Estamos já no quinto domingo da Quaresma. Um bom percurso já foi feito. Mas ainda precisamos avançar um pouco mais para que a Páscoa – que se aproxima – seja uma verdadeira passagem.
Confira, neste artigo, o que as leituras e a liturgia deste domingo nos inspiram a viver.
Com a proximidade da Páscoa, a liturgia deste quinto domingo da Quaresma vai nos impulsionar de modo mais efetivo a ir ao encontro da nova e eterna Aliança de Cristo, que se instaura a partir da sua cruz.
Deus insiste em nos indicar um caminho que seja de vida nova. Jesus, como Filho amado do Pai, enviado para redimir a humanidade, ao se fazer obediente até a morte, e morte de Cruz, oferece-nos um mapa preciso deste caminho que leva ao Pai.
A primeira leitura do quinto domingo da Quaresma é extraída do livro de Jeremias 1.
De modo conciso, o profeta Jeremias anuncia, lá no Antigo Testamento, que Deus irá fazer para com Israel uma nova Aliança. Essa Aliança será tão definitiva que ficará gravada nos corações, a ponto de que todos os sentimentos e inspirações sejam de acordo com a Aliança selada. Na verdade, a leitura toda possui um paralelo muito belo com o que celebramos na Paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Deus, que se recorda da Aliança no Sinai feita com os nossos pais na fé, agora, nessa nova Aliança, irá realizá-la de tal forma que a lei ficará impressa nas almas e nos corações de todo povo. Essa Aliança será tão forte que apagará os pecados e Deus não se recordará mais de nossas faltas. Todos conhecerão o Senhor!
Mais do que uma lei externa gravada em pedras, que não foi interiorizada pelos judeus, o Senhor anuncia uma Aliança íntima, vinculada ao coração, que é a sede de todo o ser de um homem.
O Salmo 50 (51) responde à primeira leitura, pois canta um pedido a Deus de que conceda-nos um coração puro, um espírito reto e decidido.
O coração, para a cultura judaica, mais do que a sede dos sentimentos (que é a percepção moderna e ocidental), é a sede de todo o ser do homem. Nele, o homem projeta, tem suas inspirações e decisões mais profundas. É o lugar do encontro! Encontro consigo mesmo e com suas responsabilidades.
O salmo e as leituras nos convidam para a percepção de que a Aliança que Deus firma conosco deve ser interior a tal ponto que nossas ações sejam, todas, pautadas pela lógica divina.
“Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.” 2
A segunda leitura do quinto domingo da Quaresma é da Carta aos Hebreus 3. Essa carta tem por finalidade justamente apresentar a Jesus como sendo sumo e eterno sacerdote dessa nova Aliança já prefigurada no Antigo Testamento.
Jesus não só se solidariza para com os homens, mas aponta e inaugura um caminho de salvação que Ele mesmo trilha. Na verdade, Ele é a Nova Aliança. O caminho é precisamente o mesmo que Jesus trilhou: obediência irrestrita ao plano de Deus, mesmo que no sofrimento.
Jesus,
“Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.” 4
Eis o caminho da nova Aliança!
Para coroar a liturgia deste domingo temos, por óbvio, o Evangelho como centro das leituras. O Evangelho faz, no trecho de João 12, 20-33, um convite a olharmos para Jesus como caminho que conduz ao cumprimento da vontade do Pai. A cruz parece, de fato, caminho de fracasso e de morte, quando é, na verdade, caminho único de doação e de Vida eterna.
Na cena do Evangelho percebemos alguns detalhes importantes. O contexto da cena está em Jerusalém, nos dias da festa. Um pouco antes, Jesus havia entrado solenemente na Cidade Santa e sido aclamado como Rei e Messias 5. Importante notar esse detalhe: a liturgia de hoje se situa entre essa aclamação triunfal e a iminência da cruz! Por isso que Jesus fala já de que a sua “hora” se aproxima.
“Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto.” 6
Os gregos apresentados no Evangelho significam que eram não-judeus convertidos ou simpatizantes do judaísmo. Querem ver Jesus talvez por terem visto Seus sinais. Jesus, ao saber disso, aponta para a necessidade de fazer em tudo a vontade do Pai. O Evangelho todo é um convite a dirigir o olhar já para o Calvário como único caminho que leva a Deus!
Jesus conclui com uma das muitas frases mais belas do Evangelho:
“E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim”. 7
Leia mais: Por que chamamos Jesus de Cordeiro de Deus?
Já na iminência da Semana Santa, é a hora de renovar o compromisso para com Deus nesses últimos dias do tempo quaresmal. A liturgia deste quinto domingo da Quaresma nos inspira a isso: buscar a Aliança de Deus Pai!
E onde Deus quer firmar essa Aliança? Na junção destes dois “lugares”: na obediência ao plano de Deus, que se dá na Cruz de Cristo e no íntimo dos corações dos homens. No Altar da Cruz e no Altar do coração do homem é que se sela a nova e eterna Aliança.
A Cruz de Jesus é a glória da humanidade! A Cruz de Jesus é a glorificação do coração humano! Coração humano que bate no seio da Trindade desde a encarnação de Cristo. A liturgia deste domingo nos convida a sermos atraídos, mais e mais, ao Pai através do Filho. Com efeito, a Cruz possui o poder de atrair a si toda a humanidade. É Cristo que nos atrai.
Assim como os gregos, que foram a Jerusalém para adorar a Deus no Templo, mas ficaram desejosos de ver a Jesus, façamos essa experiência também: do desejo de ver a Deus possamos, através da liturgia dos dias que se aproximam, fazer uma experiência autêntica de Aliança com Deus, selada em nosso mais profundo ser.
Você sabia que a cruz é um sacramental? Entenda porque devemos ter um crucifixo em casa.
Confira também os artigos sobre a liturgia dos domingos anteriores:
4º domingo da Quaresma | Domingo Laetare
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Estamos já no quinto domingo da Quaresma. Um bom percurso já foi feito. Mas ainda precisamos avançar um pouco mais para que a Páscoa – que se aproxima – seja uma verdadeira passagem.
Confira, neste artigo, o que as leituras e a liturgia deste domingo nos inspiram a viver.
Com a proximidade da Páscoa, a liturgia deste quinto domingo da Quaresma vai nos impulsionar de modo mais efetivo a ir ao encontro da nova e eterna Aliança de Cristo, que se instaura a partir da sua cruz.
Deus insiste em nos indicar um caminho que seja de vida nova. Jesus, como Filho amado do Pai, enviado para redimir a humanidade, ao se fazer obediente até a morte, e morte de Cruz, oferece-nos um mapa preciso deste caminho que leva ao Pai.
A primeira leitura do quinto domingo da Quaresma é extraída do livro de Jeremias 1.
De modo conciso, o profeta Jeremias anuncia, lá no Antigo Testamento, que Deus irá fazer para com Israel uma nova Aliança. Essa Aliança será tão definitiva que ficará gravada nos corações, a ponto de que todos os sentimentos e inspirações sejam de acordo com a Aliança selada. Na verdade, a leitura toda possui um paralelo muito belo com o que celebramos na Paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Deus, que se recorda da Aliança no Sinai feita com os nossos pais na fé, agora, nessa nova Aliança, irá realizá-la de tal forma que a lei ficará impressa nas almas e nos corações de todo povo. Essa Aliança será tão forte que apagará os pecados e Deus não se recordará mais de nossas faltas. Todos conhecerão o Senhor!
Mais do que uma lei externa gravada em pedras, que não foi interiorizada pelos judeus, o Senhor anuncia uma Aliança íntima, vinculada ao coração, que é a sede de todo o ser de um homem.
