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Resumo da fé católica em 10 pontos – parte II

A Igreja não é mais uma entre tantas religiões. A Igreja é a sociedade fundada por Cristo para comunicar a salvação.

Resumo da fé católica em 10 pontos – parte II
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Resumo da fé católica em 10 pontos – parte II

A Igreja não é mais uma entre tantas religiões. A Igreja é a sociedade fundada por Cristo para comunicar a salvação.

Data da Publicação: 05/09/2024
Tempo de leitura:
Autor: Rafael Brodbeck
Data da Publicação: 05/09/2024
Tempo de leitura:
Autor: Rafael Brodbeck

6. Cinquenta dias após sua Ressurreição, Cristo enviou dos céus o Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, para encher os seus discípulos de luz e poder para pregar o Evangelho, ou seja, a mensagem de Jesus. No dia do envio do Espírito Santo, chamado de Pentecostes, a Igreja, a sociedade de todos os cristãos que professam a mesma fé e recebem os mesmos sacramentos, sob a obediência aos legítimos pastores instituídos por Cristo e seus sucessores, e que tinha sido fundada na Cruz – pois na morte de Cristo, Ele uniu, por seu sacrifício, o céu e a terra, sendo uma espécie de casamento místico entre Deus e a humanidade, entre Cristo e o seu Corpo Místico, a Igreja -, manifestou-se publicamente.

Jean II Restout, Pentecostes.

Não deixe de ler a primeira parte: Resumo da fé católica em 10 pontos – parte I

7. Quem fundou a Igreja foi Jesus Cristo, e a ela todos os homens são obrigados a pertencer; fora da mesma ninguém pode salvar-se. Os chefes da Igreja fundada por Cristo são os Apóstolos, os principais daqueles seus discípulos, e seus sucessores. Dentre os Apóstolos, um ocupava um lugar especial, São Pedro, e portanto ao passo que os sucessores dos Apóstolos são os Bispos, o sucessor de São Pedro é o Bispo que governa do lugar onde São Pedro governava e onde morreu, Roma. A esse Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, chamamos Papa, sendo o vigário de Cristo na terra e chefe visível da Igreja. Como Pedro governava a Igreja, o seu sucessor também a governa. A Igreja não pode errar quando nos manda crer alguma coisa, porque é assistida e guiada pelo Espírito Santo, e por isso é infalível. A Igreja não é uma mera instituição humana ou um clube religioso ou mais uma entre tantas religiões. A Igreja é a sociedade fundada por Cristo para comunicar a salvação. A Igreja não salva como concorrente ou alternativa ou acréscimo aos méritos de Cristo conquistados na Cruz. Não se trata de falar de graça ou Igreja nem de graça e Igreja, mas de graça mediante a Igreja. A Igreja é o meio pelo qual Cristo continua sua obra na terra, pregando o que Ele pregava, celebrando os sacramentos que Ele instituiu e comunicando a graça conquistada por Cristo na Cruz. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, do qual Ele é a cabeça. Os cristãos, os seguidores de Cristo, devem estar unidos a Jesus mediante a Igreja, sendo seus membros, porque membros do Seu Corpo. A Ele se unem pela fé e pela adesão aos sucessores dos Apóstolos, os Bispos, e principalmente ao Papa, que é juiz de toda a Igreja e seu governante em nome de Cristo, e também é infalível quando, ensinando a toda a Igreja, com autoridade apostólica, define verdades da fé e de costumes, porque tem a promessa de Jesus Cristo, e porque é assistido pelo Espírito Santo. As obrigações dos católicos para com o Papa são: veneração, amor filial, obediência. Aos Bispos de cada região é preciso também adesão e obediência. Os Bispos são os pastores dos fiéis nas dioceses, que regem, sob a dependência do Papa. O Bispo em sua diocese é o legítimo pastor e superior de todos os fiéis, eclesiásticos e leigos, pois sucede aos Apóstolos instituídos por Cristo. Jesus Cristo instituiu a Igreja para todos os homens terem nela os meios de salvação. Os principais meios de salvação que temos na Igreja são: verdadeira fé, graça pelos sacramentos, a remissão dos pecados e a comunhão dos santos, ou seja, a participação dos fiéis nas orações e outras boas obras, que se fazem na Igreja. A Igreja também nos salva ao pregar a salvação, e isso faz ensinando o que Jesus ensinou, explicando a sua doutrina. Sua doutrina foi dada oralmente aos Apóstolos, que a transmitiram aos seus sucessores e chega até hoje a nós por eles, ainda que delas se tenha testemunhos ao longo dos tempos – e a isso se chama Tradição Apostólica ou Tradição Oral. Parte desse ensino oral foi compilado em diversos livros inspirados pelo Espírito Santo que a própria Igreja, pela autoridade dada por Cristo, discerniu quais eram, separando-os de livros que, embora úteis e piedosos e até verdadeiros, não eram inspirados – e mesmo daqueles que não eram ou úteis ou piedosos ou verdadeiros. A esses livros, discernidos e compilados pela Igreja, reunidos os Bispos sucessores dos Apóstolos, analisando o ensino da Tradição Oral, chamamos de Sagrada Escritura. A Tradição Apostólica é a fonte oral da Revelação de Deus. A Sagrada Escritura, ou Bíblia, é a fonte escrita da Revelação de Deus.

