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Formação

Perdoai-nos as nossas ofensas

Conheça a importância do perdão e o que a Igreja ensina sobre o trecho "perdoai-nos as nossas ofensas", da oração do Pai Nosso.

Perdoai-nos as nossas ofensas
Formação

Perdoai-nos as nossas ofensas

Conheça a importância do perdão e o que a Igreja ensina sobre o trecho "perdoai-nos as nossas ofensas", da oração do Pai Nosso.

Data da Publicação: 27/07/2023
Tempo de leitura:
Autor: MBC
Data da Publicação: 27/07/2023
Tempo de leitura:
Autor: MBC

Jesus, em sua sabedoria divina, nos ensinou uma das petições mais significativas de todas: pedir perdão a Deus pelas nossas ofensas. Durante Sua vida terrena, Ele assumiu nossa natureza humana e demonstrou Seu poder perdoando pecados e trazendo cura para muitos. Podemos encontrar um exemplo disso quando apresentaram um paralítico diante Dele. “Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados.” 1

Esse episódio nos revela a profunda misericórdia de Deus para aqueles que buscam o perdão de coração sincero. Neste artigo, abordaremos a importância do perdão e o que a Igreja nos ensina sobre este trecho da oração: “perdoai-nos as nossas ofensas.”

A oração do Pai Nosso

Perdoai-nos as nossas ofensas é um trecho do Pai Nosso, aqui ilustrado por James Tissot.
Pai Nosso, James Tissot.


A oração do Pai Nosso é composta por sete petições, que abrangem as nossas necessidades espirituais e físicas. Sendo assim, ela serve como um guia para a oração, fornecendo uma estrutura sólida para nos aproximarmos de Deus e expressarmos nossos anseios mais profundos.

A primeira parte da oração inclui a santificação do nome de Deus, a busca por Seu Reino e o desejo de que a vontade de Deus se cumpra. Em seguida, pedimos o sustento diário, o perdão e a capacidade de perdoar, além da proteção contra tentações e o livramento do mal.

No Evangelho de Mateus, encontramos um relato detalhado da oração do Pai Nosso, onde Jesus a apresenta como parte de Sermão da Montanha 2. Neste discurso, Cristo aborda diversos aspectos da vida e da busca de santidade, sendo a oração do Pai Nosso uma parte essencial do sermão.

Essa oração também é conhecida como “oração dominical” ou “oração do Senhor”, pois Jesus a ensinou aos seus discípulos como um modelo de oração. Dessa forma, ela se tornou uma parte integral da liturgia cristã. Saiba mais sobre a oração do Pai Nosso e o que Santo Tomás comenta sobre ela.

Perdoai-nos as nossas ofensas


O perdão


Sem dúvida, o perdão ocupa um lugar central na nossa fé. Isso porque “Com muita dificuldade, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem de bem, quiçá se consentiria em morrer. Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” 3

Deus é o primeiro a vir até nós e tomar a iniciativa da reconciliação. “Não nos trata segundo os nossos pecados, […] porque tanto os céus distam da terra quanto sua misericórdia é grande para os que o temem; tanto o oriente dista do ocidente quanto ele afasta de nós nossos pecados.” 4

A graça de Deus é a origem do perdão, e embora não se possa merecer a graça inicial do perdão e da justificação, é possível, sob a ação do Espírito Santo e da caridade, merecer graças para a santificação e a vida eterna. 5 Além disso, o perdão é a condição prévia para uma oração justa e pura. 6

O perdão é, portanto, uma expressão do amor divino e uma condição para a reconciliação com Deus e com os outros. Através do perdão, o discípulo se configura ao Mestre, testemunhando que o amor é mais forte que o pecado 7. Não há limite para o perdão divino 8, e a Igreja — pelo poder dado por Cristo aos presbíteros por meio do sacramento da Reconciliação — está pronta para perdoar todos os pecados, desde que o nosso arrependimento seja sincero 9.

“Cristo quis que a sua Igreja fosse, toda ela, na sua oração, na sua vida e na sua actividade, sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que Ele nos adquiriu pelo preço do seu sangue.” 10

O que a Igreja ensina sobre o trecho “Perdoai-nos as nossas ofensas”?


Recebemos o batismo, tornamo-nos filhos de Deus, no entanto ainda pecamos e nos afastamos de Deus, pois está em nós o pecado original. Mas, ainda assim, Deus não nos abandona. Quando Jesus nos ensina a pedir ao Pai o perdão dos pecados, voltamos para Ele como o filho pródigo 11 e nos reconhecemos como pecadores em Sua presença 12.

