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Guia completo para católicos sobre São Miguel Arcanjo

Neste artigo sobre São Miguel Arcanjo, serão esmiuçados detalhes sobre a hierarquia dos anjos, significado de seu nome e muito mais.

Guia completo para católicos sobre São Miguel Arcanjo
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Guia completo para católicos sobre São Miguel Arcanjo

Neste artigo sobre São Miguel Arcanjo, serão esmiuçados detalhes sobre a hierarquia dos anjos, significado de seu nome e muito mais.

Data da Publicação: 05/09/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica
Data da Publicação: 05/09/2024
Tempo de leitura:
Autor: Redação Minha Biblioteca Católica

Quando o profeta Daniel teve uma visão e ficou como morto, ele relata: “Mas Miguel, um dos príncipes supremos, veio em meu auxílio, e eu prevaleci ali sobre os reis da Pérsia”1. E alguém que parecia um filho do homem falou e disse: “Eu te farei saber o que está escrito no livro da verdade. Ninguém me ajuda contra eles, senão Miguel, vosso príncipe”2. “Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, tal como nunca houve desde que existem nações até aquele dia”3. Neste artigo sobre São Miguel Arcanjo, você encontrará detalhes aprofundados sobre a hierarquia dos anjos, o significado de seu nome, sua importância para os católicos e muito mais.

Os anjos e a hierarquia celeste

Na teologia católica, a hierarquia celestial é formada por nove coros de anjos, organizados em três hierarquias distintas. Essas hierarquias representam a ordem e a função dos anjos no plano divino. A primeira hierarquia, a mais próxima de Deus, é dedicada à adoração e glorificação divina, e inclui os Serafins, Querubins e Tronos.

A segunda hierarquia é composta pelos coros de Dominações, Potestades e Virtudes. Esses anjos têm a função de administrar os planos da sabedoria eterna de Deus e transmiti-los aos anjos da terceira hierarquia, que são responsáveis por vigiar a humanidade.

A Assunção da Virgem, de Francesco Botticini, na Galeria Nacional de Londres, mostra três hierarquias e nove ordens de anjos, cada uma com características diferentes.

Por fim, a terceira hierarquia, mais próxima dos seres humanos, abrange os Principados, Arcanjos e Anjos. Embora os Arcanjos pertençam a essa categoria, por serem encarregados de missões importantes junto aos homens, eles possuem um profundo conhecimento dos mistérios divinos, o que os coloca em estreita proximidade com Deus.

Saiba mais sobre os anjos: Anjos e demônios

Qual é a diferença entre anjo e arcanjo?

Os arcanjos ocupam uma posição especial na hierarquia celestial, destacando-se pela sua proximidade com Deus e pela importância de suas missões. Dentro da angeologia católica, os arcanjos são vistos como mensageiros divinos que desempenham papéis fundamentais na existência humana, intervindo em momentos cruciais da história da salvação.

Diferentemente dos anjos, que têm a missão de guardar e proteger cada pessoa individualmente, orientando-a nas questões cotidianas, os arcanjos são os principais intermediários entre os mortais e Deus. Eles não apenas transmitem mensagens divinas, mas também desempenham papéis em grandes eventos espirituais e históricos, guiando nações, protegendo a Igreja e combatendo as forças do mal.

Os arcanjos mais conhecidos na tradição católica são São Miguel Arcanjo, São Gabriel e São Rafael. São Miguel é o grande defensor contra as forças malignas, liderando o exército celestial na luta contra Satanás. São Gabriel é o mensageiro da Anunciação, que trouxe a Maria a notícia de que ela seria a mãe do Salvador. São Rafael, por sua vez, é o guia e curador, conhecido por sua intervenção no livro de Tobias, onde cura a cegueira do pai de Tobias e protege a jornada do jovem.

Quem é São Miguel Arcanjo para os católicos?

No Novo Testamento, é dito na carta de São Judas Tadeu: O arcanjo Miguel, quando disputava com o diabo contendendo sobre o corpo de Moisés, não se atreveu a proferir um julgamento injurioso, mas disse: “Que o Senhor te repreenda”. 4 Porém, é sobretudo no capítulo 12 do Apocalipse que a missão de Miguel como capitão dos exércitos angélicos na luta contra o diabo e seus demônios aparece de forma clara.

São Miguel Arcanjo é considerado o patrono especial do povo de Israel 5. Ele também foi nomeado patrono especial da Igreja Católica, o novo povo de Deus do Novo Testamento.

Além disso, São Miguel é considerado patrono dos juízes e daqueles que exercem a justiça, pois é frequentemente representado segurando uma balança. Sendo o príncipe da milícia celeste na luta contra o mal e contra o diabo, ele também é visto como patrono dos soldados e policiais. Ademais, foi escolhido como patrono dos paraquedistas, dos radiologistas e de todos os que curam por meio do rádio. Mas ele é especialmente poderoso contra Satanás, e por isso, os exorcistas o invocam como um defensor poderoso.

Qual o significado do nome Miguel?

Miguel (מִיכָאֵל, Mi-kha-el) significa “Quem é como Deus” – uma pergunta retórica que afirma a supremacia de Deus sobre todas as coisas. Alguns acreditam que São Miguel apareceu a Josué, pois ele se apresenta com uma espada desembainhada na mão, assim como São Miguel Arcanjo é frequentemente representado. Ele disse a Josué: “Sou um príncipe do exército de Javé… Descalça os teus pés, porque o lugar que pisas é santo”. 6

São Miguel e a queda dos anjos rebeldes

“Houve uma batalha no céu: Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. O dragão e seus anjos também pelejaram, mas não prevaleceram, e não se achou mais o seu lugar no céu. Foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, chamada diabo e Satanás, que engana toda a terra habitada; ele foi lançado à terra, e seus anjos foram lançados com ele. E ouvi uma grande voz no céu que dizia: Agora chegou a salvação, o poder, o Reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, porque foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusava diante do nosso Deus dia e noite. Mas eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho, e não amaram as suas vidas até à morte”.7

Segundo a tradição católica, a batalha é descrita em Apocalipse 12, onde São Miguel lidera os exércitos celestiais contra Lúcifer e os anjos que se rebelaram contra Deus.

Lúcifer, originalmente um dos anjos mais belos e poderosos criados por Deus, foi consumido pelo orgulho e desejou ser igual ao Criador. Esse desejo de usurpação levou à sua rebelião, arrastando consigo uma parte dos anjos. Esses anjos, que escolheram seguir Lúcifer em sua rebelião, tornaram-se os demônios.

São Miguel, emergiu como o defensor da justiça divina e da fidelidade a Deus. Em resposta à rebelião de Lúcifer, São Miguel proclamou essa verdade e liderou os exércitos celestiais em uma guerra contra os anjos rebeldes.

Pintura de: Pieter Bruegel the Elder – A Queda dos Anjos Rebeldes (1562).

A batalha culminou com a expulsão de Lúcifer e seus seguidores do céu. Este evento reafirma a ordem divina e a justiça de Deus. São Miguel é, portanto, venerado como o grande protetor contra as forças do mal, o guardião da Igreja, e o defensor da fé.

A expulsão dos anjos rebeldes também tem um significado profundo e simbólico: a luta contínua entre o bem e o mal, não apenas no mundo, mas dentro de cada pessoa. São Miguel, como o líder dos exércitos celestiais, é invocado pelos fiéis como um poderoso aliado na batalha espiritual, ajudando a resistir às tentações e a permanecer fiel a Deus.

São Miguel na Bíblia

Você sabia que a palavra “anjo” significa “mensageiro”? 8 A Bíblia está repleta de histórias maravilhosas sobre os anjos, e ao lê-las, podemos descobrir algumas de suas atividades:

Eles louvam a Deus. (Salmo 148,1-2; Isaías 6,3)
Adoram a Deus. (Hebreus 1,06; Apocalipse 5,8-13)
Alegram-se com as obras de Deus. (Jó 38,6-7)
Servem a Deus (Salmo 103:20; Apocalipse 22,9) e se apresentam diante d’Ele. (Jó 1,6; 2,1)
São instrumentos dos julgamentos de Deus. (Apocalipse 7,1; 8,2)
Trazem respostas às orações. (Atos 12,5-10)
Nos encorajam em momentos de perigo. (Atos 27,23-24)
Cuidam dos justos na hora da morte. (Lucas 16,22)

O Arcanjo Miguel é mencionado – exclusivamente – em várias passagens da Bíblia, desempenhando papéis importantes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

No Livro de Daniel o Arcanjo Miguel é mencionado como um dos “príncipes supremos” que veio em auxílio de um anjo que estava sendo impedido pelo “príncipe do reino da Pérsia”. Ele é descrito como o defensor de Israel.
“Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio ajudar-me, porque eu tinha sido deixado ali com os reis da Pérsia.” 9
“Ninguém há que me ajude contra aqueles, senão Miguel, vosso príncipe.” 10
São Miguel é descrito como o grande príncipe que se levanta para proteger o povo de Deus durante o tempo de angústia.
“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.” 11
O Arcanjo Miguel é mencionado disputando com o diabo sobre o corpo de Moisés, mostrando sua autoridade e poder. “Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo de maldição contra ele, mas disse: O Senhor te repreenda.” 12
E, por fim, uma das passagens mais conhecidas, onde Miguel lidera os anjos em uma batalha contra o dragão (Satanás) e seus anjos, resultando na expulsão destes do céu.

