Por que os católicos não devem comer carne nas sextas-feiras? Neste post, entenda o que a Igreja ensina sobre a abstinência de carne.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é apenas na Sexta-feira Santa e na Quarta-feira de Cinzas que devemos cumprir a abstinência de carne.
Por isso, trouxemos este artigo que vai ajudar você a esclarecer as principais dúvidas sobre esse assunto.
A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são ocasiões em que devemos não apenas nos abster de carne, mas também observar o Jejum Eclesiástico obrigatório.
Isso significa que, nesses dias, deve-se fazer apenas uma refeição completa — normalmente o almoço — e outros dois pequenos lanches que, juntos, não formem uma refeição completa.
O jejum deve ser realizado por pessoas que tenham entre 18 e 60 anos.
Conheça mais detalhes do que a Igreja nos pede em relação ao Jejum na Quarta-feira de Cinzas, que é o mesmo que se deve cumprir na Sexta-feira Santa.
Para nós, católicos, comer carne em todas as sextas-feiras do ano — com raras exceções, que explicaremos logo mais — configura pecado de natureza grave.
Por isso, antes de seguirmos com a questão da abstinência em si, vamos relembrar o conceito de pecado mortal. Sobre ele, o Catecismo diz que:
“O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário do pecado.” 1
Isso significa que, para que se cometa um pecado grave, é preciso estar consciente de que o ato é uma ofensa a Deus e, mesmo assim, consentir com ele.
Ainda, segundo a definição, também cometem pecado grave as pessoas que teriam condições de buscar saber o que a Igreja diz em relação a determinado assunto, mas escolhem não conhecer a Verdade. É o que chamamos de ignorância afetada.
Dito isso, daqui em diante, explicaremos a origem desta prática e por que devemos acatá-la com toda a seriedade.
Saiba como fazer um bom Exame de Consciência.
Apesar de muitas pessoas nunca terem ouvido falar deste costume, ele existe desde os tempos apostólicos.
E, para entendermos por que a Igreja nos orienta desta forma, basta seguirmos o seguinte raciocínio: segundo a Tradição, cada dia da semana faz memória a um acontecimento da história da Redenção.
Por exemplo, quinta-feira é o dia dedicado à Eucaristia, sábado à Virgem Maria, domingo à Ressurreição…
Nesse sentido, a sexta-feira tem, por excelência, um apelo penitencial. Foi numa tarde de sexta-feira que Nosso Senhor remiu a humanidade. Logo, ainda que a Liturgia celebre a Paixão somente uma vez ao ano, no Tríduo Pascal, todas as demais sextas também devem ser dias de penitência.
Cabe a nós a observância do que a Igreja expressa no número 1251 do Código de Direito Canônico:
“Quanto à abstinência, à qual estão obrigados todos os que completaram 14 anos, a Igreja prescreve que são dias de penitência todas as sextas-feiras do ano, dias em que, salvo no caso de coincidirem com alguma solenidade, estamos obrigados a abster-nos de carne […].”
Deste trecho, ainda, vale pontuar duas questões importantes:
No CDC, não há nenhuma referência ao termo “carne vermelha”, que é de uso comum — e equivocado — quando o assunto é abstinência.
Em função disso, é importante entendermos quais alimentos se enquadram no conceito legítimo de “carne” e, portanto, devem ser evitados.
São eles: aves, bovinos, suínos, caprinos e quaisquer outros animais de sangue quente. Ou seja, não é porque a carne é “branca”, como a de frango, por exemplo, que pode ser consumida.
Já peixes e frutos do mar em geral não são considerados carnes para fins de abstinência. E essa distinção se dá por um motivo muito simples: o tempo de digestão dos alimentos. Basta observar: ao consumir a carne de um animal de sangue frio, em pouco tempo, você volta a sentir fome — e aí está o espírito penitencial.
Caso alguma solenidade do ano litúrgico caia em uma sexta-feira, neste dia, estaremos dispensados da abstinência.
O Natal, por exemplo, é um dia de festa e alegria para toda a Igreja. Logo, não há motivo para fazermos penitência.
Outro exemplo é a Oitava de Páscoa, saiba mais sobre ela neste artigo: O que é a Oitava de Páscoa?
Agora, ainda falando sobre as exceções, responderemos a uma pergunta que pode estar passando pela sua cabeça: “e se eu estiver em uma situação que não me permite fazer a abstinência?”
No nosso país, a Conferência Nacional de Bispos do Brasil nos dá a opção de comutar — ou seja, substituir, não ignorar — a abstinência de carne às sextas-feiras por alguma obra de misericórdia.
Ao todo, são 14: 7 corporais e 7 espirituais:
Obras de misericórdia corporais:
1) Dar de comer a que tem fome;
2) Dar de beber a quem tem sede;
3) Dar pousada aos peregrinos;
4) Vestir os nus;
5) Visitar os enfermos;
6) Visitar os presos e
7) Enterrar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais:
1) Ensinar os ignorantes;
2) Dar bom conselho;
3) Corrigir os que erram;
4) Perdoar as injúrias;
5) Consolar os tristes;
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo e
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos.
Além disso, também é possível abster-se de outro alimento — lembrando sempre de agir com intenção penitencial, não em benefício próprio — ou algum exercício de piedade que não faça parte da sua rotina, como rezar um terço a mais ou ir à santa missa em dia de semana.
Que tal conhecer melhor cada uma das obras de misericórdia?
A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é celebrada na Oitava de Corpus Christi (8 dias depois), sempre numa sexta-feira. Neste ano, ela cai no dia 7 de junho. E por se tratar de uma festa de primeiro grau, os fiéis estão dispensados da abstinência de carne.