9. O sacerdócio é a capacidade de oferecer sacrifício, ou seja, de aplacar a ira divina devida aos pecados. Só Jesus Cristo é o supremo sacerdote, pois ofereceu o sacrifício na Cruz capaz de conquistar a graça para pagar por nossos pecados. Os sacerdotes da Igreja só são sacerdotes porque se unem a Cristo mediante um sacramento, a Ordem. Por isso, os sacerdotes, que são os Bispos, mas também os presbíteros, que chamamos de padres, são outros Cristos, eis que unidos de tal forma a Cristo que Ele age nos padres e Bispos. Cristo age nos sacerdotes mediante principalmente dois sacramentos. O primeiro é a Confissão, da qual já falamos, e que importa em saber que os pecados são perdoados a quem os confessa com real arrependimento por conta de estar o sacerdote unido a Cristo e derivar seu sacerdócio da Cruz: é Cristo quem perdoa mediante o padre; é pela Cruz que somos perdoados, pela graça que somos salvos, e a Confissão é o sacramento que nos comunica esse perdão, nos comunica essa graça; a graça vem da Cruz pelo sacramento para nos perdoar; o padre e o Bispo fazem as vezes de Cristo na Confissão. O segundo sacramento derivado principalmente da Ordem é o sacramento mais importante, que não apenas nos comunica a graça, mas o autor da graça, não só a graça conquistada, mas quem conquistou a graça, sendo a presença real e substancial do próprio Cristo: a Eucaristia. A Eucaristia é o sacramento que contém o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Jesus Cristo, real e substancialmente presente, debaixo das espécies ou aparências de pão e de vinho, para nosso alimento espiritual. A presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia, debaixo das espécies ou aparências de pão e de vinho, explica-se pela maravilhosa conversão de toda a substância do pão no corpo e de toda a substância do vinho no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa maravilhosa conversão chama-se transubstanciação. na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que nasceu de Maria Virgem e que está no céu. Depois da consagração do pão e do vinho, pelas palavras pronunciadas pelo sacerdote, nada fica de pão e de vinho, a não ser as espécies ou aparências. As espécies do pão e do vinho são os acidentes, isto é, a quantidade e as qualidades sensíveis do pão e do vinho, como a cor, o cheiro, o sabor, etc. Tanto debaixo das espécies do pão como debaixo das espécies do vinho, está Jesus Cristo todo inteiro, corpo, sangue, alma e divindade. Parece ser pão e vinho, tem gosto de pão e vinho, tem cheiro de pão e vinho, ao toque sente-se pão e vinho, mas pela virtude de Cristo dada ao sacerdote, é agora Corpo, Sangue, alma e divindade de Cristo. A essse aparente pão e a esse aparente vinho, que agora são Corpo e Sangue do Senhor, recebemos do padre e comemos e bebemos, isto é, comungamos. Jesus Cristo instituiu a santíssima Eucaristia por muitas razões:

