Participar da Santa Missa é um dos mandamentos da Lei de Deus. Saiba o que ela é e conheça cada uma das partes da Missa.
Adentrar o mistério da Santa Missa é mergulhar nas profundezas da fé católica, onde o divino se encontra com o humano de forma belíssima. Como bem disse São João Paulo II, “A Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida cristã.” Essas palavras ressoam como um convite irresistível a explorar mais sobre a beleza e significado da Santa Missa.
Neste artigo, vamos desvendar as diversas partes da Missa. Desde os ritos iniciais até os ritos finais, guiados pela riqueza da tradição e do ensinamento da Igreja.
A Santa Missa é a celebração central da fé católica, onde se atualiza o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo:
A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor. 1
E foi o próprio Cristo quem confiou à Sua Igreja o memorial da Sua Morte e Ressurreição:
«O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até voltar, o sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória futura». 2
Outra belíssima explicação sobre o que acontece na Missa é o que São Justino escreveu, por volta do ano 155, ao imperador pagão Antonino Pio, a respeito do que fazem os cristãos:
«No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo.
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» «por nós mesmos […] e por todos os outros, […] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen.
[…] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água “eucaristizados” e também os levam aos ausentes.» 3
A Missa é composta por dois grandes momentos principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Em primeiro lugar, na Liturgia da Palavra, ouvimos as leituras bíblicas, o salmo, a homilia e as preces da comunidade, alimentando-nos da Palavra de Deus. Em seguida, na Liturgia Eucarística, o pão e o vinho são consagrados, tornando-se o Corpo e Sangue de Cristo, que os fiéis comungam.
Sendo assim, participar da Santa Missa é um dever dos católicos, especialmente aos domingos e dias de preceito, pois é a forma mais plena de encontro com Deus e com a comunidade de fé. Além disso, é através da Eucaristia que recebemos a graça necessária para viver a fé no dia a dia, fortalecendo nossa relação com Deus e com os irmãos.
Conheça a relação que existe entre o Calvário e a Missa pela obra de Fulton Sheen.
A Santa Missa é estruturada em quatro partes principais, cada uma com sua importância e significado específicos:
Estas partes formam um todo harmonioso que leva os fiéis a uma profunda comunhão com Deus e entre si, renovando sua fé e compromisso cristão.
Santa Missa, porque a liturgia em que se realiza o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis («missio»), para que vão cumprir a vontade de Deus na sua vida quotidiana. 4
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Os ritos iniciais da Missa têm a função de reunir a comunidade, preparando os fiéis para a escuta da Palavra de Deus e para a celebração da Eucaristia. Eles incluem o Comentário Inicial, o Canto de Entrada com a procissão e o beijo no altar, a Saudação do sacerdote, o Ato Penitencial, o “Glória” (nos tempos litúrgicos apropriados) e a Oração da Coleta.
Desse modo, esses ritos estabelecem um clima de oração e penitência, convidando a assembleia a abrir o coração para o encontro com Deus.
O Comentário Inicial é uma breve introdução feita pelo celebrante ou pelo comentarista, acolhendo os fiéis e situando-os no contexto litúrgico do dia. Assim, este momento tem o intuito de ajudar a comunidade a se preparar espiritualmente para participar de maneira ativa da celebração.
O Canto de Entrada acompanha a procissão inicial do sacerdote e dos ministros, simbolizando a marcha do povo de Deus em direção ao altar. Ao fim da procissão, o sacerdote beija o altar, reverenciando Cristo, que é representado pelo altar. Esse gesto manifesta a veneração e o amor ao Senhor, assim como respeito ao sacrifício de Cristo que será celebrado.
