Entenda o que os católicos celebram na Quarta-feira de Cinzas, qual a origem desta celebração e o significado das cinzas.
Entenda o que os católicos celebram na Quarta-feira de Cinzas, qual a origem desta celebração e o significado das cinzas.
Entenda o que os católicos celebram na Quarta-feira de Cinzas, qual a origem desta celebração e o significado das cinzas.
A Igreja, Mãe e Mestra, e muito sábia, prepara todos os anos um itinerário de fé por meio do ano litúrgico. Assim, todos os anos vivenciamos a história da nossa salvação, a fim de lembrarmos de onde viemos e para onde devemos voltar. A Quaresma é um dos tempos litúrgicos da Igreja que culmina no ápice de nossa fé: a ressurreição do Senhor.
Sendo assim, é importante iniciarmos bem este período que começa com a Quarta-feira de Cinzas. Você já deve ter se perguntado de onde vêm as cinzas ou qual é a origem desta celebração. Então, confira neste artigo desde o que são as cinzas até quem pode recebê-las e qual o seu papel na vida dos fiéis.
Preparamos também um artigo sobre a Quaresma, leia aqui.
A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma, um período de 40 dias de preparação para a Páscoa. A celebração das cinzas recorda a fragilidade da vida humana e a necessidade da penitência para a nossa conversão. Sendo assim, este é um dia de jejum, especialmente porque indica o começo de um período todo de práticas mais intensas de jejum, oração e esmola.
Além disso, é um dia de oração e meditação. A Quarta-feira de Cinzas é um momento propício para refletir sobre a brevidade de nossa vida e iniciar uma preparação mais profunda para viver os mistérios pascais. Acompanhar, assim, a Paixão e a Morte de Nosso Senhor, que culminará na sua Ressureição. Neste dia, pedimos pela nossa conversão, para que possamos começar bem um novo caminho quaresmal “que se estende por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte.” 1
Neste dia, o primeiro da Quaresma, somos marcados pelas cinzas benzidas que
impostas sobre a nossa cabeça, são um sinal que nos recorda a nossa condição de criaturas, que nos convida à penitência e a intensificar o compromisso de conversão para seguir cada vez mais o Senhor. 2
O significado das cinzas também está presente nas Sagradas Escrituras, como veremos ainda neste artigo. Elas simbolizam a efemeridade da nossa vida — somos pó e ao pó voltaremos —, assim como a penitência, o arrependimento e a conversão.
Você sabe quais são as três grandes vias de conversão a Deus?
A origem da Quarta-feira de Cinzas remonta ao início da prática cristã da Quaresma. Desde o século II, os cristãos já se preparavam para a Páscoa com dois dias de jejum e penitência. 3
No século IV, a Igreja estabeleceu um período de 40 dias de preparação para a Páscoa, inspirado nos 40 dias de jejum de Jesus no deserto. A Quaresma começava seis semanas antes da Páscoa, mas, no século VII, a contagem foi ajustada para começar na Quarta-feira, tornando-se uma jornada simbólica de 40 dias (excluindo os domingos).
A imposição das cinzas foi gradualmente introduzida ao longo dos séculos. No início, era um gesto penitencial reservado aos que, acusando-se de pecados graves, realizavam penitências públicas. Depois, conforme essa prática foi diminuindo, manteve-se a imposição das cinzas a todos os fiéis.
Em 2024, a Quarta-feira de Cinzas cairá no dia 14 de fevereiro. Este é o ponto de partida da Quaresma, momento em que iniciamos também as nossas práticas e penitências quaresmais, embarcando em um genuíno caminho de conversão interior.
Confira 5 dicas práticas para viver bem a Quaresma.
Nos registros do Antigo Testamento, as cinzas desempenham um papel significativo como símbolo da frágil condição humana diante do Senhor. Abraão expressa essa humildade ao se reconhecer como “pó e cinza”, enquanto Jó se compara à poeira e à cinza (Jó 30, 19)
“Sou bem atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza.” 4
Livros como a Sabedoria e o Eclesiástico também utilizam o simbolismo das cinzas para representar a brevidade da vida.