  • 1º para ser o sacrifício permanente da nova lei;
  • 2º para alimento espiritual de nossas almas;
  • 3º para perpétua comemoração de sua paixão e morte, e penhor preciosíssimo de seu amor aos homens e da vida eterna.

A Eucaristia nos une a Jesus e nos faz viver sua vida. Além de sacramento, e o mais importante deles, a Eucaristia é também o sacrifício permanente da nova lei que Jesus Cristo deixou à sua Igreja, para ser oferecido a Deus por meio dos sacerdotes. Este sacrifício da nova lei chama-se o sacrifício da Missa. A Missa é o sacrifício incruento da corpo e do sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da cruz. O sacrifício da Missa foi instituído pelo próprio Jesus Cristo, quando instituiu o sacramento da Eucaristia na noite antes de sua paixão. Mas Jesus já não ofereceu o sacrifício único e suficiente na Cruz? Como, então, a Missa ou celebração da Eucaristia, mediante a qual se confecciona o sacramento de mesmo nome, pode ser um sacrifício? É um novo sacrifício? O da Cruz não era suficiente? Ora, a Missa não é um novo sacrifício. A Cruz foi suficiente. Não precisamos de mais um sacrifício fora a Cruz. A Missa é sacrifício porque se trata do mesmo sacrifício da Cruz, diferenciando-se desta apenas quanto ao modo de oferecer: cruento na Cruz, ou seja, com derramamento de sangue, e incruento na Missa, sem derramamento de sangue (mas com o sangue presente com a consagração feita pelo padre, que, aliás, consagra pão e vinho separadamente para simbolizar esse derramamento). Entre a Cruz e a Missa há uma identidade real e substancial. Cruz e Missa são o mesmo e único sacrifício. A Missa torna presente a Cruz. Por isso quem a celebra é um sacerdote, ou seja, um homem unido a Cristo pela Ordem, e que faz as vezes de Cristo. Na Cruz, o sacerdote é Cristo. Na Missa, o sacerdote é o padre ou Bispo, que é sacerdote apenas porque, pela Ordem, se torna um outro Cristo, participa de Cristo.

10. Tendo a graça em nós e morrendo em união com Deus, perseverando até o final, temos os pecados perdoados, e a graça se transforma em glória. Escapamos do inferno, lugar do demônio e os demais anjos maus. O pecado nos faria ir para lá. Mas somos tornados pela graça filhos de Deus. Se perseverarmos na graça não vamos mais ao inferno. O céu é nosso destino. A alma que vai para o céu, logo depois do juízo particular, é a alma que está livre de todo pecado e não tem pena alguma para descontar. A alma que vai para o inferno, logo depois do juízo particular, é a alma que está em pecado mortal. Todavia, muitos dos que escapam do inferno, e que são destinados ao céu por terem correspondido e perseverado na graça, ainda tem alguma pena ou consequência do pecado mortal – ou algum pecado venial – a descontar: por isso, antes de entrarem no céu, se não descontaram as consequências do pecado aqui na terra, passam pelo purgatório, o lugar onde as almas dos justos se purificam. No fim do mundo, Jesus Cristo descerá visivelmente à terra, para julgar todos os homens. Nesse dia terrível, de que ninguém na terra sabe quando será, Jesus Cristo manifestará a todas as criaturas o bem e o mal que fizeram e dará o prêmio aos bons e o castigo aos maus. O Juízo Universal ou Juízo Final é a coroação e confirmação do juízo particular. E para sermos bem julgados tanto num quanto noutro importa crermos em Cristo, entrarmos na Igreja, recebermos o perdão dos pecados mediante a fé e os sacramentos, e perseverarmos na graça que Ele nos deu. O homem é chamado a ser santo como Deus é santo!