Aparições de São Miguel Arcanjo

Desde os tempos de Jesus, os hebreus acreditavam que São Miguel era o anjo encarregado por Deus de cuidar das fontes de água com efeitos curativos. Na tradição, ele é considerado como o anjo que guiou o povo de Israel pelo deserto e os fez atravessar o Mar Vermelho; também foi ele quem fez a água brotar da rocha que Moisés tocou com seu bastão para saciar a sede do povo. No Evangelho de São João, capítulo 5, há menção ao anjo que movia as águas da piscina de Betesda, e alguns acreditam que esse anjo era São Miguel.

No ano de 452, Átila, com seu exército, chegou às portas de Roma, determinado a conquistá-la com sangue e fogo. O Papa Leão I consagrou Roma ao arcanjo São Miguel e, em seguida, foi ao encontro de Átila. E então ocorreu o milagre: Átila se afastou de Roma. Imediatamente, construíram uma igreja dedicada ao arcanjo São Miguel, que foi consagrada a ele em 29 de setembro, data que desde então é celebrada como o dia da festa de São Miguel. Após o Concílio Vaticano II, foram acrescentadas também as festas dos arcanjos Gabriel (25 de março) e Rafael (24 de outubro). 13

O culto a São Miguel era amplamente difundido no Egito. Sabe-se que no século IV já existia um templo consagrado a ele. A igreja de Alexandria colocou sob sua proteção o rio Nilo, do qual dependia a riqueza do país. A festa era celebrada em 12 de junho, período em que o rio começava a crescer 14

Em Constantinopla, havia uma igreja dedicada a São Miguel, edificada pelo imperador Constantino. Ela era chamada de Michaelion, e acreditava-se que o arcanjo havia aparecido lá e realizado milagres. Sobre isso, o historiador Sozomeno escreveu extensivamente. Sozomeno nasceu na Palestina no século V e viveu em Constantinopla como advogado e autor de vários livros de história da Igreja. Ele relata: “Todos aqueles que tinham grandes aflições ou doenças incuráveis se aproximavam do templo para orar e logo se viam livres de seus sofrimentos.”15

Os imperadores bizantinos, conforme relata o historiador Raymond Jenin, construíram vários templos dedicados a São Miguel, considerado o protetor do Império. Em Constantinopla e seus arredores, havia cerca de 16 santuários dedicados ao arcanjo.

O cronista bizantino Johannes Malalas (491-565), autor do livro Cronografia, onde registrava os acontecimentos notáveis de seu tempo, faz muitas referências a São Miguel em relação aos imperadores bizantinos. É conhecido o relato de Santo Eusébio em sua História Eclesiástica (IX, 9), onde informa que Constantino teve uma visão na Gália. Ele viu uma cruz com a frase in hoc signo vinces (“com este sinal vencerás”).

Em consequência dessa visão, Constantino mandou preparar um estandarte com a cruz, e São Miguel o conduziu à vitória. Acredita-se que essa visão seja verdadeira, pois seria altamente improvável que ele tivesse imaginado algo tão impopular em um exército majoritariamente pagão naquela época. No ano 313, Constantino concedeu o reconhecimento oficial do cristianismo em todo o império.

Durante o pontificado de São Gregório Magno, no ano 590, uma terrível peste estava causando uma grande mortalidade entre a população de Roma. O Papa ordenou que se realizasse uma procissão penitencial partindo de Santa Maria Maggiore. O próprio Papa carregava uma estátua da Virgem durante a procissão. Quando chegaram à ponte sobre o rio Tibre, ouviram cantos de anjos e, de repente, sobre o Castelo de Adriano, hoje conhecido como Castel Sant’Angelo (Castelo do Santo Anjo), apareceu o arcanjo São Miguel. Ele segurava uma espada em sua mão. Nesse momento, a peste cessou. 16

A aparição de São Miguel a Santa Joana d’Arc

O arcanjo São Miguel se manifestou a Santa Joana d’Arc em diversas ocasiões, pedindo-lhe que tomasse as armas para defender seu país. Aos 13 anos, ela começou a ouvir as vozes do arcanjo. No processo que lhe foi instaurado, Joana afirmou que a primeira aparição foi de São Miguel. Ela disse: “Eu o vi com meus olhos. Ele não estava sozinho, estava acompanhado por anjos do céu.”

A voz do arcanjo ensinava-a a se comportar bem e a frequentar a Igreja. Logo se juntaram a São Miguel as visitas de Santa Catarina e Santa Margarida. Com a ajuda deles, Joana conseguiu convencer o Delfim a acompanhá-la até Reims para ser coroado rei. Também lhe disseram que ela seria capturada. Joana foi queimada viva aos 19 anos. O processo de reabilitação ocorreu em 1455 por desejo do rei Carlos VIII e do Papa Calisto III.

A aparição a Beata Rosa Gattorno

A beata Rosa Gattorno, uma grande mística italiana, fala sobre São Miguel como seu anjo protetor e nos conta:

“Enquanto rezava, vi meu arcanjo São Miguel com a espada desembainhada em ato de me defender… Ele me confortou e desapareceu. Fiquei cheia de força e vigor, e teria enfrentado mil exércitos.”
“Um dia, eu me encomendava ao meu anjo da guarda e, ainda mais, àquele que meu Jesus me deu, o arcanjo Miguel. Vi um grupo de demônios ardentes que se precipitavam uns sobre os outros. O anjo Miguel os matava com sua espada, mas o ato de matança era apenas simbólico, pois ele realmente não os tocava… Após a meia-noite, incendiaram a porta da casa. Pulei da cama para a janela e, enquanto colocava o véu, sentia que me sugeriam o que deveria fazer, e Miguel me dizia: ‘Estou contigo, fique tranquila.'”
“Outro dia, fui comungar, pois estava muito mal naquele mês de março de 1875. Estava muito perturbada, mas assim que recebi a comunhão, vi o anjo Miguel ao meu lado. Ele, junto comigo, fazia o agradecimento, e com as mãos juntas, adorava a Deus.”
“Quanto sofri na minha viagem a Roma! Não sei como expressar. A fúria dos espíritos infernais era tal que só meu anjo São Miguel podia contê-los… Meu anjo Miguel os expulsava com a espada desembainhada. Eles foram embora e não os vi nem os ouvi mais.” 17

Aparição a Beata Ana Catarina Emmerick (1771-1824)

A beata Ana Catarina Emmerick, em suas revelações, conta: “Vi a igreja de São Pedro (em Roma). Sobre ela, resplandecia o arcanjo São Miguel, vestido de vermelho, segurando uma grande bandeira de combate nas mãos. A terra era um imenso campo de batalha. Os verdes e azuis lutavam contra os brancos: estes, sobre os quais havia uma espada de fogo, pareciam que iam sucumbir.
“O arcanjo desceu e se aproximou dos brancos. Vi-o à frente de todos. Eles ganharam grande coragem, sem saber de onde vinha. O anjo derrotou os inimigos, que fugiram em todas as direções. A espada de fogo que estava sobre os brancos desapareceu. No meio do combate, as fileiras dos brancos aumentavam: grupos de adversários se uniam a eles, e uma vez, um grande número passou para o lado deles. No campo de batalha, havia legiões de santos no espaço, fazendo sinais com as mãos; eram diferentes entre si, mas animados pelo mesmo espírito.”18

Aparições de São Miguel nas guerras

Durante a Primeira Guerra Mundial, há um fato bem documentado.19 Em Mons, na Bélgica, muitos anjos apareceram aos soldados no campo de batalha. Os aliados estavam prestes a sofrer uma terrível derrota, mas conseguiram vencer a batalha. Os soldados britânicos afirmaram ter visto São Jorge e o descreveram como tendo cabelos loiros e armadura dourada, montado em um cavalo branco.

Os soldados franceses asseguraram que era o arcanjo São Miguel, cavalgando em um cavalo branco. Após a guerra, os alemães compartilharam sua visão da história. Os soldados de cavalaria afirmaram que seus cavalos, de repente, se recusaram a perseguir o inimigo. Disseram que as posições aliadas, que atacavam, estavam defendidas por milhares de homens, quando na realidade, havia apenas dois regimentos.

Algumas religiosas escreveram:

“Em nossa comunidade, temos grande devoção aos anjos, especialmente a São Miguel, ao qual atribuímos a assistência milagrosa durante a invasão francesa de 1648. Todos os templos, conventos e casas particulares da cidade foram saqueados e roubados, exceto nosso convento. Várias vezes tentaram invadi-lo; mas, quando tentavam, aparecia um homem de aspecto belo, alto, que, com uma espada na mão, defendia a porta de entrada.

“As religiosas pensaram que se tratava de algum oficial francês, mas, quando quiseram procurá-lo para agradecê-lo, não encontraram ninguém que soubesse de tal capitão ou de um homem com aquelas características. Por isso, acreditou-se que era o arcanjo São Miguel, patrono da comunidade, de quem recebemos muitos benefícios notáveis. Hoje, temos sua imagem em lugares de destaque na casa. Também temos devoção aos nossos anjos da guarda e ao santo anjo da cidade.”

Durante a guerra da Coreia, aconteceu um fato extraordinário. Um soldado americano, chamado Miguel, experimentou de forma palpável a ajuda de seu patrono, a quem tinha muita devoção. Um dia de inverno, ele estava em patrulha. Em certo momento, afastou-se de seus companheiros e viu um soldado novo, a quem disse:

— Não te conheço, pensei que conhecia todos da minha companhia.

