiritual, em defesa do povo eleito diante das ameaças invisíveis.
A citação de Daniel aparece em um contexto de grande tribulação, prenunciando o tempo do fim, quando o povo de Deus será posto à prova. A intervenção de Miguel indica que, mesmo diante do sofrimento e da perseguição, os fiéis não estão abandonados. Há um defensor celeste vigilante, disposto a interceder e a combater pelas almas que pertencem ao Senhor.
Essa revelação no Antigo Testamento lança as bases para a compreensão cristã de São Miguel como guardião da Igreja — o novo Israel — e nos prepara para reconhecê-lo, no Apocalipse, como o grande guerreiro da batalha escatológica. Sua presença contínua ao longo das Escrituras reforça a ideia de que a luta entre luz e trevas não se limita ao mundo visível, mas se desenrola também, e principalmente, na esfera espiritual.
Você sabe o que a Igreja ensina sobre os seres espirituais? Confira o artigo sobre anjos e demônios.
Desde a antiguidade cristã, São Miguel Arcanjo tem sido representado na arte sacra como um guerreiro celeste, vestido com armadura resplandecente, empunhando armas espirituais e vencendo o Dragão infernal sob seus pés. Essas imagens não são apenas artísticas, mas expressões visíveis de sua missão descrita no Apocalipse: combater e derrotar Satanás.
Cada elemento da iconografia de São Miguel tem um significado espiritual profundo. “A lança em sua mão simboliza a força de Deus com a qual derrota o Demônio; o escudo representa a humildade, virtude com a qual se repelem as insídias do orgulho infernal; e a espada de dois gumes é um símbolo da Palavra de Deus, capaz de dissipar a mentira e cortar as ilusões com que Satanás tenta enganar os fiéis” 4.
Esses atributos visuais ajudam os fiéis a compreender a natureza do combate espiritual travado por São Miguel Arcanjo no Apocalipse. Não se trata de uma luta corporal, mas de um enfrentamento entre a verdade divina e o engano demoníaco. Por isso, sua imagem inspira confiança, coragem e fidelidade.
Ao contemplar essas representações, recordamos que também nós somos chamados a empunhar as armas espirituais da fé, da humildade e da Palavra de Deus. São Miguel Arcanjo nos ensina que, com essas armas, o bem sempre triunfa, mesmo diante das maiores adversidades.
A tradição católica reconhece São Miguel Arcanjo como o guia das almas no momento da morte, aquele que acompanha os fiéis no instante derradeiro e os conduz à presença de Deus. Desde o século VI, ele é venerado como o padroeiro dos moribundos e invocado nas orações de súplica por uma boa morte. Essa crença se fundamenta tanto na tradição litúrgica quanto na iconografia cristã, que frequentemente retrata o arcanjo com uma balança na mão — símbolo do juízo particular e do discernimento entre o bem e o mal.
No contexto de “São Miguel Arcanjo e o Apocalipse”, essa missão assume um significado ainda mais profundo. O Apocalipse apresenta não apenas o juízo coletivo da humanidade no fim dos tempos, mas também a certeza de que Deus não abandona os seus em nenhuma etapa da existência. A presença de São Miguel no momento da morte é, portanto, um sinal da solicitude divina para com cada alma que parte deste mundo.
Segundo a obra Os Santos Anjos e a Hierarquia Celeste, “São Miguel Arcanjo é o padroeiro da Igreja Católica e dos moribundos desde o século VI” 5. Seu papel como condutor das almas redimidas revela a continuidade entre a batalha travada na terra e a entrada triunfante no Céu. Ele não apenas luta por nós durante a vida, mas também nos acompanha no momento decisivo da passagem para a eternidade.
Na perspectiva cristã sobre o fim dos tempos, São Miguel Arcanjo ocupa um lugar de destaque como cooperador da vitória definitiva de Cristo sobre o mal. Sua atuação não é isolada nem paralela à de Nosso Senhor, mas profundamente vinculada ao mistério da redenção. Como príncipe da milícia celeste, Miguel representa a fidelidade da criação angélica à soberania divina e participa da consumação do plano salvífico.
