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Dias de preceito na Igreja Católica: quais são eles?

Saiba quais são os dias de preceito na Igreja Católica, como você pode cumprir o preceito e por que guardar domingos e festas.

Dias de preceito na Igreja Católica: quais são eles?
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Dias de preceito na Igreja Católica: quais são eles?

Saiba quais são os dias de preceito na Igreja Católica, como você pode cumprir o preceito e por que guardar domingos e festas.

Data da Publicação: 22/11/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC
Data da Publicação: 22/11/2023
Tempo de leitura:
Autor: Redação MBC

Saiba quais são os dias de preceito na Igreja Católica, como você pode cumprir o preceito e por que guardar domingos e festas.

O terceiro mandamento ressalta a centralidade da Santa Eucaristia na prática católica, destacando a importância dos dias de preceito estabelecidos pela Igreja. Como uma mãe zelosa, a Igreja nos orienta a participar ativamente nos mistérios salvíficos de Deus por meio desses dias de guarda. Contudo, devemos recordar que o amor transcende a lei; de fato, a observância da lei deve ser impulsionada pelo amor. Como proclama a Escritura: “O amor de Cristo nos constrange.” 1

Neste artigo, listamos cada um dos dias de preceito da Igreja, compreendendo quais foram transferidos para o domingo e como podemos cumpri-los, tendo sempre em mente o amor a Cristo como a motivação principal de nossas práticas litúrgicas.

Guardar domingos e festas: o terceiro mandamento

Os Dez Mandamentos, gravados inicialmente por Deus em nossos corações e depois registrados nas Tábuas da Aliança, orientam nosso caminho em direção ao verdadeiro Bem. Eles revelam a vontade divina, guiando-nos a viver aquilo para que fomos criados: conhecer e amar a Deus 2. Dessa forma, o terceiro mandamento, guardar domingos e festas, ressoa como um convite direto de Deus.

Esse convite não se resume a marcar presença em dias específicos na Igreja; é, na verdade, uma iniciativa amorosa de um Deus que sempre toma a dianteira no amor. Assim, o cerne do mandamento do repouso dominical é estar com Deus e dedicar tempo a Ele, especialmente participando da Eucaristia. Como destaca o Catecismo da Igreja Católica, “a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja” 3.

Conheça o que a Igreja ensina sobre Guardar domingos e festas.

O que são os dias de preceito na Igreja Católica?

Corpus Christi, um dos dias de preceito na igreja católica.
Corpus Christi, um dos dias de preceito na igreja católica.

No Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2181, lemos:

A Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã. É por isso que os fiéis têm obrigação de participar na Eucaristia nos dias de preceito, a menos que estejam justificados, por motivo sério (por exemplo, doença, obrigação de cuidar de crianças de peito) ou dispensados pelo seu pastor. Os que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem um pecado grave.

Os dias de preceito são, portanto, aqueles em que a participação na Eucaristia é uma obrigação para os fiéis — sob pena de pecado grave. Essas datas litúrgicas revestem-se de especial importância, pois nos mergulham de maneira mais profunda na lógica da obra salvífica de Deus, representando aspectos fundamentais de nossa fé. Desse modo, é importante que estejamos atentos à nossa vivência litúrgica, a fim de seguir os dias de preceito como nos manda a Santa Igreja.

Além disso, o Código de Direito Canônico, em seu cânon 1247, complementa

No domingo e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa; além disso, devem abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo.

Sendo assim, esses dias não são meros rituais, mas sim ocasiões para aprofundar a nossa fé e manifestar o nosso amor a Cristo, que nos salvou. Entender e viver os dias de preceito é mergulhar no plano de salvação divino. É também abraçar o chamado da Igreja para uma participação ativa na vida sacramental, alimentando o relacionamento com Deus e testemunhando publicamente a própria fé.

Conheça a Santa Missa ao longo da história.

Os 5 mandamentos da Igreja Católica

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2041

Os preceitos da Igreja inserem-se nesta linha duma vida moral ligada à vida litúrgica e nutrindo-se dela. O carácter obrigatório destas leis positivas, promulgadas pelas autoridades pastorais, tem por fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável de espírito de oração e de esforço moral e de crescimento no amor a Deus e ao próximo.

