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Formação

O dogma da Virgindade Perpétua de Maria

A Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade de fé, conheça o que isso significa e como reflete na nossa vida espiritual.

O dogma da Virgindade Perpétua de Maria
Formação

O dogma da Virgindade Perpétua de Maria

A Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade de fé, conheça o que isso significa e como reflete na nossa vida espiritual.

Data da Publicação: 26/04/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica
Data da Publicação: 26/04/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica

A Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade de fé, conheça o que isso significa e como reflete na nossa vida espiritual.

“A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação.” 1 Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo no seio da virgem, sem intervenção humana. Lemos nas Sagradas Escrituras que “o primeiro homem veio da terra e do pó: o segundo homem veio do céu.” 2

Quando a Igreja proclama um dogma, é porque este já residia no coração dos fiéis e na tradição cristã há muito tempo. Neste artigo, exploraremos o dogma da virgindade perpétua de Maria, suas bases bíblicas e teológicas, e como ele impacta nossa vida espiritual. Ao mergulhar nesse mistério, somos convidados a contemplar a profundidade do amor de Deus e a buscar uma maior conformidade com Sua vontade. 

O que é o dogma da Virgindade Perpétua de Maria?

O dogma da Virgindade Perpétua de Maria é uma convicção de fé profundamente enraizada na tradição da Igreja há séculos. Mesmo antes de ser formalmente proclamado como dogma. Sendo assim, ele afirma que Maria permaneceu virgem antes, durante e após o parto. Isso significa que ela nunca teve relações sexuais nem teve outros filhos além de Jesus. 

Esse dogma destaca a pureza e a santidade de Maria, honrando-a como a Mãe de Deus de uma maneira singular. Além disso, essa verdade de fé nos leva a contemplar a extraordinária missão que Maria desempenhou na história da salvação, sendo escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador.

A Virgindade Perpétua de Maria na Bíblia

virgindade perpétua de nossa senhora

A Virgindade Perpétua de Maria encontra apoio nas Escrituras Sagradas, especialmente no Novo Testamento. No livro de Mateus, o evangelista relata o nascimento de Jesus e destaca que Maria concebeu por obra do Espírito Santo, sem intervenção humana. Além disso, o anjo Gabriel assegura a José que o que está concebido em Maria é do Espírito Santo, reforçando assim a natureza divina da concepção de Jesus.

“Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.” 3 

Além disso, o título “irmãos de Jesus”, que aparece em Mateus 4 e Marcos 5, encontra interpretação clara dentro do contexto da cultura e da linguagem hebraica. Nesse contexto, o termo “irmão” podia se referir não apenas aos filhos biológicos de uma mãe, mas também a parentes próximos ou mesmo a membros da mesma comunidade. Sendo assim, tais versículos não contradizem a virgindade perpétua de Maria, podendo referir-se a parentes ou discípulos próximos de Jesus.

Por fim, a própria atitude de Jesus na cruz, confiando Maria aos cuidados de João 6, sugere que Maria não tinha outros filhos para cuidar dela. Assim, ao examinar as passagens bíblicas e considerar o contexto cultural e linguístico, fica evidente que a Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade que encontra apoio nas Escrituras.

Fundamento teológico do dogma da Virgindade Perpétua de Maria

virgindade perpétua nossa senhora

O dogma da Virgindade Perpétua de Maria possui um sólido fundamento teológico baseado na Tradição da Igreja. Esse dogma está enraizado, em primeiro lugar, na compreensão da natureza divina de Jesus Cristo. Como o Filho de Deus encarnado, Jesus é concebido por obra do Espírito Santo, e Sua concepção virginal é um sinal de Sua divindade e santidade. Portanto, a virgindade perpétua de Maria atesta a singularidade da Encarnação e a pureza daquele que é o Salvador do mundo.

O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo «não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal» da sua Mãe. A Liturgia da Igreja celebra Maria “Aeiparthenos” como a «sempre Virgem» 7

A Virgindade Perpétua de Maria foi proclamada no Concílio Regional de Latrão, em 649. No entanto, desde os primeiros séculos do Cristianismo, os escritos dos Padres da Igreja testemunham e defendem a virgindade de Maria antes, durante e depois do parto. 

Também os santos padres – como são Cipriano, santo Atanásio, santo Ambrósio, são João Crisóstomo, são Jerônimo, santo Agostinho e muitos outros -, escrevendo sobre a virgindade, lhe dedicaram os maiores louvores. 8

Inclusive, até mesmo reformadores protestantes como Lutero e Calvino professam a virgindade de Maria. E, por fim, a piedade popular e a devoção dos fiéis corroboram o dogma. Ao longo dos séculos, reflete a profunda fé do povo de Deus na Santa Mãe de Deus. Assim, a Virgindade Perpétua de Maria não apenas encontra base nas Escrituras e na tradição, mas também ressoa no coração dos fiéis como uma verdade fundamental da fé cristã.

