Saiba o que é a festa da apresentação de Nossa Senhora e o como ela pode nos auxiliar a crescer na vida espiritual.
Saiba o que é a festa da apresentação de Nossa Senhora e o como ela pode nos auxiliar a crescer na vida espiritual.
Sempre que comemoramos uma festa ou uma solenidade, um bom exercício que podemos praticar é nos transportar para o momento que é o centro da festividade e imaginar cada detalhe da cena. É assim que devemos fazer com a festa da Apresentação de Nossa Senhora, que recorda o dia em que a Mãe de Jesus foi apresentada no templo por Santa Ana e São Joaquim, que cumpriram os votos que tinham feito de entregar sua filha ao serviço de Deus.
Nesse texto, vamos nos transportar para esse momento tão sublime e entender como ele pode ser aplicado à nossa rotina de oração e de vida interior.
A festa recorda o dia em que os pais de Maria, Joaquim e Ana, a levam ao templo para ser consagrada a Deus. Tal evento histórico é carregado de simbologia e profundidade teológica, afinal, como diz São Máximo, o Confessor: “o Templo de Deus foi levado ao templo”.
Há uma frase que sempre vale a pena destacar: a Igreja é didática! Todo ano litúrgico é pensado de maneira meticulosa para que os fiéis vivam, dentro de um ano, toda lógica salvífica. Se no início do ano litúrgico temos a Imaculada Conceição, em 8 de dezembro, 9 meses depois temos a Natividade de Nossa Senhora, em 8 de setembro. Após isso, temos sua Apresentação, celebrada em 21 de novembro.
Especificamente esse evento não está descrito nos Evangelhos, porém, desde os tempos primitivos da Igreja, mediante a Sagrada Tradição, celebramos a Apresentação de Nossa Senhora. São Máximo, no século VI, já meditava sobre em seu livro “A vida da Virgem”. Podemos encontrar um relato no Proto-Evangelho de Tiago, um livro apócrifo.
Transcrevemos aqui o trecho do Proto-Evangelho de Tiago que traz uma descrição do acontecimento:
“Os meses foram passando para a menina e quando ela completou dois anos, Joaquim disse a Ana: ‘Vamos levá-la ao Templo do Senhor para cumprirmos a promessa que fizemos, para que o Senhor não reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a seus olhos’. Ana respondeu: ‘Vamos esperar que ela complete três anos, para que não venha sentir saudade de nós’. E Joaquim respondeu: ‘Vamos aguardar’. Quando completou três anos, Joaquim disse: ‘Chame as meninas hebreias, virgens, e que, duas a duas, tomem uma lâmpada acesa para que a menina não olhe para trás e seu coração se prenda por algo fora do Templo de Deus’. E assim foi feito e subiram ao Templo do Senhor. Então o sacerdote a recebeu, a beijou e abençoou-a. E disse: ‘O Senhor engrandeceu o teu nome diante de todas as gerações. No final dos tempos, manifestará em ti Sua redenção aos filhos de Israel’. Então fez sentar-se no terceiro degrau do altar e o Senhor derramou Sua graça sobre ela. Ela dançou e cativou toda a casa de Israel.”
Esse relato é confirmado por São Máximo, o Confessor em seu livro “A vida da Virgem”, onde ele faz um paralelo com uma profecia encontrada nos Salmos: “Apresentaram virgens ao rei, e em seguida suas companheiras a apresentaram” (Sl 44,15).
