Conheça o pecado capital da inveja, o que ela é, qual seu significado, como aparece na Bíblia e como é possível combatê-la.
Conheça o pecado capital da inveja, o que ela é, qual seu significado, como aparece na Bíblia e como é possível combatê-la.
Conheça o pecado capital da inveja, o que ela é, qual seu significado, como aparece na Bíblia e como é possível combatê-la.
A Sagrada Escritura, por meio da história de Caim e Abel, revela desde os primórdios da humanidade a presença da cólera e da inveja no coração humano, como consequências do pecado original. O que leva o homem a se tornar inimigo de seu semelhante.
Até hoje, muitos são tentados pela inveja, até mesmo ao ver um irmão receber uma graça. Mas não deve ser assim. Neste artigo, vamos entender o que é o pecado capital da inveja, como os primeiros cristão já advertiam a respeito desse mal e como podemos combatê-lo na prática.
“Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade.” 1 Sabemos que somos pecadores, já nascemos com a mancha do pecado original em nós. Mas isso não determina o nosso fim último; ainda que pecadores, nascemos para a santidade.
Na nossa vida cristã, compreender o que é um pecado é fundamental para fazermos um bom exame de consciência e retomarmos o caminho rumo à santidade. Sendo assim, os pecados capitais ocupam um lugar central na teologia moral católica, pois representam os obstáculos que podem desviar os fiéis de uma vida de virtude e da comunhão com Deus. Esses vícios são raízes de outros pecados e fontes de desordem moral. Os pecados capitais podem gerar e sustentar muitos outros pecados.
Ao longo da história da Igreja, o pensamento católico acerca dos pecados capitais evoluiu com a contribuição de muitos teólogos e santos. Eles buscaram compreender as raízes e os efeitos desses males, a fim de oferecer direcionamentos práticos para que os fiéis pudessem vencer tais inclinações e buscar uma vida de acordo com o que Cristo deseja.
Se você quer conhecer o que grandes santos da Igreja escreveram sobre os pecados capitais e quais virtudes podem combatê-los, confira neste texto.
Para entender de forma mais profunda o pecado capital da inveja, vamos buscar a origem etimológica dessa palavra.
A palavra “inveja” tem sua origem no latim “invidia”, que deriva do verbo “invidere”. Este verbo, por sua vez, significa “olhar mal” ou “olhar com descontentamento”. O termo “invidia” é formado pelo prefixo “in-“, que expressa negação ou oposição, e pelo substantivo “vidia”, que deriva do verbo “videre” — que significa “ver”.
Portanto, a etimologia da palavra “inveja” remete à ideia de um olhar negativo ou descontente em relação ao que é visto, especialmente em relação às qualidades, posses ou conquistas de outra pessoa. E isso desperta sentimentos de ressentimento ou desejo intenso de possuir o que é do outro.
Em primeiro lugar, é importante lembrar que a inveja não deve ser subestimada como um “pecadinho”, pois o décimo mandamento é bem claro: não cobiçar as coisas alheias. A inveja, sendo um pecado capital, é uma força motivadora para outros pecados — é como um motor que nos leva a ferir a caridade.
A raiz de todo pecado está na soberba, mas esta leva, sem dúvida, à inveja. “Foi pela inveja do demónio que a morte entrou no mundo.” 2 O Catecismo da Igreja Católica afirma que a inveja é um vício capital e a define como “a tristeza que se sente perante o bem alheio e o desejo imoderado de se apropriar dele, mesmo indevidamente.” 3
Santo Agostinho, grande doutor da Igreja, considera a inveja o pecado diabólico por excelência. 3 Pois dela “nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pelo mal do próximo e o desgosto causado pela sua prosperidade.” 3
A inveja aparece na Bíblia em diversos momentos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Aliás, no Antigo Testamento, logo no Gênesis, encontramos um exemplo clássico de inveja, que é a história de Caim e Abel. Caim sentiu inveja do favor que Deus mostrou a Abel, o que o levou a cometer o terrível pecado de assassinar seu próprio irmão.