O altar, à volta do qual a Igreja se reúne na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos dum mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais que o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembleia dos seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida para a nossa reconciliação e como alimento celeste que se nos dá. «Com efeito, o que é o altar de Cristo senão a imagem do corpo de Cristo?» – pergunta Santo Ambrósio; e noutro passo: «O altar representa o corpo [de Cristo], e o corpo de Cristo está sobre o altar» 5
Após o sinal da cruz, o sacerdote saúda a assembleia com uma saudação litúrgica retirada das cartas de São Paulo: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” (IICor 13, 13)). Esta saudação expressa a presença de Deus no meio da assembleia, que responde: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.
O Ato Penitencial é um momento em que os fiéis reconhecem seus pecados e pedem perdão a Deus, preparando-se assim para celebrar dignamente os santos mistérios. Este rito pode incluir a recitação do “Confesso a Deus” ou outras fórmulas penitenciais, culminando com o “Senhor, tende piedade”.
O “Glória” é um hino antigo que louva e adora a Santíssima Trindade. Ele é cantado aos domingos (exceto no Advento e da Quaresma) e nas solenidades e festas. O Glória expressa a alegria da salvação do povo de Deus. Durante o Advento e a Quaresma, o “Glória” é omitido como um sinal de expectativa e penitência, devido ao caráter penitencial destes tempos litúrgicos.
Saiba por que não se canta o Glória no Advento.
A Oração da Coleta, ou Oração do Dia, acontece com no “Oremos”, após o Glória. É uma prece que conclui os ritos iniciais. O sacerdote convida a assembleia a rezar, recolhe em oração as intenções dos fiéis e pede a Deus que os ajude a viver os mistérios celebrados. Esta oração muda conforme o tempo litúrgico, festas ou solenidades, ela sintetiza o tema da liturgia do dia e dirige a comunidade para a Liturgia da Palavra.
A Liturgia da Palavra é a segunda parte da Missa, centrada na proclamação e meditação das Escrituras. Este momento é essencial para que os fiéis possam nutrir-se espiritualmente, permitindo-lhes ouvir a Palavra de Deus e refletir sobre seu significado e aplicação nas suas vidas.
A Liturgia da Palavra é composta por várias leituras bíblicas, cantos e orações que convidam a assembleia a uma participação ativa e reflexiva.
A liturgia da Palavra comporta «os escritos dos Profetas», quer dizer, o Antigo Testamento, e «as Memórias dos Apóstolos» ou seja, as suas epístolas e os evangelhos. 6
A Palavra de Deus é eficaz: ela não apenas explica, mas realiza. Quando proclamamos a Palavra de Deus, ela tem o efeito de realizar mudanças reais e profundas naqueles que a ouvem, tornando-se uma força ativa e vivificante nas nossas vidas.
A Primeira Leitura geralmente vem do Antigo Testamento, exceto durante o tempo pascal, quando é retirada dos Atos dos Apóstolos. Esta leitura destaca a história da salvação e prepara os fiéis para a mensagem do Evangelho, além disso, ela recorda aos fiéis as promessas e obras de Deus na história do povo escolhido. E, por fim, a leitura termina com o “Palavra do Senhor”, ao qual a assembleia responde: “Graças a Deus”.
O Salmo, anteriormente chamado de “Gradual”, recebeu este nome porque, no primeiro milênio, o cantor entoava o salmo nos degraus do ambão. O nome “Gradual” vem do latim “gradus”, que significa degrau. Atualmente, lê-se ou canta o salmo diretamente do ambão, preservando a tradição de responder à Palavra de Deus com um cântico ou oração.
Sendo assim, o Salmo Responsorial é um cântico ou recitação responsiva entre o salmista e a assembleia, refletindo a leitura anterior. O Salmo é uma oração de louvor, súplica ou ação de graças, que ajuda a meditar na Palavra de Deus proclamada.
A Segunda Leitura vem das epístolas do Novo Testamento e é proclamada apenas aos domingos e em solenidades. Esta leitura traz ensinamentos e reflexões dos apóstolos, abordando questões práticas e teológicas da vida cristã, a fim de orientar os fiéis na prática da fé e aprofundar a compreensão do mistério de Cristo.