Um belo dia nascemos e, depois disso, seremos como se jamais tivéssemos sido! É fumaça a respiração de nossos narizes, e nosso pensamento, uma centelha que salta do bater de nosso coração! Extinta ela, nosso corpo se tornará pó, e o nosso espírito se dissipará como um vapor inconsistente! 5
Além de simbolizar a transitoriedade da vida, as cinzas são associadas à penitência e à conversão. No Livro de Jonas, o rei de Nínive, ao se converter, manifesta seu arrependimento sentando-se sobre cinzas. 6 Jeremias 7 e Ester 8 também mencionam o uso das cinzas em contextos de luto e penitência.
Jonas foi pela cidade durante todo um dia, pregando: “Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída”. [..] A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza. 9
O profeta Joel também exorta à conversão interior, destacando-a como uma transformação verdadeira do coração em direção a Deus, e não apenas gestos externos, por isso proclama:
“Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus” 10
Ao longo da Bíblia, essas referências simbólicas às cinzas ressoam como sinais de humildade, arrependimento e busca pela reconciliação com Deus. Todos esses elementos fazem parte do caminho que devemos percorrer durante todo o período quaresmal.
Conheça aqui como era a celebração da Páscoa dos judeus.
Nas palavras de São João Paulo II, a liturgia da quarta-feira de cinzas
pode considerar-se, de certa forma, como uma “liturgia de morte”, que remete para a Sexta-Feira Santa, onde o rito deste dia encontra o seu pleno cumprimento. Com efeito […] nós devemos morrer para nós mesmos, a fim de renascermos para a vida eterna. 11
A leitura que abre este dia para nós encontra-se no livro de Joel; ela destaca a conversão como peça fundamental deste novo período, recordando-nos a bondade e a misericórdia de Deus:
“Rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo.” 10
O Salmo 50, presente nesta liturgia, nos conduz à penitência, enquanto a segunda leitura ressalta a reconciliação com Deus, lembrando-nos de que
“É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.” 12
Toda a celebração está permeada de um espírito penitencial. Na abertura da Missa, buscamos a compaixão de Deus, reconhecendo nossa pequenez; pedimos que o Senhor perdoe os nossos pecados pela nossa penitência. E, após a comunhão, pedimos o auxílio divino pela Eucaristia, desejando que nosso jejum seja agradável a Deus e nos sirva como remédio espiritual.
Além disso, é na Missa deste dia que acontece o rito das cinzas, após a homilia. O sacerdote abençoa as cinzas para que, em seguida, ela seja imposta na testa dos fiéis, ao mesmo tempo em que se recita a fórmula da imposição. A primeira fórmula que consta no rito é “Recorda-te que tu és pó, e ao pó voltarás” (cf. Gn 3, 19). Ela nos leva refletir sobre o início e o fim de nossa vida, bem como sobre a futilidade de nossos planos quando não estão alinhados à vontade de Deus.
Já a segunda fórmula prevista pelo rito proclama: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15). Ela indica as condições necessárias para caminhar verdadeiramente com Cristo. É preciso “percorrer um caminho em que entramos na sua morte e ressurreição para receber a vida.” 2
Conheça como se deu a Santa Missa ao longo da história.
As cinzas são um sacramental, portanto, não está limitada aos católicos ou àqueles que se encontram em estado de graça.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, no seu parágrafo 1670, sacramentais, como as cinzas, não concedem a graça do Espírito Santo da mesma forma que os sacramentos. Em vez disso, por meio da oração da Igreja, eles preparam para receber a graça divina e dispõem a cooperar com ela.
Sendo assim, qualquer pessoa pode receber as cinzas. Elas convidam à penitência e à participação no período quaresmal, cumprindo seu papel de sacramental nessa preparação para caminhar com a graça divina.