O Salmo 50 (51) responde à primeira leitura, pois canta um pedido a Deus de que conceda-nos um coração puro, um espírito reto e decidido.
O coração, para a cultura judaica, mais do que a sede dos sentimentos (que é a percepção moderna e ocidental), é a sede de todo o ser do homem. Nele, o homem projeta, tem suas inspirações e decisões mais profundas. É o lugar do encontro! Encontro consigo mesmo e com suas responsabilidades.
O salmo e as leituras nos convidam para a percepção de que a Aliança que Deus firma conosco deve ser interior a tal ponto que nossas ações sejam, todas, pautadas pela lógica divina.
“Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.” 2
A segunda leitura do quinto domingo da Quaresma é da Carta aos Hebreus 3. Essa carta tem por finalidade justamente apresentar a Jesus como sendo sumo e eterno sacerdote dessa nova Aliança já prefigurada no Antigo Testamento.
Jesus não só se solidariza para com os homens, mas aponta e inaugura um caminho de salvação que Ele mesmo trilha. Na verdade, Ele é a Nova Aliança. O caminho é precisamente o mesmo que Jesus trilhou: obediência irrestrita ao plano de Deus, mesmo que no sofrimento.
Jesus,
“Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.” 4
Eis o caminho da nova Aliança!
Para coroar a liturgia deste domingo temos, por óbvio, o Evangelho como centro das leituras. O Evangelho faz, no trecho de João 12, 20-33, um convite a olharmos para Jesus como caminho que conduz ao cumprimento da vontade do Pai. A cruz parece, de fato, caminho de fracasso e de morte, quando é, na verdade, caminho único de doação e de Vida eterna.
Na cena do Evangelho percebemos alguns detalhes importantes. O contexto da cena está em Jerusalém, nos dias da festa. Um pouco antes, Jesus havia entrado solenemente na Cidade Santa e sido aclamado como Rei e Messias 5. Importante notar esse detalhe: a liturgia de hoje se situa entre essa aclamação triunfal e a iminência da cruz! Por isso que Jesus fala já de que a sua “hora” se aproxima.
“Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto.” 6
Os gregos apresentados no Evangelho significam que eram não-judeus convertidos ou simpatizantes do judaísmo. Querem ver Jesus talvez por terem visto Seus sinais. Jesus, ao saber disso, aponta para a necessidade de fazer em tudo a vontade do Pai. O Evangelho todo é um convite a dirigir o olhar já para o Calvário como único caminho que leva a Deus!
Jesus conclui com uma das muitas frases mais belas do Evangelho:
“E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim”. 7
Leia mais: Por que chamamos Jesus de Cordeiro de Deus?
Já na iminência da Semana Santa, é a hora de renovar o compromisso para com Deus nesses últimos dias do tempo quaresmal. A liturgia deste quinto domingo da Quaresma nos inspira a isso: buscar a Aliança de Deus Pai!
E onde Deus quer firmar essa Aliança? Na junção destes dois “lugares”: na obediência ao plano de Deus, que se dá na Cruz de Cristo e no íntimo dos corações dos homens. No Altar da Cruz e no Altar do coração do homem é que se sela a nova e eterna Aliança.
A Cruz de Jesus é a glória da humanidade! A Cruz de Jesus é a glorificação do coração humano! Coração humano que bate no seio da Trindade desde a encarnação de Cristo. A liturgia deste domingo nos convida a sermos atraídos, mais e mais, ao Pai através do Filho. Com efeito, a Cruz possui o poder de atrair a si toda a humanidade. É Cristo que nos atrai.
Assim como os gregos, que foram a Jerusalém para adorar a Deus no Templo, mas ficaram desejosos de ver a Jesus, façamos essa experiência também: do desejo de ver a Deus possamos, através da liturgia dos dias que se aproximam, fazer uma experiência autêntica de Aliança com Deus, selada em nosso mais profundo ser.
Você sabia que a cruz é um sacramental? Entenda porque devemos ter um crucifixo em casa.
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