No Pentateuco, a inveja é frequentemente tratada como um aspecto da cobiça, sendo mencionada nos próprios mandamentos, como “Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem desejarás a sua mulher, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.” 4
No livro dos Salmos, ao falar da sorte do justo e do ímpio, o salmista diz “Não te irrites por causa dos que agem mal, nem invejes os que praticam a iniquidade, pois logo eles serão ceifados como a erva dos campos, e como a erva verde murcharão.” 5 Ele exorta o leitor a confiar no Senhor e a não se indignar com o sucesso passageiro dos ímpios nem dele ter inveja.
No livro de Provérbios encontramos passagens sobre os efeitos destrutivos da inveja, bem como a importância de evitá-la. “Um coração tranquilo é a vida do corpo, enquanto a inveja é a cárie dos ossos.” 6 “Não invejes o homem violento, nem adotes o seu procedimento, porque o Senhor detesta o que procede mal, mas reserva sua intimidade para os homens retos.”
Dessa forma, percebemos que os conceitos relacionados à inveja são abordados de várias formas nas passagens do Antigo Testamento. Em primeiro lugar vemos exemplos de consequências negativas da inveja, em seguida a proibição da cobiça — no mandamento — e, por fim, advertências sobre os perigos da inveja.
No Novo Testamento, especialmente nas cartas dos apóstolos, a inveja é mencionada não só como um pecado, mas como um fruto da carne a ser evitado e combatido. Tais passagens revelam quão má é a inveja e, consequentemente, demonstram por que um cristão deve se afastar dela. Veja a seguir algumas delas:
A inveja é incompatível com o amor
Vale comentar ainda aquele capítulo tão conhecido de I Coríntios 13, 4: “A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa […]” Paulo enfatiza que a inveja é contrária à natureza do amor verdadeiro. O invejoso não pode amar verdadeiramente, e aquele que ama genuinamente não sente inveja, pois o amor se regozija com o bem do outro.
Se nascemos, portanto, para amar, é preciso que eliminemos qualquer resquício de inveja que possa haver em nosso coração. Na prática, é necessário mudar o nosso olhar — lembrando a origem da palavra —, transformá-lo em um olhar alegre quando vemos algo de bom em nossos irmãos — uma qualidade, um sucesso ou uma graça recebida.
Isso pode exigir um esforço inicial, mas é essencial rejeitar os pensamentos invejosos assim que eles surgem. Nesse sentido, cultivar virtudes opostas à inveja pode ser de grande auxílio. Vamos conhecer algumas delas.
Para combater a inveja, a Igreja nos ensina a cultivar virtudes que são opostas a esse pecado, como a gratidão, a humildade e a caridade. A gratidão nos leva à ação de graças a Deus pelo que Ele nos proporciona e, assim, desvia o nosso foco da comparação com os outros. “Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.” 7. Sendo assim, um exercício para combater a inveja é dar graças a Deus durante o seu dia, independentemente da situação que lhe ocorrer.
Viver em constante agradecimento a Deus acaba nos direcionando a outra virtude oposta à inveja que é a humildade. Ela nos faz reconhecer a nossa dependência de Deus — saber que sem Ele nada podemos.
A humildade também permite que valorizemos os dons e os talentos dos outros. “A humildade é a virtude que nos ajuda a colocar os outros em primeiro lugar.” 8 Então, esta é uma atitude concreta para combater a inveja: servir os que estão à sua volta — começando pela sua casa —, pensar primeiro nos outros. Seja o último a se servir, elogie as pessoas, ouça mais antes de falar, aceite ajuda quando precisar e reconheça também quais são as suas qualidades.
A caridade, por fim, é a maior de todas as virtudes! É por meio dela que seremos capazes de amar a Deus e ao próximo; ela nos impele a amar e desejar o bem dos outros. Poderia descrever aqui inúmeras formas de praticar a caridade, viver o amor, mas São Josemaria Escrivá resume para nós: “Fazei tudo por Amor. — Assim não há coisas pequenas: tudo é grande. — A perseverança nas pequenas coisas, por Amor, é heroísmo.” 9
Sem dúvida, ao fazer cada pequena tarefa do seu dia — em casa ou no trabalho — com amor, não haverá inveja que resista. Que a Virgem Maria, aquela que esmagou a cabeça da serpente invejosa, afaste-nos desse mal e nos ajude a combatê-lo.