Rafael Brodbeck

Rafael Brodbeck

Delegado de Polícia, autor de diversos livros, professor e formador católico em temas de doutrina e família. Pai de cinco filhos.

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6. Cinquenta dias após sua Ressurreição, Cristo enviou dos céus o Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, para encher os seus discípulos de luz e poder para pregar o Evangelho, ou seja, a mensagem de Jesus. No dia do envio do Espírito Santo, chamado de Pentecostes, a Igreja, a sociedade de todos os cristãos que professam a mesma fé e recebem os mesmos sacramentos, sob a obediência aos legítimos pastores instituídos por Cristo e seus sucessores, e que tinha sido fundada na Cruz – pois na morte de Cristo, Ele uniu, por seu sacrifício, o céu e a terra, sendo uma espécie de casamento místico entre Deus e a humanidade, entre Cristo e o seu Corpo Místico, a Igreja -, manifestou-se publicamente.

Jean II Restout, Pentecostes.

Não deixe de ler a primeira parte: Resumo da fé católica em 10 pontos – parte I

7. Quem fundou a Igreja foi Jesus Cristo, e a ela todos os homens são obrigados a pertencer; fora da mesma ninguém pode salvar-se. Os chefes da Igreja fundada por Cristo são os Apóstolos, os principais daqueles seus discípulos, e seus sucessores. Dentre os Apóstolos, um ocupava um lugar especial, São Pedro, e portanto ao passo que os sucessores dos Apóstolos são os Bispos, o sucessor de São Pedro é o Bispo que governa do lugar onde São Pedro governava e onde morreu, Roma. A esse Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, chamamos Papa, sendo o vigário de Cristo na terra e chefe visível da Igreja. Como Pedro governava a Igreja, o seu sucessor também a governa. A Igreja não pode errar quando nos manda crer alguma coisa, porque é assistida e guiada pelo Espírito Santo, e por isso é infalível. A Igreja não é uma mera instituição humana ou um clube religioso ou mais uma entre tantas religiões. A Igreja é a sociedade fundada por Cristo para comunicar a salvação. A Igreja não salva como concorrente ou alternativa ou acréscimo aos méritos de Cristo conquistados na Cruz. Não se trata de falar de graça ou Igreja nem de graça e Igreja, mas de graça mediante a Igreja. A Igreja é o meio pelo qual Cristo continua sua obra na terra, pregando o que Ele pregava, celebrando os sacramentos que Ele instituiu e comunicando a graça conquistada por Cristo na Cruz. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, do qual Ele é a cabeça. Os cristãos, os seguidores de Cristo, devem estar unidos a Jesus mediante a Igreja, sendo seus membros, porque membros do Seu Corpo. A Ele se unem pela fé e pela adesão aos sucessores dos Apóstolos, os Bispos, e principalmente ao Papa, que é juiz de toda a Igreja e seu governante em nome de Cristo, e também é infalível quando, ensinando a toda a Igreja, com autoridade apostólica, define verdades da fé e de costumes, porque tem a promessa de Jesus Cristo, e porque é assistido pelo Espírito Santo. As obrigações dos católicos para com o Papa são: veneração, amor filial, obediência. Aos Bispos de cada região é preciso também adesão e obediência. Os Bispos são os pastores dos fiéis nas dioceses, que regem, sob a dependência do Papa. O Bispo em sua diocese é o legítimo pastor e superior de todos os fiéis, eclesiásticos e leigos, pois sucede aos Apóstolos instituídos por Cristo. Jesus Cristo instituiu a Igreja para todos os homens terem nela os meios de salvação. Os principais meios de salvação que temos na Igreja são: verdadeira fé, graça pelos sacramentos, a remissão dos pecados e a comunhão dos santos, ou seja, a participação dos fiéis nas orações e outras boas obras, que se fazem na Igreja. A Igreja também nos salva ao pregar a salvação, e isso faz ensinando o que Jesus ensinou, explicando a sua doutrina. Sua doutrina foi dada oralmente aos Apóstolos, que a transmitiram aos seus sucessores e chega até hoje a nós por eles, ainda que delas se tenha testemunhos ao longo dos tempos – e a isso se chama Tradição Apostólica ou Tradição Oral. Parte desse ensino oral foi compilado em diversos livros inspirados pelo Espírito Santo que a própria Igreja, pela autoridade dada por Cristo, discerniu quais eram, separando-os de livros que, embora úteis e piedosos e até verdadeiros, não eram inspirados – e mesmo daqueles que não eram ou úteis ou piedosos ou verdadeiros. A esses livros, discernidos e compilados pela Igreja, reunidos os Bispos sucessores dos Apóstolos, analisando o ensino da Tradição Oral, chamamos de Sagrada Escritura. A Tradição Apostólica é a fonte oral da Revelação de Deus. A Sagrada Escritura, ou Bíblia, é a fonte escrita da Revelação de Deus.