O livro Os Santos Anjos e a Hierarquia Celeste afirma que “com sua colaboração, se aplicarão a nós os benefícios da ‘redenção com a vitória final de Miguel sobre o demônio’” 6. Isso significa que o combate espiritual conduzido por São Miguel é parte integrante da economia da salvação: ele age como ministro do juízo, defensor dos eleitos e instrumento da justiça divina.
Na visão do Apocalipse, a vitória de Cristo — o Cordeiro imolado — culmina na derrota do Dragão, isto é, do próprio Satanás. É nesse contexto que aparece São Miguel, liderando os exércitos celestes contra as forças rebeldes, como sinal visível da intervenção divina no desenlace da história humana. Seu triunfo não é apenas um episódio, mas um prenúncio da restauração de todas as coisas em Cristo.
Assim, invocar São Miguel Arcanjo e reconhecer seu papel no Apocalipse é professar a certeza da vitória de Deus. É um ato de fé na justiça final, onde os justos serão exaltados, o mal será vencido e a criação inteira será reconciliada com o seu Criador.
A presença de São Miguel Arcanjo no Apocalipse revela não apenas uma realidade celeste distante, mas um chamado presente à vida espiritual dos fiéis. O combate travado entre o Arcanjo e o Dragão é símbolo da luta que cada cristão enfrenta contra o pecado, a tentação e as forças do mal. Neste contexto, a figura de São Miguel torna-se um modelo de fidelidade, humildade e confiança no poder de Deus.
A iconografia tradicional o representa com escudo e espada, mas esses instrumentos não se referem à força física, e sim às virtudes espirituais que devem armar o cristão: a humildade, que repele a soberba diabólica, e a Palavra de Deus, que dissipa as trevas do erro. Como recorda uma oração tradicional: “Príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal, recebestes de Deus a força e o poder de aniquilar, pela humildade, a soberba do príncipe das trevas…” 7.
Aprender com São Miguel Arcanjo e o Apocalipse é, portanto, entrar nesse espírito de combate confiante. É assumir, com esperança e vigilância, a luta pela santidade, sabendo que não estamos sozinhos. O mesmo Arcanjo que expulsou o Dragão do Céu permanece ativo e presente na Igreja, assistindo os fiéis até a consumação dos tempos.
Saiba o que é e como fazer a Quaresma de São Miguel em 2025.
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Desde os primeiros séculos do cristianismo, São Miguel Arcanjo e o Apocalipse se entrelaçam na fé da Igreja como símbolos do combate espiritual e da vitória de Deus sobre o mal. No capítulo 12 do Livro da Revelação, o Arcanjo aparece como o grande príncipe celeste, líder da milícia angelical que derrota o Dragão infernal. Este artigo busca explicar o papel escatológico de São Miguel Arcanjo no Apocalipse, bem como aprofundar sua missão conforme a doutrina católica e a tradição devocional da Igreja.
O Apocalipse, também chamado de Livro da Revelação, é o último livro do Novo Testamento e constitui uma das obras mais densas e simbólicas da Sagrada Escritura. Seu conteúdo foi escrito por São João, tradicionalmente identificado como o Evangelista, em meio a uma grave perseguição contra os cristãos na ilha de Patmos.
Através de visões inspiradas por Deus, João revela os desígnios celestes sobre o destino da humanidade, o combate entre o bem e o mal, e o triunfo definitivo de Cristo. O livro apresenta um panorama escatológico, em que se destacam a luta dos santos, o juízo de Deus e a glória da Jerusalém celeste. Seu caráter profético, contudo, exige uma leitura guiada pela fé e pela Tradição da Igreja, que nos adverte contra interpretações apocalípticas literais ou sensacionalistas. Por isso, a própria teologia católica oferece uma síntese segura e autorizada sobre seu conteúdo.