Não deixe de conferir também o artigo Soberba: o que é e como combatê-la?
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Conheça o pecado capital da inveja, o que ela é, qual seu significado, como aparece na Bíblia e como é possível combatê-la.
A Sagrada Escritura, por meio da história de Caim e Abel, revela desde os primórdios da humanidade a presença da cólera e da inveja no coração humano, como consequências do pecado original. O que leva o homem a se tornar inimigo de seu semelhante.
Até hoje, muitos são tentados pela inveja, até mesmo ao ver um irmão receber uma graça. Mas não deve ser assim. Neste artigo, vamos entender o que é o pecado capital da inveja, como os primeiros cristão já advertiam a respeito desse mal e como podemos combatê-lo na prática.
“Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade.” 1 Sabemos que somos pecadores, já nascemos com a mancha do pecado original em nós. Mas isso não determina o nosso fim último; ainda que pecadores, nascemos para a santidade.
Na nossa vida cristã, compreender o que é um pecado é fundamental para fazermos um bom exame de consciência e retomarmos o caminho rumo à santidade. Sendo assim, os pecados capitais ocupam um lugar central na teologia moral católica, pois representam os obstáculos que podem desviar os fiéis de uma vida de virtude e da comunhão com Deus. Esses vícios são raízes de outros pecados e fontes de desordem moral. Os pecados capitais podem gerar e sustentar muitos outros pecados.
Ao longo da história da Igreja, o pensamento católico acerca dos pecados capitais evoluiu com a contribuição de muitos teólogos e santos. Eles buscaram compreender as raízes e os efeitos desses males, a fim de oferecer direcionamentos práticos para que os fiéis pudessem vencer tais inclinações e buscar uma vida de acordo com o que Cristo deseja.
Se você quer conhecer o que grandes santos da Igreja escreveram sobre os pecados capitais e quais virtudes podem combatê-los, confira neste texto.
Para entender de forma mais profunda o pecado capital da inveja, vamos buscar a origem etimológica dessa palavra.
A palavra “inveja” tem sua origem no latim “invidia”, que deriva do verbo “invidere”. Este verbo, por sua vez, significa “olhar mal” ou “olhar com descontentamento”. O termo “invidia” é formado pelo prefixo “in-“, que expressa negação ou oposição, e pelo substantivo “vidia”, que deriva do verbo “videre” — que significa “ver”.
Portanto, a etimologia da palavra “inveja” remete à ideia de um olhar negativo ou descontente em relação ao que é visto, especialmente em relação às qualidades, posses ou conquistas de outra pessoa. E isso desperta sentimentos de ressentimento ou desejo intenso de possuir o que é do outro.
Em primeiro lugar, é importante lembrar que a inveja não deve ser subestimada como um “pecadinho”, pois o décimo mandamento é bem claro: não cobiçar as coisas alheias. A inveja, sendo um pecado capital, é uma força motivadora para outros pecados — é como um motor que nos leva a ferir a caridade.
A raiz de todo pecado está na soberba, mas esta leva, sem dúvida, à inveja. “Foi pela inveja do demónio que a morte entrou no mundo.” 2 O Catecismo da Igreja Católica afirma que a inveja é um vício capital e a define como “a tristeza que se sente perante o bem alheio e o desejo imoderado de se apropriar dele, mesmo indevidamente.” 3
Santo Agostinho, grande doutor da Igreja, considera a inveja o pecado diabólico por excelência. 3 Pois dela “nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pelo mal do próximo e o desgosto causado pela sua prosperidade.” 3
A inveja aparece na Bíblia em diversos momentos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Aliás, no Antigo Testamento, logo no Gênesis, encontramos um exemplo clássico de inveja, que é a história de Caim e Abel. Caim sentiu inveja do favor que Deus mostrou a Abel, o que o levou a cometer o terrível pecado de assassinar seu próprio irmão.