É impossível esgotar os escritos dos santos sobre as coisas de Deus. Isso é um fato! Afinal, quanto mais meditamos acerca das infinitas bondade e misericórdia divinas, mais temos a dizer! Então, separamos alguns trechos:
Santo Afonso Maria de Ligório
“Não houve nem jamais haverá oferecimento de uma pura criatura maior e mais perfeita do que a que fez Maria, menina de três anos, a Deus, quando se apresentou ao templo para oferecer-lhe, não aromas ou bezerros ou talentos de ouro, mas a si mesma na sua inteiridade em perfeito holocausto, consagrando-se vítima perpétua em honra sua” (Glorias de Maria, p. 245)
Santo Anselmo
Sobre a vida de Maria no templo, o santo diz que “Maria era dócil, pouco falava, estava sempre composta, sem rir e sem jamais perturbar-se. Perseverava na oração, na lição da Sagrada Escritura, nos jejuns, e em todas as obras virtuosas”
São Máximo, Confessor
“Observai, então, quão gracioso é seu ensinamento, não apenas quanto à Apresentação do Templo, mas também quanto a outras graças espirituais e sua beleza: ‘porta-se à vossa direita a rainha’ (Sl, 44,10). Essa afirmação revela a apresentação no Templo e a localização à direita do altar no Santo dos Santos, que era realmente considerado a direita de Deus”
Podemos elencar 3 pontos de reflexão sobre a Apresentação de Nossa Senhora:
1) Humildade
Não precisamos ser grandes estudiosos para entender que Maria foi desde o ventre privilegiada. Assim que conheceu a Deus, teve um entendimento que nem todas as línguas do mundo são capazes de expressar. E o que fez com esse conhecimento? Prostrou-se e entregou-se a Deus.
Aí entendemos o conceito de magnanimidade. É a grandeza que se constrói não em mérito próprio, mas esvaziando-se de si e deixando Deus atuar.
2) Obediência
Os pais da Virgem, Ana e Joaquim, a haviam consagrado a Deus antes de seu nascimento como parte do agradecimento por a terem concebido. E contam os santos que Maria, mesmo muito nova, ao invés de querer ficar com os pais, acatou com fervor o desejo deles. E esse espírito de obediência se mantém durante toda a vida.
3) Serviço
Durante todo tempo que permaneceu no templo, Maria foi exemplo de dedicação ao serviço a Deus. São Jerônimo descreve bem: “[Maria] procurava ser a primeira nas vigílias, a mais exata na lei divina, a mais profunda na humildade, e em toda virtude a mais perfeita”.
É extraordinário pensar na infância de nossa Mãe Celeste e entender que ali já estava uma alma profundamente entregue a Deus. Meditar e viver essa festa com piedade é mais um caminho para crescermos em intimidade com Maria e, assim, seguir seu exemplo de amor, entrega e humildade.
Não deixe de conferir: 4 meios para aumentar a devoção à Nossa Senhora.
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Sempre que comemoramos uma festa ou uma solenidade, um bom exercício que podemos praticar é nos transportar para o momento que é o centro da festividade e imaginar cada detalhe da cena. É assim que devemos fazer com a festa da Apresentação de Nossa Senhora, que recorda o dia em que a Mãe de Jesus foi apresentada no templo por Santa Ana e São Joaquim, que cumpriram os votos que tinham feito de entregar sua filha ao serviço de Deus.
Nesse texto, vamos nos transportar para esse momento tão sublime e entender como ele pode ser aplicado à nossa rotina de oração e de vida interior.
A festa recorda o dia em que os pais de Maria, Joaquim e Ana, a levam ao templo para ser consagrada a Deus. Tal evento histórico é carregado de simbologia e profundidade teológica, afinal, como diz São Máximo, o Confessor: “o Templo de Deus foi levado ao templo”.
Há uma frase que sempre vale a pena destacar: a Igreja é didática! Todo ano litúrgico é pensado de maneira meticulosa para que os fiéis vivam, dentro de um ano, toda lógica salvífica. Se no início do ano litúrgico temos a Imaculada Conceição, em 8 de dezembro, 9 meses depois temos a Natividade de Nossa Senhora, em 8 de setembro. Após isso, temos sua Apresentação, celebrada em 21 de novembro.
Especificamente esse evento não está descrito nos Evangelhos, porém, desde os tempos primitivos da Igreja, mediante a Sagrada Tradição, celebramos a Apresentação de Nossa Senhora. São Máximo, no século VI, já meditava sobre em seu livro “A vida da Virgem”. Podemos encontrar um relato no Proto-Evangelho de Tiago, um livro apócrifo.