— Sou novo, acabei de chegar, meu nome é Miguel.

— Eu também me chamo Miguel.

Estava nevando, e eles subiram uma colina. De repente, apareceram sete soldados comunistas. Eles estavam a cerca de 40 metros de distância.

— Deite-se! — gritou o novo Miguel.

Mas o soldado Miguel foi atingido no peito. Depois disso, a única coisa de que se lembrava era de ser carregado por braços fortes. Quando estava seguro, viu o novo Miguel radiante de glória, com o rosto luminoso como o sol, segurando uma espada que brilhava com milhares de luzes. Em seguida, ele desapareceu. Os outros companheiros chegaram, ajudaram-no e trataram sua ferida. E ele perguntou:

— Onde está o Miguel?

Mas não havia outro Miguel, e ninguém o tinha visto. No entanto, aqueles soldados comunistas foram encontrados mortos, sem que ele tivesse disparado um único tiro.20

Aparições do Santuário do Monte Gargano

Em meados do século VIII, vivia na cidade de Siponto (Itália) um homem rico chamado Gargano, proprietário de um grande rebanho de ovelhas e gado. Um dia, enquanto os animais pastavam nas encostas do monte, um touro se afastou da manada e não retornou à tarde com os demais. Gargano reuniu vários empregados e todos saíram à procura do touro.

Eles o encontraram no topo do monte, imóvel, em frente à entrada de uma gruta. Cheio de ira ao ver o touro que havia escapado, Gargano pegou um arco e atirou uma flecha envenenada. Porém, a flecha, invertendo sua direção como se fosse repelida pelo vento, voltou e se cravou no próprio pé de Gargano. Os habitantes da região ficaram perturbados por esse acontecimento tão insólito e foram até o bispo para buscar orientação.

O bispo ordenou três dias de jejum para pedir discernimento divino. Após os três dias, o arcanjo São Miguel apareceu ao bispo e disse: “Saibas que o fato de a flecha ter atingido aquele que a lançou foi realizado por minha vontade. Eu sou o arcanjo São Miguel, que estou sempre na presença do Senhor. E decidi proteger este lugar e seus habitantes, dos quais sou patrono e guardião.” A partir dessa visão, os habitantes começaram a subir ao monte para orar a Deus e ao santo arcanjo.

Uma segunda aparição ocorreu durante a guerra entre os napolitanos e os habitantes de Benevento e Siponto (onde está o Monte Gargano). Estes últimos pediram uma trégua de três dias para orar, jejuar e pedir a ajuda de São Miguel. Na noite anterior à batalha, São Miguel apareceu ao bispo e disse que as orações haviam sido ouvidas e que ele os ajudaria na luta.

E assim foi, eles venceram a batalha e, depois, foram à capela de São Miguel para agradecer. Lá, encontraram marcas de pés humanas gravadas na pedra ao lado de uma pequena porta, o que os fez compreender que São Miguel havia deixado um sinal de sua presença.

O terceiro episódio aconteceu quando os habitantes de Siponto quiseram consagrar a pequena igreja do Monte Gargano. Fizeram três dias de jejum e oração. Na última noite, São Miguel apareceu ao bispo de Siponto e disse: “Não cabe a vós consagrar esta igreja que eu edifiquei e consagrei. Vós deveis entrar e frequentar este lugar para orar. Amanhã, durante a celebração da missa, o povo comungará como de costume, e eu mesmo mostrarei como consagrei este lugar.”

No dia seguinte, viram que a igreja construída em uma gruta natural tinha uma grande abertura com uma longa galeria que levava até a porta setentrional, onde estavam as marcas humanas gravadas na pedra. E então, apareceu uma igreja maior.

Para entrar nela, era necessário subir alguns degraus, mas em seu interior cabiam cerca de 500 pessoas. Essa igreja era irregular, com paredes desiguais e altura variável. Havia um altar, e de uma rocha caía água, gota a gota, doce e cristalina, que atualmente é coletada em um copo de cristal e utilizada para curar doenças. Muitos enfermos foram curados com essa água milagrosa, especialmente no dia da festa de São Miguel, quando muitas pessoas das regiões vizinhas vêm em peregrinação.

A tradição coloca essas três aparições nos anos 490, 492 e 493. Alguns autores sugerem que elas ocorreram em momentos distintos no tempo. A primeira por volta de 490, a segunda por volta de 570 e a terceira, quando o santuário já era um centro de peregrinação reconhecido, vários anos depois.

A cidade na atualidade, a Città di Monte Sant’Angelo.

Há uma quarta aparição no ano de 1656, quando a região estava sob domínio espanhol e enfrentava uma terrível epidemia de peste. O bispo de Manfredonia, a antiga Siponto, ordenou três dias de jejum e convidou todos a rezar a São Miguel. No dia 22 de setembro daquele ano, São Miguel apareceu ao bispo e disse que onde houvesse alguma pedra do santuário com uma cruz e o nome de São Miguel, as pessoas estariam livres da peste. O bispo começou a distribuir pedras abençoadas, e todos que as receberam ficaram livres do contágio. Atualmente, na praça da Città di Monte Sant’Angelo, há uma estátua com a inscrição em latim: “Ao príncipe dos anjos, vencedor da peste.”

Vale mencionar que, em 1022, o imperador alemão Henrique II, que foi proclamado santo após sua morte, passou toda uma noite na capela de São Miguel do Gargano em oração e teve uma visão de muitos anjos que acompanhavam São Miguel para celebrar o ofício divino. São Miguel deu a todos o livro do santo Evangelho para que o beijassem. Por isso, há uma tradição que diz que a capela de São Miguel é durante o dia para os homens e à noite para os anjos.

Este santuário do Gargano é o mais famoso de todos os dedicados a São Miguel.

Nos tempos das Cruzadas, antes de partir para a Terra Santa, muitos soldados e autoridades iam pedir a proteção de São Miguel. Muitos reis, papas e santos também visitaram esta basílica, chamada de “celeste” por ter sido consagrada pelo próprio São Miguel e porque, durante as noites, os anjos celebravam ali seu culto de adoração a Deus. Entre os reis que a visitaram estão Henrique II, Otão I e Otão II da Alemanha; Frederico da Suécia e Carlos d’Anjou; Afonso de Aragão e Fernando o Católico da Espanha; Segismundo da Polônia; Fernando I, Fernando II, Victor Manuel III, Humberto de Saboia e outros chefes de governo e ministros de Estado da Itália.

Entre os papas que visitaram o santuário estão Gelásio I, Leão IX, Urbano II, Celestino V, Alexandre III, Gregório X, João XXIII (quando era cardeal) e João Paulo II. Entre os santos, estão São Anselmo, São Bernardo de Claraval, Santa Matilde, Santa Brígida, São Francisco de Assis, Santo Afonso Maria de Ligório e o santo Padre Pio de Pietrelcina. E, claro, milhares e milhares de peregrinos que todos os anos visitam a basílica celeste. A atual basílica gótica começou a ser construída no ano de 1274.

Aparições no Santuário do Mont Saint Michel

O segundo santuário mais importante do mundo dedicado a São Miguel é o do Mont Saint Michel, localizado em uma ilha nas costas da Normandia (França). A tradição conta que, em 9 de outubro de 708, São Miguel apareceu a São Auberto, bispo de Avranches, na Normandia, pedindo-lhe que construísse um santuário em sua honra sobre uma ilha não muito distante da costa. O santuário foi inaugurado em 16 de outubro de 709. Pouco tempo depois, muitos enfermos foram curados, o que trouxe grande fama ao local. Durante a Idade Média, o Mont Saint Michel foi, juntamente com Santiago de Compostela e Roma, um dos lugares mais visitados do Ocidente.

Detalhe foto aérea da pequena Ilha Mont Saint Michel.

A igreja original foi ampliada e engrandecida ao longo dos séculos. Os reis franceses, até Carlos Magno, dedicaram seus reinados a São Miguel. Durante a Revolução Francesa, o santuário foi convertido em uma prisão, mas atualmente é um centro de peregrinação. Cerca de três milhões de pessoas o visitam anualmente. Em 1912, os bispos franceses renovaram a consagração do país a São Miguel.

Aparição no Saint Michael’s Mount

Na Inglaterra, próximo às costas da Cornualha, também existe o famoso santuário Saint Michael’s Mount, que parece ter tido origem em uma aparição do arcanjo. Quando a maré sobe, ele fica como uma ilha, exatamente como o Mont Saint Michel, na Normandia. De acordo com a tradição, em 495, o arcanjo apareceu a alguns pescadores. Em 1135, uma comunidade religiosa dedicada ao culto do arcanjo foi estabelecida no local.

Mount Saint MIchel – na Cornuália, Inglaterra.

No final de 1424, por decreto do Parlamento inglês, este santuário deixou de depender do da Normandia, como havia sido por muitos anos. Em 1535, após Henrique VIII romper com a Igreja Católica, o Estado confiscou a abadia, que em 1659 foi adquirida pelo coronel John St. Aubyn e transformada em residência particular. Em 1954, a família Aubyn decidiu doar o edifício ao National Trust for Places of Historical or Natural Beauty, e a devoção a São Miguel foi retomada.