9. O sacerdócio é a capacidade de oferecer sacrifício, ou seja, de aplacar a ira divina devida aos pecados. Só Jesus Cristo é o supremo sacerdote, pois ofereceu o sacrifício na Cruz capaz de conquistar a graça para pagar por nossos pecados. Os sacerdotes da Igreja só são sacerdotes porque se unem a Cristo mediante um sacramento, a Ordem. Por isso, os sacerdotes, que são os Bispos, mas também os presbíteros, que chamamos de padres, são outros Cristos, eis que unidos de tal forma a Cristo que Ele age nos padres e Bispos. Cristo age nos sacerdotes mediante principalmente dois sacramentos. O primeiro é a Confissão, da qual já falamos, e que importa em saber que os pecados são perdoados a quem os confessa com real arrependimento por conta de estar o sacerdote unido a Cristo e derivar seu sacerdócio da Cruz: é Cristo quem perdoa mediante o padre; é pela Cruz que somos perdoados, pela graça que somos salvos, e a Confissão é o sacramento que nos comunica esse perdão, nos comunica essa graça; a graça vem da Cruz pelo sacramento para nos perdoar; o padre e o Bispo fazem as vezes de Cristo na Confissão. O segundo sacramento derivado principalmente da Ordem é o sacramento mais importante, que não apenas nos comunica a graça, mas o autor da graça, não só a graça conquistada, mas quem conquistou a graça, sendo a presença real e substancial do próprio Cristo: a Eucaristia. A Eucaristia é o sacramento que contém o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Jesus Cristo, real e substancialmente presente, debaixo das espécies ou aparências de pão e de vinho, para nosso alimento espiritual. A presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia, debaixo das espécies ou aparências de pão e de vinho, explica-se pela maravilhosa conversão de toda a substância do pão no corpo e de toda a substância do vinho no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa maravilhosa conversão chama-se transubstanciação. na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que nasceu de Maria Virgem e que está no céu. Depois da consagração do pão e do vinho, pelas palavras pronunciadas pelo sacerdote, nada fica de pão e de vinho, a não ser as espécies ou aparências. As espécies do pão e do vinho são os acidentes, isto é, a quantidade e as qualidades sensíveis do pão e do vinho, como a cor, o cheiro, o sabor, etc. Tanto debaixo das espécies do pão como debaixo das espécies do vinho, está Jesus Cristo todo inteiro, corpo, sangue, alma e divindade. Parece ser pão e vinho, tem gosto de pão e vinho, tem cheiro de pão e vinho, ao toque sente-se pão e vinho, mas pela virtude de Cristo dada ao sacerdote, é agora Corpo, Sangue, alma e divindade de Cristo. A essse aparente pão e a esse aparente vinho, que agora são Corpo e Sangue do Senhor, recebemos do padre e comemos e bebemos, isto é, comungamos. Jesus Cristo instituiu a santíssima Eucaristia por muitas razões:

  • 1º para ser o sacrifício permanente da nova lei;
  • 2º para alimento espiritual de nossas almas;
  • 3º para perpétua comemoração de sua paixão e morte, e penhor preciosíssimo de seu amor aos homens e da vida eterna.