Tradicionalmente, as cinzas são obtidas a partir dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Durante a celebração do Domingo de Ramos, os fiéis carregam ramos de palmeiras, ou outros ramos benditos, como símbolo da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Esses mesmos ramos, abençoados e usados na liturgia, são recolhidos e, depois de secos, queimados, resultando em cinzas finas.
Durante a celebração da Missa da Quarta-feira de Cinzas, o sacerdote faz a bênção das cinzas, tornando-as um símbolo sagrado e lembrando os fiéis da efemeridade da vida e da necessidade de penitência. Desse modo, as cinzas utilizadas neste dia têm uma origem simbólica e tradicional nos ramos abençoados do Domingo de Ramos do ano anterior, ligando esses dois momentos litúrgicos importantes no calendário cristão.
A quarta de cinzas não é um dia de preceito. No entanto, é importante participar da Missa neste dia, que nos introduz ao caminho da Quaresma, rumo à Páscoa do Senhor. Embora não seja um dia de preceito, o jejum e a abstinência são obrigatórios aos fiéis católicos.
Entenda aqui tudo o que um católico deve saber sobre jejum e abstinência.
As cinzas, marcadas em nossa testa, convidam-nos de maneira sensível a uma reflexão profunda sobre a condição efêmera da existência humana. Além de lembrar-nos da necessidade constante de penitência e conversão, esse sinal visível recorda-nos a fragilidade da vida e o fato de que retornaremos ao pó.
Ao receber as cinzas, comprometemo-nos a viver a Quaresma intensamente, incentivados a abandonar o que nos afasta de Deus. Essa prática anual nos convida a um exame de consciência sincero, a fim de buscar uma vida alinhada com os ensinamentos de Cristo.
As cinzas na nossa vida tornam-se, portanto, a marca visível de nossa disposição para uma jornada de renovação espiritual, por meio do jejum, da esmola e da oração. Desse modo, ao cultivar uma relação mais profunda com Deus e com o próximo, preparamo-nos para vivenciar, unidos à Cristo, o mistério pascal.
Que tal conferir os passos para fazer uma boa confissão antes da Quaresma?
O maior clube de leitores católicos do Brasil.
Entenda o que os católicos celebram na Quarta-feira de Cinzas, qual a origem desta celebração e o significado das cinzas.
A Igreja, Mãe e Mestra, e muito sábia, prepara todos os anos um itinerário de fé por meio do ano litúrgico. Assim, todos os anos vivenciamos a história da nossa salvação, a fim de lembrarmos de onde viemos e para onde devemos voltar. A Quaresma é um dos tempos litúrgicos da Igreja que culmina no ápice de nossa fé: a ressurreição do Senhor.
Sendo assim, é importante iniciarmos bem este período que começa com a Quarta-feira de Cinzas. Você já deve ter se perguntado de onde vêm as cinzas ou qual é a origem desta celebração. Então, confira neste artigo desde o que são as cinzas até quem pode recebê-las e qual o seu papel na vida dos fiéis.
Preparamos também um artigo sobre a Quaresma, leia aqui.
A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma, um período de 40 dias de preparação para a Páscoa. A celebração das cinzas recorda a fragilidade da vida humana e a necessidade da penitência para a nossa conversão. Sendo assim, este é um dia de jejum, especialmente porque indica o começo de um período todo de práticas mais intensas de jejum, oração e esmola.
Além disso, é um dia de oração e meditação. A Quarta-feira de Cinzas é um momento propício para refletir sobre a brevidade de nossa vida e iniciar uma preparação mais profunda para viver os mistérios pascais. Acompanhar, assim, a Paixão e a Morte de Nosso Senhor, que culminará na sua Ressureição. Neste dia, pedimos pela nossa conversão, para que possamos começar bem um novo caminho quaresmal “que se estende por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte.” 1
Neste dia, o primeiro da Quaresma, somos marcados pelas cinzas benzidas que
impostas sobre a nossa cabeça, são um sinal que nos recorda a nossa condição de criaturas, que nos convida à penitência e a intensificar o compromisso de conversão para seguir cada vez mais o Senhor. 2
O significado das cinzas também está presente nas Sagradas Escrituras, como veremos ainda neste artigo. Elas simbolizam a efemeridade da nossa vida — somos pó e ao pó voltaremos —, assim como a penitência, o arrependimento e a conversão.