Confessionário, simbolo máximo do perdoai-nos as nossas ofensas.

Por isso, iniciamos essa petição com uma confissão sincera, admitindo nossa miséria e reconhecendo a misericórdia divina. Nossa esperança é firme, pois através de Cristo temos a redenção e o perdão dos nossos pecados. Além disso, encontramos nos sacramentos da Igreja o sinal eficaz do perdão divino. 12

No entanto, tamanha misericórdia de Deus só pode penetrar nos nossos corações, se estivermos dispostos a imitá-lo — perdoando também aqueles que nos ofenderam. Do contrário, o nosso coração se fecha à misericórdia de Deus e endurece 13 , pois “aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.” 14

O perdão é uma expressão do amor, pois só aqueles que estão dispostos a amar são capazes de perdoar. Ao confessarmos nossos pecados, abrimos nosso coração para receber a graça de Deus. 15 Essa é a única petição da qual Cristo volta a falar no decorrer do Sermão da Montanha, “vai primeiro reconci­liar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.” 16 Muitas vezes, perdoar — ou ser perdoado — parece, de fato, impossível para nós, mas não para Deus.

Precisamos de humildade e confiança, pois além de pedir o perdão de Deus, é preciso crer que o recebemos. Dessa forma, podemos também oferecer o perdão àqueles que nos pedem ou àqueles os quais sabemos que precisamos perdoar. “O Pai, que é Deus de perdão e de misericórdia, deseja agir precisamente neste espaço do perdão humano — deseja perdoar àqueles que são reciprocamente capazes de perdoar […]” 17

Aprenda a fazer o Ato de Contrição neste artigo.

Referências

  1. Mc 2,3-5[]
  2. Mt 6, 9-13[]
  3. Rm 5, 8[]
  4. Sl 103, 10-12[]
  5. CIC, 2010[]
  6. CIC, 2631[]
  7. CIC, 2844[]
  8. CIC, 2845[]
  9. CIC, 982[]
  10. CIC, 1442[]
  11. Lc 15, 11-32[]
  12. CIC, 2839[][]
  13. CIC,2840[]
  14. IJo 4, 20[]
  15. CIC, 2840[]
  16. Mt 5, 24[]
  17. Papa João Paulo II, Audiência Geral, 21 de Outubro de 1981[]

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A oração do Pai Nosso Perdoai-nos as nossas ofensas

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    Jesus, em sua sabedoria divina, nos ensinou uma das petições mais significativas de todas: pedir perdão a Deus pelas nossas ofensas. Durante Sua vida terrena, Ele assumiu nossa natureza humana e demonstrou Seu poder perdoando pecados e trazendo cura para muitos. Podemos encontrar um exemplo disso quando apresentaram um paralítico diante Dele. “Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados.” 1

    Esse episódio nos revela a profunda misericórdia de Deus para aqueles que buscam o perdão de coração sincero. Neste artigo, abordaremos a importância do perdão e o que a Igreja nos ensina sobre este trecho da oração: “perdoai-nos as nossas ofensas.”

    A oração do Pai Nosso

    Perdoai-nos as nossas ofensas é um trecho do Pai Nosso, aqui ilustrado por James Tissot.
    Pai Nosso, James Tissot.


    A oração do Pai Nosso é composta por sete petições, que abrangem as nossas necessidades espirituais e físicas. Sendo assim, ela serve como um guia para a oração, fornecendo uma estrutura sólida para nos aproximarmos de Deus e expressarmos nossos anseios mais profundos.

    A primeira parte da oração inclui a santificação do nome de Deus, a busca por Seu Reino e o desejo de que a vontade de Deus se cumpra. Em seguida, pedimos o sustento diário, o perdão e a capacidade de perdoar, além da proteção contra tentações e o livramento do mal.

    No Evangelho de Mateus, encontramos um relato detalhado da oração do Pai Nosso, onde Jesus a apresenta como parte de Sermão da Montanha 2. Neste discurso, Cristo aborda diversos aspectos da vida e da busca de santidade, sendo a oração do Pai Nosso uma parte essencial do sermão.