“O Apocalipse […] é um livro profético com muitos simbolismos e de difícil interpretação, escrito pelo Apóstolo São João, cerca do ano 100, e que tem como tema principal a segunda vinda de Jesus Cristo para o Juízo Final, na Parusia.” 1
A presença dos anjos no Livro do Apocalipse é intensa e recorrente. Eles são apresentados como mensageiros celestes que anunciam os desígnios de Deus, executam seus juízos e tomam parte na liturgia eterna diante do trono do Cordeiro. Desde o início da narrativa, os anjos guiam as visões de São João e participam ativamente de cada etapa do plano divino.
Trombetas são tocadas, selos são abertos e taças são derramadas pelas mãos desses ministros celestes, revelando a gravidade dos acontecimentos que marcam o fim dos tempos. Em meio às calamidades e julgamentos, os anjos também proclamam louvores, convocam à conversão e protegem os servos de Deus. A atuação angélica, portanto, não se limita ao anúncio da justiça, mas participa da misericórdia e da salvação.
O Apocalipse é mais do que uma narrativa de eventos futuros: é, acima de tudo, uma grande liturgia celeste revelada ao apóstolo João. A estrutura do livro se desenvolve por meio de sete selos, sete trombetas e sete taças, que simbolizam etapas do juízo divino e da história da salvação. Cada uma dessas séries é marcada por intervenções angélicas, atos de culto e revelações solenes.
Entre uma visão e outra, surgem cânticos de adoração, procissões de anjos, oferendas de incenso, e vozes que proclamam a glória de Deus e do Cordeiro. A linguagem é profundamente simbólica, remetendo ao culto do Templo de Jerusalém, mas elevada agora à sua plenitude celestial. O trono de Deus, o altar, os anciãos e os coros angélicos compõem um cenário que evoca a liturgia eterna.
Essa dimensão litúrgica do Apocalipse não é mero pano de fundo: ela revela a realidade última do cosmos redimido, onde toda criatura, visível e invisível, se une no louvor ao Senhor. Nesse ambiente de liturgia celeste, os anjos são apresentados como servidores da justiça e do culto divino, firmes defensores da santidade e da ordem estabelecida por Deus. É nesse horizonte de adoração e combate espiritual que emerge a figura central de São Miguel Arcanjo, o grande príncipe, cuja missão culmina na batalha contra o Dragão. Sua presença no Apocalipse representa o ápice da missão angélica: defender os filhos de Deus e proclamar a vitória definitiva do bem sobre o mal.
Que tal conhecer algumas curiosidades sobre a Bíblia?
Entre todos os espíritos celestes mencionados nas Escrituras, São Miguel Arcanjo ocupa um lugar singular. A tradição cristã o reconhece como príncipe da milícia celeste, defensor da Igreja, anjo do juízo e protetor do povo de Deus contra as forças infernais.
A doutrina católica, apoiada nas Escrituras e nos testemunhos dos Padres da Igreja, ensina que São Miguel lidera as hostes angélicas na luta contra o mal. Sua fidelidade incondicional a Deus o torna modelo de obediência e fortaleza espiritual. Como recorda o Catecismo, os anjos “são servidores e mensageiros de Deus” 2, e São Miguel, entre eles, exerce essa missão com autoridade e destaque singulares.
Ao longo da história, a Igreja o tem invocado como guardião dos cristãos, padroeiro da Igreja universal e intercessor na hora da morte. Sua figura representa, ao mesmo tempo, o combate espiritual e a certeza da vitória de Cristo — a fidelidade à verdade e o cumprimento das promessas divinas. É a ele que recorremos em tempos de provação, pedindo sua proteção e força na luta diária contra as tentações e as ciladas do Inimigo.