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Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é apenas na Sexta-feira Santa e na Quarta-feira de Cinzas que devemos cumprir a abstinência de carne.
Por isso, trouxemos este artigo que vai ajudar você a esclarecer as principais dúvidas sobre esse assunto.
A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são ocasiões em que devemos não apenas nos abster de carne, mas também observar o Jejum Eclesiástico obrigatório.
Isso significa que, nesses dias, deve-se fazer apenas uma refeição completa — normalmente o almoço — e outros dois pequenos lanches que, juntos, não formem uma refeição completa.
O jejum deve ser realizado por pessoas que tenham entre 18 e 60 anos.
Conheça mais detalhes do que a Igreja nos pede em relação ao Jejum na Quarta-feira de Cinzas, que é o mesmo que se deve cumprir na Sexta-feira Santa.
Para nós, católicos, comer carne em todas as sextas-feiras do ano — com raras exceções, que explicaremos logo mais — configura pecado de natureza grave.
Por isso, antes de seguirmos com a questão da abstinência em si, vamos relembrar o conceito de pecado mortal. Sobre ele, o Catecismo diz que:
“O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário do pecado.” 1
Isso significa que, para que se cometa um pecado grave, é preciso estar consciente de que o ato é uma ofensa a Deus e, mesmo assim, consentir com ele.
Ainda, segundo a definição, também cometem pecado grave as pessoas que teriam condições de buscar saber o que a Igreja diz em relação a determinado assunto, mas escolhem não conhecer a Verdade. É o que chamamos de ignorância afetada.
Dito isso, daqui em diante, explicaremos a origem desta prática e por que devemos acatá-la com toda a seriedade.
Saiba como fazer um bom Exame de Consciência.
Apesar de muitas pessoas nunca terem ouvido falar deste costume, ele existe desde os tempos apostólicos.
E, para entendermos por que a Igreja nos orienta desta forma, basta seguirmos o seguinte raciocínio: segundo a Tradição, cada dia da semana faz memória a um acontecimento da história da Redenção.
Por exemplo, quinta-feira é o dia dedicado à Eucaristia, sábado à Virgem Maria, domingo à Ressurreição…
Nesse sentido, a sexta-feira tem, por excelência, um apelo penitencial. Foi numa tarde de sexta-feira que Nosso Senhor remiu a humanidade. Logo, ainda que a Liturgia celebre a Paixão somente uma vez ao ano, no Tríduo Pascal, todas as demais sextas também devem ser dias de penitência.
Cabe a nós a observância do que a Igreja expressa no número 1251 do Código de Direito Canônico:
“Quanto à abstinência, à qual estão obrigados todos os que completaram 14 anos, a Igreja prescreve que são dias de penitência todas as sextas-feiras do ano, dias em que, salvo no caso de coincidirem com alguma solenidade, estamos obrigados a abster-nos de carne […].”
Deste trecho, ainda, vale pontuar duas questões importantes:
No CDC, não há nenhuma referência ao termo “carne vermelha”, que é de uso comum — e equivocado — quando o assunto é abstinência.
Em função disso, é importante entendermos quais alimentos se enquadram no conceito legítimo de “carne” e, portanto, devem ser evitados.
São eles: aves, bovinos, suínos, caprinos e quaisquer outros animais de sangue quente. Ou seja, não é porque a carne é “branca”, como a de frango, por exemplo, que pode ser consumida.
Já peixes e frutos do mar em geral não são considerados carnes para fins de abstinência. E essa distinção se dá por um motivo muito simples: o tempo de digestão dos alimentos. Basta observar: ao consumir a carne de um animal de sangue frio, em pouco tempo, você volta a sentir fome — e aí está o espírito penitencial.
Caso alguma solenidade do ano litúrgico caia em uma sexta-feira, neste dia, estaremos dispensados da abstinência.
O Natal, por exemplo, é um dia de festa e alegria para toda a Igreja. Logo, não há motivo para fazermos penitência.
Outro exemplo é a Oitava de Páscoa, saiba mais sobre ela neste artigo: O que é a Oitava de Páscoa?
Agora, ainda falando sobre as exceções, responderemos a uma pergunta que pode estar passando pela sua cabeça: “e se eu estiver em uma situação que não me permite fazer a abstinência?”
No nosso país, a Conferência Nacional de Bispos do Brasil nos dá a opção de comutar — ou seja, substituir, não ignorar — a abstinência de carne às sextas-feiras por alguma obra de misericórdia.
Ao todo, são 14: 7 corporais e 7 espirituais:
Obras de misericórdia corporais:
1) Dar de comer a que tem fome;
2) Dar de beber a quem tem sede;
3) Dar pousada aos peregrinos;
4) Vestir os nus;
5) Visitar os enfermos;
6) Visitar os presos e
7) Enterrar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais:
1) Ensinar os ignorantes;
2) Dar bom conselho;
3) Corrigir os que erram;
4) Perdoar as injúrias;
5) Consolar os tristes;
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo e
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos.
Além disso, também é possível abster-se de outro alimento — lembrando sempre de agir com intenção penitencial, não em benefício próprio — ou algum exercício de piedade que não faça parte da sua rotina, como rezar um terço a mais ou ir à santa missa em dia de semana.
Que tal conhecer melhor cada uma das obras de misericórdia?
A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é celebrada na Oitava de Corpus Christi (8 dias depois), sempre numa sexta-feira. Neste ano, ela cai no dia 7 de junho. E por se tratar de uma festa de primeiro grau, os fiéis estão dispensados da abstinência de carne.
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