A Aclamação do Evangelho é um canto de louvor que precede a leitura do Evangelho, expressando a alegria e a reverência da assembleia pela Boa Nova de Jesus Cristo. É, portanto, um cântico alegre, geralmente o “Aleluia” (exceto na Quaresma, quando se usa outra aclamação), que prepara a assembleia para a leitura do Evangelho. Este cântico reconhece a presença de Cristo e convida os fiéis a acolher sua mensagem com reverência, por isso, durante este canto, todos se levantam.
O Evangelho é o ponto culminante da Liturgia da Palavra. A assembleia permanece em pé, enquanto o sacerdote ou diácono proclama um trecho dos Evangelhos, relatando a vida, os ensinamentos, ou a morte e a ressurreição de Jesus. A leitura termina com “Palavra da Salvação”, ao que a assembleia responde com “Glória a vós, Senhor”.
A Homilia, proferida pelo sacerdote ou diácono, é uma reflexão sobre as leituras do dia. Seu objetivo é explicar as Escrituras e aplicá-las à vida dos fiéis, fortalecendo a fé e incentivando a prática cristã. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a homilia
é uma exortação a acolher esta Palavra como o que ela é na realidade, Palavra de Deus, e a pô-la em prática […] 6
Recita-se a Profissão de Fé, ou Credo, nos domingos e solenidades. Ele pode ser cantado ou rezado. Esta oração resume os principais artigos da fé cristã, afirmando a crença da assembleia na Trindade, na Igreja e nos mistérios da fé. Sendo assim, rezar o Credo na Santa Missa, é uma forma de os cristãos declararem publicamente as razões de sua fé. Além disso, esta oração expressa a unidade da Igreja, a respeito das verdades fundamentais da fé que todos os fiéis católicos devem aderir.
A Oração da Comunidade, ou Oração dos Fiéis, é um momento de intercessão, no qual a assembleia reza pelas necessidades da Igreja, do mundo, dos governantes, dos doentes e de todas as pessoas. A cada intenção apresentada, a comunidade responde com uma oração comum, geralmente “Senhor, escutai a nossa prece”. Esta oração conclui a Liturgia da Palavra, preparando a comunidade para a Liturgia Eucarística.
A Liturgia Eucarística é o coração da Missa. Os fiéis oferecem pão e vinho que serão consagrados, tornando-se o Corpo e Sangue de Cristo. Esta parte da Missa é a atualização do sacrifício de Jesus e culmina com a Comunhão. A Liturgia Eucarística inclui a Apresentação das Oferendas, a Oração Eucarística e o Rito da Comunhão.
A apresentação das oferendas no altar assume o gesto de Melquisedec e põe os dons do Criador nas mãos de Cristo. É Ele que, no seu sacrifício, leva à perfeição todas as tentativas humanas de oferecer sacrifícios. 7
A Apresentação das Oferendas inicia com a preparação do altar e a procissão das oferendas, seguida pela apresentação das oferendas a Deus, a coleta do ofertório, o lavar das mãos do sacerdote, a oração “Orai, irmãos”, e a oração sobre as oferendas. Este rito simboliza a oferta de nossas vidas a Deus, unindo-as ao sacrifício de Cristo.
Preparação do altar: Na preparação do altar, coloca-se o corporal, o purificador, o cálice e o missal sobre o altar, preparando o espaço sagrado para a celebração eucarística.