O nome Miguel vem do hebraico Mîkhā’ēl, que significa “Quem como Deus?”. Essa expressão não é uma pergunta comum, mas um brado de humildade e adoração, que reconhece a soberania absoluta do Altíssimo. Segundo a tradição da Igreja, essa frase reflete o grito de fidelidade que teria ecoado no Céu quando Lúcifer, movido pela soberba, tentou usurpar a glória de Deus.
Miguel, em contraste, manifesta com seu próprio nome a verdade fundamental da fé: ninguém se iguala a Deus, e todo poder, por mais alto que pareça, deve submeter-se à vontade divina. Assim, sua identidade está intimamente ligada à virtude da humildade, que é a arma espiritual por excelência contra o orgulho que levou à queda dos anjos rebeldes.
O nome de São Miguel, portanto, não é apenas uma designação pessoal, mas um testemunho de sua missão: combater toda forma de idolatria, soberba e rebelião contra o Criador. Ao invocar “São Miguel Arcanjo”, o fiel participa desse brado de fidelidade, proclamando com ele que somente Deus é digno de honra, glória e poder.
Para saber mais sobre o Príncipe Celeste, confira o nosso guia completo para católicos sobre São Miguel Arcanjo.
A figura de São Miguel aparece de modo mais explícito no Antigo Testamento no Livro de Daniel, um dos textos proféticos mais ricos em visões celestes. Ele é apresentado como “o grande príncipe que se conserva junto dos filhos do teu povo” 3, expressão que revela seu papel protetor sobre Israel. Não se trata de uma função simbólica ou alegórica, mas de uma missão real exercida no plano espiritual, em defesa do povo eleito diante das ameaças invisíveis.
A citação de Daniel aparece em um contexto de grande tribulação, prenunciando o tempo do fim, quando o povo de Deus será posto à prova. A intervenção de Miguel indica que, mesmo diante do sofrimento e da perseguição, os fiéis não estão abandonados. Há um defensor celeste vigilante, disposto a interceder e a combater pelas almas que pertencem ao Senhor.
Essa revelação no Antigo Testamento lança as bases para a compreensão cristã de São Miguel como guardião da Igreja — o novo Israel — e nos prepara para reconhecê-lo, no Apocalipse, como o grande guerreiro da batalha escatológica. Sua presença contínua ao longo das Escrituras reforça a ideia de que a luta entre luz e trevas não se limita ao mundo visível, mas se desenrola também, e principalmente, na esfera espiritual.
Você sabe o que a Igreja ensina sobre os seres espirituais? Confira o artigo sobre anjos e demônios.
Desde a antiguidade cristã, São Miguel Arcanjo tem sido representado na arte sacra como um guerreiro celeste, vestido com armadura resplandecente, empunhando armas espirituais e vencendo o Dragão infernal sob seus pés. Essas imagens não são apenas artísticas, mas expressões visíveis de sua missão descrita no Apocalipse: combater e derrotar Satanás.
Cada elemento da iconografia de São Miguel tem um significado espiritual profundo. “A lança em sua mão simboliza a força de Deus com a qual derrota o Demônio; o escudo representa a humildade, virtude com a qual se repelem as insídias do orgulho infernal; e a espada de dois gumes é um símbolo da Palavra de Deus, capaz de dissipar a mentira e cortar as ilusões com que Satanás tenta enganar os fiéis” 4.
Esses atributos visuais ajudam os fiéis a compreender a natureza do combate espiritual travado por São Miguel Arcanjo no Apocalipse. Não se trata de uma luta corporal, mas de um enfrentamento entre a verdade divina e o engano demoníaco. Por isso, sua imagem inspira confiança, coragem e fidelidade.
Ao contemplar essas representações, recordamos que também nós somos chamados a empunhar as armas espirituais da fé, da humildade e da Palavra de Deus. São Miguel Arcanjo nos ensina que, com essas armas, o bem sempre triunfa, mesmo diante das maiores adversidades.