Sendo assim, os cinco mandamentos da Igreja auxiliam os fiéis a viverem de forma mais concreta a sua fé. São os seguintes: 4

  1. Ouvir missa inteira e abster-se de trabalhos servis nos domingos e festas de guarda: a obrigatoriedade de ir à Santa Missa nos dias de preceito é baseada no primeiro mandamento da Lei de Deus. Pois participar da Eucaristia, sobretudo, nos dias de preceito faz parte da busca por amar a Deus sobre todas as coisas e colocá-lo em primeiro lugar na nossa vida. Mas não somente por mera obrigação, a intenção é que se viva os preceitos tendo em vista o amor dedicado a Cristo.
  2. Confessar-se ao menos uma vez em cada ano: O segundo preceito assegura que o fiel se prepare para a Eucaristia por meio da confissão anual.
  3. Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição: este terceiro mandamento da Igreja tem em vista que o fiel, ao menos uma vez no ano, — depois de ter confessado — receba o Corpo e o Sangue do Senhor. Desse modo, ele se liga às festas pascais, que são a origem e o centro da liturgia.
  4. Guardar abstinência e jejuar nos dias determinados pela Igreja: O quarto preceito garante dias de ascese e penitência. Assim, prepara os fiéis para as festas litúrgicas e os ensina a adquirir domínio sobre seus instintos.
  5. Prover as necessidades da Igreja, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações: destaca a obrigação dos fiéis em prover, conforme suas possibilidades, às necessidades materiais da Igreja, a fim de que ela se mantenha viva também como templo.

Entenda a importância do Sacramento da Eucaristia.

Quais são os dias de preceito na Igreja Católica?

Em primeiro lugar, “o domingo, em que se celebra o mistério pascal, por tradição apostólica, deve guardar-se como dia festivo de preceito em toda a Igreja.” 5 Ou seja, os fiéis católicos devem, obrigatoriamente, participar da Santa Missa todos os domingos. 6 O dia do Senhor é um preceito por excelência.

Além de todos os domingos do ano, são dias de preceito na Igreja Católica: 7

  • Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo (25 de dezembro);
  • Epifania (06 de janeiro);
  • Ascensão (quinta-feira da VI semana da Páscoa);
  • Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi é celebrado sempre numa quinta, 60 dias após o domingo de Páscoa);
  • Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (01 de janeiro);
  • Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora (08 de dezembro);
  • Assunção (15 de agosto)
  • São José (19 de março)
  • Apóstolos S. Pedro e S. Paulo (29 de junho);
  • Todos os Santos (01 de novembro)

Quais são os dias de preceito na Igreja Católica que são transferidos para o domingo no Brasil?

De acordo com o Código de Direito Canônico, no Cânon 1246

A Conferência episcopal contudo pode, com aprovação prévia da Sé Apostólica, abolir alguns dias festivos de preceito ou transferi-los para o domingo.

Sendo assim, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com a autorização da Santa Sé, transferiu algumas solenidades para o domingo seguinte. Isso se dá especialmente porque essas datas não coincidiam com nenhum feriado, podendo impedir que os fiéis cumprissem o preceito. A Igreja deseja ardentemente que os fiéis participem da Eucaristia e vivam a sua fé. Por isso, as seguintes celebrações são transferidas para o domingo próximo:

  • Solenidade da Epifania do Senhor (06 de janeiro);
  • Ascensão do Senhor (na quinta-feira, seguinte aos 40 dias após a Páscoa);
  • Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de Junho)
  • Assunção de Maria (dia 15 de agosto);
  • Dia de Todos os Santos (dia 1º de novembro).

A festa de São José não é mais dia de preceito no Brasil, no entanto permanece a sua celebração litúrgica.

Ir à missa no dia anterior cumpre preceito?

Sim. De acordo com o Código de Direito Canônico, no cânon 1248

Cumpre o preceito de participar na Missa quem a ela assiste onde quer que se celebre em rito católico, quer no próprio dia festivo quer na tarde do dia antecedente.

Todas as solenidades de preceito começam a ser celebradas no dia anterior, nas primeiras Vésperas. As Vésperas são uma celebração da Liturgia das Horas e ocorrem após as três da tarde (hora nona) — mais próximo do anoitecer. Não há, portanto, um horário fixo, mas as Vésperas se iniciam quando o dia começa a declinar.

Além disso, este cânon especifica que a participação deve ser numa missa celebrada no rito católico, ou seja, não é necessário que seja a liturgia dominical. Isso significa que se você participou de uma missa de casamento no sábado à noite, por exemplo, você cumpriu o preceito, pois é uma celebração eclesiástica válida. No entanto, o espírito de observar o domingo se mantém: você pode ir à missa no sábado, mas deve se dedicar a Deus no domingo, uma vez que este é o dia do Senhor e da Sua ressurreição.