Aparição em San Michele della Chiusa

O santuário de San Michele della Chiusa, na Itália, está localizado exatamente no meio do caminho em linha reta entre o santuário do Monte Gargano e o Mont Saint Michel, na Normandia. Este santuário é mencionado em um documento do século IX intitulado Chronica monasterii sancti Michaelis Clusini. Aqui também o arcanjo São Miguel apareceu e pediu que lhe construíssem um templo.

Vista aérea do santuário de Sacra di San Michele, Itália.

Nos primeiros séculos, foi uma abadia beneditina muito conhecida, até 1622, quando quase foi abandonada. No entanto, em 1830, o rei Carlos Alberto se interessou pelo templo e estabeleceu ali a Comunidade dos Padres Rosminianos, que o cuidam até hoje.

Aparição do Santuário de Navalagamella

Em 1455, em Navalagamella (Madrid), o pastor Miguel Sánchez estava com seu rebanho de ovelhas quando São Miguel lhe apareceu e disse:

“Não temas, eu sou um dos sete espíritos que assistem na presença de Deus, de quem sou enviado para te dizer que é sua vontade que, neste lugar, se construa uma ermida em honra de São Miguel e seus anjos.”

O pastor pediu que a mensagem fosse confiada a outra pessoa, pois ele temia que não acreditassem nele, sendo uma pessoa tão humilde. Mas São Miguel lhe disse:
“Conta tudo ao teu amo, e eu farei com que acreditem em ti.”
No entanto, por medo, o pastor não falou, e um dia, ao acordar, descobriu que não podia caminhar. Então, compreendeu que devia falar e contou tudo ao seu amo, Don Pedro García de Ayuso. Este mandou celebrar uma missa em honra de São Miguel, e o pastor foi curado. Assim surgiu o templo São Miguel em Navalagamella.

Outras aparições de São Miguel Arcanjo

São Francisco de Paula tinha uma grande devoção a São Miguel, que se lhe apareceu em uma visão e inspirou o lema de sua Ordem dos Mínimos, que ele fundou.

Em 1733, quando São Gerardo Majella tinha 7 anos, um dia, enquanto assistia à missa, ele se aproximou do altar para receber a comunhão, mas o sacerdote a negou, pois Gerardo ainda era uma criança e, naquela época, só se comungava aos doze anos. O pequeno ficou triste. Naquela noite, o arcanjo São Miguel apareceu a ele e lhe deu a comunhão.

São Pio de Pietrelcina era muito devoto de São Miguel. Por isso, muitos autores acreditam que foi ele quem apareceu a São Pio no dia 5 de agosto de 1918. Ele disse: “Vi-me diante de um personagem misterioso com uma lança longuíssima e bem afiada, da qual parecia sair fogo da ponta.”21

No terceiro segredo de Fátima, irmã Lúcia disse: “Vimos à esquerda de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um anjo com uma espada de fogo na mão esquerda.” Muitos o identificam claramente como São Miguel.

Santa Faustina Kowalska escreveu em seu diário: “No dia de São Miguel, vi este grande guia ao meu lado, que me disse estas palavras: ‘O Senhor me recomendou ter um cuidado especial contigo. Saiba que você é odiada pelo mal, mas não temas. Quem como Deus!’. E desapareceu. No entanto, sinto sua presença e sua ajuda.”22

São Miguel Arcanjo e os exorcismos

Vamos considerar um caso histórico que inspirou o filme “O Exorcista” e que ocorreu em Washington, no hospital de São Aleixo, em 1949, de acordo com as investigações realizadas pela rede de televisão norte-americana ABC.

O caso envolvia um menino (não uma menina) de cerca de dez anos, filho de uma família luterana, que recorreu à Igreja Católica em busca de ajuda. O padre jesuíta James Hughes, juntamente com outro sacerdote que o auxiliava, realizou o exorcismo várias vezes até conseguir expulsar o diabo. O menino foi libertado e viveu muitos anos como uma pessoa normal; ele até se casou e formou uma família. Os sacerdotes exorcistas também viveram por muitos anos, e o diabo não se vingou deles, porque Deus não permitiu.

Na realidade, não houve tantos fenômenos espetaculares juntos como os que aparecem no filme. Poucos sabem como realmente aconteceu. O demônio, através da voz do menino, disse: “Não irei embora até que uma certa palavra seja pronunciada, mas o menino jamais a dirá.”

O exorcismo continuou, e de repente, o menino falou com uma voz claramente autoritária e digna: “Eu sou São Miguel e te ordeno, Satanás, que abandones este corpo em nome de Dominus (Senhor, em latim), agora mesmo.” Então, ouviu-se um som semelhante a uma grande explosão, que foi escutado por muitas pessoas no hospital de São Aleixo, onde os exorcismos estavam sendo realizados. O menino possesso foi libertado para sempre. O menino não se lembrava de nada, exceto de uma visão de São Miguel lutando contra Satanás.

Curiosamente, naquele mesmo dia e hora em que o demônio saiu, essa mesma visão foi vista na igreja de São Francisco Xavier por vários sacerdotes jesuítas, que afirmaram ter visto de repente uma intensa luz que iluminou o altar principal e a cúpula do altar, na qual se via São Miguel lutando contra Satanás. Assim terminou felizmente aquela batalha no corpo do possesso: com a vitória de Deus por meio de São Miguel.

Em casos de possessão diabólica, é necessário recorrer à Maria, rezando o rosário, usando água benta, o crucifixo e outros objetos abençoados, mas também invocando São Miguel.

No Ritual de Exorcismos, lê-se: “Arcanjo São Miguel, príncipe do exército celestial, defende-nos na luta contra os espíritos do mal nos céus. Vem em auxílio dos homens, a quem Deus criou à sua imagem e semelhança e resgatou a grande preço da tirania do diabo. A ti, a Igreja venera como seu guardião e patrono; a ti, o Senhor confiou as almas dos redimidos para colocá-las na felicidade eterna. Suplica ao Deus da paz que esmague Satanás sob nossos pés, para que ele nunca mais possa manter os homens cativos e prejudicar a Igreja. Apresenta nossas súplicas ao Altíssimo, para que a misericórdia do Senhor venha rapidamente ao nosso encontro e reduza as dificuldades da vida.”

A oração diz assim: “São Miguel Arcanjo, defende-nos do inimigo e protege-nos de todas as armadilhas do maligno. Que Deus te repreenda, espírito maligno, e tu, príncipe da milícia celestial, lança com o poder divino Satanás no mais profundo do inferno, juntamente com os outros espíritos imundos que vagam pelo mundo, buscando a perdição das almas.”

“Conheço uma psicóloga que trabalha no apostolado com dependentes químicos e prostitutas nas ruas de Vancouver, Columbia Britânica, Canadá. Entre esses jovens, o satanismo está difundido, pois muitos carregam o nome ou a imagem do diabo em suas camisetas. Em geral, eles o fazem porque acreditam que o diabo é um ser poderoso. Ela lhes diz que São Miguel é muito mais poderoso, pois foi ele quem expulsou Satanás do céu. E então, oferece-lhes uma medalha de São Miguel. Eles a recebem com gratidão e começam a invocá-lo e a receber sua proteção.”23

O que é a Quaresma de São Miguel?

A Quaresma de São Miguel Arcanjo é uma prática devocional que começa no dia 15 de agosto e vai até 29 de setembro, dia da festa de São Miguel. Durante esses 40 dias, os fiéis são convidados a intensificar suas orações, fazer penitências e buscar uma maior proximidade com Deus, sob a proteção de São Miguel. A devoção inclui a recitação diária da Ladainha de São Miguel, a oração de São Miguel Arcanjo e outras práticas, como o jejum e a confissão, com o objetivo de alcançar graças especiais e fortalecer a fé.

Oração a São Miguel Arcanjo

Sancte Michael Archangele, defende nos in proelio, contra nequitiam et insidias diaboli esto praesidium. Imperet illi Deus, supplices deprecamur: tuque, Princeps militiae caelestis, Satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo, divina virtute, in infernum detrude. Amen.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós príncipe da milícia celeste, pelo Divino Poder, precipitai no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

Referências

  1. Daniel 10, 13[]
  2. Daniel 10, 21[]
  3. Daniel 12, 1[]
  4. Judas 9[]
  5. como se menciona em Daniel 12,1[]
  6. Josué 5, 13-15[]
  7. Apocalipse 12, 7-11[]
  8. Hebreus 1,7[]
  9. Daniel 10,13[]
  10. Daniel 10,21[]
  11. Daniel 12,1[]
  12. Judas 1,9[]
  13. Alix de Saint André, Vita intima degli angeli, Ed. Piemme, 1999, pp. 173-174.[]
  14. Giovetti Paola, Le vie dell’arcangelo, p. 33.[]
  15. Sozomeno, Historia eclesiástica, II, 3.[]
  16. Eximenis Francesc, Il libro degli angeli¸ Ed. Gribaudi, Milano, tercera edición, 2006, p. 234.[]
  17. Gattorno Rosa, Memorias, Ed. Hijas de santa Ana, Roma, 1996.[]
  18. Ana Catalina Emmerick, Vida y visiones, Ed. Guadalupe, México, 1944, p. 607.[]
  19. Morse Melvin, Últimas visiones, Ed. Edaf, Madrid, 1996, p. 118.[]
  20. Padre W. Muldy, capelão militar, verificou a veracidade desta história, conversando com o soldado, sua mãe e seu comandante; Stanzione Marcello, San Michele, Ed. Segno, 2007, pp. 147-148.[]
  21. Gattorno Rosa, Memorias, Ed. Hijas de santa Ana, Roma, 1996, p. 232.[]
  22. Diario Nº 706.[]
  23. Stanzione Marcello, San Michele, Ed. Segno, 2007.[]

Redação Minha Biblioteca Católica

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Quando o profeta Daniel teve uma visão e ficou como morto, ele relata: “Mas Miguel, um dos príncipes supremos, veio em meu auxílio, e eu prevaleci ali sobre os reis da Pérsia”1. E alguém que parecia um filho do homem falou e disse: “Eu te farei saber o que está escrito no livro da verdade. Ninguém me ajuda contra eles, senão Miguel, vosso príncipe”2. “Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, tal como nunca houve desde que existem nações até aquele dia”3. Neste artigo sobre São Miguel Arcanjo, você encontrará detalhes aprofundados sobre a hierarquia dos anjos, o significado de seu nome, sua importância para os católicos e muito mais.