Procissão das oferendas: Durante a procissão das oferendas, os fiéis trazem pão e vinho ao altar, que serão consagrados. Este gesto simboliza a entrega de nossas vidas e trabalhos a Deus.
traz-se então para o altar, por vezes processionalmente, o pão e o vinho que vão ser oferecidos pelo sacerdote em nome de Cristo no sacrifício eucarístico, no qual se tornarão o seu corpo e o seu sangue. É precisamente o mesmo gesto que Cristo fez na última ceia, «tomando o pão e o cálice». «Só a Igreja oferece esta oblação pura ao Criador, oferecendo-Lhe em acção de graças o que provém da sua criação» 7
A Oração Eucarística é o núcleo da Liturgia Eucarística. Ela inclui:
O Rito da Comunhão prepara os fiéis para receberem o Corpo e Sangue de Cristo, e inclui:
Confira neste artigo a doutrina da Igreja sobre a Presença Real de Cristo na Eucaristia.
Os Ritos Finais marcam o encerramento da celebração e enviam os fiéis “de volta ao mundo” com a bênção de Deus e a missão de evangelizar. Esta parte da Missa é uma oportunidade para agradecer a Deus pela comunhão, além disso conta com o envio dos fiéis, a fim de viverem a fé no dia a dia.
Após a comunhão, o sacerdote saúda novamente a assembleia com uma fórmula litúrgica, como “O Senhor esteja convosco”. Esta saudação recorda a presença constante de Deus na vida dos fiéis e os convida a viverem em comunhão com Ele.
Os avisos são breves comunicados feitos pelo sacerdote após a saudação final, a fim de informar a comunidade sobre eventos, necessidades pastorais ou outras questões relevantes para a vida paroquial.
A Bênção Final é uma oração do sacerdote, pedindo a Deus que conceda à assembleia a graça e a proteção divinas. Portanto, é um momento de bênção e consolação, onde os fiéis são fortalecidos para enfrentar os desafios da vida cotidiana.
A Missa termina com uma despedida, por meio da qual o sacerdote envia os fiéis em missão para o mundo, lembrando-lhes de viverem como discípulos de Cristo e de serem testemunhas do amor de Deus em suas vidas. Geralmente, o sacerdote ou diácono termina com uma fórmula como “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”, convidando os fiéis a levarem a paz de Cristo aos que encontrarem.
Conheça a Santa Missa ao longo da história.
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Participar da Santa Missa é um dos mandamentos da Lei de Deus. Saiba o que ela é e conheça cada uma das partes da Missa.
Adentrar o mistério da Santa Missa é mergulhar nas profundezas da fé católica, onde o divino se encontra com o humano de forma belíssima. Como bem disse São João Paulo II, “A Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida cristã.” Essas palavras ressoam como um convite irresistível a explorar mais sobre a beleza e significado da Santa Missa.
Neste artigo, vamos desvendar as diversas partes da Missa. Desde os ritos iniciais até os ritos finais, guiados pela riqueza da tradição e do ensinamento da Igreja.
A Santa Missa é a celebração central da fé católica, onde se atualiza o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo:
A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor. 1
E foi o próprio Cristo quem confiou à Sua Igreja o memorial da Sua Morte e Ressurreição:
«O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até voltar, o sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória futura». 2
Outra belíssima explicação sobre o que acontece na Missa é o que São Justino escreveu, por volta do ano 155, ao imperador pagão Antonino Pio, a respeito do que fazem os cristãos:
«No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo.
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» «por nós mesmos […] e por todos os outros, […] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen.
[…] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água “eucaristizados” e também os levam aos ausentes.» 3
A Missa é composta por dois grandes momentos principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Em primeiro lugar, na Liturgia da Palavra, ouvimos as leituras bíblicas, o salmo, a homilia e as preces da comunidade, alimentando-nos da Palavra de Deus. Em seguida, na Liturgia Eucarística, o pão e o vinho são consagrados, tornando-se o Corpo e Sangue de Cristo, que os fiéis comungam.
Sendo assim, participar da Santa Missa é um dever dos católicos, especialmente aos domingos e dias de preceito, pois é a forma mais plena de encontro com Deus e com a comunidade de fé. Além disso, é através da Eucaristia que recebemos a graça necessária para viver a fé no dia a dia, fortalecendo nossa relação com Deus e com os irmãos.