Você sabe quais são as três grandes vias de conversão a Deus?
A origem da Quarta-feira de Cinzas remonta ao início da prática cristã da Quaresma. Desde o século II, os cristãos já se preparavam para a Páscoa com dois dias de jejum e penitência. 3
No século IV, a Igreja estabeleceu um período de 40 dias de preparação para a Páscoa, inspirado nos 40 dias de jejum de Jesus no deserto. A Quaresma começava seis semanas antes da Páscoa, mas, no século VII, a contagem foi ajustada para começar na Quarta-feira, tornando-se uma jornada simbólica de 40 dias (excluindo os domingos).
A imposição das cinzas foi gradualmente introduzida ao longo dos séculos. No início, era um gesto penitencial reservado aos que, acusando-se de pecados graves, realizavam penitências públicas. Depois, conforme essa prática foi diminuindo, manteve-se a imposição das cinzas a todos os fiéis.
Em 2024, a Quarta-feira de Cinzas cairá no dia 14 de fevereiro. Este é o ponto de partida da Quaresma, momento em que iniciamos também as nossas práticas e penitências quaresmais, embarcando em um genuíno caminho de conversão interior.
Confira 5 dicas práticas para viver bem a Quaresma.
Nos registros do Antigo Testamento, as cinzas desempenham um papel significativo como símbolo da frágil condição humana diante do Senhor. Abraão expressa essa humildade ao se reconhecer como “pó e cinza”, enquanto Jó se compara à poeira e à cinza (Jó 30, 19)
“Sou bem atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza.” 4
Livros como a Sabedoria e o Eclesiástico também utilizam o simbolismo das cinzas para representar a brevidade da vida.
Um belo dia nascemos e, depois disso, seremos como se jamais tivéssemos sido! É fumaça a respiração de nossos narizes, e nosso pensamento, uma centelha que salta do bater de nosso coração! Extinta ela, nosso corpo se tornará pó, e o nosso espírito se dissipará como um vapor inconsistente! 5
Além de simbolizar a transitoriedade da vida, as cinzas são associadas à penitência e à conversão. No Livro de Jonas, o rei de Nínive, ao se converter, manifesta seu arrependimento sentando-se sobre cinzas. 6 Jeremias 7 e Ester 8 também mencionam o uso das cinzas em contextos de luto e penitência.
Jonas foi pela cidade durante todo um dia, pregando: “Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída”. [..] A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza. 9
O profeta Joel também exorta à conversão interior, destacando-a como uma transformação verdadeira do coração em direção a Deus, e não apenas gestos externos, por isso proclama:
“Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus” 10
Ao longo da Bíblia, essas referências simbólicas às cinzas ressoam como sinais de humildade, arrependimento e busca pela reconciliação com Deus. Todos esses elementos fazem parte do caminho que devemos percorrer durante todo o período quaresmal.
Conheça aqui como era a celebração da Páscoa dos judeus.
Nas palavras de São João Paulo II, a liturgia da quarta-feira de cinzas
pode considerar-se, de certa forma, como uma “liturgia de morte”, que remete para a Sexta-Feira Santa, onde o rito deste dia encontra o seu pleno cumprimento. Com efeito […] nós devemos morrer para nós mesmos, a fim de renascermos para a vida eterna. 11
A leitura que abre este dia para nós encontra-se no livro de Joel; ela destaca a conversão como peça fundamental deste novo período, recordando-nos a bondade e a misericórdia de Deus:
“Rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo.” 10
O Salmo 50, presente nesta liturgia, nos conduz à penitência, enquanto a segunda leitura ressalta a reconciliação com Deus, lembrando-nos de que
“É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.” 12
Toda a celebração está permeada de um espírito penitencial. Na abertura da Missa, buscamos a compaixão de Deus, reconhecendo nossa pequenez; pedimos que o Senhor perdoe os nossos pecados pela nossa penitência. E, após a comunhão, pedimos o auxílio divino pela Eucaristia, desejando que nosso jejum seja agradável a Deus e nos sirva como remédio espiritual.