Os anjos e a hierarquia celeste

Na teologia católica, a hierarquia celestial é formada por nove coros de anjos, organizados em três hierarquias distintas. Essas hierarquias representam a ordem e a função dos anjos no plano divino. A primeira hierarquia, a mais próxima de Deus, é dedicada à adoração e glorificação divina, e inclui os Serafins, Querubins e Tronos.

A segunda hierarquia é composta pelos coros de Dominações, Potestades e Virtudes. Esses anjos têm a função de administrar os planos da sabedoria eterna de Deus e transmiti-los aos anjos da terceira hierarquia, que são responsáveis por vigiar a humanidade.

A Assunção da Virgem, de Francesco Botticini, na Galeria Nacional de Londres, mostra três hierarquias e nove ordens de anjos, cada uma com características diferentes.

Por fim, a terceira hierarquia, mais próxima dos seres humanos, abrange os Principados, Arcanjos e Anjos. Embora os Arcanjos pertençam a essa categoria, por serem encarregados de missões importantes junto aos homens, eles possuem um profundo conhecimento dos mistérios divinos, o que os coloca em estreita proximidade com Deus.

Saiba mais sobre os anjos: Anjos e demônios

Qual é a diferença entre anjo e arcanjo?

Os arcanjos ocupam uma posição especial na hierarquia celestial, destacando-se pela sua proximidade com Deus e pela importância de suas missões. Dentro da angeologia católica, os arcanjos são vistos como mensageiros divinos que desempenham papéis fundamentais na existência humana, intervindo em momentos cruciais da história da salvação.

Diferentemente dos anjos, que têm a missão de guardar e proteger cada pessoa individualmente, orientando-a nas questões cotidianas, os arcanjos são os principais intermediários entre os mortais e Deus. Eles não apenas transmitem mensagens divinas, mas também desempenham papéis em grandes eventos espirituais e históricos, guiando nações, protegendo a Igreja e combatendo as forças do mal.

Os arcanjos mais conhecidos na tradição católica são São Miguel Arcanjo, São Gabriel e São Rafael. São Miguel é o grande defensor contra as forças malignas, liderando o exército celestial na luta contra Satanás. São Gabriel é o mensageiro da Anunciação, que trouxe a Maria a notícia de que ela seria a mãe do Salvador. São Rafael, por sua vez, é o guia e curador, conhecido por sua intervenção no livro de Tobias, onde cura a cegueira do pai de Tobias e protege a jornada do jovem.

Quem é São Miguel Arcanjo para os católicos?

No Novo Testamento, é dito na carta de São Judas Tadeu: O arcanjo Miguel, quando disputava com o diabo contendendo sobre o corpo de Moisés, não se atreveu a proferir um julgamento injurioso, mas disse: “Que o Senhor te repreenda”. 4 Porém, é sobretudo no capítulo 12 do Apocalipse que a missão de Miguel como capitão dos exércitos angélicos na luta contra o diabo e seus demônios aparece de forma clara.

São Miguel Arcanjo é considerado o patrono especial do povo de Israel 5. Ele também foi nomeado patrono especial da Igreja Católica, o novo povo de Deus do Novo Testamento.

Além disso, São Miguel é considerado patrono dos juízes e daqueles que exercem a justiça, pois é frequentemente representado segurando uma balança. Sendo o príncipe da milícia celeste na luta contra o mal e contra o diabo, ele também é visto como patrono dos soldados e policiais. Ademais, foi escolhido como patrono dos paraquedistas, dos radiologistas e de todos os que curam por meio do rádio. Mas ele é especialmente poderoso contra Satanás, e por isso, os exorcistas o invocam como um defensor poderoso.

Qual o significado do nome Miguel?

Miguel (מִיכָאֵל, Mi-kha-el) significa “Quem é como Deus” – uma pergunta retórica que afirma a supremacia de Deus sobre todas as coisas. Alguns acreditam que São Miguel apareceu a Josué, pois ele se apresenta com uma espada desembainhada na mão, assim como São Miguel Arcanjo é frequentemente representado. Ele disse a Josué: “Sou um príncipe do exército de Javé… Descalça os teus pés, porque o lugar que pisas é santo”. 6

São Miguel e a queda dos anjos rebeldes

“Houve uma batalha no céu: Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. O dragão e seus anjos também pelejaram, mas não prevaleceram, e não se achou mais o seu lugar no céu. Foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, chamada diabo e Satanás, que engana toda a terra habitada; ele foi lançado à terra, e seus anjos foram lançados com ele. E ouvi uma grande voz no céu que dizia: Agora chegou a salvação, o poder, o Reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, porque foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusava diante do nosso Deus dia e noite. Mas eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho, e não amaram as suas vidas até à morte”.7

Segundo a tradição católica, a batalha é descrita em Apocalipse 12, onde São Miguel lidera os exércitos celestiais contra Lúcifer e os anjos que se rebelaram contra Deus.

Lúcifer, originalmente um dos anjos mais belos e poderosos criados por Deus, foi consumido pelo orgulho e desejou ser igual ao Criador. Esse desejo de usurpação levou à sua rebelião, arrastando consigo uma parte dos anjos. Esses anjos, que escolheram seguir Lúcifer em sua rebelião, tornaram-se os demônios.

São Miguel, emergiu como o defensor da justiça divina e da fidelidade a Deus. Em resposta à rebelião de Lúcifer, São Miguel proclamou essa verdade e liderou os exércitos celestiais em uma guerra contra os anjos rebeldes.

Pintura de: Pieter Bruegel the Elder – A Queda dos Anjos Rebeldes (1562).

A batalha culminou com a expulsão de Lúcifer e seus seguidores do céu. Este evento reafirma a ordem divina e a justiça de Deus. São Miguel é, portanto, venerado como o grande protetor contra as forças do mal, o guardião da Igreja, e o defensor da fé.

A expulsão dos anjos rebeldes também tem um significado profundo e simbólico: a luta contínua entre o bem e o mal, não apenas no mundo, mas dentro de cada pessoa. São Miguel, como o líder dos exércitos celestiais, é invocado pelos fiéis como um poderoso aliado na batalha espiritual, ajudando a resistir às tentações e a permanecer fiel a Deus.

São Miguel na Bíblia

Você sabia que a palavra “anjo” significa “mensageiro”? 8 A Bíblia está repleta de histórias maravilhosas sobre os anjos, e ao lê-las, podemos descobrir algumas de suas atividades:

Eles louvam a Deus. (Salmo 148,1-2; Isaías 6,3)
Adoram a Deus. (Hebreus 1,06; Apocalipse 5,8-13)
Alegram-se com as obras de Deus. (Jó 38,6-7)
Servem a Deus (Salmo 103:20; Apocalipse 22,9) e se apresentam diante d’Ele. (Jó 1,6; 2,1)
São instrumentos dos julgamentos de Deus. (Apocalipse 7,1; 8,2)
Trazem respostas às orações. (Atos 12,5-10)
Nos encorajam em momentos de perigo. (Atos 27,23-24)
Cuidam dos justos na hora da morte. (Lucas 16,22)

O Arcanjo Miguel é mencionado – exclusivamente – em várias passagens da Bíblia, desempenhando papéis importantes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

No Livro de Daniel o Arcanjo Miguel é mencionado como um dos “príncipes supremos” que veio em auxílio de um anjo que estava sendo impedido pelo “príncipe do reino da Pérsia”. Ele é descrito como o defensor de Israel.
“Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio ajudar-me, porque eu tinha sido deixado ali com os reis da Pérsia.” 9
“Ninguém há que me ajude contra aqueles, senão Miguel, vosso príncipe.” 10
São Miguel é descrito como o grande príncipe que se levanta para proteger o povo de Deus durante o tempo de angústia.
“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.” 11
O Arcanjo Miguel é mencionado disputando com o diabo sobre o corpo de Moisés, mostrando sua autoridade e poder. “Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo de maldição contra ele, mas disse: O Senhor te repreenda.” 12
E, por fim, uma das passagens mais conhecidas, onde Miguel lidera os anjos em uma batalha contra o dragão (Satanás) e seus anjos, resultando na expulsão destes do céu.