    Essa oração também é conhecida como “oração dominical” ou “oração do Senhor”, pois Jesus a ensinou aos seus discípulos como um modelo de oração. Dessa forma, ela se tornou uma parte integral da liturgia cristã. Saiba mais sobre a oração do Pai Nosso e o que Santo Tomás comenta sobre ela.

    Perdoai-nos as nossas ofensas


    O perdão


    Sem dúvida, o perdão ocupa um lugar central na nossa fé. Isso porque “Com muita dificuldade, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem de bem, quiçá se consentiria em morrer. Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” 3

    Deus é o primeiro a vir até nós e tomar a iniciativa da reconciliação. “Não nos trata segundo os nossos pecados, […] porque tanto os céus distam da terra quanto sua misericórdia é grande para os que o temem; tanto o oriente dista do ocidente quanto ele afasta de nós nossos pecados.” 4

    A graça de Deus é a origem do perdão, e embora não se possa merecer a graça inicial do perdão e da justificação, é possível, sob a ação do Espírito Santo e da caridade, merecer graças para a santificação e a vida eterna. 5 Além disso, o perdão é a condição prévia para uma oração justa e pura. 6

    O perdão é, portanto, uma expressão do amor divino e uma condição para a reconciliação com Deus e com os outros. Através do perdão, o discípulo se configura ao Mestre, testemunhando que o amor é mais forte que o pecado 7. Não há limite para o perdão divino 8, e a Igreja — pelo poder dado por Cristo aos presbíteros por meio do sacramento da Reconciliação — está pronta para perdoar todos os pecados, desde que o nosso arrependimento seja sincero 9.

    “Cristo quis que a sua Igreja fosse, toda ela, na sua oração, na sua vida e na sua actividade, sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que Ele nos adquiriu pelo preço do seu sangue.” 10

    O que a Igreja ensina sobre o trecho “Perdoai-nos as nossas ofensas”?


    Recebemos o batismo, tornamo-nos filhos de Deus, no entanto ainda pecamos e nos afastamos de Deus, pois está em nós o pecado original. Mas, ainda assim, Deus não nos abandona. Quando Jesus nos ensina a pedir ao Pai o perdão dos pecados, voltamos para Ele como o filho pródigo 11 e nos reconhecemos como pecadores em Sua presença 12.

    Confessionário, simbolo máximo do perdoai-nos as nossas ofensas.

    Por isso, iniciamos essa petição com uma confissão sincera, admitindo nossa miséria e reconhecendo a misericórdia divina. Nossa esperança é firme, pois através de Cristo temos a redenção e o perdão dos nossos pecados. Além disso, encontramos nos sacramentos da Igreja o sinal eficaz do perdão divino. 12

    No entanto, tamanha misericórdia de Deus só pode penetrar nos nossos corações, se estivermos dispostos a imitá-lo — perdoando também aqueles que nos ofenderam. Do contrário, o nosso coração se fecha à misericórdia de Deus e endurece 13 , pois “aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.” 14

    O perdão é uma expressão do amor, pois só aqueles que estão dispostos a amar são capazes de perdoar. Ao confessarmos nossos pecados, abrimos nosso coração para receber a graça de Deus. 15 Essa é a única petição da qual Cristo volta a falar no decorrer do Sermão da Montanha, “vai primeiro reconci­liar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.” 16 Muitas vezes, perdoar — ou ser perdoado — parece, de fato, impossível para nós, mas não para Deus.

    Precisamos de humildade e confiança, pois além de pedir o perdão de Deus, é preciso crer que o recebemos. Dessa forma, podemos também oferecer o perdão àqueles que nos pedem ou àqueles os quais sabemos que precisamos perdoar. “O Pai, que é Deus de perdão e de misericórdia, deseja agir precisamente neste espaço do perdão humano — deseja perdoar àqueles que são reciprocamente capazes de perdoar […]” 17

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    Referências

    1. Mc 2,3-5[]
    2. Mt 6, 9-13[]
    3. Rm 5, 8[]
    4. Sl 103, 10-12[]
    5. CIC, 2010[]
    6. CIC, 2631[]
    7. CIC, 2844[]
    8. CIC, 2845[]
    9. CIC, 982[]
    10. CIC, 1442[]
    11. Lc 15, 11-32[]
    12. CIC, 2839[][]
    13. CIC,2840[]
    14. IJo 4, 20[]
    15. CIC, 2840[]
    16. Mt 5, 24[]
    17. Papa João Paulo II, Audiência Geral, 21 de Outubro de 1981[]
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