A Virgindade Perpétua de Maria e a nossa vida espiritual

A Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade de fé que oferece uma profunda reflexão sobre nossa vida espiritual e nossa aspiração pela comunhão eterna com Deus no céu. Assim como Maria se entregou totalmente à vontade de Deus, dizendo “Faça-se em mim segundo a tua palavra”, nós também temos o chamado a uma entrega total e confiante ao plano divino em nossas vidas. 

Essa entrega não se limita apenas às circunstâncias externas, mas permeia nossa alma, moldando nossos desejos, intenções e ações. Ao imitarmos Maria em sua virgindade espiritual, renunciamos às tentações e nos consagramos totalmente ao serviço de Deus. Ao imitar o exemplo de Maria, abrimos espaço para que Deus aja em nós e através de nós, permitindo que Sua vontade se manifeste nas nossas vidas.

Esse dogma é uma prefiguração do céu, pois ressalta a importância da pureza e da obediência à vontade divina como fundamentais para alcançarmos a eternidade ao lado do Senhor, como nos recordam as Escrituras:

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus! 9

Embora o chamado à virgindade não seja universal, o da pureza o é. 

Pode-se chegar a ser santo mesmo sem fazer voto de castidade, como o provam numerosos santos e santas, que a Igreja honra com culto público, os quais foram fiéis esposos e deram exemplo de excelentes pais ou mães de família. 8

Toda vocação requer pureza e castidade; portanto, a virgindade de Maria permanece como nosso modelo de santidade e como exemplo máximo de como alcançar a vida eterna. 

Maria é virgem, porque a virgindade é nela o sinal da sua fé, «sem a mais leve sombra de dúvida» e da sua entrega sem reservas à vontade de Deus. 10

Confira aqui os 4 dogmas marianos e tudo que você precisa saber sobre eles.

Referências

  1. CIC, 503[]
  2. 1 Cor 15, 47[]
  3. Mt 1, 18-25[]
  4. 13, 55[]
  5. 6, 3[]
  6. Jo 19,26-27[]
  7. CIC, 499[]
  8. Papa Pio XII, Carta Encíclica, Sacra Virginitas[][]
  9. Mateus 5, 8[]
  10. CIC, 506[]

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    Redação Minha Biblioteca Católica

    Equipe de redação da MBC, o maior clube de leitores católicos do Brasil.

    A Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade de fé, conheça o que isso significa e como reflete na nossa vida espiritual.

    “A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação.” 1 Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo no seio da virgem, sem intervenção humana. Lemos nas Sagradas Escrituras que “o primeiro homem veio da terra e do pó: o segundo homem veio do céu.” 2

    Quando a Igreja proclama um dogma, é porque este já residia no coração dos fiéis e na tradição cristã há muito tempo. Neste artigo, exploraremos o dogma da virgindade perpétua de Maria, suas bases bíblicas e teológicas, e como ele impacta nossa vida espiritual. Ao mergulhar nesse mistério, somos convidados a contemplar a profundidade do amor de Deus e a buscar uma maior conformidade com Sua vontade. 

    O que é o dogma da Virgindade Perpétua de Maria?

    O dogma da Virgindade Perpétua de Maria é uma convicção de fé profundamente enraizada na tradição da Igreja há séculos. Mesmo antes de ser formalmente proclamado como dogma. Sendo assim, ele afirma que Maria permaneceu virgem antes, durante e após o parto. Isso significa que ela nunca teve relações sexuais nem teve outros filhos além de Jesus. 

    Esse dogma destaca a pureza e a santidade de Maria, honrando-a como a Mãe de Deus de uma maneira singular. Além disso, essa verdade de fé nos leva a contemplar a extraordinária missão que Maria desempenhou na história da salvação, sendo escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador.

    A Virgindade Perpétua de Maria na Bíblia

    virgindade perpétua de nossa senhora

    A Virgindade Perpétua de Maria encontra apoio nas Escrituras Sagradas, especialmente no Novo Testamento. No livro de Mateus, o evangelista relata o nascimento de Jesus e destaca que Maria concebeu por obra do Espírito Santo, sem intervenção humana. Além disso, o anjo Gabriel assegura a José que o que está concebido em Maria é do Espírito Santo, reforçando assim a natureza divina da concepção de Jesus.