Aparições de São Miguel Arcanjo

Desde os tempos de Jesus, os hebreus acreditavam que São Miguel era o anjo encarregado por Deus de cuidar das fontes de água com efeitos curativos. Na tradição, ele é considerado como o anjo que guiou o povo de Israel pelo deserto e os fez atravessar o Mar Vermelho; também foi ele quem fez a água brotar da rocha que Moisés tocou com seu bastão para saciar a sede do povo. No Evangelho de São João, capítulo 5, há menção ao anjo que movia as águas da piscina de Betesda, e alguns acreditam que esse anjo era São Miguel.

No ano de 452, Átila, com seu exército, chegou às portas de Roma, determinado a conquistá-la com sangue e fogo. O Papa Leão I consagrou Roma ao arcanjo São Miguel e, em seguida, foi ao encontro de Átila. E então ocorreu o milagre: Átila se afastou de Roma. Imediatamente, construíram uma igreja dedicada ao arcanjo São Miguel, que foi consagrada a ele em 29 de setembro, data que desde então é celebrada como o dia da festa de São Miguel. Após o Concílio Vaticano II, foram acrescentadas também as festas dos arcanjos Gabriel (25 de março) e Rafael (24 de outubro). 13

O culto a São Miguel era amplamente difundido no Egito. Sabe-se que no século IV já existia um templo consagrado a ele. A igreja de Alexandria colocou sob sua proteção o rio Nilo, do qual dependia a riqueza do país. A festa era celebrada em 12 de junho, período em que o rio começava a crescer 14

Em Constantinopla, havia uma igreja dedicada a São Miguel, edificada pelo imperador Constantino. Ela era chamada de Michaelion, e acreditava-se que o arcanjo havia aparecido lá e realizado milagres. Sobre isso, o historiador Sozomeno escreveu extensivamente. Sozomeno nasceu na Palestina no século V e viveu em Constantinopla como advogado e autor de vários livros de história da Igreja. Ele relata: “Todos aqueles que tinham grandes aflições ou doenças incuráveis se aproximavam do templo para orar e logo se viam livres de seus sofrimentos.”15

Os imperadores bizantinos, conforme relata o historiador Raymond Jenin, construíram vários templos dedicados a São Miguel, considerado o protetor do Império. Em Constantinopla e seus arredores, havia cerca de 16 santuários dedicados ao arcanjo.

O cronista bizantino Johannes Malalas (491-565), autor do livro Cronografia, onde registrava os acontecimentos notáveis de seu tempo, faz muitas referências a São Miguel em relação aos imperadores bizantinos. É conhecido o relato de Santo Eusébio em sua História Eclesiástica (IX, 9), onde informa que Constantino teve uma visão na Gália. Ele viu uma cruz com a frase in hoc signo vinces (“com este sinal vencerás”).

Em consequência dessa visão, Constantino mandou preparar um estandarte com a cruz, e São Miguel o conduziu à vitória. Acredita-se que essa visão seja verdadeira, pois seria altamente improvável que ele tivesse imaginado algo tão impopular em um exército majoritariamente pagão naquela época. No ano 313, Constantino concedeu o reconhecimento oficial do cristianismo em todo o império.

Durante o pontificado de São Gregório Magno, no ano 590, uma terrível peste estava causando uma grande mortalidade entre a população de Roma. O Papa ordenou que se realizasse uma procissão penitencial partindo de Santa Maria Maggiore. O próprio Papa carregava uma estátua da Virgem durante a procissão. Quando chegaram à ponte sobre o rio Tibre, ouviram cantos de anjos e, de repente, sobre o Castelo de Adriano, hoje conhecido como Castel Sant’Angelo (Castelo do Santo Anjo), apareceu o arcanjo São Miguel. Ele segurava uma espada em sua mão. Nesse momento, a peste cessou. 16

A aparição de São Miguel a Santa Joana d’Arc

O arcanjo São Miguel se manifestou a Santa Joana d’Arc em diversas ocasiões, pedindo-lhe que tomasse as armas para defender seu país. Aos 13 anos, ela começou a ouvir as vozes do arcanjo. No processo que lhe foi instaurado, Joana afirmou que a primeira aparição foi de São Miguel. Ela disse: “Eu o vi com meus olhos. Ele não estava sozinho, estava acompanhado por anjos do céu.”

A voz do arcanjo ensinava-a a se comportar bem e a frequentar a Igreja. Logo se juntaram a São Miguel as visitas de Santa Catarina e Santa Margarida. Com a ajuda deles, Joana conseguiu convencer o Delfim a acompanhá-la até Reims para ser coroado rei. Também lhe disseram que ela seria capturada. Joana foi queimada viva aos 19 anos. O processo de reabilitação ocorreu em 1455 por desejo do rei Carlos VIII e do Papa Calisto III.

A aparição a Beata Rosa Gattorno

A beata Rosa Gattorno, uma grande mística italiana, fala sobre São Miguel como seu anjo protetor e nos conta:

“Enquanto rezava, vi meu arcanjo São Miguel com a espada desembainhada em ato de me defender… Ele me confortou e desapareceu. Fiquei cheia de força e vigor, e teria enfrentado mil exércitos.”
“Um dia, eu me encomendava ao meu anjo da guarda e, ainda mais, àquele que meu Jesus me deu, o arcanjo Miguel. Vi um grupo de demônios ardentes que se precipitavam uns sobre os outros. O anjo Miguel os matava com sua espada, mas o ato de matança era apenas simbólico, pois ele realmente não os tocava… Após a meia-noite, incendiaram a porta da casa. Pulei da cama para a janela e, enquanto colocava o véu, sentia que me sugeriam o que deveria fazer, e Miguel me dizia: ‘Estou contigo, fique tranquila.'”
“Outro dia, fui comungar, pois estava muito mal naquele mês de março de 1875. Estava muito perturbada, mas assim que recebi a comunhão, vi o anjo Miguel ao meu lado. Ele, junto comigo, fazia o agradecimento, e com as mãos juntas, adorava a Deus.”
“Quanto sofri na minha viagem a Roma! Não sei como expressar. A fúria dos espíritos infernais era tal que só meu anjo São Miguel podia contê-los… Meu anjo Miguel os expulsava com a espada desembainhada. Eles foram embora e não os vi nem os ouvi mais.” 17

Aparição a Beata Ana Catarina Emmerick (1771-1824)

A beata Ana Catarina Emmerick, em suas revelações, conta: “Vi a igreja de São Pedro (em Roma). Sobre ela, resplandecia o arcanjo São Miguel, vestido de vermelho, segurando uma grande bandeira de combate nas mãos. A terra era um imenso campo de batalha. Os verdes e azuis lutavam contra os brancos: estes, sobre os quais havia uma espada de fogo, pareciam que iam sucumbir.
“O arcanjo desceu e se aproximou dos brancos. Vi-o à frente de todos. Eles ganharam grande coragem, sem saber de onde vinha. O anjo derrotou os inimigos, que fugiram em todas as direções. A espada de fogo que estava sobre os brancos desapareceu. No meio do combate, as fileiras dos brancos aumentavam: grupos de adversários se uniam a eles, e uma vez, um grande número passou para o lado deles. No campo de batalha, havia legiões de santos no espaço, fazendo sinais com as mãos; eram diferentes entre si, mas animados pelo mesmo espírito.”18

Aparições de São Miguel nas guerras

Durante a Primeira Guerra Mundial, há um fato bem documentado.19 Em Mons, na Bélgica, muitos anjos apareceram aos soldados no campo de batalha. Os aliados estavam prestes a sofrer uma terrível derrota, mas conseguiram vencer a batalha. Os soldados britânicos afirmaram ter visto São Jorge e o descreveram como tendo cabelos loiros e armadura dourada, montado em um cavalo branco.

Os soldados franceses asseguraram que era o arcanjo São Miguel, cavalgando em um cavalo branco. Após a guerra, os alemães compartilharam sua visão da história. Os soldados de cavalaria afirmaram que seus cavalos, de repente, se recusaram a perseguir o inimigo. Disseram que as posições aliadas, que atacavam, estavam defendidas por milhares de homens, quando na realidade, havia apenas dois regimentos.

Algumas religiosas escreveram:

“Em nossa comunidade, temos grande devoção aos anjos, especialmente a São Miguel, ao qual atribuímos a assistência milagrosa durante a invasão francesa de 1648. Todos os templos, conventos e casas particulares da cidade foram saqueados e roubados, exceto nosso convento. Várias vezes tentaram invadi-lo; mas, quando tentavam, aparecia um homem de aspecto belo, alto, que, com uma espada na mão, defendia a porta de entrada.

“As religiosas pensaram que se tratava de algum oficial francês, mas, quando quiseram procurá-lo para agradecê-lo, não encontraram ninguém que soubesse de tal capitão ou de um homem com aquelas características. Por isso, acreditou-se que era o arcanjo São Miguel, patrono da comunidade, de quem recebemos muitos benefícios notáveis. Hoje, temos sua imagem em lugares de destaque na casa. Também temos devoção aos nossos anjos da guarda e ao santo anjo da cidade.”

Durante a guerra da Coreia, aconteceu um fato extraordinário. Um soldado americano, chamado Miguel, experimentou de forma palpável a ajuda de seu patrono, a quem tinha muita devoção. Um dia de inverno, ele estava em patrulha. Em certo momento, afastou-se de seus companheiros e viu um soldado novo, a quem disse:

— Não te conheço, pensei que conhecia todos da minha companhia.

— Sou novo, acabei de chegar, meu nome é Miguel.

— Eu também me chamo Miguel.

Estava nevando, e eles subiram uma colina. De repente, apareceram sete soldados comunistas. Eles estavam a cerca de 40 metros de distância.