Conheça a relação que existe entre o Calvário e a Missa pela obra de Fulton Sheen.
A Santa Missa é estruturada em quatro partes principais, cada uma com sua importância e significado específicos:
Estas partes formam um todo harmonioso que leva os fiéis a uma profunda comunhão com Deus e entre si, renovando sua fé e compromisso cristão.
Santa Missa, porque a liturgia em que se realiza o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis («missio»), para que vão cumprir a vontade de Deus na sua vida quotidiana. 4
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Os ritos iniciais da Missa têm a função de reunir a comunidade, preparando os fiéis para a escuta da Palavra de Deus e para a celebração da Eucaristia. Eles incluem o Comentário Inicial, o Canto de Entrada com a procissão e o beijo no altar, a Saudação do sacerdote, o Ato Penitencial, o “Glória” (nos tempos litúrgicos apropriados) e a Oração da Coleta.
Desse modo, esses ritos estabelecem um clima de oração e penitência, convidando a assembleia a abrir o coração para o encontro com Deus.
O Comentário Inicial é uma breve introdução feita pelo celebrante ou pelo comentarista, acolhendo os fiéis e situando-os no contexto litúrgico do dia. Assim, este momento tem o intuito de ajudar a comunidade a se preparar espiritualmente para participar de maneira ativa da celebração.
O Canto de Entrada acompanha a procissão inicial do sacerdote e dos ministros, simbolizando a marcha do povo de Deus em direção ao altar. Ao fim da procissão, o sacerdote beija o altar, reverenciando Cristo, que é representado pelo altar. Esse gesto manifesta a veneração e o amor ao Senhor, assim como respeito ao sacrifício de Cristo que será celebrado.
O altar, à volta do qual a Igreja se reúne na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos dum mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais que o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembleia dos seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida para a nossa reconciliação e como alimento celeste que se nos dá. «Com efeito, o que é o altar de Cristo senão a imagem do corpo de Cristo?» – pergunta Santo Ambrósio; e noutro passo: «O altar representa o corpo [de Cristo], e o corpo de Cristo está sobre o altar» 5
Após o sinal da cruz, o sacerdote saúda a assembleia com uma saudação litúrgica retirada das cartas de São Paulo: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” (IICor 13, 13)). Esta saudação expressa a presença de Deus no meio da assembleia, que responde: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.
O Ato Penitencial é um momento em que os fiéis reconhecem seus pecados e pedem perdão a Deus, preparando-se assim para celebrar dignamente os santos mistérios. Este rito pode incluir a recitação do “Confesso a Deus” ou outras fórmulas penitenciais, culminando com o “Senhor, tende piedade”.
O “Glória” é um hino antigo que louva e adora a Santíssima Trindade. Ele é cantado aos domingos (exceto no Advento e da Quaresma) e nas solenidades e festas. O Glória expressa a alegria da salvação do povo de Deus. Durante o Advento e a Quaresma, o “Glória” é omitido como um sinal de expectativa e penitência, devido ao caráter penitencial destes tempos litúrgicos.
Saiba por que não se canta o Glória no Advento.
A Oração da Coleta, ou Oração do Dia, acontece com no “Oremos”, após o Glória. É uma prece que conclui os ritos iniciais. O sacerdote convida a assembleia a rezar, recolhe em oração as intenções dos fiéis e pede a Deus que os ajude a viver os mistérios celebrados. Esta oração muda conforme o tempo litúrgico, festas ou solenidades, ela sintetiza o tema da liturgia do dia e dirige a comunidade para a Liturgia da Palavra.
A Liturgia da Palavra é a segunda parte da Missa, centrada na proclamação e meditação das Escrituras. Este momento é essencial para que os fiéis possam nutrir-se espiritualmente, permitindo-lhes ouvir a Palavra de Deus e refletir sobre seu significado e aplicação nas suas vidas.