    “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.” 3 

    Além disso, o título “irmãos de Jesus”, que aparece em Mateus 4 e Marcos 5, encontra interpretação clara dentro do contexto da cultura e da linguagem hebraica. Nesse contexto, o termo “irmão” podia se referir não apenas aos filhos biológicos de uma mãe, mas também a parentes próximos ou mesmo a membros da mesma comunidade. Sendo assim, tais versículos não contradizem a virgindade perpétua de Maria, podendo referir-se a parentes ou discípulos próximos de Jesus.

    Por fim, a própria atitude de Jesus na cruz, confiando Maria aos cuidados de João 6, sugere que Maria não tinha outros filhos para cuidar dela. Assim, ao examinar as passagens bíblicas e considerar o contexto cultural e linguístico, fica evidente que a Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade que encontra apoio nas Escrituras.

    Fundamento teológico do dogma da Virgindade Perpétua de Maria

    virgindade perpétua nossa senhora

    O dogma da Virgindade Perpétua de Maria possui um sólido fundamento teológico baseado na Tradição da Igreja. Esse dogma está enraizado, em primeiro lugar, na compreensão da natureza divina de Jesus Cristo. Como o Filho de Deus encarnado, Jesus é concebido por obra do Espírito Santo, e Sua concepção virginal é um sinal de Sua divindade e santidade. Portanto, a virgindade perpétua de Maria atesta a singularidade da Encarnação e a pureza daquele que é o Salvador do mundo.

    O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo «não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal» da sua Mãe. A Liturgia da Igreja celebra Maria “Aeiparthenos” como a «sempre Virgem» 7

    A Virgindade Perpétua de Maria foi proclamada no Concílio Regional de Latrão, em 649. No entanto, desde os primeiros séculos do Cristianismo, os escritos dos Padres da Igreja testemunham e defendem a virgindade de Maria antes, durante e depois do parto. 

    Também os santos padres – como são Cipriano, santo Atanásio, santo Ambrósio, são João Crisóstomo, são Jerônimo, santo Agostinho e muitos outros -, escrevendo sobre a virgindade, lhe dedicaram os maiores louvores. 8

    Inclusive, até mesmo reformadores protestantes como Lutero e Calvino professam a virgindade de Maria. E, por fim, a piedade popular e a devoção dos fiéis corroboram o dogma. Ao longo dos séculos, reflete a profunda fé do povo de Deus na Santa Mãe de Deus. Assim, a Virgindade Perpétua de Maria não apenas encontra base nas Escrituras e na tradição, mas também ressoa no coração dos fiéis como uma verdade fundamental da fé cristã.

    A Virgindade Perpétua de Maria e a nossa vida espiritual

    A Virgindade Perpétua de Maria é uma verdade de fé que oferece uma profunda reflexão sobre nossa vida espiritual e nossa aspiração pela comunhão eterna com Deus no céu. Assim como Maria se entregou totalmente à vontade de Deus, dizendo “Faça-se em mim segundo a tua palavra”, nós também temos o chamado a uma entrega total e confiante ao plano divino em nossas vidas. 

    Essa entrega não se limita apenas às circunstâncias externas, mas permeia nossa alma, moldando nossos desejos, intenções e ações. Ao imitarmos Maria em sua virgindade espiritual, renunciamos às tentações e nos consagramos totalmente ao serviço de Deus. Ao imitar o exemplo de Maria, abrimos espaço para que Deus aja em nós e através de nós, permitindo que Sua vontade se manifeste nas nossas vidas.

    Esse dogma é uma prefiguração do céu, pois ressalta a importância da pureza e da obediência à vontade divina como fundamentais para alcançarmos a eternidade ao lado do Senhor, como nos recordam as Escrituras:

    Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus! 9

    Embora o chamado à virgindade não seja universal, o da pureza o é. 

    Pode-se chegar a ser santo mesmo sem fazer voto de castidade, como o provam numerosos santos e santas, que a Igreja honra com culto público, os quais foram fiéis esposos e deram exemplo de excelentes pais ou mães de família. 8

    Toda vocação requer pureza e castidade; portanto, a virgindade de Maria permanece como nosso modelo de santidade e como exemplo máximo de como alcançar a vida eterna. 

    Maria é virgem, porque a virgindade é nela o sinal da sua fé, «sem a mais leve sombra de dúvida» e da sua entrega sem reservas à vontade de Deus. 10

    Confira aqui os 4 dogmas marianos e tudo que você precisa saber sobre eles.

    Referências

    1. CIC, 503[]
    2. 1 Cor 15, 47[]
    3. Mt 1, 18-25[]
    4. 13, 55[]
    5. 6, 3[]
    6. Jo 19,26-27[]
    7. CIC, 499[]
    8. Papa Pio XII, Carta Encíclica, Sacra Virginitas[][]
    9. Mateus 5, 8[]
    10. CIC, 506[]

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