Ir além do preceito

O Venerável Fulton Sheen, em seu livro “O Calvário e a Missa”, afirma que a morte foi o principal momento para o qual Cristo viveu e também a única coisa pela qual quis ser lembrado. 8

Jesus não pediu aos homens que registrassem as Suas palavras numa Escritura, nem tampouco que Sua bondade para com os pobres ficasse gravada na história; mas pediu que os homens recordassem a Sua morte. Para que essa memória não fosse entregue ao acaso das narrativas humanas, Ele próprio instituiu a maneira como devia ser celebrada. Essa memória foi instituída na noite anterior à Sua morte e, desde então, se chamou “A última Ceia”. 8

Sem dúvida, a Missa é o maior acontecimento da história, transcende o tempo e o espaço. É o próprio Deus, Criador e Salvador, que se faz alimento para nós. E, se Deus pudesse nos oferecer algo maior que Ele mesmo, certamente o faria. Assim como o corpo precisa de alimento material, a alma necessita ser nutrida espiritualmente, encontrando na Eucaristia fonte preciosa de força.

Portanto, embora o preceito nos lembre dessa dádiva, nosso coração deve ser impelido a ir além. Buscar a Missa não apenas por obrigação, mas por um desejo ardente de nos unirmos diariamente a esse tesouro celestial. Alimentar nossa fé, fortalecer nosso espírito e estar mais próximos de Deus é um caminho que vai além do preceito, é um convite constante para experimentar a plenitude da vida na Eucaristia. 9

Que possamos, como São João Paulo II, convencer-nos de que a celebração da Eucaristia não é apenas o dever mais sagrado, mas sobretudo a necessidade mais profunda de nossa alma. 10

Referências

  1. II Coríntios 5, 14[]
  2. CIC, 31[]
  3. CIC, 2177[]
  4. CIC, 2042[]
  5. Cân. 1246[]
  6. CIC, 2180[]
  7. Cân, 1246[]
  8. SHEEN, Fulton J., O Calvário e a Missa. Tradução: Marta de Mesquita da Câmara. Minha Biblioteca Católica, p.6[][]
  9. CIC, 1402[]
  10. PAULO II, João. Don y Mistério. In: https://www.vatican.va/archive/books/gift_mystery/documents/archive_gift-mystery_book_1996_sp.html[]

Redação MBC

Saiba quais são os dias de preceito na Igreja Católica, como você pode cumprir o preceito e por que guardar domingos e festas.

O terceiro mandamento ressalta a centralidade da Santa Eucaristia na prática católica, destacando a importância dos dias de preceito estabelecidos pela Igreja. Como uma mãe zelosa, a Igreja nos orienta a participar ativamente nos mistérios salvíficos de Deus por meio desses dias de guarda. Contudo, devemos recordar que o amor transcende a lei; de fato, a observância da lei deve ser impulsionada pelo amor. Como proclama a Escritura: “O amor de Cristo nos constrange.” 1

Neste artigo, listamos cada um dos dias de preceito da Igreja, compreendendo quais foram transferidos para o domingo e como podemos cumpri-los, tendo sempre em mente o amor a Cristo como a motivação principal de nossas práticas litúrgicas.

Guardar domingos e festas: o terceiro mandamento

Os Dez Mandamentos, gravados inicialmente por Deus em nossos corações e depois registrados nas Tábuas da Aliança, orientam nosso caminho em direção ao verdadeiro Bem. Eles revelam a vontade divina, guiando-nos a viver aquilo para que fomos criados: conhecer e amar a Deus 2. Dessa forma, o terceiro mandamento, guardar domingos e festas, ressoa como um convite direto de Deus.

Esse convite não se resume a marcar presença em dias específicos na Igreja; é, na verdade, uma iniciativa amorosa de um Deus que sempre toma a dianteira no amor. Assim, o cerne do mandamento do repouso dominical é estar com Deus e dedicar tempo a Ele, especialmente participando da Eucaristia. Como destaca o Catecismo da Igreja Católica, “a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja” 3.

Conheça o que a Igreja ensina sobre Guardar domingos e festas.

O que são os dias de preceito na Igreja Católica?

Corpus Christi, um dos dias de preceito na igreja católica.
Corpus Christi, um dos dias de preceito na igreja católica.

No Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2181, lemos:

A Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã. É por isso que os fiéis têm obrigação de participar na Eucaristia nos dias de preceito, a menos que estejam justificados, por motivo sério (por exemplo, doença, obrigação de cuidar de crianças de peito) ou dispensados pelo seu pastor. Os que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem um pecado grave.

Os dias de preceito são, portanto, aqueles em que a participação na Eucaristia é uma obrigação para os fiéis — sob pena de pecado grave. Essas datas litúrgicas revestem-se de especial importância, pois nos mergulham de maneira mais profunda na lógica da obra salvífica de Deus, representando aspectos fundamentais de nossa fé. Desse modo, é importante que estejamos atentos à nossa vivência litúrgica, a fim de seguir os dias de preceito como nos manda a Santa Igreja.

Além disso, o Código de Direito Canônico, em seu cânon 1247, complementa

No domingo e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa; além disso, devem abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo.

Sendo assim, esses dias não são meros rituais, mas sim ocasiões para aprofundar a nossa fé e manifestar o nosso amor a Cristo, que nos salvou. Entender e viver os dias de preceito é mergulhar no plano de salvação divino. É também abraçar o chamado da Igreja para uma participação ativa na vida sacramental, alimentando o relacionamento com Deus e testemunhando publicamente a própria fé.

Conheça a Santa Missa ao longo da história.

Os 5 mandamentos da Igreja Católica

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2041

Os preceitos da Igreja inserem-se nesta linha duma vida moral ligada à vida litúrgica e nutrindo-se dela. O carácter obrigatório destas leis positivas, promulgadas pelas autoridades pastorais, tem por fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável de espírito de oração e de esforço moral e de crescimento no amor a Deus e ao próximo.

Sendo assim, os cinco mandamentos da Igreja auxiliam os fiéis a viverem de forma mais concreta a sua fé. São os seguintes: 4

  1. Ouvir missa inteira e abster-se de trabalhos servis nos domingos e festas de guarda: a obrigatoriedade de ir à Santa Missa nos dias de preceito é baseada no primeiro mandamento da Lei de Deus. Pois participar da Eucaristia, sobretudo, nos dias de preceito faz parte da busca por amar a Deus sobre todas as coisas e colocá-lo em primeiro lugar na nossa vida. Mas não somente por mera obrigação, a intenção é que se viva os preceitos tendo em vista o amor dedicado a Cristo.
  2. Confessar-se ao menos uma vez em cada ano: O segundo preceito assegura que o fiel se prepare para a Eucaristia por meio da confissão anual.
  3. Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição: este terceiro mandamento da Igreja tem em vista que o fiel, ao menos uma vez no ano, — depois de ter confessado — receba o Corpo e o Sangue do Senhor. Desse modo, ele se liga às festas pascais, que são a origem e o centro da liturgia.
  4. Guardar abstinência e jejuar nos dias determinados pela Igreja: O quarto preceito garante dias de ascese e penitência. Assim, prepara os fiéis para as festas litúrgicas e os ensina a adquirir domínio sobre seus instintos.
  5. Prover as necessidades da Igreja, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações: destaca a obrigação dos fiéis em prover, conforme suas possibilidades, às necessidades materiais da Igreja, a fim de que ela se mantenha viva também como templo.

Entenda a importância do Sacramento da Eucaristia.

Quais são os dias de preceito na Igreja Católica?

Em primeiro lugar, “o domingo, em que se celebra o mistério pascal, por tradição apostólica, deve guardar-se como dia festivo de preceito em toda a Igreja.” 5 Ou seja, os fiéis católicos devem, obrigatoriamente, participar da Santa Missa todos os domingos. 6 O dia do Senhor é um preceito por excelência.

Além de todos os domingos do ano, são dias de preceito na Igreja Católica: 7

  • Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo (25 de dezembro);
  • Epifania (06 de janeiro);
  • Ascensão (quinta-feira da VI semana da Páscoa);
  • Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi é celebrado sempre numa quinta, 60 dias após o domingo de Páscoa);
  • Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (01 de janeiro);
  • Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora (08 de dezembro);
  • Assunção (15 de agosto)
  • São José (19 de março)
  • Apóstolos S. Pedro e S. Paulo (29 de junho);
  • Todos os Santos (01 de novembro)

Quais são os dias de preceito na Igreja Católica que são transferidos para o domingo no Brasil?