— Deite-se! — gritou o novo Miguel.

Mas o soldado Miguel foi atingido no peito. Depois disso, a única coisa de que se lembrava era de ser carregado por braços fortes. Quando estava seguro, viu o novo Miguel radiante de glória, com o rosto luminoso como o sol, segurando uma espada que brilhava com milhares de luzes. Em seguida, ele desapareceu. Os outros companheiros chegaram, ajudaram-no e trataram sua ferida. E ele perguntou:

— Onde está o Miguel?

Mas não havia outro Miguel, e ninguém o tinha visto. No entanto, aqueles soldados comunistas foram encontrados mortos, sem que ele tivesse disparado um único tiro.20

Aparições do Santuário do Monte Gargano

Em meados do século VIII, vivia na cidade de Siponto (Itália) um homem rico chamado Gargano, proprietário de um grande rebanho de ovelhas e gado. Um dia, enquanto os animais pastavam nas encostas do monte, um touro se afastou da manada e não retornou à tarde com os demais. Gargano reuniu vários empregados e todos saíram à procura do touro.

Eles o encontraram no topo do monte, imóvel, em frente à entrada de uma gruta. Cheio de ira ao ver o touro que havia escapado, Gargano pegou um arco e atirou uma flecha envenenada. Porém, a flecha, invertendo sua direção como se fosse repelida pelo vento, voltou e se cravou no próprio pé de Gargano. Os habitantes da região ficaram perturbados por esse acontecimento tão insólito e foram até o bispo para buscar orientação.

O bispo ordenou três dias de jejum para pedir discernimento divino. Após os três dias, o arcanjo São Miguel apareceu ao bispo e disse: “Saibas que o fato de a flecha ter atingido aquele que a lançou foi realizado por minha vontade. Eu sou o arcanjo São Miguel, que estou sempre na presença do Senhor. E decidi proteger este lugar e seus habitantes, dos quais sou patrono e guardião.” A partir dessa visão, os habitantes começaram a subir ao monte para orar a Deus e ao santo arcanjo.

Uma segunda aparição ocorreu durante a guerra entre os napolitanos e os habitantes de Benevento e Siponto (onde está o Monte Gargano). Estes últimos pediram uma trégua de três dias para orar, jejuar e pedir a ajuda de São Miguel. Na noite anterior à batalha, São Miguel apareceu ao bispo e disse que as orações haviam sido ouvidas e que ele os ajudaria na luta.

E assim foi, eles venceram a batalha e, depois, foram à capela de São Miguel para agradecer. Lá, encontraram marcas de pés humanas gravadas na pedra ao lado de uma pequena porta, o que os fez compreender que São Miguel havia deixado um sinal de sua presença.

O terceiro episódio aconteceu quando os habitantes de Siponto quiseram consagrar a pequena igreja do Monte Gargano. Fizeram três dias de jejum e oração. Na última noite, São Miguel apareceu ao bispo de Siponto e disse: “Não cabe a vós consagrar esta igreja que eu edifiquei e consagrei. Vós deveis entrar e frequentar este lugar para orar. Amanhã, durante a celebração da missa, o povo comungará como de costume, e eu mesmo mostrarei como consagrei este lugar.”

No dia seguinte, viram que a igreja construída em uma gruta natural tinha uma grande abertura com uma longa galeria que levava até a porta setentrional, onde estavam as marcas humanas gravadas na pedra. E então, apareceu uma igreja maior.

Para entrar nela, era necessário subir alguns degraus, mas em seu interior cabiam cerca de 500 pessoas. Essa igreja era irregular, com paredes desiguais e altura variável. Havia um altar, e de uma rocha caía água, gota a gota, doce e cristalina, que atualmente é coletada em um copo de cristal e utilizada para curar doenças. Muitos enfermos foram curados com essa água milagrosa, especialmente no dia da festa de São Miguel, quando muitas pessoas das regiões vizinhas vêm em peregrinação.

A tradição coloca essas três aparições nos anos 490, 492 e 493. Alguns autores sugerem que elas ocorreram em momentos distintos no tempo. A primeira por volta de 490, a segunda por volta de 570 e a terceira, quando o santuário já era um centro de peregrinação reconhecido, vários anos depois.

A cidade na atualidade, a Città di Monte Sant’Angelo.

Há uma quarta aparição no ano de 1656, quando a região estava sob domínio espanhol e enfrentava uma terrível epidemia de peste. O bispo de Manfredonia, a antiga Siponto, ordenou três dias de jejum e convidou todos a rezar a São Miguel. No dia 22 de setembro daquele ano, São Miguel apareceu ao bispo e disse que onde houvesse alguma pedra do santuário com uma cruz e o nome de São Miguel, as pessoas estariam livres da peste. O bispo começou a distribuir pedras abençoadas, e todos que as receberam ficaram livres do contágio. Atualmente, na praça da Città di Monte Sant’Angelo, há uma estátua com a inscrição em latim: “Ao príncipe dos anjos, vencedor da peste.”

Vale mencionar que, em 1022, o imperador alemão Henrique II, que foi proclamado santo após sua morte, passou toda uma noite na capela de São Miguel do Gargano em oração e teve uma visão de muitos anjos que acompanhavam São Miguel para celebrar o ofício divino. São Miguel deu a todos o livro do santo Evangelho para que o beijassem. Por isso, há uma tradição que diz que a capela de São Miguel é durante o dia para os homens e à noite para os anjos.

Este santuário do Gargano é o mais famoso de todos os dedicados a São Miguel.

Nos tempos das Cruzadas, antes de partir para a Terra Santa, muitos soldados e autoridades iam pedir a proteção de São Miguel. Muitos reis, papas e santos também visitaram esta basílica, chamada de “celeste” por ter sido consagrada pelo próprio São Miguel e porque, durante as noites, os anjos celebravam ali seu culto de adoração a Deus. Entre os reis que a visitaram estão Henrique II, Otão I e Otão II da Alemanha; Frederico da Suécia e Carlos d’Anjou; Afonso de Aragão e Fernando o Católico da Espanha; Segismundo da Polônia; Fernando I, Fernando II, Victor Manuel III, Humberto de Saboia e outros chefes de governo e ministros de Estado da Itália.

Entre os papas que visitaram o santuário estão Gelásio I, Leão IX, Urbano II, Celestino V, Alexandre III, Gregório X, João XXIII (quando era cardeal) e João Paulo II. Entre os santos, estão São Anselmo, São Bernardo de Claraval, Santa Matilde, Santa Brígida, São Francisco de Assis, Santo Afonso Maria de Ligório e o santo Padre Pio de Pietrelcina. E, claro, milhares e milhares de peregrinos que todos os anos visitam a basílica celeste. A atual basílica gótica começou a ser construída no ano de 1274.

Aparições no Santuário do Mont Saint Michel

O segundo santuário mais importante do mundo dedicado a São Miguel é o do Mont Saint Michel, localizado em uma ilha nas costas da Normandia (França). A tradição conta que, em 9 de outubro de 708, São Miguel apareceu a São Auberto, bispo de Avranches, na Normandia, pedindo-lhe que construísse um santuário em sua honra sobre uma ilha não muito distante da costa. O santuário foi inaugurado em 16 de outubro de 709. Pouco tempo depois, muitos enfermos foram curados, o que trouxe grande fama ao local. Durante a Idade Média, o Mont Saint Michel foi, juntamente com Santiago de Compostela e Roma, um dos lugares mais visitados do Ocidente.

Detalhe foto aérea da pequena Ilha Mont Saint Michel.

A igreja original foi ampliada e engrandecida ao longo dos séculos. Os reis franceses, até Carlos Magno, dedicaram seus reinados a São Miguel. Durante a Revolução Francesa, o santuário foi convertido em uma prisão, mas atualmente é um centro de peregrinação. Cerca de três milhões de pessoas o visitam anualmente. Em 1912, os bispos franceses renovaram a consagração do país a São Miguel.

Aparição no Saint Michael’s Mount

Na Inglaterra, próximo às costas da Cornualha, também existe o famoso santuário Saint Michael’s Mount, que parece ter tido origem em uma aparição do arcanjo. Quando a maré sobe, ele fica como uma ilha, exatamente como o Mont Saint Michel, na Normandia. De acordo com a tradição, em 495, o arcanjo apareceu a alguns pescadores. Em 1135, uma comunidade religiosa dedicada ao culto do arcanjo foi estabelecida no local.

Mount Saint MIchel – na Cornuália, Inglaterra.

No final de 1424, por decreto do Parlamento inglês, este santuário deixou de depender do da Normandia, como havia sido por muitos anos. Em 1535, após Henrique VIII romper com a Igreja Católica, o Estado confiscou a abadia, que em 1659 foi adquirida pelo coronel John St. Aubyn e transformada em residência particular. Em 1954, a família Aubyn decidiu doar o edifício ao National Trust for Places of Historical or Natural Beauty, e a devoção a São Miguel foi retomada.

Aparição em San Michele della Chiusa

O santuário de San Michele della Chiusa, na Itália, está localizado exatamente no meio do caminho em linha reta entre o santuário do Monte Gargano e o Mont Saint Michel, na Normandia. Este santuário é mencionado em um documento do século IX intitulado Chronica monasterii sancti Michaelis Clusini. Aqui também o arcanjo São Miguel apareceu e pediu que lhe construíssem um templo.