A Liturgia da Palavra é composta por várias leituras bíblicas, cantos e orações que convidam a assembleia a uma participação ativa e reflexiva.
A liturgia da Palavra comporta «os escritos dos Profetas», quer dizer, o Antigo Testamento, e «as Memórias dos Apóstolos» ou seja, as suas epístolas e os evangelhos. 6
A Palavra de Deus é eficaz: ela não apenas explica, mas realiza. Quando proclamamos a Palavra de Deus, ela tem o efeito de realizar mudanças reais e profundas naqueles que a ouvem, tornando-se uma força ativa e vivificante nas nossas vidas.
A Primeira Leitura geralmente vem do Antigo Testamento, exceto durante o tempo pascal, quando é retirada dos Atos dos Apóstolos. Esta leitura destaca a história da salvação e prepara os fiéis para a mensagem do Evangelho, além disso, ela recorda aos fiéis as promessas e obras de Deus na história do povo escolhido. E, por fim, a leitura termina com o “Palavra do Senhor”, ao qual a assembleia responde: “Graças a Deus”.
O Salmo, anteriormente chamado de “Gradual”, recebeu este nome porque, no primeiro milênio, o cantor entoava o salmo nos degraus do ambão. O nome “Gradual” vem do latim “gradus”, que significa degrau. Atualmente, lê-se ou canta o salmo diretamente do ambão, preservando a tradição de responder à Palavra de Deus com um cântico ou oração.
Sendo assim, o Salmo Responsorial é um cântico ou recitação responsiva entre o salmista e a assembleia, refletindo a leitura anterior. O Salmo é uma oração de louvor, súplica ou ação de graças, que ajuda a meditar na Palavra de Deus proclamada.
A Segunda Leitura vem das epístolas do Novo Testamento e é proclamada apenas aos domingos e em solenidades. Esta leitura traz ensinamentos e reflexões dos apóstolos, abordando questões práticas e teológicas da vida cristã, a fim de orientar os fiéis na prática da fé e aprofundar a compreensão do mistério de Cristo.
A Aclamação do Evangelho é um canto de louvor que precede a leitura do Evangelho, expressando a alegria e a reverência da assembleia pela Boa Nova de Jesus Cristo. É, portanto, um cântico alegre, geralmente o “Aleluia” (exceto na Quaresma, quando se usa outra aclamação), que prepara a assembleia para a leitura do Evangelho. Este cântico reconhece a presença de Cristo e convida os fiéis a acolher sua mensagem com reverência, por isso, durante este canto, todos se levantam.
O Evangelho é o ponto culminante da Liturgia da Palavra. A assembleia permanece em pé, enquanto o sacerdote ou diácono proclama um trecho dos Evangelhos, relatando a vida, os ensinamentos, ou a morte e a ressurreição de Jesus. A leitura termina com “Palavra da Salvação”, ao que a assembleia responde com “Glória a vós, Senhor”.
A Homilia, proferida pelo sacerdote ou diácono, é uma reflexão sobre as leituras do dia. Seu objetivo é explicar as Escrituras e aplicá-las à vida dos fiéis, fortalecendo a fé e incentivando a prática cristã. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a homilia
é uma exortação a acolher esta Palavra como o que ela é na realidade, Palavra de Deus, e a pô-la em prática […] 6
Recita-se a Profissão de Fé, ou Credo, nos domingos e solenidades. Ele pode ser cantado ou rezado. Esta oração resume os principais artigos da fé cristã, afirmando a crença da assembleia na Trindade, na Igreja e nos mistérios da fé. Sendo assim, rezar o Credo na Santa Missa, é uma forma de os cristãos declararem publicamente as razões de sua fé. Além disso, esta oração expressa a unidade da Igreja, a respeito das verdades fundamentais da fé que todos os fiéis católicos devem aderir.