De acordo com o Código de Direito Canônico, no Cânon 1246

A Conferência episcopal contudo pode, com aprovação prévia da Sé Apostólica, abolir alguns dias festivos de preceito ou transferi-los para o domingo.

Sendo assim, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com a autorização da Santa Sé, transferiu algumas solenidades para o domingo seguinte. Isso se dá especialmente porque essas datas não coincidiam com nenhum feriado, podendo impedir que os fiéis cumprissem o preceito. A Igreja deseja ardentemente que os fiéis participem da Eucaristia e vivam a sua fé. Por isso, as seguintes celebrações são transferidas para o domingo próximo:

  • Solenidade da Epifania do Senhor (06 de janeiro);
  • Ascensão do Senhor (na quinta-feira, seguinte aos 40 dias após a Páscoa);
  • Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de Junho)
  • Assunção de Maria (dia 15 de agosto);
  • Dia de Todos os Santos (dia 1º de novembro).

A festa de São José não é mais dia de preceito no Brasil, no entanto permanece a sua celebração litúrgica.

Ir à missa no dia anterior cumpre preceito?

Sim. De acordo com o Código de Direito Canônico, no cânon 1248

Cumpre o preceito de participar na Missa quem a ela assiste onde quer que se celebre em rito católico, quer no próprio dia festivo quer na tarde do dia antecedente.

Todas as solenidades de preceito começam a ser celebradas no dia anterior, nas primeiras Vésperas. As Vésperas são uma celebração da Liturgia das Horas e ocorrem após as três da tarde (hora nona) — mais próximo do anoitecer. Não há, portanto, um horário fixo, mas as Vésperas se iniciam quando o dia começa a declinar.

Além disso, este cânon especifica que a participação deve ser numa missa celebrada no rito católico, ou seja, não é necessário que seja a liturgia dominical. Isso significa que se você participou de uma missa de casamento no sábado à noite, por exemplo, você cumpriu o preceito, pois é uma celebração eclesiástica válida. No entanto, o espírito de observar o domingo se mantém: você pode ir à missa no sábado, mas deve se dedicar a Deus no domingo, uma vez que este é o dia do Senhor e da Sua ressurreição.

Ir além do preceito

O Venerável Fulton Sheen, em seu livro “O Calvário e a Missa”, afirma que a morte foi o principal momento para o qual Cristo viveu e também a única coisa pela qual quis ser lembrado. 8

Jesus não pediu aos homens que registrassem as Suas palavras numa Escritura, nem tampouco que Sua bondade para com os pobres ficasse gravada na história; mas pediu que os homens recordassem a Sua morte. Para que essa memória não fosse entregue ao acaso das narrativas humanas, Ele próprio instituiu a maneira como devia ser celebrada. Essa memória foi instituída na noite anterior à Sua morte e, desde então, se chamou “A última Ceia”. 8

Sem dúvida, a Missa é o maior acontecimento da história, transcende o tempo e o espaço. É o próprio Deus, Criador e Salvador, que se faz alimento para nós. E, se Deus pudesse nos oferecer algo maior que Ele mesmo, certamente o faria. Assim como o corpo precisa de alimento material, a alma necessita ser nutrida espiritualmente, encontrando na Eucaristia fonte preciosa de força.

Portanto, embora o preceito nos lembre dessa dádiva, nosso coração deve ser impelido a ir além. Buscar a Missa não apenas por obrigação, mas por um desejo ardente de nos unirmos diariamente a esse tesouro celestial. Alimentar nossa fé, fortalecer nosso espírito e estar mais próximos de Deus é um caminho que vai além do preceito, é um convite constante para experimentar a plenitude da vida na Eucaristia. 9

Que possamos, como São João Paulo II, convencer-nos de que a celebração da Eucaristia não é apenas o dever mais sagrado, mas sobretudo a necessidade mais profunda de nossa alma. 10

Referências

  1. II Coríntios 5, 14[]
  2. CIC, 31[]
  3. CIC, 2177[]
  4. CIC, 2042[]
  5. Cân. 1246[]
  6. CIC, 2180[]
  7. Cân, 1246[]
  8. SHEEN, Fulton J., O Calvário e a Missa. Tradução: Marta de Mesquita da Câmara. Minha Biblioteca Católica, p.6[][]
  9. CIC, 1402[]
  10. PAULO II, João. Don y Mistério. In: https://www.vatican.va/archive/books/gift_mystery/documents/archive_gift-mystery_book_1996_sp.html[]

Redação MBC

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