Vista aérea do santuário de Sacra di San Michele, Itália.

Nos primeiros séculos, foi uma abadia beneditina muito conhecida, até 1622, quando quase foi abandonada. No entanto, em 1830, o rei Carlos Alberto se interessou pelo templo e estabeleceu ali a Comunidade dos Padres Rosminianos, que o cuidam até hoje.

Aparição do Santuário de Navalagamella

Em 1455, em Navalagamella (Madrid), o pastor Miguel Sánchez estava com seu rebanho de ovelhas quando São Miguel lhe apareceu e disse:

“Não temas, eu sou um dos sete espíritos que assistem na presença de Deus, de quem sou enviado para te dizer que é sua vontade que, neste lugar, se construa uma ermida em honra de São Miguel e seus anjos.”

O pastor pediu que a mensagem fosse confiada a outra pessoa, pois ele temia que não acreditassem nele, sendo uma pessoa tão humilde. Mas São Miguel lhe disse:
“Conta tudo ao teu amo, e eu farei com que acreditem em ti.”
No entanto, por medo, o pastor não falou, e um dia, ao acordar, descobriu que não podia caminhar. Então, compreendeu que devia falar e contou tudo ao seu amo, Don Pedro García de Ayuso. Este mandou celebrar uma missa em honra de São Miguel, e o pastor foi curado. Assim surgiu o templo São Miguel em Navalagamella.

Outras aparições de São Miguel Arcanjo

São Francisco de Paula tinha uma grande devoção a São Miguel, que se lhe apareceu em uma visão e inspirou o lema de sua Ordem dos Mínimos, que ele fundou.

Em 1733, quando São Gerardo Majella tinha 7 anos, um dia, enquanto assistia à missa, ele se aproximou do altar para receber a comunhão, mas o sacerdote a negou, pois Gerardo ainda era uma criança e, naquela época, só se comungava aos doze anos. O pequeno ficou triste. Naquela noite, o arcanjo São Miguel apareceu a ele e lhe deu a comunhão.

São Pio de Pietrelcina era muito devoto de São Miguel. Por isso, muitos autores acreditam que foi ele quem apareceu a São Pio no dia 5 de agosto de 1918. Ele disse: “Vi-me diante de um personagem misterioso com uma lança longuíssima e bem afiada, da qual parecia sair fogo da ponta.”21

No terceiro segredo de Fátima, irmã Lúcia disse: “Vimos à esquerda de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um anjo com uma espada de fogo na mão esquerda.” Muitos o identificam claramente como São Miguel.

Santa Faustina Kowalska escreveu em seu diário: “No dia de São Miguel, vi este grande guia ao meu lado, que me disse estas palavras: ‘O Senhor me recomendou ter um cuidado especial contigo. Saiba que você é odiada pelo mal, mas não temas. Quem como Deus!’. E desapareceu. No entanto, sinto sua presença e sua ajuda.”22

São Miguel Arcanjo e os exorcismos

Vamos considerar um caso histórico que inspirou o filme “O Exorcista” e que ocorreu em Washington, no hospital de São Aleixo, em 1949, de acordo com as investigações realizadas pela rede de televisão norte-americana ABC.

O caso envolvia um menino (não uma menina) de cerca de dez anos, filho de uma família luterana, que recorreu à Igreja Católica em busca de ajuda. O padre jesuíta James Hughes, juntamente com outro sacerdote que o auxiliava, realizou o exorcismo várias vezes até conseguir expulsar o diabo. O menino foi libertado e viveu muitos anos como uma pessoa normal; ele até se casou e formou uma família. Os sacerdotes exorcistas também viveram por muitos anos, e o diabo não se vingou deles, porque Deus não permitiu.

Na realidade, não houve tantos fenômenos espetaculares juntos como os que aparecem no filme. Poucos sabem como realmente aconteceu. O demônio, através da voz do menino, disse: “Não irei embora até que uma certa palavra seja pronunciada, mas o menino jamais a dirá.”

O exorcismo continuou, e de repente, o menino falou com uma voz claramente autoritária e digna: “Eu sou São Miguel e te ordeno, Satanás, que abandones este corpo em nome de Dominus (Senhor, em latim), agora mesmo.” Então, ouviu-se um som semelhante a uma grande explosão, que foi escutado por muitas pessoas no hospital de São Aleixo, onde os exorcismos estavam sendo realizados. O menino possesso foi libertado para sempre. O menino não se lembrava de nada, exceto de uma visão de São Miguel lutando contra Satanás.

Curiosamente, naquele mesmo dia e hora em que o demônio saiu, essa mesma visão foi vista na igreja de São Francisco Xavier por vários sacerdotes jesuítas, que afirmaram ter visto de repente uma intensa luz que iluminou o altar principal e a cúpula do altar, na qual se via São Miguel lutando contra Satanás. Assim terminou felizmente aquela batalha no corpo do possesso: com a vitória de Deus por meio de São Miguel.

Em casos de possessão diabólica, é necessário recorrer à Maria, rezando o rosário, usando água benta, o crucifixo e outros objetos abençoados, mas também invocando São Miguel.

No Ritual de Exorcismos, lê-se: “Arcanjo São Miguel, príncipe do exército celestial, defende-nos na luta contra os espíritos do mal nos céus. Vem em auxílio dos homens, a quem Deus criou à sua imagem e semelhança e resgatou a grande preço da tirania do diabo. A ti, a Igreja venera como seu guardião e patrono; a ti, o Senhor confiou as almas dos redimidos para colocá-las na felicidade eterna. Suplica ao Deus da paz que esmague Satanás sob nossos pés, para que ele nunca mais possa manter os homens cativos e prejudicar a Igreja. Apresenta nossas súplicas ao Altíssimo, para que a misericórdia do Senhor venha rapidamente ao nosso encontro e reduza as dificuldades da vida.”

A oração diz assim: “São Miguel Arcanjo, defende-nos do inimigo e protege-nos de todas as armadilhas do maligno. Que Deus te repreenda, espírito maligno, e tu, príncipe da milícia celestial, lança com o poder divino Satanás no mais profundo do inferno, juntamente com os outros espíritos imundos que vagam pelo mundo, buscando a perdição das almas.”

“Conheço uma psicóloga que trabalha no apostolado com dependentes químicos e prostitutas nas ruas de Vancouver, Columbia Britânica, Canadá. Entre esses jovens, o satanismo está difundido, pois muitos carregam o nome ou a imagem do diabo em suas camisetas. Em geral, eles o fazem porque acreditam que o diabo é um ser poderoso. Ela lhes diz que São Miguel é muito mais poderoso, pois foi ele quem expulsou Satanás do céu. E então, oferece-lhes uma medalha de São Miguel. Eles a recebem com gratidão e começam a invocá-lo e a receber sua proteção.”23

O que é a Quaresma de São Miguel?

A Quaresma de São Miguel Arcanjo é uma prática devocional que começa no dia 15 de agosto e vai até 29 de setembro, dia da festa de São Miguel. Durante esses 40 dias, os fiéis são convidados a intensificar suas orações, fazer penitências e buscar uma maior proximidade com Deus, sob a proteção de São Miguel. A devoção inclui a recitação diária da Ladainha de São Miguel, a oração de São Miguel Arcanjo e outras práticas, como o jejum e a confissão, com o objetivo de alcançar graças especiais e fortalecer a fé.

Oração a São Miguel Arcanjo

Sancte Michael Archangele, defende nos in proelio, contra nequitiam et insidias diaboli esto praesidium. Imperet illi Deus, supplices deprecamur: tuque, Princeps militiae caelestis, Satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo, divina virtute, in infernum detrude. Amen.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós príncipe da milícia celeste, pelo Divino Poder, precipitai no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

Referências

  1. Daniel 10, 13[]
  2. Daniel 10, 21[]
  3. Daniel 12, 1[]
  4. Judas 9[]
  5. como se menciona em Daniel 12,1[]
  6. Josué 5, 13-15[]
  7. Apocalipse 12, 7-11[]
  8. Hebreus 1,7[]
  9. Daniel 10,13[]
  10. Daniel 10,21[]
  11. Daniel 12,1[]
  12. Judas 1,9[]
  13. Alix de Saint André, Vita intima degli angeli, Ed. Piemme, 1999, pp. 173-174.[]
  14. Giovetti Paola, Le vie dell’arcangelo, p. 33.[]
  15. Sozomeno, Historia eclesiástica, II, 3.[]
  16. Eximenis Francesc, Il libro degli angeli¸ Ed. Gribaudi, Milano, tercera edición, 2006, p. 234.[]
  17. Gattorno Rosa, Memorias, Ed. Hijas de santa Ana, Roma, 1996.[]
  18. Ana Catalina Emmerick, Vida y visiones, Ed. Guadalupe, México, 1944, p. 607.[]
  19. Morse Melvin, Últimas visiones, Ed. Edaf, Madrid, 1996, p. 118.[]
  20. Padre W. Muldy, capelão militar, verificou a veracidade desta história, conversando com o soldado, sua mãe e seu comandante; Stanzione Marcello, San Michele, Ed. Segno, 2007, pp. 147-148.[]
  21. Gattorno Rosa, Memorias, Ed. Hijas de santa Ana, Roma, 1996, p. 232.[]
  22. Diario Nº 706.[]
  23. Stanzione Marcello, San Michele, Ed. Segno, 2007.[]

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