A Oração da Comunidade, ou Oração dos Fiéis, é um momento de intercessão, no qual a assembleia reza pelas necessidades da Igreja, do mundo, dos governantes, dos doentes e de todas as pessoas. A cada intenção apresentada, a comunidade responde com uma oração comum, geralmente “Senhor, escutai a nossa prece”. Esta oração conclui a Liturgia da Palavra, preparando a comunidade para a Liturgia Eucarística.
A Liturgia Eucarística é o coração da Missa. Os fiéis oferecem pão e vinho que serão consagrados, tornando-se o Corpo e Sangue de Cristo. Esta parte da Missa é a atualização do sacrifício de Jesus e culmina com a Comunhão. A Liturgia Eucarística inclui a Apresentação das Oferendas, a Oração Eucarística e o Rito da Comunhão.
A apresentação das oferendas no altar assume o gesto de Melquisedec e põe os dons do Criador nas mãos de Cristo. É Ele que, no seu sacrifício, leva à perfeição todas as tentativas humanas de oferecer sacrifícios. 7
A Apresentação das Oferendas inicia com a preparação do altar e a procissão das oferendas, seguida pela apresentação das oferendas a Deus, a coleta do ofertório, o lavar das mãos do sacerdote, a oração “Orai, irmãos”, e a oração sobre as oferendas. Este rito simboliza a oferta de nossas vidas a Deus, unindo-as ao sacrifício de Cristo.
Preparação do altar: Na preparação do altar, coloca-se o corporal, o purificador, o cálice e o missal sobre o altar, preparando o espaço sagrado para a celebração eucarística.
Procissão das oferendas: Durante a procissão das oferendas, os fiéis trazem pão e vinho ao altar, que serão consagrados. Este gesto simboliza a entrega de nossas vidas e trabalhos a Deus.
traz-se então para o altar, por vezes processionalmente, o pão e o vinho que vão ser oferecidos pelo sacerdote em nome de Cristo no sacrifício eucarístico, no qual se tornarão o seu corpo e o seu sangue. É precisamente o mesmo gesto que Cristo fez na última ceia, «tomando o pão e o cálice». «Só a Igreja oferece esta oblação pura ao Criador, oferecendo-Lhe em acção de graças o que provém da sua criação» 7
A Oração Eucarística é o núcleo da Liturgia Eucarística. Ela inclui:
O Rito da Comunhão prepara os fiéis para receberem o Corpo e Sangue de Cristo, e inclui:
Confira neste artigo a doutrina da Igreja sobre a Presença Real de Cristo na Eucaristia.
Os Ritos Finais marcam o encerramento da celebração e enviam os fiéis “de volta ao mundo” com a bênção de Deus e a missão de evangelizar. Esta parte da Missa é uma oportunidade para agradecer a Deus pela comunhão, além disso conta com o envio dos fiéis, a fim de viverem a fé no dia a dia.
Após a comunhão, o sacerdote saúda novamente a assembleia com uma fórmula litúrgica, como “O Senhor esteja convosco”. Esta saudação recorda a presença constante de Deus na vida dos fiéis e os convida a viverem em comunhão com Ele.
Os avisos são breves comunicados feitos pelo sacerdote após a saudação final, a fim de informar a comunidade sobre eventos, necessidades pastorais ou outras questões relevantes para a vida paroquial.
A Bênção Final é uma oração do sacerdote, pedindo a Deus que conceda à assembleia a graça e a proteção divinas. Portanto, é um momento de bênção e consolação, onde os fiéis são fortalecidos para enfrentar os desafios da vida cotidiana.
A Missa termina com uma despedida, por meio da qual o sacerdote envia os fiéis em missão para o mundo, lembrando-lhes de viverem como discípulos de Cristo e de serem testemunhas do amor de Deus em suas vidas. Geralmente, o sacerdote ou diácono termina com uma fórmula como “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”, convidando os fiéis a levarem a paz de Cristo aos que encontrarem.
Conheça a Santa Missa ao longo da história.