A tradição católica reconhece São Miguel Arcanjo como o guia das almas no momento da morte, aquele que acompanha os fiéis no instante derradeiro e os conduz à presença de Deus. Desde o século VI, ele é venerado como o padroeiro dos moribundos e invocado nas orações de súplica por uma boa morte. Essa crença se fundamenta tanto na tradição litúrgica quanto na iconografia cristã, que frequentemente retrata o arcanjo com uma balança na mão — símbolo do juízo particular e do discernimento entre o bem e o mal.
No contexto de “São Miguel Arcanjo e o Apocalipse”, essa missão assume um significado ainda mais profundo. O Apocalipse apresenta não apenas o juízo coletivo da humanidade no fim dos tempos, mas também a certeza de que Deus não abandona os seus em nenhuma etapa da existência. A presença de São Miguel no momento da morte é, portanto, um sinal da solicitude divina para com cada alma que parte deste mundo.
Segundo a obra Os Santos Anjos e a Hierarquia Celeste, “São Miguel Arcanjo é o padroeiro da Igreja Católica e dos moribundos desde o século VI” 5. Seu papel como condutor das almas redimidas revela a continuidade entre a batalha travada na terra e a entrada triunfante no Céu. Ele não apenas luta por nós durante a vida, mas também nos acompanha no momento decisivo da passagem para a eternidade.
Na perspectiva cristã sobre o fim dos tempos, São Miguel Arcanjo ocupa um lugar de destaque como cooperador da vitória definitiva de Cristo sobre o mal. Sua atuação não é isolada nem paralela à de Nosso Senhor, mas profundamente vinculada ao mistério da redenção. Como príncipe da milícia celeste, Miguel representa a fidelidade da criação angélica à soberania divina e participa da consumação do plano salvífico.
O livro Os Santos Anjos e a Hierarquia Celeste afirma que “com sua colaboração, se aplicarão a nós os benefícios da ‘redenção com a vitória final de Miguel sobre o demônio’” 6. Isso significa que o combate espiritual conduzido por São Miguel é parte integrante da economia da salvação: ele age como ministro do juízo, defensor dos eleitos e instrumento da justiça divina.
Na visão do Apocalipse, a vitória de Cristo — o Cordeiro imolado — culmina na derrota do Dragão, isto é, do próprio Satanás. É nesse contexto que aparece São Miguel, liderando os exércitos celestes contra as forças rebeldes, como sinal visível da intervenção divina no desenlace da história humana. Seu triunfo não é apenas um episódio, mas um prenúncio da restauração de todas as coisas em Cristo.
Assim, invocar São Miguel Arcanjo e reconhecer seu papel no Apocalipse é professar a certeza da vitória de Deus. É um ato de fé na justiça final, onde os justos serão exaltados, o mal será vencido e a criação inteira será reconciliada com o seu Criador.
A presença de São Miguel Arcanjo no Apocalipse revela não apenas uma realidade celeste distante, mas um chamado presente à vida espiritual dos fiéis. O combate travado entre o Arcanjo e o Dragão é símbolo da luta que cada cristão enfrenta contra o pecado, a tentação e as forças do mal. Neste contexto, a figura de São Miguel torna-se um modelo de fidelidade, humildade e confiança no poder de Deus.
A iconografia tradicional o representa com escudo e espada, mas esses instrumentos não se referem à força física, e sim às virtudes espirituais que devem armar o cristão: a humildade, que repele a soberba diabólica, e a Palavra de Deus, que dissipa as trevas do erro. Como recorda uma oração tradicional: “Príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal, recebestes de Deus a força e o poder de aniquilar, pela humildade, a soberba do príncipe das trevas…” 7.
Aprender com São Miguel Arcanjo e o Apocalipse é, portanto, entrar nesse espírito de combate confiante. É assumir, com esperança e vigilância, a luta pela santidade, sabendo que não estamos sozinhos. O mesmo Arcanjo que expulsou o Dragão do Céu permanece ativo e presente na Igreja, assistindo os fiéis até a consumação dos tempos.
Saiba o que é e como fazer a Quaresma de São Miguel em 2025.