No Pentateuco, a inveja é frequentemente tratada como um aspecto da cobiça, sendo mencionada nos próprios mandamentos, como “Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem desejarás a sua mulher, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.” 4
No livro dos Salmos, ao falar da sorte do justo e do ímpio, o salmista diz “Não te irrites por causa dos que agem mal, nem invejes os que praticam a iniquidade, pois logo eles serão ceifados como a erva dos campos, e como a erva verde murcharão.” 5 Ele exorta o leitor a confiar no Senhor e a não se indignar com o sucesso passageiro dos ímpios nem dele ter inveja.
No livro de Provérbios encontramos passagens sobre os efeitos destrutivos da inveja, bem como a importância de evitá-la. “Um coração tranquilo é a vida do corpo, enquanto a inveja é a cárie dos ossos.” 6 “Não invejes o homem violento, nem adotes o seu procedimento, porque o Senhor detesta o que procede mal, mas reserva sua intimidade para os homens retos.”
Dessa forma, percebemos que os conceitos relacionados à inveja são abordados de várias formas nas passagens do Antigo Testamento. Em primeiro lugar vemos exemplos de consequências negativas da inveja, em seguida a proibição da cobiça — no mandamento — e, por fim, advertências sobre os perigos da inveja.
No Novo Testamento, especialmente nas cartas dos apóstolos, a inveja é mencionada não só como um pecado, mas como um fruto da carne a ser evitado e combatido. Tais passagens revelam quão má é a inveja e, consequentemente, demonstram por que um cristão deve se afastar dela. Veja a seguir algumas delas:
A inveja é incompatível com o amor
Vale comentar ainda aquele capítulo tão conhecido de I Coríntios 13, 4: “A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa […]” Paulo enfatiza que a inveja é contrária à natureza do amor verdadeiro. O invejoso não pode amar verdadeiramente, e aquele que ama genuinamente não sente inveja, pois o amor se regozija com o bem do outro.
Se nascemos, portanto, para amar, é preciso que eliminemos qualquer resquício de inveja que possa haver em nosso coração. Na prática, é necessário mudar o nosso olhar — lembrando a origem da palavra —, transformá-lo em um olhar alegre quando vemos algo de bom em nossos irmãos — uma qualidade, um sucesso ou uma graça recebida.
Isso pode exigir um esforço inicial, mas é essencial rejeitar os pensamentos invejosos assim que eles surgem. Nesse sentido, cultivar virtudes opostas à inveja pode ser de grande auxílio. Vamos conhecer algumas delas.
Para combater a inveja, a Igreja nos ensina a cultivar virtudes que são opostas a esse pecado, como a gratidão, a humildade e a caridade. A gratidão nos leva à ação de graças a Deus pelo que Ele nos proporciona e, assim, desvia o nosso foco da comparação com os outros. “Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.” 7. Sendo assim, um exercício para combater a inveja é dar graças a Deus durante o seu dia, independentemente da situação que lhe ocorrer.
Viver em constante agradecimento a Deus acaba nos direcionando a outra virtude oposta à inveja que é a humildade. Ela nos faz reconhecer a nossa dependência de Deus — saber que sem Ele nada podemos.
A humildade também permite que valorizemos os dons e os talentos dos outros. “A humildade é a virtude que nos ajuda a colocar os outros em primeiro lugar.” 8 Então, esta é uma atitude concreta para combater a inveja: servir os que estão à sua volta — começando pela sua casa —, pensar primeiro nos outros. Seja o último a se servir, elogie as pessoas, ouça mais antes de falar, aceite ajuda quando precisar e reconheça também quais são as suas qualidades.
A caridade, por fim, é a maior de todas as virtudes! É por meio dela que seremos capazes de amar a Deus e ao próximo; ela nos impele a amar e desejar o bem dos outros. Poderia descrever aqui inúmeras formas de praticar a caridade, viver o amor, mas São Josemaria Escrivá resume para nós: “Fazei tudo por Amor. — Assim não há coisas pequenas: tudo é grande. — A perseverança nas pequenas coisas, por Amor, é heroísmo.” 9
Sem dúvida, ao fazer cada pequena tarefa do seu dia — em casa ou no trabalho — com amor, não haverá inveja que resista. Que a Virgem Maria, aquela que esmagou a cabeça da serpente invejosa, afaste-nos desse mal e nos ajude a combatê-lo.
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