Transcrevemos aqui o trecho do Proto-Evangelho de Tiago que traz uma descrição do acontecimento:
“Os meses foram passando para a menina e quando ela completou dois anos, Joaquim disse a Ana: ‘Vamos levá-la ao Templo do Senhor para cumprirmos a promessa que fizemos, para que o Senhor não reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a seus olhos’. Ana respondeu: ‘Vamos esperar que ela complete três anos, para que não venha sentir saudade de nós’. E Joaquim respondeu: ‘Vamos aguardar’. Quando completou três anos, Joaquim disse: ‘Chame as meninas hebreias, virgens, e que, duas a duas, tomem uma lâmpada acesa para que a menina não olhe para trás e seu coração se prenda por algo fora do Templo de Deus’. E assim foi feito e subiram ao Templo do Senhor. Então o sacerdote a recebeu, a beijou e abençoou-a. E disse: ‘O Senhor engrandeceu o teu nome diante de todas as gerações. No final dos tempos, manifestará em ti Sua redenção aos filhos de Israel’. Então fez sentar-se no terceiro degrau do altar e o Senhor derramou Sua graça sobre ela. Ela dançou e cativou toda a casa de Israel.”
Esse relato é confirmado por São Máximo, o Confessor em seu livro “A vida da Virgem”, onde ele faz um paralelo com uma profecia encontrada nos Salmos: “Apresentaram virgens ao rei, e em seguida suas companheiras a apresentaram” (Sl 44,15).
É impossível esgotar os escritos dos santos sobre as coisas de Deus. Isso é um fato! Afinal, quanto mais meditamos acerca das infinitas bondade e misericórdia divinas, mais temos a dizer! Então, separamos alguns trechos:
Santo Afonso Maria de Ligório
“Não houve nem jamais haverá oferecimento de uma pura criatura maior e mais perfeita do que a que fez Maria, menina de três anos, a Deus, quando se apresentou ao templo para oferecer-lhe, não aromas ou bezerros ou talentos de ouro, mas a si mesma na sua inteiridade em perfeito holocausto, consagrando-se vítima perpétua em honra sua” (Glorias de Maria, p. 245)
Santo Anselmo
Sobre a vida de Maria no templo, o santo diz que “Maria era dócil, pouco falava, estava sempre composta, sem rir e sem jamais perturbar-se. Perseverava na oração, na lição da Sagrada Escritura, nos jejuns, e em todas as obras virtuosas”
São Máximo, Confessor
“Observai, então, quão gracioso é seu ensinamento, não apenas quanto à Apresentação do Templo, mas também quanto a outras graças espirituais e sua beleza: ‘porta-se à vossa direita a rainha’ (Sl, 44,10). Essa afirmação revela a apresentação no Templo e a localização à direita do altar no Santo dos Santos, que era realmente considerado a direita de Deus”
Podemos elencar 3 pontos de reflexão sobre a Apresentação de Nossa Senhora:
1) Humildade
Não precisamos ser grandes estudiosos para entender que Maria foi desde o ventre privilegiada. Assim que conheceu a Deus, teve um entendimento que nem todas as línguas do mundo são capazes de expressar. E o que fez com esse conhecimento? Prostrou-se e entregou-se a Deus.
Aí entendemos o conceito de magnanimidade. É a grandeza que se constrói não em mérito próprio, mas esvaziando-se de si e deixando Deus atuar.
2) Obediência
Os pais da Virgem, Ana e Joaquim, a haviam consagrado a Deus antes de seu nascimento como parte do agradecimento por a terem concebido. E contam os santos que Maria, mesmo muito nova, ao invés de querer ficar com os pais, acatou com fervor o desejo deles. E esse espírito de obediência se mantém durante toda a vida.
3) Serviço
Durante todo tempo que permaneceu no templo, Maria foi exemplo de dedicação ao serviço a Deus. São Jerônimo descreve bem: “[Maria] procurava ser a primeira nas vigílias, a mais exata na lei divina, a mais profunda na humildade, e em toda virtude a mais perfeita”.
É extraordinário pensar na infância de nossa Mãe Celeste e entender que ali já estava uma alma profundamente entregue a Deus. Meditar e viver essa festa com piedade é mais um caminho para crescermos em intimidade com Maria e, assim, seguir seu exemplo de amor, entrega e humildade.
Não deixe de conferir: 4 meios para aumentar a devoção à Nossa Senhora.