Além disso, é na Missa deste dia que acontece o rito das cinzas, após a homilia. O sacerdote abençoa as cinzas para que, em seguida, ela seja imposta na testa dos fiéis, ao mesmo tempo em que se recita a fórmula da imposição. A primeira fórmula que consta no rito é “Recorda-te que tu és pó, e ao pó voltarás” (cf. Gn 3, 19). Ela nos leva refletir sobre o início e o fim de nossa vida, bem como sobre a futilidade de nossos planos quando não estão alinhados à vontade de Deus.
Já a segunda fórmula prevista pelo rito proclama: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15). Ela indica as condições necessárias para caminhar verdadeiramente com Cristo. É preciso “percorrer um caminho em que entramos na sua morte e ressurreição para receber a vida.” 2
Conheça como se deu a Santa Missa ao longo da história.
As cinzas são um sacramental, portanto, não está limitada aos católicos ou àqueles que se encontram em estado de graça.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, no seu parágrafo 1670, sacramentais, como as cinzas, não concedem a graça do Espírito Santo da mesma forma que os sacramentos. Em vez disso, por meio da oração da Igreja, eles preparam para receber a graça divina e dispõem a cooperar com ela.
Sendo assim, qualquer pessoa pode receber as cinzas. Elas convidam à penitência e à participação no período quaresmal, cumprindo seu papel de sacramental nessa preparação para caminhar com a graça divina.
Tradicionalmente, as cinzas são obtidas a partir dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Durante a celebração do Domingo de Ramos, os fiéis carregam ramos de palmeiras, ou outros ramos benditos, como símbolo da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Esses mesmos ramos, abençoados e usados na liturgia, são recolhidos e, depois de secos, queimados, resultando em cinzas finas.
Durante a celebração da Missa da Quarta-feira de Cinzas, o sacerdote faz a bênção das cinzas, tornando-as um símbolo sagrado e lembrando os fiéis da efemeridade da vida e da necessidade de penitência. Desse modo, as cinzas utilizadas neste dia têm uma origem simbólica e tradicional nos ramos abençoados do Domingo de Ramos do ano anterior, ligando esses dois momentos litúrgicos importantes no calendário cristão.
A quarta de cinzas não é um dia de preceito. No entanto, é importante participar da Missa neste dia, que nos introduz ao caminho da Quaresma, rumo à Páscoa do Senhor. Embora não seja um dia de preceito, o jejum e a abstinência são obrigatórios aos fiéis católicos.
Entenda aqui tudo o que um católico deve saber sobre jejum e abstinência.
As cinzas, marcadas em nossa testa, convidam-nos de maneira sensível a uma reflexão profunda sobre a condição efêmera da existência humana. Além de lembrar-nos da necessidade constante de penitência e conversão, esse sinal visível recorda-nos a fragilidade da vida e o fato de que retornaremos ao pó.
Ao receber as cinzas, comprometemo-nos a viver a Quaresma intensamente, incentivados a abandonar o que nos afasta de Deus. Essa prática anual nos convida a um exame de consciência sincero, a fim de buscar uma vida alinhada com os ensinamentos de Cristo.
As cinzas na nossa vida tornam-se, portanto, a marca visível de nossa disposição para uma jornada de renovação espiritual, por meio do jejum, da esmola e da oração. Desse modo, ao cultivar uma relação mais profunda com Deus e com o próximo, preparamo-nos para vivenciar, unidos à Cristo, o mistério pascal.
Que tal conferir os passos para fazer uma boa confissão antes da Quaresma?