A Eucaristia nos une a Jesus e nos faz viver sua vida. Além de sacramento, e o mais importante deles, a Eucaristia é também o sacrifício permanente da nova lei que Jesus Cristo deixou à sua Igreja, para ser oferecido a Deus por meio dos sacerdotes. Este sacrifício da nova lei chama-se o sacrifício da Missa. A Missa é o sacrifício incruento da corpo e do sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da cruz. O sacrifício da Missa foi instituído pelo próprio Jesus Cristo, quando instituiu o sacramento da Eucaristia na noite antes de sua paixão. Mas Jesus já não ofereceu o sacrifício único e suficiente na Cruz? Como, então, a Missa ou celebração da Eucaristia, mediante a qual se confecciona o sacramento de mesmo nome, pode ser um sacrifício? É um novo sacrifício? O da Cruz não era suficiente? Ora, a Missa não é um novo sacrifício. A Cruz foi suficiente. Não precisamos de mais um sacrifício fora a Cruz. A Missa é sacrifício porque se trata do mesmo sacrifício da Cruz, diferenciando-se desta apenas quanto ao modo de oferecer: cruento na Cruz, ou seja, com derramamento de sangue, e incruento na Missa, sem derramamento de sangue (mas com o sangue presente com a consagração feita pelo padre, que, aliás, consagra pão e vinho separadamente para simbolizar esse derramamento). Entre a Cruz e a Missa há uma identidade real e substancial. Cruz e Missa são o mesmo e único sacrifício. A Missa torna presente a Cruz. Por isso quem a celebra é um sacerdote, ou seja, um homem unido a Cristo pela Ordem, e que faz as vezes de Cristo. Na Cruz, o sacerdote é Cristo. Na Missa, o sacerdote é o padre ou Bispo, que é sacerdote apenas porque, pela Ordem, se torna um outro Cristo, participa de Cristo.

10. Tendo a graça em nós e morrendo em união com Deus, perseverando até o final, temos os pecados perdoados, e a graça se transforma em glória. Escapamos do inferno, lugar do demônio e os demais anjos maus. O pecado nos faria ir para lá. Mas somos tornados pela graça filhos de Deus. Se perseverarmos na graça não vamos mais ao inferno. O céu é nosso destino. A alma que vai para o céu, logo depois do juízo particular, é a alma que está livre de todo pecado e não tem pena alguma para descontar. A alma que vai para o inferno, logo depois do juízo particular, é a alma que está em pecado mortal. Todavia, muitos dos que escapam do inferno, e que são destinados ao céu por terem correspondido e perseverado na graça, ainda tem alguma pena ou consequência do pecado mortal – ou algum pecado venial – a descontar: por isso, antes de entrarem no céu, se não descontaram as consequências do pecado aqui na terra, passam pelo purgatório, o lugar onde as almas dos justos se purificam. No fim do mundo, Jesus Cristo descerá visivelmente à terra, para julgar todos os homens. Nesse dia terrível, de que ninguém na terra sabe quando será, Jesus Cristo manifestará a todas as criaturas o bem e o mal que fizeram e dará o prêmio aos bons e o castigo aos maus. O Juízo Universal ou Juízo Final é a coroação e confirmação do juízo particular. E para sermos bem julgados tanto num quanto noutro importa crermos em Cristo, entrarmos na Igreja, recebermos o perdão dos pecados mediante a fé e os sacramentos, e perseverarmos na graça que Ele nos deu. O homem é chamado a ser santo como Deus é santo!

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